Arcelino Paiva da Silva, presbítero da igreja
neotestamentária da rua Frei Mariano em Corumbá – MS, faleceu hoje às 4 horas
da manhã, aos 87 anos no hospital de Caridade de Corumbá
Ele nasceu em Quixadá, Ceará, no dia 02 de abril de
1.925. Converteu-se aos 12 anos de idade quando ainda morava na sua terra
natal. Casou-se em Corumbá – MS, com Jandira, carinhosamente chamada de
“Janda”. Tiveram 4 filhas: Vera, Solange, Susana e Marilene e 1 filho: Daniel
Davi da Silva. Estes filhos lhes deram oito netos e dois bisnetos.
O irmão Arcelino, como gostava de ser chamado, foi um
homem de hábitos simples, fé inabalável e convicções profundas. Já na juventude
foi exemplo pela conduta e coerência na vida cristã. Aos 27 anos, em 1.952,
quinze anos após ter se convertido, foi escolhido como presbítero juntamente
com mais dois companheiros: João Alves Ferreira e Demétrio dos Santos. Mais
tarde, tornaram-se seus companheiros de ministério Edson Ferreira (+), Délcio
Luis Vesenick, Paulo Campos (+) e Vitor Paulo Campos. Atualmente tinha como
companheiro apenas o Pr. Eliseu da Silva Campos. O irmão Arcelino completou
esse ano, sessenta anos no
ministério de pastorear a
igreja do Senhor Jesus
Cristo. Bodas de diamante no ministério. Apesar do título de presbítero ou pastor que
lhe foi dado em função do ministério, a sua extrema simplicidade não lhe
permitia recebê-lo. Entendia que o título de pastor deveria ser dado somente ao
Senhor Jesus Cristo, o Sumo Pastor. Entretanto, isso não afetou em nada o seu
ministério pastoral nem o respeito, carinho e admiração do rebanho que ele
cuidava. Todos respeitavam a sua posição e ele era tão somente: irmão Arcelino,
Tio Arcelino ou “Tio Arce”, como lhe apelidaram carinhosamente alguns jovens.
Era um homem de poucas palavras, mas enérgico e
vigoroso no trabalho do Senhor. Mesmo sem cultura secular tomou conta do
noticiário evangélico, durante muitos anos. Traduziu livros e artigos do
espanhol para o português sem saber o espanhol. Voltou a escola, fazendo o
segundo grau porque sentia necessidade de melhorar o português para continuar
trabalhando com a literatura cristã. Entretanto, não concluiu os estudos porque
não queria perder os cultos.
Devido a sua
natureza humilde, não hesitava em recorrer a outros irmãos para ajudá-lo na
tarefa de tradução e correção de artigos. Era extremamente zeloso dos escritos
originais e da doutrina. Preocupava-se não só com a pureza da doutrina no
Brasil, mas ainda fora dele. Tanto que seu último desejo era corrigir e imprimir
o livro de doutrina da igreja, escrito pelo fundador da Missão
Neotestamentária, ir. Alexandre Hay, em espanhol. Esta
tarefa ficou inacabada, não por sua causa, mas pelo tempo que lhe foi
abreviado. Outros, com certeza, cumprirão o seu desejo.
No plano secular, era funcionário da Capitânia dos
Portos. Todos os anos, ao tirar as suas férias, ele as gastava no Acampamento
de Antônio Maria Coelho, trabalhando pesado para receber os irmãos e
missionários. Era o seu prazer. Nunca o ouvi reclamar desse trabalho. Tinha
prazer em servir, em fazer o melhor para o Senhor e para os irmãos.
Ao ser chamado hoje, pelo Mestre, pelo seu Senhor, por
aquele por quem ele viveu todos os dias de sua vida terrena, imagino o seu
gozo, a sua alegria! Sei que nos dias finais da sua vida ele deveria pensar
como o apóstolo Paulo: “Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é
lucro. Entretanto, se o viver na carne traz fruto para o meu trabalho, já não
sei o que hei de escolher. Ora, de um lado, estou constrangido, tendo o desejo
de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor. Mas, por vossa
causa, é mais necessário permanecer na carne. E, convencido disto, estou certo
de que ficarei e permanecerei com todos vós, para o vosso progresso e gozo da
fé.”
Tenho certeza queridos, que se pudéssemos ouvir a voz
desse fiel servo do nosso Grande Deus, ele se dirigiria a nós com as palavras
de Filipenses 2:1-12.
AMÉM
Rosangela Lins Almeida
Um comentário:
Que lindo relato! Tive muita vontade de rever o irmão Arcelino nesses últimos anos, mas Deus não permitiu e não estou insatisfeito com isso. Queria conversar com ele sobre uma vez em que estive em Corumbá, nos anos 80. Mas tudo bem. Talvez tenha sido melhor não conversar sobre coisas tão antigas. Esquecendo das coisas que para trás ficam, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação em Cristo Jesus (é que ele iria me dizer). Estou tranquilo com relação a essa conversa. Queria conversar sobre casamento de meu irmão que ele fez, mas também não deveria falar nada, acho. Então está tudo bem. Rogo força e consolo para todos os que estiverem tristes com a partida de Irmão Arcelino Paiva, principalmente aos seus familiares.
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