quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Deus é um só!


Izaias Resplandes


Um domingo, Dia do Senhor. Então convidei uma vizinha para ir à Igreja, na Escola Dominical e ela então me disse que iria à noite, mas na igreja dela e completou que sua igreja era outra, diferente da minha, que era a Católica. “Mas”, continuou, “Deus é um só, não é?”, perguntou-me, ao que eu concordei: “Sim, Deus é um só!”, embora haja quem deposite a sua confiança em muitos outros entes, criaturas e ídolos, como se estes tais também fossem Deus. Mas para nós, Deus realmente é um só (1 Co 8:4b-7a).
Não existem privilégios de igrejas locais em relação a Deus. Ele opera em todo lugar, em tudo e em todos, da maneira que previamente estabeleceu. Alguns ele salva e outros ele condena. Em alguns ele aplica a sua misericórdia e em outros, a sua justiça. Tudo de acordo com o disposto em Sua Palavra (Ez 18). E ninguém tem o direito de questioná-lo em coisa alguma, posto que ninguém é merecedor de qualquer coisa da parte de Deus (Mt 20:1-15).
Deus realmente é um só, embora em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo (Mt 28:19, 1 Co 12:4-6, 2 Co 13:13). Mas, apesar disso, Ele está do lado de fora de muitas comunidades ditas cristãs (Ap 3:15-20).
As pessoas, desde tempos remotos pensaram em buscar um lugar especial para cultuar a Deus. Fizeram-se muitos templos. Deus se agradou de alguns, certamente. Jesus, inclusive, agiu com muito zelo em defesa de um desses lugares (Mt 21:12). Todavia, o lugar não é mais importante para Deus do que a pessoa (Jo 4:20-24). E, com certeza Deus prefere habitar em nossos corações, antes de qualquer outro lugar (1 Co 3:16, 6:19).
Nesse sentido, ao invés de polêmicas e discussões infundadas, o que devemos fazer é abrir os nossos corações para recebermos ao Filho de Deus, o Deus Unigênito (Jo 1:18) que se fez carne e habitou entre nós (Jo 1:14) e que é o único que pode nos dar a salvação (At 4:12). Devemos fazer isso, porque isso sim, é uma atitude que nos torna iguais a Jesus no coração de Deus, que nos torna seus filhos por causa disso (Jo 1:12) e herdeiros do reino dos céus juntamente com Ele (Rm 8:17).
Deus realmente é um só e o seu plano é salvá-lo, pois ele não deseja que nenhum ser humano perca a salvação, senão que todos sejam salvos (2 Pe:3:9b). Esse também é o nosso desejo e o objetivo de nossa pregação foi sensibilizá-lo sobre a sua situação e estimulá-lo a tomar a decisão de receber a Cristo como seu Senhor e Salvador. Espero que isso tenha acontecido e que você abra o seu coração para Jesus, pois como disse o apóstolo Paulo a Timóteo: “Há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo homem” (1 Tm 2:5). Que Deus nos abençoe!
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Obs.: A foto que ilustra esse artigo é de irmãos neotestamentários durante o Retiro de Poxoréu, no ano de 2006. Foto de Isaías Almeida.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

O capacete da consciência

Izaias Resplandes

É preciso mudar de idéia a respeito do uso do capacete por parte dos usuários de motocicletas – aqui entendido como sendo qualquer das espécies do gênero. Faz-se necessário colocar o capacete não apenas na cabeça, uma vez ou outra. Em que pese a tautologia abusiva, é preciso fixá-lo na consciência como uma idéia obsessiva, de que se deve usá-lo como meio de proteção, como garantia da própria segurança. Não se usa o capacete por causa da polícia ou da fiscalização de trânsito, para evitar multas ou coisas assim. O capacete foi criado para garantir a segurança de seu usuário. Quantas vidas já foram salvas em acidentes de trânsito, tão somente porque os ocupantes da moto utilizavam esse equipamento? E quantas já se perderam simplesmente porque o uso do capacete foi ignorado? Inúmeras, em ambos os casos.
Entendendo-se como lei todas as espécies normativas, pode-se dizer que ela exige e obriga o uso do capacete. É nesse sentido que dispõe a Resolução Contran nº 203, de 29 de setembro de 2006. Além de dizer que o uso do capacete é obrigatório, ela estabelece que eles devam ser certificados pelo INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial, de acordo com o regulamento de avaliação da conformidade por ele aprovado. Segundo a norma, o capacete deve ter aposto nas suas partes traseiras e laterais, dispositivos reflexivos de segurança, bem como o selo do INMETRO na parte externa ou uma etiqueta interna comprovando que o produto foi realmente certificado.
“Então, além de obrigar o uso do capacete, a lei ainda vem com esse monte de exigências!” – temos ouvido de muitas pessoas por aí. Pois é. É isso o que diz a lei. Todavia, o mais importante não é o que ela diz. O que vale mesmo é aquilo que está escrito na consciência de cada um. É claro que a lei tem efeito erga omnes, obrigando a toda pessoa, mas se pensarmos bem, ela é instituída para aqueles que não têm consciência da importância e da necessidade de se obedecer aos seus preceitos. Na questão do capacete, por exemplo, o que é de se ver é a segurança e a proteção do usuário e não o simples texto legal. Aquele que observa apenas a lei é um cidadão míope e não é capaz de ver o que realmente tem importância. É alguém que dá mais valor à penalidade do que à própria vida. Se o céu se refere à vida eterna e o inferno a condenação, então não devemos preferir aquele apenas para nos livrarmos da condenação neste, mas porque o primeiro nos oferece a vida, contra a qual não existe nada mais importante, nem no plano material e tampouco no espiritual.
A Bíblia traz na carta de Paulo aos Romanos um pequeno texto que ilustra maravilhosamente essas idéias, dizendo assim:

Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas. De modo que aquele que se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos condenação. Porque os magistrados não são para temor, quando se faz o bem, e sim quando se faz o mal. Queres tu não temer a autoridade? Faze o bem e terás louvor dela, visto que a autoridade é ministro de Deus para teu bem. Entretanto, se fizeres o mal, teme; porque não é sem motivo que ela traz a espada; pois é ministro de Deus, vingador, para castigar o que pratica o mal. É necessário que lhe estejais sujeitos, não somente por causa do temor da punição, mas também por dever de consciência (Rm 13:1-5).
Se nós somos usuários das motos, ao invés de ficarmos discutindo sobre a legitimidade ou não de usarmos os antigos capacetes, adquiridos antes da exigência da certificação (que tem seus fundamentos), o melhor mesmo é nos adequarmos aos novos tempos e passarmos a usar sempre o capacete certificado pelo INMETRO. Afinal, devemos ter a garantia de que estamos usando um capacete adequado, fabricado seguindo um rigoroso controle de qualidade e elaborado apenas para salvaguardar a nossa integridade física. Mesmo que o nosso velho capacete pareça bom, devemos fazer um esforço para substituí-lo por um que seja melhor, o mais breve possível.
É de destacar que existe na página do INMETRO na internet uma recomendação do órgão de metrologia ao DENATRAN. Pede-se que as autoridades de trânsito sejam orientadas no sentido de que, ao detectarem o uso de capacete sem a devida identificação da conformidade, antes da aplicação das penalidades previstas, realizem uma pesquisa na página institucional do INMETRO na Internet. É de ver se o produto realmente não foi certificado antes de sua venda, para evitar injustiças com o cidadão que cumpriu a lei.
É de ver ainda que, embora a Resolução do Contran nº. 203 seja datada de 29 de setembro de 2006, o Regulamento a respeito da adequação dos capacetes pela indústria, somente foi editado como anexo da Portaria nº. 392, de 25 de outubro de 2007, sendo que, no mesmo, ainda ficou estabelecido um prazo de 90 dias para as providências necessárias, ou seja, até 25 de janeiro de 2008.

Por fim, é de observar que a Resolução nº. 203 do CONTRAN orienta que a autoridade de trânsito e seus agentes, ao abordar um motociclista trafegando em via publica, deve verificar:
1) Se o condutor e o passageiro estejam utilizando capacete(s) motociclístico(s), certificados pelo INMETRO;
2) Se o capacete ostenta afixado no parte de traz do casco, o selo holográfico do INMETRO, conforme definição;
3) Na ausência do selo holográfico do INMETRO, examinar existência da logomarca do INMETRO, na etiqueta interna do capacete, especificada na norma NBR7471;
4) O estado geral do capacete, buscando avarias ou danos que identifiquem a sua inadequação para o uso.
5) A existência de dispositivo retrorrefletivo de segurança como especificado nesta Resolução.
Eis aí as orientações, tanto legais quanto educacionais. Sigamos ambas, todavia com prioridade para aquela que valoriza mais a nossa cabeça, lembrando que o uso do capacete certificado não deve visar apenas atender à exigência legal, mas principalmente a nossa consciência e os nossos valores fundamentais. Afinal, é a nossa vida que está em jogo. Muito mais do que querer criar problemas, o espírito da norma é somente a proteção da vida, um dos objetivos da criação do Estado Social.

Tenhamos em mente a lição do filósofo, escritor e jurista Cícero (foto), o qual dizia: “A minha consciência tem para mim mais peso do que a opinião do mundo inteiro”. Uma orientação assim pode ser fundamental para que fiquemos mais vivos e que o capacete não fique apenas em nossa cabeça, mas também em nossa consciência.

sábado, 12 de janeiro de 2008

As potencialidades do crente

Izaias Resplandes

Ser perfeito. Esse foi o desejo de Deus quando criou o homem “muito bom” (Gn 1:31). Todavia, o “muito bom” não é sinônimo de definitivo, pronto e acabado. Mas traz o sentido de que, no devir, esse homem poderá ser aperfeiçoado até atingir o seu clímax – ser de fato semelhante a Deus (Gn 1:26). O homem não foi criado como um ser perfeito, mas como potencialmente perfeito. Isso quer dizer que ainda não era tudo o que poderia ser, mas possuía a capacidade de, no tempo de sua vida, crescer e se desenvolver até atingir esse grau de maturidade espiritual. O Éden foi o período da infância do homem. Adão e Eva eram crianças. Estavam começando a descobrir o mundo que Deus criara e a respeito do qual receberam o “dominai” (Gn 1:28), a ordem divina para conquistar.
É de observar que ao homem criado e posto no Jardim do Éden, cabia a obrigação de laborar para obter o seu sustento. Nesse sentido, embora “muito bom”, pode-se vê-lo como um ser imperfeito, uma vez que ainda tinha que fazer alguma coisa para sobreviver. Apesar das árvores frutíferas e dos animais estarem ali à sua disposição, precisavam ser dominados e cultivados para lhe servir de sustento (Gn 1:28-30; 2:15). É importante percebermos isso para que possamos compreender porque não havia a necessidade de que Deus desse tudo de mão beijada para o homem. É de ver que Ele o criara um ser com capacidade de dominar e transformar o mundo, que também era dinâmico, conforme as necessidades de seu dia-a-dia. Nesse sentido, pode-se dizer que o homem fosse um ser perfeito, um que se adapta maravilhosamente às circunstâncias. É provável que esse seja o sentido empregado por Paulo, na carta aos filipenses, quando diz que “somos perfeitos” (Fp 3:15).
Destarte, somos seres imperfeitos, mas com potencialidade para atingir a perfeição. Esta se dará no tempo de vida do homem, começando nos primórdios da infância e indo até o fim da maturidade, período em que crescerá e se desenvolverá espiritualmente. “E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro. Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor” (Ef 4:11-16).

O pecado, desde os tempos do Éden, tem estragado bastante a obra de Deus, mas na essência, o homem continua tendo em si o potencial divino para a perfeição – o alvo a ser atingido por todos. Mesmo porque, é de observar, Deus nunca abandonou a sua criação. Como é sabido foi Ele mesmo quem planejou a salvação do homem das conseqüências de seus atos pecaminosos. Ele “nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele. Para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade” (Ef 1:4-5).
Ser potencialmente perfeito não significa que não possamos errar, cair ou afastar de Deus. O livre arbítrio nos coloca frente a todas essas possibilidades. Ele nos permite escolher o que queremos e, ao fazer isso, poderemos escolher mal. O bonito de tudo isso é que nós temos a capacidade intrínseca de corrigir o percurso, de levantar e de voltar novamente para os braços de Deus, para o refúgio da sombra de suas asas (Ez 18:20-23: Sl 91; 1Jo 2:1).
Em geral se erra porque não se conhece. O erro deliberado é a exceção. Jesus disse que os saduceus erravam, porque não conheciam as Escrituras e nem o poder de Deus (Mt 22:29). O conhecimento ilumina o caminho. É incompreensível que alguém, vendo o caminho certo, com toda clareza, mesmo assim insista em ir pelo caminho errado. Para esse tal não há remédio salvador. Nós, às vezes erramos querendo acertar. Este erra simplesmente porque quer errar. O autor de Hebreus fala dessas pessoas que erram deliberadamente (Hb 10:26). Pedro também (2 Pe 3:5). E quantas pessoas nós conhecemos que agem assim! E sabemos que é triste o seu destino (Hb 10:29-31). Infelizmente, para esses, se não voltarem ao caminho, não há salvação.
Como visto no texto de Ef 4:11-16, o objetivo do desenvolvimento das potencialidades do crente é a “unidade da fé, o conhecimento do Filho de Deus e o ser um homem perfeito”. Isso não é algo que acontece da noite para o dia, como que por explosão. O processo se dá por meio da evolução. “Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3:12-14). Terá, portanto, a duração de uma vida. Exige muita dedicação, persistência e disciplina.

É de destacar que o reino dos céus é o “prêmio da soberana vocação”. Para conquistá-lo, há que se empreender esforço e muita vontade, pois “desde os dias de João Batista até agora, o reino dos céus é tomado por esforço, e [somente] os que se esforçam se apoderam dele” (Mt 11:12).
É muito importante que compreendamos isso. Porque há muitos irmãos, preciosos para Deus, que estão parados. Não fazem nada, nem mesmo aquilo que deve fazer todo dia, como cuidar de si mesmos. É de lembrar a recomendação de Paulo a Timóteo, para que “tivesse cuidado dele mesmo e da doutrina” (1 Tm 4:16). Aceitar Jesus, comparecer às reuniões da igreja, contribuir financeiramente e coisas assim são atitudes necessárias. Todo crente deve fazer isso. Mas não é o suficiente para apoiar “aqueles que pensam estar de pé” porque fazem essas coisas. Paulo nos alerta no sentido de que tenhamos cuidado para não cair (1 Co 10:12). De forma análoga à situação prevista em 1 Co 9:16, nós não temos nenhum motivo para contar vantagens, se apenas praticamos as coisas elementares da vida cristã. Aproveitando as palavras de Jesus, quando observou que os fariseus faziam pequenas coisas e deixavam de lado as mais importantes, também nesse caso podemos dizer a cada um: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas!” (Mt 23:23)
É preciso avançar. É preciso progredir (1 Tm 4:15). É preciso ir além dos princípios e crescer. É o que nos ensina a Palavra de Deus: “Pois, com efeito, quando devíeis ser mestres, atendendo ao tempo decorrido, tendes, novamente, necessidade de alguém que vos ensine, de novo, quais são os princípios elementares dos oráculos de Deus; assim, vos tornastes como necessitados de leite e não de alimento sólido” (Hb 5:12). “Por isso, pondo de parte os princípios elementares da doutrina de Cristo, deixemo-nos levar para o que é perfeito, não lançando, de novo, a base do arrependimento de obras mortas e da fé em Deus”.

É quase certo que muitos “crentes” serão rejeitados no dia do Senhor, simplesmente porque não entenderam o seu papel na história da Igreja, ou porque entenderam mas se fizeram de desentendidos para não assumir responsabilidades. Tenhamos isso em conta. “Vós, pois, amados, prevenidos como estais de antemão, acautelai-vos; não suceda que, arrastados pelo erro desses insubordinados, descaiais da vossa própria firmeza; antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a glória, tanto agora como no dia eterno” (2 Pe 3:17-18). Saiamos do comodismo e do marasma. Que Deus nos abençoe para que possamos ser e fazer amanhã, muito mais do que conseguimos no dia de hoje. Isso é desenvolver nossas potencialidades espirituais.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

O Casamento Religioso

Izaias Resplandes

Desde que o cristianismo se tornou religião oficial no império romano, até 1804, quando foi publicado o Código Civil Napoleônico, não havia casamento civil em nenhum lugar do mundo, embora a Inglaterra já o admitisse. O casamento era somente religioso, não era assunto de Estado e sua disciplina normativa era apenas a religiosa. Era celebrado pelo sacerdote da Igreja à qual pertenciam os nubentes. Assim havia sido decidido pelo Concílio de Trento[1], conforme registra Aguirre: "el pacto, el consorcio, el acuerdo de varón y mujer libres y hábiles de unirse para toda la vida en relación conyugal, este pacto reglado por el derecho canónico, entre bautizados es necesariamente sacramento. De allí que exclusivamente la Iglesia tiene competencia sobre este tipo de matrimonio" (AGUIRRE, José Amado, op. cit., p. 41). Era assunto do Direito Canônico, exclusivamente.

No Brasil, o casamento civil surgiu a partir da ocorrência de alguns conflitos. Nesse sentido, seguindo orientações da ICAR – Igreja Católica Apostólica Romana –, foi instituído o registro do casamento civil apenas para os acatólicos. O casamento dos católicos continuava sendo registrado pela própria ICAR. A Lei 1.144, de 11 de setembro de 1861, disciplinada pelo Regulamento nº. 3.069 de 17 de abril de 1863 veio a tratar do assunto. Posteriormente, Constituição Federal do Brasil de 1891, decretando a separação entre a Igreja e o Estado, acabou com o casamento religioso. Em seu art. 72, § 4º., traz a declaração de direito que: "a República só reconhece o casamento civil, cuja celebração é gratuita".
A Constituição como lei que é e seguindo ao princípio de que a lei deve oficializar aquilo que a sociedade pensa a respeito de determinada matéria, entendeu que o casamento não poderia ser um direito exclusivo dos católicos. Todos tinham liberdade de se casar. Já que a ICAR não casava os protestantes, o Estado então decidiu, numa queda de braço com o catolicismo, que CASAMENTO mesmo seria somente o CIVIL. A partir daí todos os casamentos no Brasil passaram a ser civis, admitindo-se apenas, que as Igrejas, incluindo as protestantes, fizessem as celebrações religiosas, desde que somente para aqueles que já estivessem casados civilmente. Mas é de registrar que: “o casamento não foi inventado pelo legislador, preexiste ao direito positivo, antecede a cultura jurídica. Suas origens foram religiosas e sociais: “fueron los magos, hechiceros, brujos, sacerdotes, quienes oficiaban en nombre de la divinidad o divinidades. Por eso es congruente afirmar que el matrimonio siempre fue religioso, es decir, un hecho misterioso, un sacramento.” (AGUIRRE, José Amado. Matrimonio Civil y Matrimonio Canónico, p. 20.).
Ainda nesse assunto, um outro destaque deve ser feito no que se refere aos conflitos que surgiram entre a Igreja e o Estado por conta da oficialização do casamento civil. Quem se casava apenas no civil era visto pela Igreja como mantenedor de uma relação imoral e ilícita e aqueles que se casavam apenas na Igreja, perante o Estado, mantinham um concubinato.
As Constituições Federais de 1934 e de 1946 procuraram disciplinar esse conflito, instituindo o casamento religioso com efeitos civis. Na primeira, a habilitação deveria ser prévia e na segunda, poderia ser após.
Já Constituição Federal de 1988 (atual), ampliou as formas de constituição de família e facilitou o divórcio. À sua luz, considera-se família a união constituída pelo casamento civil, pelo casamento religioso com efeitos civis, pela união estável, e pela relação natural ou jurídica entre um genitor e sua prole.
Nesse sentido, tenho sido motivado a me referir ao casamento civil como um verdadeiro "crime" contra a liberdade religiosa assegurada pela Constituição, cuja origem se deu quando essa modalidade de casamento foi imposta aos protestantes, pela ICAR, quando esta era a igreja oficial do Brasil. Referido “crime” passou a ser apoiado pelo Estado quando este referendou a decisão religiosa. Mas, a partir do momento que o próprio Estado reconhece outras formas de constituir família além do casamento civil, como por exemplo, a união estável e o casamento religioso com efeitos civis, nós entendemos que ele já não atenta mais contra a liberdade. Hoje, quem está fazendo isso são os próprios evangélicos. A ICAR nunca reconheceu o direito do Estado de legislar sobre casamentos de católicos. Para ela, CASAMENTO é somente aquele feito com a bênção dos seus sacerdotes, de acordo com as decisões do Concílio de Trento. Eles se submetiam à lei apenas por causa do patrimônio, mas casamento mesmo era só o deles. Já os evangélicos, não! Casamento para esses, só o do Estado. A declaração do Juiz de Paz vale mais para os evangélicos, do que a bênção dos seus pastores que conhece e sempre acompanhou a vida dos jovens crentes. Isso para mim é um verdadeiro “crime” contra seus membros.
Em resumo: Um dia a ICAR impôs aos evangélicos o casamento civil. Veio o Estado de religião oficial e referendou a imposição, primeiro apenas para este, depois de forma geral. Todos ficaram obrigados a essa forma de constituição da família. Todavia, ocorreu a separação entre o Estado e a Igreja e aquele retirou seu referendo absoluto à imposição e reconheceu outras formas de constituição da família, inclusive a do casamento religioso. Mas os evangélicos ainda não romperam com a ICAR nesse sentido. Para eles, casamento mesmo é só o que a Igreja Católica lhes impôs naqueles tempos do Império. Isso para mim é um “crime” contra a liberdade religiosa dos evangélicos.
É claro que essa é a minha interpretação do assunto e isso quer dizer que respeito outras interpretações, inclusive a da minha igreja evangélica. Mas tenho certeza de que estamos perdendo a oportunidade de nos libertarmos das imposições católicas e de consolidarmos apenas o casamento religioso em nosso meio. Para mim, esse deve ser o verdadeiro CASAMENTO (do ponto de vista espiritual) e não o casamento civil. Já para efeitos civis e patrimoniais, não faz diferença que o Estado reconheça no CASAMENTO RELIGIOSO apenas uma UNIÃO ESTÁVEL haja vista que ele reconhece às duas instituições basicamente os mesmos direitos. É o que se pode depreender do texto constitucional. Registrar ou não o casamento, deve ser, como é, uma opção de cada um.
Art. 226 - A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 1º - O casamento é civil e gratuita a celebração.
2º - O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.
§ 3º - Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.
§ 4º - Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes.


“Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo 8:36).

[1] O Concílio de Trento, realizado de 1545 a 1563, foi o 19º concílio ecuménico, convocado pelo Papa Paulo III para assegurar a unidade de fé e a disciplina eclesiástica. A sua convocação surge no contexto da reacção da Igreja Católica à divisão que se vive na Europa do século XVI quanto à apreciação da Reforma Protestante. (Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Conc%C3%ADlio_de_Trento. Acesso em: 10/01/2008).

domingo, 6 de janeiro de 2008

Limites

Izaias Resplandes
“Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12:14). Todos os homens precisam de limites para que possam viver em paz uns com os outros. Thomas Hobbes (foto), filósofo inglês, no Leviathan, datado de 1651, defendia que a primeira lei natural do homem é a autopreservação, o que o induz a impor-se sobre os demais, o que faria da vida, uma guerra de todos contra todos, na qual o homem seria o lobo do homem. Nesse sentido, para que pudesse exercer os seus direitos, o homem abriria mão de parte deles em favor da autoridade constituída, para que esta lhe garantisse a possibilidade de usufruir plenamente dos demais direitos.
A princípio, a idéia de um homem “lobo-mau” pode nos parecer estranha. Mas se aprofundarmos no estudo das Escrituras a respeito do homem, com certeza teremos uma outra posição. Vejamos.
Em Gn 8:21, ao fim do dilúvio, quando a vida na terra fora destruída, Deus Pai afirma que os desígnios do homem são maus. “E o SENHOR aspirou o suave cheiro e disse consigo mesmo: Não tornarei a amaldiçoar a terra por causa do homem, porque é mau o desígnio íntimo do homem desde a sua mocidade; nem tornarei a ferir todo vivente, como fiz”.
Em Mt 7:11, ao fazer seu famoso sermão, Jesus também afirma que os homens são maus. Podem até fazer boas coisas, mas são maus! “Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem?”
Por último, podemos citar o apóstolo Paulo em Rm 3:10-17, onde ele faz uma descrição minuciosa do homem, da cabeça aos pés, por dentro e por fora. Diz ele: “Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer. A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua, urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios, a boca, eles a têm cheia de maldição e de amargura; são os seus pés velozes para derramar sangue, nos seus caminhos, há destruição e miséria; desconheceram o caminho da paz”.
Esse é o homem natural transformado pelo pecado, o qual inibiu e abafou a natureza divina do homem, enfatizando a sua natureza animal, muito parecida com a do lobo. Destarte, somente a paz pode canalizar a possibilidade de uma convivência harmônica entre os homens. E todos são sabedores do quanto tem sido difícil obtê-la. Quantas guerras! Quantas mortes! Quantos crimes! A maldade humana não conhece LIMITES. Mas, com certeza, precisa deles por demais. Se não houver limites, jamais haverá paz.
É costume ouvir que o direito de um termina onde começa o do outro. Mas quem garante isso? O Estado? Sabemos quão impotente essa instituição tem sido para resolver os conflitos humanos. Mas, sem dúvida alguma é um dos responsáveis por essa questão. A autoridade humana foi constituída por Deus, também para esse fim, conforme se pode depreender de Rm 13:3-4. “Porque os magistrados não são para temor, quando se faz o bem, e sim quando se faz o mal. Queres tu não temer a autoridade? Faze o bem e terás louvor dela, visto que a autoridade é ministro de Deus para teu bem. Entretanto, se fizeres o mal, teme; porque não é sem motivo que ela traz a espada; pois é ministro de Deus, vingador, para castigar o que pratica o mal”.
A verdade é que o plano de pacificação do homem foi engendrado pela própria Trindade, antes da fundação do mundo. Em Ef 1:3-4, Paulo faz a declaração a respeito dessa intenção de Deus em prol do homem, com o fim de torná-lo irrepreensível, reconhecedor e respeitador dos direitos do seu próximo. “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que... nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele”.
Jesus veio ao mundo para executar esse plano de paz, principalmente porque também havia uma animosidade entre o homem e Deus. Ambos eram inimigos. Isaías registra no capítulo 53:5 de seu livro a profecia a respeito da morte de Jesus para que os homens pudessem ter paz. Diz ele: “Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados”. Posteriormente, o evangelista João registra no capítulo 14:27 de seu evangelho, as palavras de Jesus a respeito do assunto. Segundo ele, o Mestre disse aos seus discípulos: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize”.
Vê-se, assim, o litígio estabelecido e o plano para restabelecer a paz entre Deus e os homens e, evidentemente, entre os homens entre si também. E para que tudo chegue a um bom termo, basta uma só palavrinha: LIMITES! Sem limites não há paz! Um dia, quando já estiver no Reino de Deus, não haverá mais a necessidade de se falar sobre esse assunto, uma vez que então o homem terá atingido a perfeição e viverá naturalmente dentro dos limites que lhe foram estabelecidos por Jesus, o Senhor, a quem Deus Pai entregará o domínio total de todo o Universo. Em Fp 2: 9-11, Paulo nos diz de Jesus, que “Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai”.
No céu haverá perfeição, mas até que cheguemos lá, devemos conhecer e andar segundo os limites estabelecidos diretamente por Deus, através de sua Palavra e, indiretamente, através de suas autoridades constituídas.
Nesse sentido, devemos obedecer aos princípios bíblicos e andar de acordo com eles. Jesus falou sobre isso e, certa vez, ao término de seu ensino, fez a conclusão pedagógica segundo a qual, devemos buscar aprender as coisas para pô-las em prática. Não há nenhum sentido em aprender por aprender. A verdade é que Deus sequer nos revela a sabedoria se o nosso propósito for o de simplesmente criar confusão. A sabedoria da vida e da paz é revelada para aquele que deseja tais conquistas. Então Jesus disse: “Ora, se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as praticardes” (Jo 13:17).
Sempre proclamamos o grande princípio da licitude. Todavia, também sempre tivemos a responsabilidade de destacar os seus corolários da conveniência, do domínio e da edificação. “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas” (1 Co 6:12). “Todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm; todas são lícitas, mas nem todas edificam” (1 Co 10:23).
Os corolários são as conseqüências que seguem os princípios. Eu posso fazer tudo, desde que eu atenda a conveniência cristã, exerça o domínio sobre a referida prática e com ela esteja contribuindo para a minha edificação, bem como a de meu próximo e a de toda a igreja. É de saber que estamos no mundo para dar continuidade à missão iniciada pelo nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Destarte, temos limites para as nossas ações, principalmente porque não somos cabeça, mas membros. Que não esqueçamos disso. Jesus é a cabeça que comanda, dirige e estabelece as conveniências e não nós. Os nossos limites de liberdade vão apenas até os limites da grande missão.
Que Deus nos abençoe e nos ajude a compreender e a andar pelos limites que Ele mesmo estabeleceu para nós desde a fundação do mundo.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Irmã Alventina

Aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo (Hb 9:27).
Há muitas coisas que imaginamos poder acontecer conosco algum dia. Para elas, nós nos preparamos o máximo possível, torcendo para que tudo dê certo conforme sonhamos. É assim que esperamos nos casar, constituir uma família, ter filhos, arrumar um bom emprego, ganhar algum dinheiro, viver bem e em paz com os nossos visinhos e com nós mesmos. Coisas assim nós esperamos que aconteça conosco. Por outro lado, há outras coisas que não esperamos como uma possibilidade de acontecer, mas como uma certeza. Nós sabemos que querendo ou não, vai acontecer mesmo. Uma destas coisas é a morte.
A morte não é uma coisa boa. Ela surgiu no mundo como uma pena a ser cumprida pelo homem, caso desobedecesse as Palavras de orientação que Deus lhe havia dado. Diz a Bíblia que Deus plantou um jardim com toda espécie de árvores frutíferas, boas para comer e agradáveis aos olhos. Dentre estas, Deus plantou também a árvore da prova da fidelidade do homem, a qual chamou de árvore do conhecimento. Então disse ao homem que poderia comer do fruto de todas as árvores, com exceção do fruto desta árvore. E disse-lhe que se comesse daquele fruto, certamente morreria. E aconteceu. O homem não resistiu à tentação, comeu do fruto proibido e arcou com as conseqüências de seu ato. Desde então, segundo a carta aos romanos, em virtude da ofensa do homem Adão ao seu Deus, “REINOU A MORTE” (5:17), passando “A TODOS OS HOMENS” (5:12), não simplesmente como uma herança maldita, mas “PORQUE TODOS PECARAM”. Assim o homem teve que aprender a conviver com a desagradável realidade de morrer um dia. E mesmo que muitos afirmem estar prontos para morrer, a grande maioria das pessoas gosta mesmo é de viver.
Irmã Alventina, que agora já está com Deus, era uma pessoa que gostava dessa vida. Ela tinha certeza de que “ESTAR COM CRISTO era MUITO MELHOR” (Fp 1:23), mas ela gostava de estar com seu marido, seus filhos e com os irmãos. No sítio onde vivia em companhia de seu esposo, o Irmão Coracindo, ela dizia que estava ali para gozar da vida e do fruto do seu trabalho. E ela não estava errada por gostar de viver. Quantos de nós não vivemos tristes e acabrunhados, gemendo e desmaiando ante os rigores dessa vida, ao invés de tirar dela o máximo de proveito para viver bem e em paz consigo mesmo e com os demais? Quantos não são assim! É por isso que em Hb 12:1-3 somos orientados a viver com alegria, mesmo nos tempos difíceis, seguindo o exemplo de Jesus e não desmaiando de tristezas e agonias. Diz o texto: Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus. Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos fatigueis, desmaiando em vossa alma.
Irmã Alventina via o lado bom da vida. Ela compreendia que estar com Cristo era muito melhor, mas isso não significava que sua vida aqui não pudesse ser boa, alegre e frutífera enquanto ela estivesse nesse mundo. Ela soube tirar essas vantagens enquanto viveu e foi uma pessoa feliz. Agora ela também já viu o Senhor Jesus de braços abertos, convidando-a para entrar no Céu onde ele está. Um dia nós também estaremos lá com eles. Jesus disse em Jo 14:1-3 - Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estiver, estejais vós também.
Dessa forma, se olharmos a morte com essa feição, não a temeremos. Ela não vai deixar de ser uma coisa ruim, não vai ser desejada, mas quando acontecer, ela nos fará o favor de nos colocar nos braços de Jesus. É isso que Paulo chama de incomparavelmente melhor em relação à morte.
Ainda poderíamos dizer muitas coisas a esse respeito. Deixaremos para outra oportunidade. Mas hoje ainda precisamos dizer um pouco mais dessa irmã e de sua história.
Alventina Constantino da Silva Rodrigues foi uma dos oito filhos de Limiro e Bernadina Constantino. Nasceu em 30/09/1945, na Fazenda Quebradentes, no município de torixoréu, MT. Aos 17 anos enamorou-se de Coracindo Rodrigues, casando-se com ele no dia 24/06/1962. Em sua companhia viveu 45 anos de matrimônio. Tiveram 11 filhos, três dos quais deixaram esta vida antes dela. Seus filhos lhe deixaram 13 netos. Morou no município de Torixoréu por 11 anos, em Santo Antônio do Leste por 20 anos e em Poxoréu, os últimos 14 anos de sua vida. Atualmente, vivia no Sítio Olho D’Água, no Assentamento Alminhas. Crente em Jesus, educou os filhos para servi-Lo de todo o coração. Faleceu em 02/01/2008.
Ao lembrarmos dela, tenhamos em mente que foi uma pessoa que “gostava de viver” e que por isso, ainda nesta vida, não somente ensinou aos filhos, como também ela própria se apossou da vida eterna que Deus oferece a todo aquele que recebe seu filho Jesus como Senhor e Salvador. Que também nós que não optamos, possamos fazer essa mesma escolha, a escolha de Alventina, a escolha da vida. Amém.

Casamento em Jaciara - MT

No dia 08 de dezembro de 2007, os irmãos Célio e Joelma se uniram em matrimônio. Eles são membros da Igreja Neotestamentária de Jaciara, onde aconteceu a festa. Ele é filho de Afonso Martins e Maria Aparecida da Silva Santos; ela, filha de Joel Custódio e Maria Aparecida Divino. Foi uma noite maravilhosa. Os noivos estavam lindos, muito alegres e felizes. A cerimônia foi presidida pelo Missionário Paulo César Moraes, contando com a presença de irmãos que vieram de Rondonópolis, Primavera do Leste, Cuiabá, Jaciara e Poxoréu. O local foi pequeno para receber os convidados. Isso, porém, não diminuiu o brilho da festa, pois os convivas se acomodaram como puderam, até mesma pelas janelas, para não perder nem um lance sequer. Cumprimentamos os noivos, desejando-lhes um futuro brilhante; que seu lar seja um pedaço do Paraíso aqui na Terra e que possam ter, em breve, a alegria de filhos correndo pela casa. Que Deus os abençoe!