quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Ele completou Bodas de diamante no ministério


Arcelino Paiva da Silva, presbítero da igreja neotestamentária da rua Frei Mariano em Corumbá – MS, faleceu hoje às 4 horas da manhã, aos 87 anos no hospital de Caridade de Corumbá

Ele nasceu em Quixadá, Ceará, no dia 02 de abril de 1.925. Converteu-se aos 12 anos de idade quando ainda morava na sua terra natal. Casou-se em Corumbá – MS, com Jandira, carinhosamente chamada de “Janda”. Tiveram 4 filhas: Vera, Solange, Susana e Marilene e 1 filho: Daniel Davi da Silva. Estes filhos lhes deram oito netos e dois bisnetos.

O irmão Arcelino, como gostava de ser chamado, foi um homem de hábitos simples, fé inabalável e convicções profundas. Já na juventude foi exemplo pela conduta e coerência na vida cristã. Aos 27 anos, em 1.952, quinze anos após ter se convertido, foi escolhido como presbítero juntamente com mais dois companheiros: João Alves Ferreira e Demétrio dos Santos. Mais tarde, tornaram-se seus companheiros de ministério Edson Ferreira (+), Délcio Luis Vesenick, Paulo Campos (+) e Vitor Paulo Campos. Atualmente tinha como companheiro apenas o Pr. Eliseu da Silva Campos. O irmão Arcelino completou esse ano, sessenta anos no ministério de pastorear a igreja do Senhor Jesus Cristo. Bodas de diamante no ministério. Apesar do título de presbítero ou pastor que lhe foi dado em função do ministério, a sua extrema simplicidade não lhe permitia recebê-lo. Entendia que o título de pastor deveria ser dado somente ao Senhor Jesus Cristo, o Sumo Pastor. Entretanto, isso não afetou em nada o seu ministério pastoral nem o respeito, carinho e admiração do rebanho que ele cuidava. Todos respeitavam a sua posição e ele era tão somente: irmão Arcelino, Tio Arcelino ou “Tio Arce”, como lhe apelidaram carinhosamente alguns jovens.

Era um homem de poucas palavras, mas enérgico e vigoroso no trabalho do Senhor. Mesmo sem cultura secular tomou conta do noticiário evangélico, durante muitos anos. Traduziu livros e artigos do espanhol para o português sem saber o espanhol. Voltou a escola, fazendo o segundo grau porque sentia necessidade de melhorar o português para continuar trabalhando com a literatura cristã. Entretanto, não concluiu os estudos porque não queria perder os cultos.

 Devido a sua natureza humilde, não hesitava em recorrer a outros irmãos para ajudá-lo na tarefa de tradução e correção de artigos. Era extremamente zeloso dos escritos originais e da doutrina. Preocupava-se não só com a pureza da doutrina no Brasil, mas ainda fora dele. Tanto que seu último desejo era corrigir e imprimir o livro de doutrina da igreja, escrito pelo fundador da Missão Neotestamentária, ir. Alexandre Hay, em espanhol. Esta tarefa ficou inacabada, não por sua causa, mas pelo tempo que lhe foi abreviado. Outros, com certeza, cumprirão o seu desejo.

No plano secular, era funcionário da Capitânia dos Portos. Todos os anos, ao tirar as suas férias, ele as gastava no Acampamento de Antônio Maria Coelho, trabalhando pesado para receber os irmãos e missionários. Era o seu prazer. Nunca o ouvi reclamar desse trabalho. Tinha prazer em servir, em fazer o melhor para o Senhor e para os irmãos.

Ao ser chamado hoje, pelo Mestre, pelo seu Senhor, por aquele por quem ele viveu todos os dias de sua vida terrena, imagino o seu gozo, a sua alegria! Sei que nos dias finais da sua vida ele deveria pensar como o apóstolo Paulo: “Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro. Entretanto, se o viver na carne traz fruto para o meu trabalho, já não sei o que hei de escolher. Ora, de um lado, estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor. Mas, por vossa causa, é mais necessário permanecer na carne. E, convencido disto, estou certo de que ficarei e permanecerei com todos vós, para o vosso progresso e gozo da fé.”

Tenho certeza queridos, que se pudéssemos ouvir a voz desse fiel servo do nosso Grande Deus, ele se dirigiria a nós com as palavras de Filipenses 2:1-12.

AMÉM

Rosangela Lins Almeida

Um comentário:

Prof. Izaias Resplandes disse...

Que lindo relato! Tive muita vontade de rever o irmão Arcelino nesses últimos anos, mas Deus não permitiu e não estou insatisfeito com isso. Queria conversar com ele sobre uma vez em que estive em Corumbá, nos anos 80. Mas tudo bem. Talvez tenha sido melhor não conversar sobre coisas tão antigas. Esquecendo das coisas que para trás ficam, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação em Cristo Jesus (é que ele iria me dizer). Estou tranquilo com relação a essa conversa. Queria conversar sobre casamento de meu irmão que ele fez, mas também não deveria falar nada, acho. Então está tudo bem. Rogo força e consolo para todos os que estiverem tristes com a partida de Irmão Arcelino Paiva, principalmente aos seus familiares.