quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Um exemplo de Naamã. 2 Rs. 5:1-14.


Naamã era um comandante do exército do rei da Síria. Era muito poderoso e um grande homem diante de seu senhor. Homem de muito respeito e muito corajoso; um verdadeiro herói de guerra; porém, era leproso. Tinha ele feito escrava de sua senhora uma menina israelita que fora levada presa por tropas Sírias, dos filhos de Israel.  Essa menina não menos valorosa que Naamã, apesar de ser de pouca idade e de ser mulher, teve a ousadia de dar um conselho à esposa de Naamã. Aquela jovem Israelita sabia muito bem o significado da doença  de lepra, porque em sua província, o leproso era muito mal visto. Não podia viver no meio da sociedade. A lepra é uma doença infecciosa e contagiosa que ataca a pele, a carne, os nervos, especialmente o nariz, as orelhas, os dedos das mãos e pés, destruindo-os. É uma doença que vai acabando com a pessoa viva, apesar de não provocar dor. Eu que vos escrevo, já estive por várias vezes no Hospital São Julião em Campo Grande e vi coisas terríveis causados pela lepra. Mas, naquele tempo de Naamã, era bem pior, porque hoje essa doença que nem pode ser chamado mais de lepra já tem cura. A lepra hoje é mal de hansem ou hanseníase. Os hospitais que eram chamados de leprosários, provavelmente não podem mais serem chamados assim.
Para aquela garota israelita, seu senhor era imundo e deveria se evitar com ele, qualquer contato. Para ela, ele era sem valor, sujo, nojento e asqueroso, mas, pelo que vemos, Naamã não merecia tal consideração por parte desta criada; porque apesar de tudo aquilo, ele era um bom homem, tinha um bom coração e precisava de Deus. A mulher de Naamã, por sua vez, transmitiu o conselho de sua escrava a seu marido, talvez com muito entusiasmo, porque, de acordo com o que é narrado, ele ficou convencido de que devia realmente ir e fazer conforme o conselho.
Esse homem poderoso foi ao seu senhor, o rei Bem-Hadade, e falou daquela simples escrava e o que ela havia dito a sua esposa a seu respeito e a respeito do profeta de israel. “A menina escrava de minha senhora,  uma Israelita, falou que lá na sua terra, em Samaria, há um profeta, que se eu tivesse a oportunidade de estar com ele, ele me curaria, o que o senhor acha disso”? Foi por aí a conversa de Naamã com o rei. O rei permitiu que ele fosse e providenciou uma carta ao rei de Israel para que seu comandante pudesse entrar sem problemas com a “alfândega”. Levando cargas de jumentos com muitos tesouros; prata, ouro e vestes de festas. O rei de Israel, que era Jorão, ao receber aquela carta, aquela carta, ficou muitíssimo preocupado, porque, afinal, que papo era aquele de ser curado de lepra? Ele quer é achar um meio, uma ocasião para invadir a nossa terra! Eliseu ficou sabendo que o rei Jorão, de tão preocupado, havia rasgado as suas vestes, mandou lhe perguntar: “porque fizeste isso? deixa que ele venha a mim porque verá que tem profeta em Israel”. Chagando Naamã à porta do profeta Eliseu, parou o carro, e, enquanto arrumava a roupa militar, provavelmente estampada com muitas medalhas e divisas, veio a ele um mensageiro. Quando saiu aquele mensageiro, dizendo que o profeta havia pedido para que ele se lavasse sete vezes no Rio Jordão. Naamã, a princípio, ficou muito indignado porque pensou que Eliseu viria todo feliz pela sua presença e também pelo tesouro que ele trouxera. Naamã estava acostumado com honras. Em seu país ele era reconhecido por todos como uma pessoa importante e aqui, sequer foi recebido pelo profeta. Ele imaginava Eliseu, diante de todos, invocando ao seu Deus, passando-lhe as mãos e curando-lhe aquelas feridas e restaurando-o de imediato. E voltou com muita indignação porque achava que os rios de sua terra, o Rio Farfar e Abana eram melhores que todas as águas de Israel. Irritado, provavelmente resmungando muito por ter que enfrentar todo aquele percurso de volta, cerca de 150 km de carroça. Então, numa das paradas para descansar, provavelmente já junto ao Rio Jordão, seus servos reuniram coragem e se chagaram a ele para dar também conselhos. Uma das grandes virtudes de Naamã, era que ele ouvia os conselhos. Já tinha ouvido os de uma escrava através de sua esposa e agora resolveu ouvir também os conselhos de seus servos. Muito cuidadosos seus servos lhe disseram: Meu pai, se o profeta lhe tivesse dito uma grande coisa, o senhor não faria? Quanto mais dizendo-te ele: lava-te e ficarás purificado”. Em outras palavras, ou seja, nas minhas palavras: Tomar banho o senhor vai ter que tomar mesmo, então aproveita e obedece ao que o profeta pediu, é só se mergulhar sete vezes! Naamã não se via tomando banho diante der seus servos e expondo-lhes aquele corpo branco cheio de perebas. Os servos estavam acostumados a ver Naamã com aquelas roupas lindas de comandante e que chamavam a atenção de todos. Talvez esta preocupação tenha passado pela cabeça daquele capitão. O que vão dizer? Como vão se portar? Será que vão fazer piadinhas? Será que vão rir de mim? Vão me desprezar? Mas, mesmo assim, não dava mais para ficar naquela situação doentia, com o corpo melado pelo pus, e mal cheiroso por causa da lepra. Seria a oportunidade de ficar curado para sempre! Ele topou. Foi para a beirada do rio começou a se despir. Tirou os calçados, foi tirando a roupa lentamente até que ficou nu ou quase nu; entrou no Rio Jordão e começou aquele ritual lembrando sempre do que o profeta disse através do mensageiro.  Mergulhou uma, duas, três, ...sete vezes, conforme as palavras do homem de Deus. Pronto, ficou limpo! Naamã sobe o barranco do rio totalmente purificado. Talvez tenha levado outras roupas limpas; vestindo-as, deixou aquelas imundas e repugnantes para trás.
Aparentemente não era difícil aquela tarefa; mas era sim. Para um comandante de tamanha importância com o Naamã era. A época era outra. Devido a sua honra, era bem difícil para ele realizar aquele pedido do profeta. Só mesmo alguém que tinha uma grande disposição de se humilhar não importando o que os outros iam pensar dele. Era difícil, mas não era impossível; estava perfeitamente ao seu alcance. Assim são as coisas de Deus. Em relação a salvação também é assim. É preciso humildade. No grande convite que o nosso Senhor faz a todas as pessoas ele disse: “vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração. E achareis descanso para a vossa alma; porque o meu jugo é suave e meu fardo é leve”. Mt. 11:28-30. Esse homem preocupado, cansado daquela vida, sobrecarregado daquele fardo da lepra; aquele homem que andava a tempos com aquele jugo pesado na nuca, agora estava simplesmente livre, leve e solto. Estava descansado e experimentando uma grande paz. Paz com sua alma, que é a paz interior, e paz com aqueles que o cercavam.
Ele fez a sua parte e Deus fez a Dele. Deus não faz o que podemos fazer. O que é possível nós fazermos, é de responsabilidade nossa. O Senhor nosso Deus é o Deus do impossível. “As coisas que são impossíveis aos homens, são possíveis para Deus”. Lc. 18:27.

Abraços.

Zigomar.


Um comentário:

Ivon Pereira da Silva disse...

Continuo aprendendo com suas maravilhas. Obrigado, amado irmão. Deus te abençoe.