quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Saudade!

Uma homenagem ao “Alemão”, e que “Alemão”!!

No ano de 1.981 eu o conheci em Cuiabá-MT. Foi amor à primeira vista. Conversei com minha esposa Rosangela que estávamos precisando dele, porque nesta época já tínhamos o nosso primeiro filho, o Israel, e estava chegando o segundo, o Luiz Roberto. Dois anos depois nasceu nossa filha Isangela. Esse “alemão” muito nos serviu. Ele não estava bem cuidado, mas quando chegou em casa eu o levei ao médico*. Ficou bem “sarado”.
Não reclamava de nada, não bebia água, mas por ser quente a cidade, gostava de banho. Com ele fazíamos visitas a vários lugares, alguns bem distantes. Quando tinha um doente, lá ia o alemão. Ele chegou a fazer mudanças, com sua força carregava móveis; até mesmo nubentes carregou nos braços.
Como missionários, no ano de 1.985 mudamos para Porto Alegre-RS. Levamos o nosso companheiro “Alemão”, lá sim foi um grande companheiro! Devido às baixas temperaturas e chuvas, muito nos ajudou. Continuava a servir a nós e a irmandade do sul. Em Porto Alegre, alguns irmãos moraram conosco, e cooperaram com a obra ali. São Eles os irmãos. Altair de Souza (da igreja de Ladário), Lociano Toledo (da igreja de Cuiabá), Délio A. da Costa e Lídia dos Santos (das igrejas da Frei Mariano e Duque de Caixas, respectivamente), o missionário Argentino Luiz Servián, e por último o irmão Paulo Moraes (da igreja de Cuiabá), hoje missionário em Jaciara-MT. Estes também foram servidos pelo “Alemão”.
Todos os anos saíamos de Porto Alegre para estar com os irmãos das igrejas de nossa cidade natal, que é Corumbá-MS. Ele era o nosso grande companheiro. Às vezes ficava cansado da longa caminhada. Outras vezes viajava para o Paraguai, Argentina. Esteve ainda na Bolívia com os irmãos de Puerto Suares, em diversas ocasiões.
Novamente tivemos que mudar para uma cidade do interior do Mato Grosso do Sul, Coxim, distante da capital 250 km. Isso foi em janeiro de 1.992. Em Coxim todo mundo conhecia o missionário e o seu “alemão”, que eram inseparáveis. Já cansado, continuava a fazer sua tarefa. Trazia caju para que pudéssemos fazer doce e assim aumentar a renda.. Certa vez, fomos buscar piqui (uma fruta do cerrado, que se faz com arroz ou com frango), e nesse dia ele se sujou todo. Tive que lhe dar um bom banho. Há dias em que me arrependo de ter colocado o “alemão” para buscar os piquis.
Quatro anos se passaram. Os filhos já eram adolescentes, e ainda em virtude da construção do escritório da missão, mudamos para Campo Grande-MS. Chegamos em janeiro de 1.997, lá vem o “Alemão” conosco. Já bem cansado, não tinha mais coragem de ir com o “Alemão” para as estradas. Mas, na cidade de Campo Grande o “Alemão” era visto andando daqui para ali. Na construção do escritório da missão o “Alemão” deu uma grande mão. Buscava material de construção. Às vezes faltava cimento, lá ia atrás; faltava prego – corre “Alemão”!
Todos envelhecem e precisam de cuidados especiais, também o “Alemão” envelheceu.
O irmão Nanao Yamamoto, presbítero da Igreja de Campo Grande sempre estava preocupado com o nosso “Alemão”. Queria que desfizéssemos do nosso querido “Alemão”, não era fácil! Já se haviam passado 20 anos de serviço para os santos. O irmão Nanao não desistiu. Conversando com alguns irmãos das Igrejas, resolveram que deveríamos desfazer do nosso “Alemão”. Em outubro de 2001, ele foi parar em outros braços... Foi substituído por um “Italiano”. Que lindo “Italiano”! Em nossa primeira viagem missionária com o “Italiano”, ele nos levou para o sul do país. Dessa viagem só poderei falar no próximo ....

Por (ISA)2

*Médico= oficina

O "alemão" na Garagem em Campo Grande-MSo adeus numa garagem de automóvel. Em 6 dias foi vendido...



 O irmão Erasmo Mendes de Poxoréu,MT e Isaias(no meio da ponte) e "alemão"
 interior do Mato Grosso (ano1.982)

O "alemão" em frente ao local da Igreja em Porto Alegre

2 comentários:

Zigomar disse...

Esse Alemão ficou realmente na história né?! Eu tive o privilégio que poucos tiveram, o de dirigir o alemão! Mas como tudo se renova, vamos renovar! Vamos de Itália! Tô nessa!

Prof. Izaias Resplandes disse...

Vi esse alemão circulando muitas vezes aqui pela nossa querida Poxoréu. É uma parte de sua vida.irmão Isaias. É bom ter histórias para contar. É sinal de que estamos vivos e ativos. Que os italianos sejam úteis a você como foi esse alemão. Belo texto.