Um exemplo de
Gideão.
O povo de Israel, por causa de sua
desobediência, estava à mercê dos seus inimigos. Deus havia dito que nunca
invalidaria a Sua aliança com eles. Mas a aliança, o acordo, era para ser com
Deus e não com os moradores da terra. Era para o povo de Israel, ter derrubado
os altares todos, onde outros deuses eram adorados e cultuados. Mas o povo não
obedeceu e fez tudo ao contrário. Então o Senhor não pôde fazer a Sua parte,
expulsando os moradores daquela terra, e, ainda mais, aquele povo seria como
espinhos nas suas ilhargas (cinturas) e os deuses deles seriam por laço ao povo
de Deus.
O tempo foi passando e o povo foi se
esquecendo do que Moisés e Josué lhes falara a respeito da obediência ao Senhor
e do castigo da desobediência. Js. 24. O
povo deixou ao Senhor e serviu aos Baalins, que eram os “espíritos protetores”
daqueles povos; serviu também a Baal e a Astarote.
Por causa disto, pelo fato do povo não
fazer a sua parte na aliança, feita com o Senhor, a ira do Senhor se acendeu
contra eles, e, consequentemente ficaram sem defesa diante de seus inimigos. Os
Israelitas que estavam em grande aflição, para fugir e se esconder dos
inimigos, fizeram cavernas nas montanhas, na tentativa de se refugiar e de preservar
seus alimentos para que não fossem saqueados pelos Midianitas, Amalequitas e
outros povos que subiam do oriente contra eles. Por sete anos, eles tiveram
essa luta tremenda, plantando pouco e colhendo quase nada. O pouco que colhiam,
era saqueado, tanto o alimento como todo o seus rebanhos. Empobrecidos,
miseráveis e indefesos, os filhos de Israel clamaram ao Senhor.
O Senhor misericordioso, veio através de
um profeta, falou ao povo, fazendo-o lembrar das palavras de Moisés, de Josué,
de como eles saíram do Egito e foram guardados e supridos pelo Senhor o Deus
Todo Poderoso. Mas eles, os israelitas, haviam se esquecido Dele, então de quem
era a culpa? Quem deixou de ser fiel no cumprimento da aliança, do contrato?
Quem deixou de fazer a sua parte? Mas tudo bem, eu ouvi o clamor de vocês e vou
livrar-lhes desse povo pagão.
Foi aí que o Senhor veio a Gideão filho de
Joás. Gideão foi o sexto juiz em Israel. Naquele tempo, sempre se levantava
juiz para julgar o povo. Eram homens escolhidos por Deus mesmo. Mas o povo,
como o passar do tempo, voltava a se esquecer de Deus. Não era diferente dos
dias de hoje.
Gideão era um
homem precavido. Ele, no momento em que veio o Anjo do Senhor debaixo de um
carvalho, estava malhando (batendo) trigo no lagar.
Lagar, na
verdade, não era o lugar apropriado para malhar trigo; era lugar de malhar,
pisar, espremer, frutas, tais como uvas, para fazer vinho, azeitonas, para
fazer azeite, etc. Mas era o lugar mais seguro que tinha para bater o pouco
trigo que ele havia colhido, e conservá-lo escondido para que não fosse visto e
saqueado pelos inimigos. Naquele momento em que ele estava trabalhando,
apareceu-lhe o Anjo do Senhor e disse: “O
Senhor é contigo, home valente”. Gideão, depois de discutir e reclamar
muito com o Anjo do Senhor ouviu dele: “Vai
nesta tua força, porque livrarás o meu povo das mãos dos Midianitas; porventura
não te enviei eu?” Jz. 6:14. Gideão
acatou a ideia, acreditando que realmente tudo aquilo era de Deus; o Anjo era realmente quem dissera
ser, e realmente livraria o povo através dele; fez um sacrifício ao Senhor e
começou seu trabalho a favor do seu povo; tomando dez homens a noite, pegou um
boi de seu pai, não apenas um boi qualquer, mas, o segundo boi, como ordenara o
Anjo; o segundo boi, um boi de sete anos. O número sete tem como simbolismo nas
Escrituras, a perfeição de Deus. E o segundo boi representa Cristo. Em 1 Co 15. 22, 45-47, 49 lemos o
seguinte: “Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também
todos serão vivificados em Cristo”, e ainda: “Pois assim está
escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente. O último Adão, porém,
é espírito vivificante. Mas não é o primeiro o espiritual, e sim o natural;
depois, o espiritual. O primeiro homem, formado da terra, é terreno; o segundo
homem é do céu ... E, assim como trouxemos a imagem do que é terreno, devemos
trazer também a imagem do celestial”.
Gideão não só derrubou o altar de Baal, ele derrubou também todo o
bosque que o cercava e construiu um altar ao Senhor Deus de Israel e ofereceu
em sacrifício, aquele segundo boi ao Senhor Deus. O povo enfurecido, todos
aqueles poderosos Midianitas, Amalequitas e os demais povos daquela região a quem
todo o povo de Israel temia, estavam no encalço de Gideão para matá-lo. Mas O
Espírito do Senhor estava com ele, revestindo-o de poder. Apesar de estar
consciente disto, preferiu fazer uns testes para ver se realmente se confirmava
tudo o que o Anjo falou que faria através dele. Após a confirmação em cada
teste, Gideão novamente madrugou e juntamente com alguns da tribo de
Manassés, Aser, Zebulon e Naftali, foram à luta com trinta e dois mil homens.
Manassés, Aser, Zebulon e Naftali, foram à luta com trinta e dois mil homens.
Mas o Senhor achou muito e pediu para que ele diminuísse o exército
para que não houvesse motivo para glória da parte dos homens. Gideão que havia
testado a Deus, agora testaria ao povo. O Anjo mandou que se apregoasse aos
ouvidos do povo, as dificuldades que eles enfrentariam. Quem tivesse com medo
que se retirasse imediatamente, apressadamente, das montanhas de Gileade onde
estavam. Jesus Cristo também fez esse teste com uma multidão que o seguiam,
mostrando as dificuldades que os discípulos enfrentariam. Lc. 14:25-27. E quase todos se foram. Aqui com Gideão também se foi um grande
percentual. A grande maioria; vinte dois mil.
Mas O Senhor ainda achou que era muita gente. Pediu para que Gideão
fizesse o teste da imprudência que é leviandade, relaxo, e, da negligência que
é o descuido, e da imperícia, que é a falta de experiência ou preparo. Depois
deste teste que valeu para avaliar os três fatores, sobraram apenas trezentos
homens. Ou seja, foram reprovados quase noventa e nove por cento ao todo. Mas, Gideão
parece não ter se espantado. Mandou todos os reprovados, cada um para sua tenda
com tudo o que tinham e os trezentos apenas, reteve cosigo. Trezentos e três
homens, ao que me parece, contando Gideão, seu moço e os trezentos, contra uma
multidão inumerável com um rebanho de camelos que eram como a areia do mar,
segundo a Bíblia, e, provavelmente, muita provisão. Mas a provisão de Gideão, o
homem valoroso, vinha do próprio Deus. Agora estava com mais trezentos e um,
que também eram valorosos. De uma forma espetacular, com buzinas e cântaros vazios
e com tochas acesas neles ao invés de água. Dividindo o grupo em três, cada
grupo de cem, chegando à extremidade do arraial do inimigo, quebraram os
cântaros e tocaram as buzinas, sem sair do lugar, conforme Gideão também fazia,
e gritaram: “espada do Senhor e de Gideão”.
Gideão e seus homens, desbarataram todos os inimigos que, amalucados,
fugiram gritando e matando uns aos outro a espada, pensando estar lutando
contra os Israelitas. Os que fugiram foram perseguidos e mortos, um por um.
Durante quarenta anos o povo de Israel viveu em paz com Gideão. Deus
mandou e ele obedeceu. Ele e os homens que com ele estavam fizeram sua parte, e
Deus, fizeram a parte Dele. Até que ponto estamos dispostos a fazer o que Deus
nos manda? Gideão
era homem valente, mas se submeteu a vontade de Deus, com apenas trezentos homens,
tocando buzinas, parados e jogando os cântaros no chão, numa guerra de inimigos
apavorantes e cruéis. Josué, diante da muralha de Jericó, ficou dando
voltinhas, sem fazer barulhos durante sete dias e no sétimo, tocaram apenas as
trombetas e as muralhas ruíram. Se Deus desse uma ordem destas hoje para
qualquer comandante, qual seria a reação? Às vezes achamos que parece não fazer
sentido algum, mas, se conhecemos ao Deus a quem servimos, apenas devemos
obedecê-Lo, com a coragem, disposição e organização que teve Gideão, fazendo a
nossa parte, porque Deus não faz aquilo que nós podemos fazer.
Um comentário:
Amado irmão, mais uma vez, estou aprendendo mais da palavra de Deus, com os seus maravilhosos estudos.
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