sábado, 2 de agosto de 2014

O princípio da cooperação



O princípio da cooperação

Prof. Izaias Resplandes


Sede perfeitos!
Certamente há muitas maneiras de alcançarmos a perfeição naquilo que nós fazemos. Não pretendemos esgotar o tema com esta preleção. Tão somente esperamos oferecer algumas linhas de raciocínio que possam nos ajudar a aperfeiçoar as nossas ações, de forma que nós possamos agradar a Deus com os nossos atos.
Deus nos mostrou que a parceria é uma excelente alternativa para se obter a perfeição.  Melhor do que o "eu" e o "você", é o "nós". A força da obra realizada por duas pessoas não é igual à soma da força de um com a força do outro, consideradas isoladamente. Se somarmos o que um faz, com o que o outro faz, o resultado será menor do que aquilo que for produzido pelos dois, de forma conjunta. É por isso que o Pregador diz no livro de Eclesiastes: 1) que o trabalho de dois terá melhor remuneração do que o de cada um, produzido isoladamente (4:9); 2) que um, estando sozinho, vier a cair, não terá quem o levante, ao passo que, se estiver juntamente com outro, se cair este o levantará (4:10); 3) que, se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só, como se aquentará? (4:11) e que, se alguém prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa (4:12).



Jesus queria que os seus discípulos fossem eficientes no cumprimento da missão que haveria de dar para eles executarem após a sua morte.  E assim, ao  prepará-los para esse empreendimento, enviou-os em duplas, em missões preparatórias para a missão que seria a finalidade de suas vidas. Um seria o escudo e a proteção do outro;  um seria a coragem e a força de seu  companheiro. E desse modo deveriam ser bem sucedidos, como de fato foram, regressando entusiasmados com o sucesso de suas ações, principalmente por verem que até os espíritos se encurvavam diante deles.
A cooperação é o fundamento de uma obra bem realizada, de uma obra de sucesso.  Trago da minha infância uma ilustração muito interessante de parceria. A vida dos animais atrelados por uma corda e duas moitas de capim colocadas em pontos distantes uma da outra. E aí aqueles animais tentavam comer o capim, cada um a sua própria moita. E não conseguiam porque a distância entre o ponto em que estavam originariamente e a moita de capim era maior do que a metade da corda e os prendiam. E assim fracassavam, porque cada um somente pensava em si mesmo, se é que animal pensa.  Mas, ao decidirem pela parceria, comendo os dois uma das muitas de cada vez,  obtiveram sucesso.  Aqui vemos a importância da parceria. E essa lição da natureza serve também para o homem. É uma solução divina. Deus deixou-a à disposição do homem para que a descobrisse e usasse em suas tarefas cotidianas.



 Observar... Descobrir... Fazer igual o modelo divino impregnado em toda a criação do universo: eis aí a fórmula do sucesso.  E a principal alternativa de solução dos problemas diários enfrentados pelo homem, está fundamentada no princípio da cooperação de todos. É com a justa cooperação de cada um, que se chega ao resultado desejado por todos.  E essa lição de parceria nós encontramos muito bem ilustrada na natureza, tornando  verdadeira a afirmação de que tudo o que de Deus se pode conhecer e esteja revelado na criação,  porque Deus o revelou.
Todas as pessoas podem participar na realização de uma obra. Alguns pensam que não podem ajudar porque não entendem do assunto e exige pessoas mais especializadas para fazê-la; já outros, acham que a obra é de pequena importância e pode ser realizada por pessoas com menos capacitação do que a sua. Vejam que paradoxo. Uns não fazem porque se sentem desqualificados; e outros porque se sentem qualificados demais. Na verdade o que se vê diante de um retrato desses é uma falta de vontade política de fazer acontecer.  E quem pensa dessa forma não está andando no espírito de Cristo; e diz a Bíblia que "se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele". 



Jesus nunca foi preguiçoso. Pelo contrário, às vezes trabalhava até fora de hora e em dias que a religião do seu povo não recomendava trabalhar. Talvez o meu interlocutor saiba ou já tenha ouvido alguém dizer que o Senhor Jesus era judeu e que, quando veio ao mundo, fez muitas obras no dia de sábado, dia que os judeus consideravam sagrado, sendo reservado exclusivamente para o descanso, nele não se podendo realizar nenhuma obra. Por esse motivo, ele foi muito criticado pelo seu próprio povo. Todavia, nenhuma dessas críticas recebidas mudou os seus planos. Para ele, ajudar alguém que necessitava de sua ação era algo fundamental e não poderia sofrer a nenhuma limitação, por mais importante que fosse. Ele dizia: “meu trabalha até essa hora e eu trabalho também”.
É fato que todos podem colaborar em uma obra. Cada um fará o que sabe fazer. A mão fará o trabalho da mão e o pé, o trabalho do pé. O servente ajudará o pedreiro, o carpinteiro, o ferreiro, o pintor e outros profissionais do ramo. Então precisaremos muito mais de serventes, do que de profissionais especialistas. Disso ninguém duvida. Pois esse é mais um dos princípios de sabedoria que Deus deixou arraigados em sua criação para que o homem descobrisse e utilizasse. Aquilo que normalmente recebe menos honra, normalmente é o de que mais se precisa.

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