sábado, 24 de novembro de 2007

Considerações sobre a missão


III – CONSIDERAÇÕES SOBRE A MISSÃO.

Feitas pelo Missionário Isaías Almeida. Inicialmente ele distribuiu um livreto contendo “Orientações para o dirigente e o pregador”, de autoria do missionário Oliver W. Chandler. Em seguida falou sobre a importância de que o tema seja estudado com esses irmãos. Atendendo a solicitação de irmãos, foi proposto e aceito por todos, a realização de um Encontro de Presbíteros e Diáconos em Campo Grande, MS, na Estância Aconchego, nos dias 1 e 2 de maio de 2008. É importante que os presbíteros e diáconos participem do evento. Quanto maior for o número de participantes, melhor. Em seguida o missionário Isaías falou de seu projeto de ir ao Amazonas em 2008 e deixou um convite para os irmãos que desejarem acompanhá-lo. A missionária Rosângela Almeida pediu orações em favor de um casal de irmãos do Amazonas que desejam vir conhecer as igrejas do sul – Válber Farias Abecassis e Josiane Eleutério Coelho. Eles foram muito úteis aos irmãos Isaías e Rosângela, quando organizaram a sua última viagem missionária ao Amazonas.
Em seguida tratou-se da criação e da regulamentação de um Fundo Financeiro para a Saúde dos Missionários da UMNT. Sugeriram-se alguns critérios para que as igrejas cooperem com o fundo, caso desejem. Os irmãos presentes foram questionados se desejavam realmente contribuir com o fundo. Todos manifestaram o desejo de contribuir, optando a maioria por um percentual de 5% (cinco por cento) sobre as receitas da igreja local, o qual será creditado para a UMNT juntamente com a contribuição já realizada para a manutenção da obra missionária.
Aproveitando a oportunidade, Isaías destacou a importância de que os tesoureiros façam relatórios para a Igreja sobre a situação financeira da mesma. Alguns irmãos compartilharam suas experiências. Rondonópolis faz relatórios bimestrais; Poxoréu faz relatório mensal. Outras igrejas têm procedimentos semelhantes. Isaías também orientou no sentido de que não se deixe dinheiro nos cofres dos locais, para que se evitem possíveis aborrecimentos. Foi dito também para que os irmãos não fiquem muito tempo com o dinheiro destinando à contribuição. Que façam as contribuições no domingo para que seja logo recolhido pelos tesoureiros e que quota-parte da missão seja logo encaminhada para a UMNT. Disse que muitas vezes a UMNT faz antecipação da quota-parte trimestral aos missionários. Nesse sentido, é importante que os repasses das igrejas sejam em intervalos mais regulares.
A título de conhecimento e procurando dar maior transparência às atividades da missão, Isaías Almeida informou aos presentes que os missionários firmaram termos de comodato com a UMNT em relação aos imóveis que estão utilizando, a fim de assegurar que no futuro não se tenham experiências desagradáveis a respeito dessa questão.
A respeito do Acampamento de Poxoréu, ficou decidido que será convidado o casal de missionários José Maria e Liliane Iturriaga para cooperarem com estudos durante o Retiro de Famílias de 2008. Também se decidiu que as reuniões durante os próximos retiros serão de 1h e 20 min, distribuídas entre 20 minutos para cânticos e uma hora para estudos. Decidiu-se também que haverá apenas três reuniões, sendo uma pela manhã, outra à tarde e outra à noite. No domingo haverá também a Ceia do Senhor na parte da manhã e, havendo batismos, estes também serão feitos pela manhã. Haverá horários especiais para oficinas específicas.

Finalizando esse tópico, a missionária Rosângela Almeida destacou a importância de que os professores de crianças levem material de apoio para realizar o seu trabalho, haja vista que não é fácil de se obter a concentração das crianças durante uma hora, apenas usando a palavra.

Estatuto para as Igrejas

IV – PROPOSTA DE ESTATUTO PARA AS IGREJAS LOCAIS.

Reconhecendo a necessidade de reforma dos Estatutos Sociais das diversas igrejas locais, os presentes analisaram uma proposta para se realizar as adequações necessárias. Nos debates, alguns aspectos foram melhorados. A cópia alterada fica anexa ao presente relatório. Será apresentado futuramente pela UMNT, o Código de Ética para as Igrejas, contendo os “Princípios e Métodos Neotestamentários”, o qual também deve constar como anexo do novo Estatuto da Igreja Local. A proposta de Estatuto será reapreciada no Encontro de Presbíteros e Diáconos de Campo Grande, em maio de 2008.

Condições para os missionários

V – CONDIÇÕES PARA OS MISSIONÁRIOS. É sabido que os missionários possuem diversas dificuldades para exercer o seu trabalho. Dentre essas se destaca a de locomoção. Nesse sentido, foi apresentado aos irmãos um caso pontual relacionado com o trabalho dos missionários Ademar e Elizabeth Lima, hoje atuando na cidade de Tangará da Serra. Trata-se de uma cidade grande, com bairros afastados, tornando-se muito difícil o deslocamento dos referidos missionários.
Nesse sentido, foi apresentada uma proposta para aquisição por parte das igrejas, de um veículo para apoiar o trabalho dos mesmos. Após sua análise, decidiu-se pela utilização da Conta Poupança nº. 110 990-1, Variação: 01, Agência n°. 4211-0, Banco do Brasil, da UMNT, para a realização dos depósitos, observando o seguinte: os depósitos de Sorriso deverão terminar com 1. Ex.: R$ 1,00; R$ 11,00; R$ 101,00; R$ 1.001,00; etc.; os depósitos de Cuiabá (Cristo Rei) deverão terminar em 2. Ex.: R$ 2,00; R$ 22,00; R$ 102,00; os depósitos de Cuiabá (Bosque da Saúde) devem terminar em 3; os de Sorriso (São José) em 4; os de Sinop em 5; os de Barão de Melgaço em 6; os de Nova Olímpia em 7; os de Rondonópolis em 8; os de Primavera do Leste em 9; os de Jaciara em 0; os de Poxoréu serão acrescidos de R$ 0,10. Ex.: R$ 9,10; R$ 100,10, etc. As igrejas não representadas e que desejarem cooperar com esse projeto, assumindo um compromisso, devem entrar em contato com o missionário Isaías da Silva Almeida.

Modelo para evangelização

VI – MODELO PARA EVANGELIZAÇÃO. O tema foi apresentado pelo irmão Ivon Pereira da Silva. Lendo Mc 16:15-16, disse que a Missão Neotestamentária foi fundada em 1902 e que desde aquele tempo se vem pregando o Evangelho em nosso meio, mantendo-se um grande amor pelas almas. Todavia, nesses tempos modernos, o amor pelos perdidos tem diminuído, o que requer uma sincera reflexão sobre a questão. Baseando-se em Is 6:1 e segs., destacou que agora é a nossa vez de dizer com Isaías o “eis-me aqui, envia-me a mim” à pergunta de Deus: “a quem enviarei?” e demonstrar o nosso amor pelas almas sem rumo. Se nós somos convertidos e vemos as almas sedentas, é nosso dever ir ao seu encontro. Por outro lado, não podemos ir de qualquer maneira. É importante que tenhamos um modelo para a nossa ação de evangelização. Nesse sentido, apresentou como sugestão uma experiência que está desenvolvendo no rádio, em Cuiabá, onde apresenta músicas e mensagens evangelísticas. Em seu entendimento essa é uma experiência que pode ser aplicada em outros lugares. Para tanto, requer apenas que estejamos dispostos a investir uma parte dos recursos da igreja nesse projeto e, talvez, investir menos em construções. Em sua visão, estamos investindo mais em prédios do que na evangelização dos perdidos. Em sua conclusão disse que estamos deixando de ir atrás dos peixes ao longo do rio, para aguardá-los em nosso ponto de pesca, o nosso templo. O rádio é uma sugestão de modelo. Podemos ter outros, mas devemos ter um, concluiu.

O irmão Roque falou de sua experiência, dizendo que desenvolveu o seu amor pelas almas, indo de casa em casa em companhia de outros irmãos mais experientes, como Isaías, Ivon e Ademar e que tentou fazer o mesmo em Barão de Melgaço, mas sentiu que os jovens que o acompanhavam não estavam preparados. Nesse sentido, entendeu que, primeiro deveria prepará-los para depois ir ao campo com eles.

O irmão Izaias Resplandes apresentou a sua experiência com a divulgação de mensagens pela Internet e por meio dos jornais da região, dizendo que tem tido uma boa acolhida. Em seu entendimento, há muitos modelos e cada um deve utilizar aquele que está de acordo com o seu talento. O irmão Odenil falou da dificuldade para evangelizar no entorno do local e que tem visto bons resultados no trabalho que está sendo realizado por diversos irmãos, em outros locais da cidade. David Decker disse que todos os métodos impessoais como rádio e Internet, por exemplo, são muito úteis, mas é necessário que haja um envolvimento pessoal. Lembrou o método que Jesus deixou: fazer a evangelização em duplas. Finalizou dizendo que já temos um compromisso com o Senhor. Falta apenas que “depressa”, cumpramos os nossos votos.

O irmão Gilson falou de sua experiência. Disse que se converteu em casa, após os irmãos de Campo Grande realizarem diversos cultos ali. Em seu entender, o culto pode dar certo, sendo realizado em qualquer lugar, em casas, nas praças, nos presídios, etc, porque quem faz a obra é o Espírito Santo. Leu Mt 6:19-21, destacou que o tesouro do Senhor Jesus é formado pelas almas. Se colocarmos o nosso empenho em favor delas, seremos bem sucedidos, qualquer que seja a forma de agir.
A irmã Mildre disse que, no seu entendimento, o ideal é que marido e mulher façam o trabalho juntos e, em seguida expôs a sua experiência e o método que utiliza. A irmã Lillian Toledo disse que é importante crermos nos resultados da evangelização. Às vezes saímos para evangelizar por evangelizar, mas não acreditamos que o Espírito Santo vai fazer a obra e que, se houver essa fé nos resultados, com certeza vamos obtê-los. O missionário Isaías falou de outros métodos e concluiu que qualquer um deles pode dar resultado, desde que seja posto em prática. A irmã Rosângela Almeida fez uma síntese das idéias. Destacou que é necessário ter amor pelas ovelhas e ter um conhecimento básico das Escrituras. Disse que há, pelo menos cinco coisas que se precisa dizer ao pecador: 1) o amor de Deus (Jo 3:16), 2) a condição de pecador (Rm 3:23), 3) o sacrifício de Cristo (1 Co 15:3), 4) a necessidade de crer em Jesus (At 16:31) e, 5) o crescimento espiritual (2 Pe 3:18). Por último disse que seria necessário fazer um treinamento por meio de cursos de evangelismo. Ao concluir o tema, ficou decidido que serão realizadas oficinas, visando esse treinamento durante o Retiro de Poxoréu.

Música nas igrejas

VII – MÚSICA NAS IGREJAS.
O tema foi apresentado pelo irmão Odenil, com base em Cl 3:16. Em seguida se pronunciou o irmão Lociano, com base em Ap 18:2-4, entendendo que o louvor é a porta usada para o crescimento da “grande Babilônia”. David Decker pronunciou sobre o tema dizendo que o nosso hinário “Hinos e Cânticos” é muito rico, mas bem pouco explorado. Temos deixado de aprender e cantar muitos deles para cantar as músicas produzidas pelos cantores modernos. Leu Ef 5:19 e se posicionou sobre a necessidade de se ter critérios a respeito do assunto.

O irmão Antônio Júlio, lendo 1 Co 14:7-8, disse que a maioria dos “coros” tem sido trazidos para a Igreja pelos jovens. Na verdade, eles gostam dos cantores, trazendo os coros por causa deles e todos acabamos por cantá-los. Nesse assunto, devemos ser capazes de reter o que é bom. O missionário Isaías observou que nós temos tido bênçãos e divisões na igreja por causa da música. O problema não está relacionado com os instrumentos, mas com os músicos. É de observar que muitos deles nem levam ou lêem a Bíblia nos cultos. Em seu entendimento, esse é um assunto que deve ser examinado por cada igreja.

O irmão Ivon disse assustar-se com o fato de muitos cantores terem migrado para o mundo evangélico e estarem hoje influenciando os nossos jovens. Observou que os arranjadores das produções dos cantores evangélicos são os mesmos dos cantores seculares. O missionário Paulo Moraes disse que nós temos de dar importância aos hinos e coros do nosso hinário. Disse que em Jaciara eles fazem um culto de louvor, mas apenas com esses hinos. Quanto a coreografias, não consegue admiti-las. Entende que essa é uma semente que, se espalhada, pode contaminar a todos. Cabem às lideranças trabalhar para não perder esses jovens. O irmão Gilson leu Js 6:3-5, chamando atenção para o fato de que os que tocavam eram os sacerdotes. Em seu entendimento, a música é para os sacerdotes.
A irmã Rosângela observou que nós também fomos influenciados em nosso tempo e temos que ser cautelosos para não perder essas almas preciosas, as quais são muito difíceis de serem conquistada. É de observar que, embora nós sentimos necessidade de mensagens mais profundas, nossos jovens ainda não estão nesse grau de maturidade. Odenil destacou que muitos dos coros cantados, são realmente espirituais e a irmão Rosângela destacou que um hino ou cântico não é espiritual só porque está no nosso hinário. Há uma necessidade de não “espiritualizarmos” os nossos hinos e cânticos. Concluiu sua fala pedindo muita prudência para os líderes em relação a essa questão.

Temas para o Acampamento

VIII – TEMAS PARA O ACAMPAMENTO.


O irmão Odenil solicitou estudos específicos sobre a família, bem como estudos para os jovens e casais, para que se ajustem, a fim de que, futuramente, possam ser utilizados na obra. David Decker pediu estudos sobre a criação dos filhos.

Participantes do Encontro de Sorriso

C – PARTICIPANTES. Participaram do XXXIII Encontro de Sorriso, os seguintes irmãos:

01 – Honório Luiz da Silva (Presbítero) – Barão de Melgaço
02 – Eurípedes Ricardo de Oliveira (Presbítero) – Rondonópolis
03 – Antônio Júlio Pinto (Presbítero) – Cuiabá
04 – Joneide Montezuma Delgada da Silva – Cuiabá
05 – Nelci Teodora Pereira – Cuiabá
06 – Idivaldo de Souza Almeida – Cuiabá
07 – Gilson Benedito Jorge – Sorriso
08 – Márcia Ferreira Paêlo Jorge – Sorriso
09 – Crispim Caetano – Campo Grande, MS
10 – Altamiro Sousa Luz – Primavera do Leste
11 – Sarah Regina Vieira de Sousa Luz – Primavera do Leste
12 – Maria de Lourdes Resplandes – Poxoréu
13 – Izaias Resplandes de Sousa – Poxoréu
14 – Marinalva G. M. de Moraes – Jaciara
15 – Paulo César Moraes (Missionário) – Jaciara
16 – Mathilde Paulo dos Santos – Rondonópolis
17 – Rosiran de Lima dos Santos – Nova Olímpia
18 – Agustávio Cordeiro dos Santos – Nova Olímpia
19 – Ronnie dos Santos Soares – Cuiabá
20 – Euzilene de Aquino Soares – Cuiabá
21 – Elizabeth Silva de Lima – Tangará da Serra
22 – Ademar Soares de Lima (Missionário) – Tangará da Serra
23 – Odenil Miranda de Oliveira (Presbítero) – Cuiabá
24 – Líllia Toledo de Oliveira – Cuiabá
25 – Luciene Oliveira de Toledo – Sorriso
26 – Lociene Rodrigues de Toledo - Sorriso
27 – Edmar Rodrigues Cunha – Sorriso
28 – Ademar Pedalta Martins – Sorriso
29 – Isaías da Silva Almeida (Missionário) – Campo Grande, MS
30 – Rosângela Lins de Almeida – Campo Grande
31 – Leonildo Rodrigues de Toledo (Diácono) – Cuiabá
32 – Edcleya Ariane da Silva Toledo – Cuiabá
33 – Nelson Souza de Queiroz (Diácono) – Cuiabá
34 – Arízio de Almeida Branco – Sorriso
35 – Roque Souza do Nascimento (Presbítero) – Barão de Melgaço
36 – David Decker – Cuiabá
37 – Fredson Charles – Sorriso
38 – Agnaldo Lociano de Paula – Cuiabá
39 – Euziley Tomás de Paula – Cuiabá
40 – Mildre Paulo Pelizer – Sinop

COZINHA: Entre outras, cooperaram as seguintes irmãs:
41 - Marlene Cunha – Sorriso
42 – Iolanda dos Santos Alexandre Silva – Sorriso
43 – Eliene Nascimento Alencar – Sorriso
44 – Maria Sônia Silva Souza de Araújo – Sorriso
45 – Raimunda Sardinha Silva Vieira de Paula – Sorriso

D – CONCLUSÃO. Ao término dos trabalhos, o Relatório foi lido e aprovado por todos.

domingo, 28 de outubro de 2007

Marcha para Jesus I

Marcha para Jesus em São Paulo (2007)
Foto: http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2007/06/384891.shtml


Izaias Resplandes

Desde que nos convertemos, temos realizado diversas caminhadas de fé. Quase todas no âmbito do universo neotestamentário. A reflexão que ora pretendemos fazer está voltada para aquelas que são realizadas fora do nosso ambiente seguro e confiável. Objetivamos responder ao questionamento: vale a pena um crente neotestamentário participar desses movimentos, dessas marchas para Jesus, dessas caminhadas que os evangélicos vêm organizando quase que rotineiramente pelo Brasil afora?
O nosso entendimento é que, apesar de não ser proibido, pois “todas as coisas são lícitas” (1 Co 10:23), não é conveniente nos envolvermos nesses movimentos. A tese é a seguinte: Se todas as idéias defendidas pelos evangélicos fossem as mesmas, se todos pensassem da mesma forma, se todos crescem do mesmo jeito, então todos seriam neotestamentários. Não haveria batistas, presbiterianos, metodistas, pentecostais, etc.

Marcha para Jesus II

Todos os crentes em Cristo Jesus formam um só corpo, diz a Bíblia (Gl 3:28). Mas não somos todos iguais. Seguimos a idéia do corpo único que tem muitos membros (1 Co 12:12). Não discordamos que as demais denominações façam parte do Corpo de Cristo e sejam membros dele. Mas, com certeza, eles são membros diferentes de nós e com funções diferentes das nossas, da mesma forma que, dentro da Igreja Neotestamentária nós também somos um corpo com diversos membros, mas cada um com a sua função específica (Rm 12:4). O nosso relacionamento com as outras igrejas evangélicas deve ser harmônico, mas completamente independente. Cada um deve fazer a sua parte, sem intervir na parte do outro. A mistura vai acarretar problemas de diversas ordens. Problemas que ninguém deseja. Nem nós, nem eles. Vale lembrar que o nosso Deus não é de confusão (1 Co 14:33). Eu diria sem nenhum receio que, se alguém não está satisfeito com o modo de ser neotestamentário e está desejando servir a Deus de conformidade com as idéias de quaisquer outros grupos, melhor seria que aderisse a eles de uma vez por todas. Nenhuma coisa deve ser feita “por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade” (1 Pe 5:2). Não é possível comungar idéias díspares ao mesmo tempo. Uma atitude de saída seria muito mais benéfica para todos do que uma insatisfação e um desprazer. É de destacar que devemos ser sinceros, tanto conosco como também com os demais. Seja o vosso sim, sim e o vosso não, não (Tg 5:12). Neotestamentário ou não, essa é a idéia.
Por outro lado, é de observar que nós sempre julgamos e sempre fomos e sempre seremos julgados pelas nossas ações (1 Co 6:2-3; 14:29). Isso acontece neste mundo e ocorrerá também no além (At 17:31). “Assim, pois, cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus” (Rm 14:12). Além disso, “com o critério com que julgardes, sereis julgados; e, com a medida com que tiverdes medido, vos medirão também” (Mt 7:2). Na verdade, “aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo” (Hb 9:27).
Julgar e ser julgado sempre, eis a lei natural. Isso é corolário dos princípios da causa e efeito e da reciprocidade. Pode-se ver que está presente em praticamente todas as situações da vida de uma pessoa. Só para ilustrar, podemos destacar o perdão, lembrando que Jesus, quando falava sobre a oração, ensinou que deveríamos pedir em função do que havíamos dado. Então seriamos atendidos na medida em que tivéssemos perdoado àqueles que nos tivessem ofendido. Em outras palavras: somente haveria perdão para nós, se antes tivéssemos sido capazes de perdoar. Aplicação direta do princípio da reciprocidade: façam por mim o que eu fiz por vocês (Mt 6:12-15).
Uma coisa é certa. As idéias que disciplinam a organização do reino de Deus são muito semelhantes às idéias que foram plantadas por ele em cada criatura, inclusive em nós, quando do ato de criação. Não é à toa que Jesus falava por meio de figuras conhecidas por nós. Mesmo que as coisas celestiais sejam superiores às terrenas, há coisas que na Terra nós consideramos boas e outras que consideramos ruins. Nós seguimos esse mesmo parâmetro para entender as coisas lá de cima. É claro que quando estivermos lá, não haverá mais necessidade de comparações, porque então veremos tudo como realmente é. Mas, até que isso aconteça, a linguagem figurada é o caminho exemplificado pelo Senhor Jesus. “Estas coisas vos tenho dito por meio de figuras; vem a hora em que não vos falarei por meio de comparações, mas vos falarei claramente a respeito do Pai” (Jo 16:25). “Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido” (1 Co 13:12).
Destarte, vejamos como se dão os julgamentos na terra.

Marcha para Jesus III

É fácil de compreender os critérios adotados nos julgamentos cotidianos, se tomarmos como base os ditados populares. É de ver que eles refletem a sabedoria dos homens. A propósito, um deles declara: “diga-me com quem tu andas e eu te direi quem tu és”, ou seja, somos julgados pelas nossas companhias. Nas caminhadas, ninguém vê neotestamentário, batista ou qualquer outro que seja. Vêem-se as lideranças, aqueles que estão à frente da organização. São eles que dão os comandos, as ordens, as orientações. E todos serão julgados como evangélicos daquele movimento. Quando participamos dessas marchas, nós estamos nos colocando sob o jugo de seus organizadores, que não pensam como nós. O jugo deles é um e o nosso é outro. E nesse sentido, somos bem orientados. “Não vos ponhais em jugo desigual” (2 Co 6:14). À luz das nossas crenças eles são incrédulos, pois eles não acreditam que seja correta a forma como nós cremos, pois, se assim fosse, seriam também neotestamentários. Da mesma forma que para eles nós também poderemos ser considerados incrédulos. E isso é perfeitamente lógico e normal.
“Casa de ferreiro, espeto de pau”. Esse ditado aponta que o julgamento pode se basear na forma como cada um faz as coisas para si mesmo. Quando você age, você é zeloso, ou faz as coisas de qualquer maneira? Ao participar das marchas para Jesus, você está sendo zeloso das doutrinas e práticas neotestamentárias ou está colocando elas em pé de igualdade com qualquer outra? É preciso pensar sobre isso. Deus pode ter dado para eles uma forma de agir, mas deu outra para nós. Assim, “irmãos, reparai, pois, na vossa vocação” (1 Co 1:26) e “cada um permaneça na vocação em que foi chamado” (1 Co 7:20), fazendo a obra neotestamentária com o zelo espiritual, lembrando que a Palavra chama de “maldito aquele que fizer a obra do SENHOR relaxadamente!” (Jr 48:10), ao tempo em que destaca que o nosso Deus é extremamente zeloso (Ex 20:5).
É de destacar ainda o ditado que diz: “filho de peixe, peixe é”, o qual vem mostrar como as nossas ações podem influenciar no nosso julgamento e no de nossa família. É de observar que para muitos, isso tanto faz, como tanto fez. É comum de se ouvir: “a vida é minha, vivo do jeito que bem quero e ninguém tem nada com isso”.
Todavia, as coisas não são bem assim. Havemos que nos preocupar com os nossos semelhantes. Todos nós temos uma responsabilidade social. “Disse Jesus a seus discípulos: É inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual eles vêm! Melhor fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e fosse atirado no mar, do que fazer tropeçar a um destes pequeninos” (Lc 17:1-2). Por sua vez, Paulo, imbuído desse pensamento, nos orienta para levar “as cargas uns dos outros”. E complementa que essa é a “lei de Cristo” (Gl 6:2). Se fizermos isso, com certeza o fardo de Jesus será realmente leve como ele disse em sua Palavra (Mt 11:30).
É de reconhecer que o amor é social. O próprio Senhor Jesus, ao falar sobre a lei de Deus, disse que o segundo grande mandamento consiste em amar “o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22:39). Posteriormente, disse ainda: “novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13:34-35).
É de concluir, portanto, que o grande ensinamento do Senhor é no sentido de que nos preocupemos uns com os outros. Que nos amemos reciprocamente. Jesus espera que ao invés de ficarmos condenando os nossos irmãos pelas suas fraquezas, que os ajudemos a se tornarem fortes e vitoriosos combatentes. Mais importante do que ganhá-los para o reino de Deus é ensiná-los a viver como cidadãos dos céus. Não condenamos os que participam das caminhadas, mas, em face de tudo o que dissemos, não julgamos que elas sejam convenientes para os neotestamentários, porque nem todos somos tão fortes para não sermos influenciados. “É bom não comer carne, nem beber vinho, nem fazer qualquer outra coisa com que teu irmão venha a tropeçar ou se ofender ou se enfraquecer” (Rm 14:21).
Essa é a lição do amor, muito bem ensinada por Paulo. Segundo ele: “o amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1 Co 13:4:7). Se formos mesmo fortes, então também levaremos em consideração as fraquezas dos nossos irmãos.
Portanto, “rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados” (Ef 4:1). Que o nosso juízo seja um juízo de amor pela causa neotestamentária e que nos conduza para uma santa liberdade, diferente de qualquer outra coisa que seja chamada por esse nome. “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”. (Jo 8:36) Amém!

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Conferência Missionária da U.M.N.T.


Os missionários da UNIÃO MISSIONÁRIA NEO TESTAMENTÁRIA - U.M.N.T.

Estão convidados para participar da Conferência Regional em Campo Grande-MS, Brasil.

Data: 11 a 16/02/2008

Início: às 16 horas do dia 11

Término: às 16 horas do dia 16.

Informações pelo telefone (67) 3325-9654

sábado, 22 de setembro de 2007

Dona Januária

José Antônio Medeiros


No último dia 17 morreu dona Januária. Era assim que era conhecida por todos. Figura de sorriso fácil e de uma conversa muito agradável. Ela nasceu no Rio Grande do Norte, onde se casou com “seo” Hermenegildo, tendo com ele 23 filhos dos quais 13 cresceram com saúde, os outros acabaram não vencendo a mortalidade infantil tão comum na região nordestina.


Na década de 1970 veio com seu esposo para Rondonópolis-MT, foi morar na região do Alto Areia onde conheceu o evangelho. Sua família, contando netos e bisnetos beiram as 140 pessoas.
Se tivesse que resumir a história de dona Januária numa frase, a frase, com certeza ela seria: uma pessoa que se importava.

Ela se importava com coisas aparentemente simples. Quando ela fazia a pergunta “como vai você?”, realmente ela estava querendo saber se a pessoa estava bem ou não. O interessante era a sua capacidade de ouvir, não se afadigava, ouvia atentamente. Gostava de fazer amizades, e teve muitos amigos. Se importava em orar pelos enfermos, fossem eles parentes, irmãos da igreja ou quem quer que fosse.

Não tinha uma formação acadêmica, nunca freqüentou os bancos de uma faculdade, mas pode-se dizer sem medo de errar que era uma mulher sábia. Aos seus, sempre se preocupou em passar as bases para a formação de um caráter sólido. E nisso posso falar com muita propriedade, porque estou a falar da minha avó. Ela nos ensinou coisas simples como não pegar o que é do próximo, respeitar os mais velhos, honrar o pai e a mãe... Foram valores que ela sempre se preocupou em passar aos seus netos quando pequenos e que provavelmente foi o mesmo que fez com os filhos.

Era uma boa contadora de estórias. Quantas vezes dormi impaciente com suas estórias, que sempre tinham continuação no outro dia! Eu, como toda criança, era impaciente e queria que ela terminasse de contar.

Ela sabia impor limites e sempre deixava claro o porquê da correição. Leio hoje teorias muito bem formuladas por especialistas de como criar filhos e fico às vezes pensando que os autores deviam ter conhecido dona Januária. Sempre deixava muito claro, que a reprovação era na conduta e não na pessoa.

Hoje ficamos em um misto de tristeza e alegria. Ficamos tristes porque é próprio do ser humano não receber bem uma perda, mas ficamos contentes pelo carinho dos amigos neste momento; ficamos contentes pela herança que recebemos desta maravilhosa pessoa que passou pela terra. A dona Januária dispensou um tratamento vip aos seus e eu só tenho a agradecer a Deus pela lição de humildade, simplicidade e sabedoria que pude aprender através da minha avó.

Ela foi a prova viva de que a excelência está no hábito de se fazer cotidianamente o que tem que ser feito. Nunca vi minha avó fazendo algo de espetacular durante os mais de trinta anos que pude conviver com ela. Quase a gente nem percebia suas ações; a gente apenas usufruía delas, pois era assim que ela agia: sem alarde, na velocidade da vida e cotidianamente. Assim como o sol que nasce de manha se põe à tarde, assim era dona Januária.

Neste momento em que a morte nos torna mais introspectivos é que estamos percebendo o quão sábia, maravilhosa e importante foi dona Januária na vida dos seus, dos seus familiares e da sua igreja.
Vinde a mim todos vós que estais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei, pois o meu fardo é leve e o meu jugo é suave.

Rondonópolis (MT), 17/09/2007. José Antônio Medereiros é um dos tantos netos de dona Januária.

domingo, 9 de setembro de 2007

XXIX RETIRO DE FAMÍLIAS DE POXORÉU

Abençoados irmãos. Estamos muito contentes. Sentimos que Jesus está presente aqui em “Rio dos Crentes”, no septuagenário município de Poxoréu, MT, situado 250 km a leste da Capital do Estado, onde estamos reunidos desde seis de setembro último. A presença dele em nosso meio fica evidente na alegria dos 148 campistas que estão participando do XXIX Retiro de Famílias. Não tivemos qualquer contratempo. O termômetro espiritual está assinalando uma excelente temperatura no meio da comunidade neotestamentária.
Estamos recebendo ensinamentos de qualidade, os quais estão sendo ministrados pelos missionários Isaías da Silva Almeida, Ademar Soares de Lima e Paulo César Moraes. Além deles, diversos irmãos estão cooperando com os estudos, como por exemplo o Pr. Délcio Vesenick, da Neo da Vila Planalto (Campo Grande, MS), o Pr. Ivon Pereira da Silva, da Neo do Bosque da Saúde (Cuiabá, MT), o irmão David Decker, também de Cuiabá, entre outros. Dentre os temas abordados, têm sido explorados, entre outros, “A VERDADEIRA ALEGRIA DO POVO DE DEUS”, “A DIGNIDADE DA CASA DO CRISTÃO”, “A VERDADEIRO SIGNIFICADO DOS DÍZIMOS E OFERTAS”, “ALGUMAS CONSIDERAÇÕES FUNDAMENTAIS SOBRE A OBRA MISSIONÁRIA”, etc. Louvemos ao nosso Deus por mais essa vitória espiritual que Ele está proporcionando ao seu povo, em Poxoréu, MT.