segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Deus não faz o que nos é possível fazermos.

Um exemplo de Gideão.
O povo de Israel, por causa de sua desobediência, estava à mercê dos seus inimigos. Deus havia dito que nunca invalidaria a Sua aliança com eles. Mas a aliança, o acordo, era para ser com Deus e não com os moradores da terra. Era para o povo de Israel, ter derrubado os altares todos, onde outros deuses eram adorados e cultuados. Mas o povo não obedeceu e fez tudo ao contrário. Então o Senhor não pôde fazer a Sua parte, expulsando os moradores daquela terra, e, ainda mais, aquele povo seria como espinhos nas suas ilhargas (cinturas) e os deuses deles seriam por laço ao povo de Deus.
O tempo foi passando e o povo foi se esquecendo do que Moisés e Josué lhes falara a respeito da obediência ao Senhor e do castigo da desobediência. Js. 24. O povo deixou ao Senhor e serviu aos Baalins, que eram os “espíritos protetores” daqueles povos; serviu também a Baal e a Astarote.
Por causa disto, pelo fato do povo não fazer a sua parte na aliança, feita com o Senhor, a ira do Senhor se acendeu contra eles, e, consequentemente ficaram sem defesa diante de seus inimigos. Os Israelitas que estavam em grande aflição, para fugir e se esconder dos inimigos, fizeram cavernas nas montanhas, na tentativa de se refugiar e de preservar seus alimentos para que não fossem saqueados pelos Midianitas, Amalequitas e outros povos que subiam do oriente contra eles. Por sete anos, eles tiveram essa luta tremenda, plantando pouco e colhendo quase nada. O pouco que colhiam, era saqueado, tanto o alimento como todo o seus rebanhos. Empobrecidos, miseráveis e indefesos, os filhos de Israel clamaram ao Senhor.
O Senhor misericordioso, veio através de um profeta, falou ao povo, fazendo-o lembrar das palavras de Moisés, de Josué, de como eles saíram do Egito e foram guardados e supridos pelo Senhor o Deus Todo Poderoso. Mas eles, os israelitas, haviam se esquecido Dele, então de quem era a culpa? Quem deixou de ser fiel no cumprimento da aliança, do contrato? Quem deixou de fazer a sua parte? Mas tudo bem, eu ouvi o clamor de vocês e vou livrar-lhes desse povo pagão.
 Foi aí que o Senhor veio a Gideão filho de Joás. Gideão foi o sexto juiz em Israel. Naquele tempo, sempre se levantava juiz para julgar o povo. Eram homens escolhidos por Deus mesmo. Mas o povo, como o passar do tempo, voltava a se esquecer de Deus. Não era diferente dos dias de hoje.
Gideão era um homem precavido. Ele, no momento em que veio o Anjo do Senhor debaixo de um carvalho, estava malhando (batendo) trigo no lagar.
Lagar, na verdade, não era o lugar apropriado para malhar trigo; era lugar de malhar, pisar, espremer, frutas, tais como uvas, para fazer vinho, azeitonas, para fazer azeite, etc. Mas era o lugar mais seguro que tinha para bater o pouco trigo que ele havia colhido, e conservá-lo escondido para que não fosse visto e saqueado pelos inimigos. Naquele momento em que ele estava trabalhando, apareceu-lhe o Anjo do Senhor e disse: “O Senhor é contigo, home valente”. Gideão, depois de discutir e reclamar muito com o Anjo do Senhor ouviu dele: “Vai nesta tua força, porque livrarás o meu povo das mãos dos Midianitas; porventura não te enviei eu?” Jz. 6:14. Gideão acatou a ideia, acreditando que realmente tudo aquilo era de Deus; o Anjo era realmente quem dissera ser, e realmente livraria o povo através dele; fez um sacrifício ao Senhor e começou seu trabalho a favor do seu povo; tomando dez homens a noite, pegou um boi de seu pai, não apenas um boi qualquer, mas, o segundo boi, como ordenara o Anjo; o segundo boi, um boi de sete anos. O número sete tem como simbolismo nas Escrituras, a perfeição de Deus. E o segundo boi representa Cristo. Em 1 Co 15. 22, 45-47, 49 lemos o seguinte: “Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo”, e ainda: “Pois assim está escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente. O último Adão, porém, é espírito vivificante. Mas não é o primeiro o espiritual, e sim o natural; depois, o espiritual. O primeiro homem, formado da terra, é terreno; o segundo homem é do céu ... E, assim como trouxemos a imagem do que é terreno, devemos trazer também a imagem do celestial”.
Gideão não só derrubou o altar de Baal, ele derrubou também todo o bosque que o cercava e construiu um altar ao Senhor Deus de Israel e ofereceu em sacrifício, aquele segundo boi ao Senhor Deus. O povo enfurecido, todos aqueles poderosos Midianitas, Amalequitas e os demais povos daquela região a quem todo o povo de Israel temia, estavam no encalço de Gideão para matá-lo. Mas O Espírito do Senhor estava com ele, revestindo-o de poder. Apesar de estar consciente disto, preferiu fazer uns testes para ver se realmente se confirmava tudo o que o Anjo falou que faria através dele. Após a confirmação em cada teste, Gideão novamente madrugou e juntamente com alguns da tribo de
Manassés, Aser, Zebulon e Naftali, foram à luta com trinta e dois mil homens.
Mas o Senhor achou muito e pediu para que ele diminuísse o exército para que não houvesse motivo para glória da parte dos homens. Gideão que havia testado a Deus, agora testaria ao povo. O Anjo mandou que se apregoasse aos ouvidos do povo, as dificuldades que eles enfrentariam. Quem tivesse com medo que se retirasse imediatamente, apressadamente, das montanhas de Gileade onde estavam. Jesus Cristo também fez esse teste com uma multidão que o seguiam, mostrando as dificuldades que os discípulos enfrentariam. Lc. 14:25-27. E quase todos se foram.  Aqui com Gideão também se foi um grande percentual. A grande maioria; vinte dois mil.
Mas O Senhor ainda achou que era muita gente. Pediu para que Gideão fizesse o teste da imprudência que é leviandade, relaxo, e, da negligência que é o descuido, e da imperícia, que é a falta de experiência ou preparo. Depois deste teste que valeu para avaliar os três fatores, sobraram apenas trezentos homens. Ou seja, foram reprovados quase noventa e nove por cento ao todo. Mas, Gideão parece não ter se espantado. Mandou todos os reprovados, cada um para sua tenda com tudo o que tinham e os trezentos apenas, reteve cosigo. Trezentos e três homens, ao que me parece, contando Gideão, seu moço e os trezentos, contra uma multidão inumerável com um rebanho de camelos que eram como a areia do mar, segundo a Bíblia, e, provavelmente, muita provisão. Mas a provisão de Gideão, o homem valoroso, vinha do próprio Deus. Agora estava com mais trezentos e um, que também eram valorosos. De uma forma espetacular, com buzinas e cântaros vazios e com tochas acesas neles ao invés de água. Dividindo o grupo em três, cada grupo de cem, chegando à extremidade do arraial do inimigo, quebraram os cântaros e tocaram as buzinas, sem sair do lugar, conforme Gideão também fazia, e gritaram: “espada do Senhor e de Gideão”.
Gideão e seus homens, desbarataram todos os inimigos que, amalucados, fugiram gritando e matando uns aos outro a espada, pensando estar lutando contra os Israelitas. Os que fugiram foram perseguidos e mortos, um por um.
Durante quarenta anos o povo de Israel viveu em paz com Gideão. Deus mandou e ele obedeceu. Ele e os homens que com ele estavam fizeram sua parte, e Deus, fizeram a parte Dele. Até que ponto estamos dispostos a fazer o que Deus nos manda? Gideão era homem valente, mas se submeteu a vontade de Deus, com apenas trezentos homens, tocando buzinas, parados e jogando os cântaros no chão, numa guerra de inimigos apavorantes e cruéis. Josué, diante da muralha de Jericó, ficou dando voltinhas, sem fazer barulhos durante sete dias e no sétimo, tocaram apenas as trombetas e as muralhas ruíram. Se Deus desse uma ordem destas hoje para qualquer comandante, qual seria a reação? Às vezes achamos que parece não fazer sentido algum, mas, se conhecemos ao Deus a quem servimos, apenas devemos obedecê-Lo, com a coragem, disposição e organização que teve Gideão, fazendo a nossa parte, porque Deus não faz aquilo que nós podemos fazer.


Um comentário:

Ivon Pereira da Silva disse...

Amado irmão, mais uma vez, estou aprendendo mais da palavra de Deus, com os seus maravilhosos estudos.