terça-feira, 31 de março de 2015

Templos de Fumaça

Prof. Izaias Resplandes
A Bíblia diz: Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito  de Deus habita em vós? 1 Coríntios 3:16.

Certa vez eu estava na rodoviária de Brasília, nossa Capital Federal, a caminho da cidade mineira de Lavras, onde fazia um curso de pós-graduação em Matemática e Estatística na Universidade Federal daquela cidade. E ali, enquanto esperava o meu horário de partida, comecei a observar o povo que passava em volta de mim...

Na Rodoviária de Brasília, a cidade dos homens de terno, eu vi um, em especial, parado em frente a uma vitrine de óculos. Parou, acendeu um cigarro e começou a lançar fumaça para todos os lados. Ao lado, em frente à vitrine de presentes, outro engravatado lhe fazia companhia. Fumaram até se embriagar. Então foram embora. Um ainda saiu dividindo sua fumaça com os outros transeuntes, enquanto o outro jogou sua bomba no chão e se foi sem esperar a explosão. Fumaram, poluíram, se enchafurdaram e se foram: de termo, maleta e gravata...

Ao invés de serem templos do Espírito Santo de Deus, aqueles homens de terno de Brasília haviam se tornado em templos de fumaça.

Olhei para o relógio. Poucos minutos haviam se passado. Parecera-me uma eternidade. Então continuei a minha observação...

Na Rodoviária de Brasília, em frente à vitrine de presentes, eu vi um Zé das Gentes com um cigarro na boca. Mas, infelizmente, só vi e nada fiz. Fui um Zé Omisso naquela contemplação, respirando a fumaça da desgraça em passiva atuação e indiferença. Somente olhava e achava... Somente via e não fazia! Ainda pensava na situação, quando outros e mais outros Zés apareceram. Pararam perto das vitrines. Perto de mim, também. Cada um com seu cigarro na mão. Que desvalorização da vida, meu Deus! Que desvalorização!

Ao invés de serem templos do Espírito Santo de Deus, aqueles homens simples de Brasília haviam se tornado em templos de fumaça.

Outra vez olhei para o relógio. O tempo passava muito lentamente, embora o volume de fumaça lançada no ar sugerisse uma eternidade. Continuei fazendo minha observando...

Na Rodoviária de Brasília, vendo a vitrine de presente, com os homens fumando em frente, pensei na vida desvalorizada e intoxicada na fumaça da miséria. A fumaça anestesia os sentidos. O homem não reage, não pensa. Apenas aspira e expira o veneno fatal. Ela vai matando o homem pouco a pouco.

Então pensei na minha vida. Loucamente, eu fumei por muitos anos. Mas graças a Deus, consegui entender o mal que estava fazendo ao meu corpo e ao Deus que habitava em mim e então busquei a libertação em Jesus Cristo. Ele dizia: Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres, João 8:36. Eu acreditei nisso e fui libertado.

Se você vive uma situação dessas, quero te dizer que você também pode se libertar. Não deixe que essa fumaça tóxica tire sua vida. O viver é o maior presente que Deus nos deu. Viver é a melhor coisa do mundo. É costume a gente ver pessoas com deformidades físicas, com enfermidades terríveis ou com grandes necessidades materiais dando graças a Deus por mais um ano de vida que conseguiram ter. Ainda que algumas pessoas se deixem dominar pela vontade de morrer, a maioria somente deseja viver. Eu sou uma delas. Não me lembro de ter tido a vontade de morrer. De tudo o que me lembro de meus mais terríveis dias de existência, só me recordo de querer viver e ser feliz.


Que esse também seja o desejo de seu coração e que seu corpo, ao invés de ser um templo de fumaça, seja um templo para o Espírito Santo de Deus. Amém!

2 comentários:

Zigomar disse...

O tabaco é simplesmente uma desgraça, tanto para o ativo como para o passivo usuário! Eu também fumei e sei do que fala o irmão Izaias Resplandes.

Parabéns Izaías, pelo artigo!

Grande abraço.

Ivon Pereira da Silva disse...

É bom um homem de Deus com experiência, relatar os acontecimentos que mudaram a sua vida em obediência a Deus, por certo motivam outros a andarem no mesmo caminho, que liberta e produz vida.