domingo, 27 de maio de 2018

O atendimento ao idoso


O atendimento ao idoso
 
Izaias Resplandes de Sousa
A vida de um ser humano passa pelas fases de criança, adolescente, jovem, adulto e idoso. No Brasil, a criancice vai até os doze anos; a adolescência até os dezoito; o jovem é a pessoa com até vinte e nove anos; o adulto vai até os sessenta e o idoso é a pessoa com idade igual ou superior a 60 anos.
Maria Resplandes de Sousa (78)

O Estatuto do Idoso confere algumas vantagens para o idoso. São vários pontos. Quero destacar o que trata do atendimento ao idoso. A gente vê muitas pessoas que chegam a essa condição sendo colocadas por seus filhos em asilos ou casas semelhantes, às vezes são isolados na própria casa onde sempre viveu, ficando em situação de abandono por parte da família. É de ver ainda que alguns filhos ou cuidadores, costumam se apropriar dos benefícios de aposentadoria desses idosos para cuidar deles, mas não utilizam esses recursos para essa finalidade. E, por conta disso, referidos idosos são privados no atendimento de suas necessidades básicas.
O Estatuto do Idoso é a Lei n. 10.741, de 01 de outubro de 2003. Segundo ele, o idoso tem prioridade em ser atendido “por sua própria família, em detrimento do atendimento asilar, exceto dos que não a possuam ou careçam de condições de manutenção da própria sobrevivência”.
A lei estabelece que a prioridade é cuidar do idoso em casa. Essa é uma responsabilidade de sua própria família. Só é permitido levar para o asilo quando não há a família, ou quando essa não tem recursos suficientes para cuidar dela e de seu idoso.
A Bíblia também tem algumas referências que sustentam essa prioridade da lei brasileira.
Vejamos...
Dionizia Resplande de Carvalho (76)
Não repreendas asperamente o ancião, mas admoesta-o como a pai; aos moços como a irmãos; Às mulheres idosas, como a mães, às moças, como a irmãs, em toda a pureza. Honra as viúvas que verdadeiramente são viúvas. Mas, se alguma viúva tiver filhos, ou netos, aprendam primeiro a exercer piedade para com a sua própria família, e a recompensar seus pais; porque isto é bom e agradável diante de Deus (4). Ora, a que é verdadeiramente viúva e desamparada espera em Deus, e persevera de noite e de dia em rogos e orações; Mas a que vive em deleites, vivendo está morta. Manda, pois, estas coisas, para que elas sejam irrepreensíveis. Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel (8). Nunca seja inscrita viúva com menos de sessenta anos, e só a que tenha sido mulher de um só marido (9); Tendo testemunho de boas obras: Se criou os filhos, se exercitou hospitalidade, se lavou os pés aos santos, se socorreu os aflitos, se praticou toda a boa obra. Mas não admitas as viúvas mais novas, porque, quando se tornam levianas contra Cristo, querem casar-se; Tendo já a sua condenação por haverem aniquilado a primeira fé. E, além disto, aprendem também a andar ociosas de casa em casa; e não só ociosas, mas também paroleiras e curiosas, falando o que não convém. Quero, pois, que as que são moças se casem, gerem filhos, governem a casa, e não dêem ocasião ao adversário de maldizer; Porque já algumas se desviaram, indo após Satanás. Se algum crente ou alguma crente tem viúvas, socorra-as, e não se sobrecarregue a igreja, para que se possam sustentar as que deveras são viúvas. 1 Timóteo 5:1-16

Pastor Sebastião dos Santos
O texto fala dos idosos e dentre eles, faz alguns destaques para as viúvas idosas. A idade de 60 anos é posta como um marco (9). O cuidado com os seus, seus pais, suas viúvas e sua família é outro marco (4, 8).
Há muitas pessoas que se aposentam cedo, por conta de contribuição. É possível uma professora particular se aposentar com 46 anos de idade, por exemplo. E, por conta dessa aposentadoria, entendem que já possuem os privilégios do idoso. Querem cortar filas, entrando na frente dos outros; querem isenção de IPTU (tem muitos municípios que concedem esse benefício, se verificadas determinadas condições); querem viajar de graça nos ônibus, querem ocupar os assentos preferenciais e etc. Não é assim, nem a Lei e nem os princípios bíblicos.
A lei se refere a idosos e não a aposentados. idosos são pessoas com idade igual ou superior a 60 anos.
A lei diz que o exercício da prioridade no atendimento ao idoso cabe à família e não ao Estado e à sociedade em geral.
Por outro lado, a Bíblia fala naquelas mulheres que são verdadeiramente viúvas. E por paralelismo, que é um critério de interpretação legal, podemos entender que há também aqueles que são verdadeiramente idosos. Como assim?
Ora, diz a Bíblia que é verdadeiramente viúva, a mulher que não tem condições de cuidar de si mesma; e que não tem família que possa cuidar dela; que não tem filhos e netos (4). Não é porque a pessoa já tem 60 anos que tem de ser sustentada pelo Estado ou pela Igreja. É de se observar com rigor o princípio da necessidade.
Missionário Isaias da Silva Almeida
Vejamos… Eu agora sou idoso. Então devo me constituir um peso social? Não! Primeiro, pela Lei, eu posso trabalhar até os setenta anos, se tiver condições. Se posso trabalhar para os outros, posso cuidar de mim também; não preciso dos privilégios. Segundo, se não posso cuidar de mim, mas tenho família, filhos e netos que têm condições de fazê-lo, não tenho o direito de sobrecarregar o Estado e a Sociedade.
Eu vejo irmãos fortes e saudáveis cortando filas, reclamando para si os direitos de idoso, impondo-se sobre os demais só porque já têm 60 anos. Deixam irmãos que, apesar de mais jovens, às vezes são doentes, ou fracos e com menores condições físicas esperando chegar a sua vez, passando à frente deles só porque são idosos, o que é um absurdo!
Nós temos um princípio bíblico muito interessante. É o princípio da situação oposta. Quem quer ser o primeiro, aprenda a ser o último; quem quer ser servido, aprenda a servir. Vamos vê-lo…
Pastor Antônio Júlio Pinto e Missionário Isaias da Silva Almeida
O maior dentre vós será vosso servo. E o que a si mesmo se exaltar será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado. Mateus 23:11,12.
E eis que derradeiros há que serão os primeiros; e primeiros há que serão os derradeiros. Lucas 13:30.
E disse aos convidados uma parábola, reparando como escolhiam os primeiros assentos, dizendo-lhes: Quando por alguém fores convidado às bodas, não te assentes no primeiro lugar; não aconteça que esteja convidado outro mais digno do que tu; E, vindo o que te convidou a ti e a ele, te diga: Dá o lugar a este; e então, com vergonha, tenhas de tomar o derradeiro lugar. Mas, quando fores convidado, vai, e assenta-te no derradeiro lugar, para que, quando vier o que te convidou, te diga: Amigo, sobe mais para cima. Então terás honra diante dos que estiverem contigo à mesa. Porquanto qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado. Lucas 14:7-11.
É de ver que a Bíblia também critica as pessoas que buscam os primeiros lugares…
Missionário Ademar Soares de Lima
Queridos irmãos. Devemos aprender que estamos no mundo para servir aos demais e não para sermos servidos. Jesus deixou isso tão claro, tomando Ele como exemplo para nós. Assim diz a Palavra:
Qualquer que entre vós quiser ser grande, será vosso serviçal; E qualquer que dentre vós quiser ser o primeiro, será servo de todos. Porque o Filho do homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos. Marcos 10:43-45.
Pastor Ivon Pereira da Silva
Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. Na verdade, na verdade vos digo que não é o servo maior do que o seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou. Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes. João 13:14-17.
Devemos resistir e vencer esse desejo de ser o primeiro a ser servido, de ter algum direito a mais em relação aos demais e, pelo contrário, devemos tentar a todo custo desenvolver o dom de servir, de ficar satisfeito com os últimos lugares, de saber esperar pelos demais.
Pr Sebastião dos Santos, Prof. Izaias Resplandes e Pr Nanao Yamamoto
É claro que não devemos recusar ser honrados, quando as pessoas quiserem honrar-nos. Por exemplo, se o responsável pela organização de um evento determina que se sirvam primeiro aos idosos, mesmo que eles estejam fortes e possam esperar, vamos respeitar a vontade. O evento é dele e, nesse caso, ele dita as regras. O que questionamos não é o ato de ser honrado ou de receber honrarias, mas o de exigir tais privilégios. Se eu, apesar de ser idoso, sou forte e posso esperar, não é certo que eu exija o privilégio só porque a lei diz que o idoso deve ter preferência. Acima da lei dos homens, está a lei de Deus. E a lei de Deus não nos manda buscar privilégios para nós. Ela nos orienta a buscar vantagens para os outros, a trabalhar em favor dos demais e não apenas em benefício próprio. Em relação a nós mesmos, assim diz a Palavra:
Pastores Sebastião dos Santos e Délcio Vesenick
Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele. Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes. Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. 1 Timóteo 6:7-9.
Quem muito quer, pode acabar ficando sem nada. Quem quer muita honra, pode acabar sendo humilhado. Podemos e devemos buscar privilégios para outras pessoas que a gente vê que precisam deles, independente da idade. E se realmente são idosos e precisam, sim, devemos virar um leão na defesa do direito dessas pessoas. Mas nós, pessoalmente, se não necessitamos, contentamos em esperar a nossa vez, mesmo que sejamos idosos. Pode ser que alguém pense o contrário, mas é possível que estes que estão atropelando os verdadeiros necessitados para buscar privilégios para si, sem necessitar de verdade, venham ser deixados de fora no reino, porque não possuem o espírito de Cristo, que é de servir, de dar a vida, de se privar de seus direitos e de sempre atuar em favor de seus amigos. É assim a Palavra de Deus.
Diácono Nelson da Silva Queiroz, Pr. Ivon Pereira e Honório Luiz da Silva Neto
Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele. Romanos 8:9.
É de ver que não é porque eu prego a Palavra que eu já tenha uma vaga certa no Céu. Eu não tenho apenas que pregar a Palavra de Deus; eu tenho que vivê-la de verdade. Quantos vivem apenas da aparência cristã, mas não são verdadeiros cristãos! E por isso ficarão de fora do reino dos céus. Assim Jesus disse sobre isso:
Portanto, pelos seus frutos os conhecereis. Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade. Mateus 7:20-23.
Que não sejamos apenas teóricos, mas que sejamos, dia a dia, praticantes da Palavra de Deus. E quanto a ser salvo, isso não depende de nós. A salvação é um dom de Deus. Devemos viver para agradar a Deus, fazendo o que Ele determina em sua Palavra. Na verdade, quanto mais pensarmos e fazermos pelos outros, mas estaremos agindo no Espírito de Cristo, o que é agradável a Deus. Esse é o ensino. Que Deus nos abençoe e nos ajude a torná-lo uma realidade em nossas vidas. Amém!

sexta-feira, 25 de maio de 2018

Sexagenário


Sexagenário


E então eu cheguei aos sessenta em plena atividade. 

Creio que posso ser considerado um trabalhador.

Desde os meus tempos de menino, eu fui preparado para ser um trabalhador.
Meu pai nunca nos deixou na moleza. Nos trabalhos da roça, fui o aguadeiro. Cuidava da cabaça, mantendo-a sempre cheia, saciando a sede da peonada de meu pai. Nos trabalhos com o carro de bois, meu pai foi o carreiro e eu fui o candieiro. Ainda me recordo de Sombreiro e Sobrado, a junta de bois de guia, bem treinada e que obedecia cegamente aos meus chamados: vem cá, Sombreiro; vem cá, Sobrado.

Fazenda da Mata, Pé da Serra. Eu e mano Waldomiro 

Também trabalhei na foice e na enxada, a famosa mansinha, como era apelidada. Ajudava a carpir o quintal e roçar os pastos. Meu pai me avaliava como meio homem. O meu dia de serviços valia a metade do dia de um homem. Vivi no Pé da Serra, em Torixoréu, MT, até os dez anos, quando fui estudar em Alto Araguaia, MT.

Minhas Guarirobas 

Em Alto Araguaia, eu limpava a minha sala de aula todos os dias, em troca das mensalidades. Também vendia bolos para minha tia Marina; guarirobas ou guerobas, como nós as chamávamos, para o meu tio Irani. Eu vendia tudo o que me punham nas mãos e ganhava o dinheiro para comprar meus lanches e materiais didáticos. Fiz isso por dois anos (1869-1970).
Em 1971 nós mudamos para Goiânia. Ali também eu vendi de tudo: picolés, frutas, água, chocolates, pirulito de açucar. Fiz frete de mão nas feiras livres. Trabalhei como office boy, balconista de padaria e de mercearia, fui arrumador de banca nas feiras livres e também trabalhei como servente de pedreiro, ajudante geral e ainda ajudei o Chico a furar cisternas.
Comecei a trabalhar de carteira assinada, em dezembro de 1976, quando tinha 18 anos. Meu primeiro emprego foi como cobrador de ônibus, na HP Transportes Coletivos, onde fiquei por pouco tempo. Aliás, é de ver que naqueles primeiros anos de minha maioridade exerci o labor em várias empresas de Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso. Eu ficava pouco tempo em cada emprego. E meus empregos eram servicinhos sem muita importância. A atividade mais relevante que eu exerci nesse período foi a de Professor de uma sala multisseriada na Fazenda Passo Fundo, município de Cuiabá, MT. Ah, sim! Também fui dono de uma mercearia em Goiânia, GO.

No alto do Morro da Mesa, em Poxoréu, MT, com meus parentes: Elieth, Flávia, Dionice, Aberaldo e Aparecida dos Anjos. 

Em 01 de junho de 1981 comecei a trabalhar no DERMAT/RERO-5, em Poxoréu, MT. Em 01 de junho de 1985, também comecei a trabalhar na Prefeitura de Poxoréu, acumulando cargos públicos, onde exerci diversas funções. Em 17 de março de 1986, o Município assinou a minha Carteira de Trabalho como Supervisor de Educação. Em 1989 fiz concurso para Assistente Administrativo. Deixei o serviço público municipal em 2004, embora ainda tenha prestado alguns meses de serviço, posteriormente.

Poxoréu, MT 

Desde 1983 eu passei a exercer a cátedra na rede estadual de ensino de Mato Grosso, mais precisamente na cidade de Poxoréu.. Até 1990, eu fui professor interino. Em maio daquele ano tomei posse como professor efetivo das séries iniciais do primeiro grau. Em 1998, quando concluí o curso de Pedagogia, fui enquadrado como Professor de Educação Básica. Em 2004 eu concluí a Licenciatura em Matemática e em 08 de agosto de 2007, tendo sido aprovado em novo concurso público, tomei posse também como professor de Matemática.
Em 28 de março de 2018 eu me aposentei na cadeira de Pedagogia. E, atualmente, já tendo tempo de contribuição mais do que suficiente (são mais de 35 anos), estou tentando me aposentar também na cadeira de Matemática, a qual ainda estou exercendo na Escola Profª Juracy Macêdo, em Poxoréu, MT.

Creio que posso ser considerado um escritor.

Sempre gostei de escrever, mas, somente em 1982 eu comecei a publicar os meus escritos. Comecei escrevendo no Jornal Estudantil A SEIVA, que circulava na Escola Pe. César Albisetti, onde eu estudava o curso de Magistério.

Upeninos: Izaias, Luís Carlos, João,Dona Antônia e Joaquim Moreira, Professora Elienor e Genivá, João Batista, Gaudêncio, Zendaide e Josélia. 

Em 1983 eu fundei o Jornal Estudantil A Gazeta do Estudante, onde publicava as minhas ideias. Naquele mesmo eu fui convidado para assumir a Redação do Jornal Correio de Poxoréo, a ser mantido pela Prefeitura de Poxoréo. Aceitei o convite, começando as atividades em 01 de junho de 1983.
Ainda no ano de 1983, publiquei o livro Saudades e Melancolias, em co-autoria com Gaudêncio Filho Rosa de Amorim e Kautuzum de Araújo Coutinho.

Edições do Jornal O Upenino 

Em 31 de março de 1988, eu presidi uma reunião de sete pessoas, na qual decidimos fundar a União Poxorense de Escritores (UPE). Éramos Aquilino Souza Silva, Joaquim Moreira, João de Sousa, Enir Arge Conceição, Genivá Bezerra, Kautuzum de Araújo Coutinho e eu.
A Upenina nº 06 

Como upenino, membro da UPE, participei da publicação de dezenas de edições do Jornal O Upenino, bem como de sete edições da Revista A Upenina, sendo cinco impressas e duas eletrônicas.
Em 2004 participei como co-autor da edição do livro Antologia Poética: síntese da poesia upenina.
Por último, quero destacar as minhas publicações na rede mundial de computadores, onde mantenho alguns blogs, nos quais venho publicando todas as minhas novas produções, ao tempo em que estou tentando resgatar e publicar as produções mais antigas. Dentre minhas publicações eletrônicas mais recentes está o livro “A Família” - um conjunto de crônicas, artigos e poesias relacionadas com essa temática.
É de registrar, ainda, que tenho feito diversas publicações nos jornais da região, como A Gazeta, de Cuiabá; o Diário de Cuiabá; A Crônica, de Paranatinga; o Diário, de Primavera do Leste, o Noticiário Evangélico, de Campo Grande (MS), entre outros.

Eu creio também que posso ser chamado de um homem de Deus.

Acampamento Rio dos Crentes, propriedade da Igreja Neotestamentária 

Por muitos anos eu fiz o que me deu na testa. Desenvolvi três vícios: café, tabaco e álcool. Usei e abusei, até o dia em que compreendi que precisava parar. E com a ajuda de Deus, eu parei. E desde então dedico grande parte de minha vida para as atividades espirituais.
Sou membro da Igreja Evangélica Neotestamentária de Poxoréu. É de dizer que essa foi a primeira igreja evangélica a instalar-se no Município de Poxoréu. Sua primeira sede ficava na atual Praça da Liberdade, no local onde hoje está instalada a Igreja Presbiteriana do Brasil, a qual assumiu o nosso trabalho naquele local a partir da década de quarenta.
Em 1981, com a minha família morando em Poxoréu, por incentivo do Pastor Manoel Francisco Paulo, nós decidimos reativar o trabalho neotestamentário nesta cidade. Fiz parte da primeira Diretoria, como Presidente da Mesa Administrativa. Inicialmente, nossas reuniões aconteciam em um barraco de palhas, no bairro Jardim Tropical, mas, desde 01 de junho de 1985, a Igreja está instalada na Rua Osvaldo Cândido Pereira nº 70, Bairro Lagoa I.
Em 1994, eu fui eleito Pastor, exercendo o ministério ao lado do Pastor Valmi Resplande de Sousa (meu primo). Hoje, continuo à frente do trabalho, dividindo as responsabilidades com os demais irmãos, mas somos bem poucos membros. 

Creio que sou um homem de família.

Junto com a família nos meus 50 anos. 

Sou filho de Marcelino Argemiro de Sousa e dona Maria Resplandes de Sousa. Sou casado com dona Maria de Lourdes Resplandes, filha de Sebastião Rodrigues de Andrade e Gasparina Rosa de Andrade. Tenho três filhos: Ricardo (o caçula), Mariza (a do meio) e Fernando Resplandes, cassado com Mariana Nascimento Resplandes, com a qual possui dois filhos, Davi e Arthur, meus lindos netinhos. Eu amo a todos por demais.

E então, agora sou um sexagenário.

E esse sou eu. Um sessentão feliz com sua vida, com sua família e com suas realizações. Acredito que ainda tem muita água para correr no rio de minha existência. Estou forte, ativo, bem disposto e com muita vontade de continuar na vida até o dia em que Deus quiser.


Tenho o desejo de publicar mais três livros, consolidando as minhas produções: Emoções (poesias); Crônicas Poxoreanas (reflexões sobre a vida em Poxoréu); e, O maravilhoso mundo de Deus (reflexões bíblicas). Isso não significa que deixarei de produzir. Pelo contrário, enquanto houver luz em meus olhos e minha mente estiver lúcida, jamais pretendo deixar de fazer alguma coisa em favor da minha família, dos meus amigos, da minha cidade e de meu país.
Gosto muito de estar em contato com a Natureza. Faço isso todo dia, na Mata do Vô, o quintal de minha casa em Poxoréu, onde cultivo um pouco de cada coisa. Tenho gosto de ver cada planta crescer, florescer e dar seus frutos. Eu pensava em ter uma fazenda, mas não cheguei a tanto. De forma que estou satisfeito em ter uma casa com um belo quintal. Não adianta ter muita terra e não fazer nada nela.
A terra precisa cumprir sua função social. Tem que produzir. Nós precisamos de alimentos, de flores, de frutos. A terra precisa ser bem cuidada para que possa nos atender em nossas necessidades.
Agradeço a Deus, aos familiares de perto e aos de longe, aos irmãos de fé e aos irmãos de lutas sociais e culturais, aos colegas de trabalho e a todos que participaram da minha vida, e que, de alguma forma, têm me ajudado a chegar ao topo dos meus sessenta anos.

Família: Izaias, Mariza, Fernando, Arthur, Davi, Mariana, Lourdes e Ricardo. Aniversário de 7 anos do Davi. 

E depois disso, o que mais posso dizer? Creio que um bom pedido seja: e que venham outros sessenta, como complemento para a minha melhor idade! Obrigado.

Poxoréu, MT, 25 de maio de 2018.

Izaias Resplandes de Sousa, agora sexagenário.

quinta-feira, 17 de maio de 2018

Pantanal Extremo

VIAGEM A COLÔNIA SÃO DOMIGOS

 
A colônia são domingos é um povoado muito antigo, inicialmente habitada por índios, depois foi chegando outros povos e foram misturando e se tornando uma colônia formada por pequenos agricultores onde viviam das plantações de banana, cana de açúcar, laranja, e outras lavouras plantadas apenas para o consumo e sustento de suas famílias.Se tratando de indígenas a sua cultura era voltada para os rituais de feitiçaria, era um povo festeiros, realizavam festas pagam como a festa do Divino, são Sebastião etc. Com o passar do tempo esse povoado foi se espalhando, principalmente migrando para a cidade e os fazendeiros foram comprando suas propriedades e tomando posse de suas terras, hoje é habitada por poucas famílias, algo em torno de 100 famílias e a agricultura acabou, esses trabalhadores vivem de pequenas criações de gado e também trabalham nas fazendas vizinhas como diaristas e ainda muitos são aposentados e apenas moram nos lotes não tendo mais condições de trabalhar.

Localizada na margem direita do rio taquari a uma distância aproximada de 140 km de Corumbá,

  não tem transporte público, único meio de transporte mais acessível são os barcos que fazem transporte de carga, passageiros e também animais como o gado da região que não tem como ser levado por comitivas de boiadas, pelo fato que o custo é alto e não vale apena.

As lanchas por sua vez realizam linha semanal, saindo de Corumbá todas as quartas e quinta feiras no horário de 11h30 minuto, com a estratégia de chegar nos principais portos durante o dia tanto na ida como no retorno, onde são realizados os embarque e desembarque dos passageiros cargas e animais. Os moradores das comunidades localizadas na região de do paiaguáis, se deslocam de seus sitio ou fazenda e vão ao encontro das lanchas com objetivo de levar condução para os passageiros que estão chegando, levar os que vão seguir viagem, também receber mercadoria da cidade a imagem acima é característica nos dias de chegada das lanchas no porto. O meio de transporte mais comum e cavalo carro de boi e tratores.


Esses trabalhadores em função da dificuldade para se locomover até Corumbá ou Ladário demoram muito tempo para ir a cidade tem Casos de pessoas que passam mais de três anos sem sair da região, quando precisam de alguma coisa fazem encomenda com os próprios donos de lanchas, ou parente na cidade e assim vão levando a vida. Quando tem algum problema de saúde fazem automedicação e principalmente remédio caseiro, sendo assim uma comunidade esquecida pelo poder público.

Já alguns anos foi inicialmente criado um projeto chamado povo das aguas, depois virou lei, onde as comunidades são assistidas com dentistas, médicos, psicólogos, assistentes sociais, barbeiros, etc.

 
Indo na colônia são Domingos, propriamente dito, presenciei cenas tristes sítios abandonados, pessoas que moram em condições precárias sem água sem agasalhos, roupas de cama, mesa e banho, muitos andam ainda descalços, as crianças crescem sem saber fazer o higiene pessoal, como higiene bucal e corporal pois a assistência dada pelo estado fazem muita extração dos dentes quando já não tem mais jeito de tratar em outros casos é feita a restauração e aplicação flúor  por dentistas e assistentes voluntários sendo preciso um trabalho mais efetivo com orientação e prevenção. Existe uma única escola mantida pelo município porem tem apenas o ensino fundamental com 30 crianças matriculas, todos  que concluem o estudo no nono ano é obrigado a vir para cidade ou está condenado a parar de estudar começando a trabalhar se manter, questionei essa condição diante da casa da cidadania fui orientado a fazer um levantamento de quantas pessoas que estão nessa situação e levar até eles para tentarem montar curso especifico para atender essa demanda através do estado, considerando que o ensino médio é competência do estado.

Conversando com a Senhora Elizama da casa da cidadania da Secretaria de assistência social de Corumbá, fui informado que a equipe de trabalho é pequena e atendem todas as regiões pantaneiras, dentro do município de Corumbá e Ladário, considerando ainda que o custo é muito alto, o barco e também os botes são locados de empresas de turismo, como estamos na temporada de pesca o turismo está em alta por isso os donos de lanchas com estrutura para esse trabalho cobra um valor  elevado para compensar o que teoricamente estaria recebendo se estivesse atendendo o turismo. Também já buscaram parceiro na área jurídica e também justiça eleitoral, por ser identificadas a necessidade da realização desse trabalho,  por que muitos desses trabalhadores não tem documento, não tem título eleitoral, muitas mães não recebem pensão alimentícia por não conhecer ou não ter condições de procurar a justiça da cidade para exigir seus direitos legais, mas não conseguiram pelo fato que os profissionais da área precisariam receber diárias e a prefeituras não tem recurso para bancar essas despesas, segundo ela foi levantada também a necessidade de agasalhos, cobertores, chinelos, etc., mas não conseguiram parceria pois uma solução seria buscar junta a receita federal roupas e agasalhos apreendidos para doar, mas não foi possível, considerando que existe uma lei municipal que proíbe a doação de qualquer produto ou materiais de órgão federal para estadual ou municipal porem a solução seria fazer parceria com as entidades filantrópicas sem fim lucrativos para receber essas doações junto a receita federal e posteriormente doar para as comunidades ribeirinhas.
                Muitos desses trabalhadores já conhecem o evangelho, uns através de programas de rádio e outros por meio de irmãos de outras denominações que vão até a região pregando a palavra de Deus, muitos desses irmãos não sabem ler, conhecem a palavra de Deus apenas por ouvir, já existe uma congregação na colônia o Pastor que realiza esse trabalho mora em Corumbá, vai periodicamente para dar apoio aos irmãos que são membros da igreja local.
Matias Silva - Pr. Igreja da Nova Corumbá - Corumba,MS - Pantaneiro.