sexta-feira, 31 de maio de 2013

Segundo dia do Mutirão da Cerca em Rio dos Crentes

De manhã, ao chegarmos no Acampamento já topamos com esse povo querendo trabalhar.
Ontem choveu um pouco aqui em Poxoréu. Segundo irmão Argemiro Resplandes, lá para as bandas de Primavera do Leste, onde ele trabalha, choveu de correr enxurrada. Mas aqui a chuva foi fina e não atrapalhou os trabalhos de nossas equipes.
Pr. João Rita, Pr. Eurípedes e Irmão Augusto

Eram mais ou menos sete horas da manhã quando chegamos ao Acampamento. Já topamos com alguns dos irmãos no pé do eito. Os outros foram chegando um pouco depois. Logo, logo estávamos com as 19 pessoas que permaneceram até a noite: Cozinha: Lourdes, Maria Resplandes, Marly e a irmã Marinalva. A pequena Dijêiene também veio. Dos irmãos de Rondonópolis, hoje contamos mais uma vez com os pastores Sebastião e Eurípedes, bem como os incansáveis irmãos Zezinho Gomes de Souza e Augusto Ricardo de Oliveira; de Primavera também vieram novamente os meus irmãos Enivaldo e Argemiro. Esses são os meus valentes resplandescentes e valem mais que pesam. Gostaria muito de imitá-los na força e na dedicação ao trabalho do Senhor; de Jaciara, toda a equipe também permaneceu: Paulo com seu filho César, os pastores José Domingos e João Rita com os adolescentes Zezinho e Marcos; e, de Poxoréu: José Carlos e Izaias Resplandes. Afinal, alguém tinha que ver para falar, não é verdade? Então eu fui conferir e registrar, procurando experimentar um pouco de cada coisa. O bolo de fubá de milho de Lourdes... Menino, estava uma delícia. O frapê de Goiaba de dona Maria Resplandes, então. E olha que Argemiro Resplandes que colheu as goiabas garantiu que nenhuma tinha bicho. A irmã Marinalva que trabalhou com as frutas garantiu a qualidade. Também tinha uns postes pesados para carregar atravessando brejos e grotas.. E capim navalha retalhando as pernas... E formiga lava-pé e formiga correição e formiga cabeçuda... E mutuca... Mas isso também foi bom para deixar os meninos mais espertos.

A Alegria está no coração...  O poste aprumado e fincado, na linha ficou uma beleza. Dudu, Paulo e Sebastião garantem e confirmam sorridentes.

Dividimos a equipe em duas, de forma que enquanto uma cuidava de passar os fios de arame nos postes, a outra prosseguia na tarefa de abrir os buracos e fincar os postes.
 Zé do Rio e Enivaldo. Esses postes são muito pesados.
E um grupo para carregar os postes até o local de fincá-los. Hoje contei com Zé do Rio e Enivaldo. Gente boa. Mas Paulo, Sebastião e todos os outros também ajudaram nessa tarefa. Que seria de nós se não fôssemos uma equipe coesa e cooperativa? Com certeza não seríamos o povo de Deus!

Para não dizer que não falei das flores, havia muitas na picada dos postes. Aqui tivemos que atravessar os postes por uma grota, onde improvisamos essa pinguela com dois postes. Tínhamos que descer de um lado e subir do outro com os postes nas costas. Não foi fácil, mas na descida a gravidade ajudou. Foi aqui que irmão Zezinho caiu de ponta cabeça. Graças a Deus que os danos foram leves. Poderiam ter sido graves.

O trabalho de fazer os buracos não é tarefa fácil. É pedra sobre pedra. Você bate a cavadeira e chega a arrancar faíscas, porque bate em cima de pedras, cada uma maior do que a outra. Às vezes se tem que fazer um buraco grande por causa dessas pedras.
Pr. Eurípedes, metendo a mão no buraco... Só com a cavadeira não adianta

Em muitos casos, a única solução é fazer um buraco na unha.

Breve pausa para uma pose para a foto de campo.

Segundo irmão Enivaldo, nem tatu é capaz de fazer um buraco naquela área. Mas fizemos, metendo o enxadão, a lebanca, cavadeira e as mãos mesmos.
 Enivaldo: nem Tatu consegue fazer buraco aqui!

No final do dia, já escurecendo, estávamos com quase todos os buracos furados.  Faltou um para terminar. Era minha última tarefa do dia antes da janta. Mas eu bati quase uma hora nesse buraco e avancei apenas uns vinte centímetros. Cada buraco deve ter uns sessenta centímetros. Fiz questão de fazer esse esforço justamente para sentir as dificuldades que os irmãos estavam sentindo e poder dizer para os irmãos sobre as dificuldades dessa empreitada e sensibilizá-los a se juntarem a nós na próxima etapa.

Dona Maria Resplandes servindo água aos trabalhadores.

Hoje também tivemos água no pé do eito. As mulheres compareceram e nos brindaram com água gelada. Mas, apesar dessa água gelada estar gostosa, também não dispensamos a deliciosa e fria água da grota, que agora provavelmente também deverá abastecer o nosso Acampamento e que, acreditamos estar livre de qualquer contaminação. Enivaldo e eu fomos conferir a nascente, a qual é de difícil acesso.
As flores do campo ficaram embaçadas quando nossas flores chegaram. Lindas!
Sabe, irmãos, nós temos que tirar os chapéus para esses homens valentes e trabalhadores que têm vindo servir ao Senhor nesses mutirões em prol de nosso Acampamento Rio dos Crentes. Sim, isso mesmo! Eles são os líderes espirituais em suas igrejas, missionários, pastores... Estão chegando na fase conhecida como "melhor idade". Pr. Sebastião dos Santos, por exemplo, já não tem mais cabelos pretos. Sua cabeça está branca, branca, como algodão; irmão José Gomes de Sousa Zezinho também se encontra na mesma condição; irmão Eurípedes já está com a cabeça bem grisalha... Irmão Augusto Ricardo de Oliveira se avaliou com nota dez em função de que há muito tempo, segundo ele, não trabalhava no serviço pesado; só ficava em cima da moto, para cá e para lá... E aqui ele deu um murro daqueles. Não fez vergonha para os mais jovens. Aliás, nenhum dos trabalhadores fez. Pelo contrário, nos encheram de orgulho. Acho que nesse caso, o orgulho não é pecado. Eu me senti orgulhoso de fazer parte desse time de trabalhadores. Ao lado deles a gente trabalha com alegria, sorrindo e satisfeito.

Uma foto com "Coquinho", o vizinho que nos vendeu a área de Rio dos Crentes. Ele é o senhor ao centro, com as mãos nos bolsos.

Nosso desejo, ao documentar esses trabalhos aqui em Poxoréu é no sentido de que as gerações mais jovens que vierem desfrutar desse Acampamento aprendam com os exemplos desses irmãos. Hoje todos eles estão muito cansados, porque trabalharam demais da conta. O dia não foi para brinquedo, mas de trabalho pesado.
 Irmão Augusto pondo força na lebanca. Irmão Zezinho dá um palhinha para o fotógrafo.

O irmão Zezinho tropeçou em um cipó e caiu de ponta cabeça na grota, onde sofreu alguns arranhões. Ficamos preocupados porque apareceram várias manchas vermelhas na região do braço. Levei ele à uma farmácia. Sua pressão estava 19 por 8, mas ele não quis tomar remédio para pressão porque saíra do hospital há poucos dias e o médico não disse que ele tinha pressão alta. Compramos uns medicamentos e voltamos. Chegamos na hora do almoço e uma hora depois, lá estava o amado irmão outra vez pegando duro no batente. Trabalhou incansavelmente até de tardezinha, sem passar mal, graças a Deus. Isso não pode passar em branco. É preciso que aprendamos a servir com esses homens que não medem esforços para servir ao Senhor.

Pr. Dudu com Argemiro Resplandes e Pr. Sebastião.

Irmão Sebastião hoje sentiu menos o baque do serviço. Pelo menos aparentemente. Ontem ele nem estava para conversas. Era só trabalhando e trabalhando. E hoje, na hora da janta ele falou do seu prazer em servir.

Pr. Dudu, valoroso companheiro, bom exemplo para seu filho Zezinho e para todos nós. 

Das equipes de Jaciara e Primavera do Leste eu nem tenho palavras para expressar o empenho desses homens.
 Paulo esticando cerca. Missionário tem que estar preparado para toda boa obra e todo crente também.

Paulo faz de tudo: espicha arame, pega poste, fura buraco, comanda... Ele foi o responsável por esse Mutirão. Foi ele quem ligou marcando, foi ele quem foi atrás dos parceiros... E que parceiros ele trouxe! Gente de primeira. A começar pelos pastores da Neo de Jaciara: Dudu e João, que molham a camisa sorrindo, demonstrando sua satisfação em trabalhar para o Senhor. Volta eu meia cantamos na Igreja hinos que falam de nosso querer trabalhar, mas nem sempre trabalhamos. É bom trabalhar para o Senhor, irmãos. Muito bom! Se quiserem experimentar, estejam conosco no próximo mutirão.
 Pr. Eurípedes, de sol a sol, sem esmorecer, alegre e contente. Um ótimo exemplo.

É delicioso chegar ao final do dia cansado e lembrar que ficamos assim pelo fato havermos trabalhado. Às vezes cansamos de não fazer nada e isso não tem nenhum proveito. Mas quando cansamos trabalhando para Deus e para os irmãos, sem preço, apenas por amor e por vontade de fazer isso, aí irmãos, esse é um trabalho que não tem preço mesmo, pois há dinheiro que pague. Como eu tenho aprendido com os Valentes de Rio dos Crentes e como gostaria que as novas gerações também aprendessem!

Pastores e Missionário deixando exemplo para as novas gerações 

Normalmente vemos, em outras igrejas, os pastores comandando suas ovelhas no trabalho. Em Rio dos Crentes nós encontramos quase sempre os líderes trabalhando, tentando ensinar às gerações novas como se deve fazer. Isso é uma maravilha. Só o poder de Deus faz isso.

A nossa camionete também foi útil, graças a Deus. Chegou até a atolar nessa região, mas foi arrancada com a força de nossos Valentes.

Então foi mais ou menos isso que aconteceu por aqui hoje, em nosso Acampamento Rio dos Crentes. A cerca quase ficou pronta. Só ficou faltando fincar dois postes e um dos buracos já está pelo meio. Paulo acredita que amanhã, lá pelas dez horas, nós terminamos essa jornada. Amanhã de manhã vamos passar os fios e esticar os últimos lances da cerca.

Orem pelos irmãos que trabalharam aqui nesses dias. Amanhã estaremos apenas com os irmãos de Jaciara e Poxoréu, mas com eles nós venceremos na força de Deus. Orem pelos valentes de Rio dos Crentes e peça força e saúde para esses homens e mulheres... Sim, também por elas, porque sem nossas mulheres nós não seríamos nada. O homem não deve ficar só. Ele precisa de uma mulher em todas as suas obras. A minha, por exemplo, para mim vale ouro. E a dos irmãos também eu sei que valem tanto mais que isso.


Então é isso! Que Deus nos abençoe a todos.

3 comentários:

Zigomar disse...

Que maravilha o exemplo dessa turma! "Ide e fazei discípulos"... Que bom que tem havido tantos discípulos "feitos" para ajudar na "obra"!
Para ensinar, primeiro temos que estar dispostos a cumprir. Para que possamos dizer: aprendei de mim, como disse Nosso Senhor Jesus Cristo aos Seus discípulos. Como fez Esdras em Ed. 7:10. Ele tinha PREPARADO seu coração para buscar a lei do Senhor, para cumpri-la e para ensiná-la... Primeiro temos que aprender e cumprir para depois ensinar. Esses valentes de Rio dos Crentes realmente estão fazendo discípulos! Tomara que haja sempre frutos desse discipulado! Que a próxima geração possa fazer o mesmo e assim nunca falte para a obra do Senhor! Parabéns a esses irmãos guerreiros! O Todo Poderoso certamente lhes vai recompensar! E Ele sempre é generoso nas recompensas! De minha parte, desfrutarei de cada momento que Deus me conceder aí nesse retiro, sempre agradecido a esses amados irmãos pelos esforços empregado para o bem estar de todos!
Grande abraço!

Prof. Izaias Resplandes disse...

Irmão Zigomar... Você também faz parte do primeiro grupo de construtores de Rio dos Crentes. Com exceção dos que partiram para o Senhor, ainda temos muitos entre nós, como por exemplo você, Isaías Almeida, Sebastião dos Santos, Altivo, Ademar Soares, Enivaldo Mendes, David Decker,dentre outros. Esse primeiro grupo continua dando o seu exemplo e novos construtores têm surgido, como Ivon, Leonildo, Pr. Eurípedes, Valmi e Argemiro Resplandes, Victor, Pr. Juscelino, Pr. João Rita, Pr. José Domingos e tantos outros. E temos visto jovens e adolescentes vindo em Poxoréu para trabalhar, tais como Luisinho, Célio, Ricardo, Jéferson e outros, os quais com certeza também farão seus discípulos. É assim que caminha a humanidade, uma geração ensinando a outra a continuar a obra. Abraços.

Ivon Pereira da Silva disse...

Deus abençoe esses homens trabalhadores, que nos ensinam com sua coragem e amor. Obrigado pelo bom e continuo exemplo.