sábado, 22 de setembro de 2007

Dona Januária

José Antônio Medeiros


No último dia 17 morreu dona Januária. Era assim que era conhecida por todos. Figura de sorriso fácil e de uma conversa muito agradável. Ela nasceu no Rio Grande do Norte, onde se casou com “seo” Hermenegildo, tendo com ele 23 filhos dos quais 13 cresceram com saúde, os outros acabaram não vencendo a mortalidade infantil tão comum na região nordestina.


Na década de 1970 veio com seu esposo para Rondonópolis-MT, foi morar na região do Alto Areia onde conheceu o evangelho. Sua família, contando netos e bisnetos beiram as 140 pessoas.
Se tivesse que resumir a história de dona Januária numa frase, a frase, com certeza ela seria: uma pessoa que se importava.

Ela se importava com coisas aparentemente simples. Quando ela fazia a pergunta “como vai você?”, realmente ela estava querendo saber se a pessoa estava bem ou não. O interessante era a sua capacidade de ouvir, não se afadigava, ouvia atentamente. Gostava de fazer amizades, e teve muitos amigos. Se importava em orar pelos enfermos, fossem eles parentes, irmãos da igreja ou quem quer que fosse.

Não tinha uma formação acadêmica, nunca freqüentou os bancos de uma faculdade, mas pode-se dizer sem medo de errar que era uma mulher sábia. Aos seus, sempre se preocupou em passar as bases para a formação de um caráter sólido. E nisso posso falar com muita propriedade, porque estou a falar da minha avó. Ela nos ensinou coisas simples como não pegar o que é do próximo, respeitar os mais velhos, honrar o pai e a mãe... Foram valores que ela sempre se preocupou em passar aos seus netos quando pequenos e que provavelmente foi o mesmo que fez com os filhos.

Era uma boa contadora de estórias. Quantas vezes dormi impaciente com suas estórias, que sempre tinham continuação no outro dia! Eu, como toda criança, era impaciente e queria que ela terminasse de contar.

Ela sabia impor limites e sempre deixava claro o porquê da correição. Leio hoje teorias muito bem formuladas por especialistas de como criar filhos e fico às vezes pensando que os autores deviam ter conhecido dona Januária. Sempre deixava muito claro, que a reprovação era na conduta e não na pessoa.

Hoje ficamos em um misto de tristeza e alegria. Ficamos tristes porque é próprio do ser humano não receber bem uma perda, mas ficamos contentes pelo carinho dos amigos neste momento; ficamos contentes pela herança que recebemos desta maravilhosa pessoa que passou pela terra. A dona Januária dispensou um tratamento vip aos seus e eu só tenho a agradecer a Deus pela lição de humildade, simplicidade e sabedoria que pude aprender através da minha avó.

Ela foi a prova viva de que a excelência está no hábito de se fazer cotidianamente o que tem que ser feito. Nunca vi minha avó fazendo algo de espetacular durante os mais de trinta anos que pude conviver com ela. Quase a gente nem percebia suas ações; a gente apenas usufruía delas, pois era assim que ela agia: sem alarde, na velocidade da vida e cotidianamente. Assim como o sol que nasce de manha se põe à tarde, assim era dona Januária.

Neste momento em que a morte nos torna mais introspectivos é que estamos percebendo o quão sábia, maravilhosa e importante foi dona Januária na vida dos seus, dos seus familiares e da sua igreja.
Vinde a mim todos vós que estais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei, pois o meu fardo é leve e o meu jugo é suave.

Rondonópolis (MT), 17/09/2007. José Antônio Medereiros é um dos tantos netos de dona Januária.

domingo, 9 de setembro de 2007

XXIX RETIRO DE FAMÍLIAS DE POXORÉU

Abençoados irmãos. Estamos muito contentes. Sentimos que Jesus está presente aqui em “Rio dos Crentes”, no septuagenário município de Poxoréu, MT, situado 250 km a leste da Capital do Estado, onde estamos reunidos desde seis de setembro último. A presença dele em nosso meio fica evidente na alegria dos 148 campistas que estão participando do XXIX Retiro de Famílias. Não tivemos qualquer contratempo. O termômetro espiritual está assinalando uma excelente temperatura no meio da comunidade neotestamentária.
Estamos recebendo ensinamentos de qualidade, os quais estão sendo ministrados pelos missionários Isaías da Silva Almeida, Ademar Soares de Lima e Paulo César Moraes. Além deles, diversos irmãos estão cooperando com os estudos, como por exemplo o Pr. Délcio Vesenick, da Neo da Vila Planalto (Campo Grande, MS), o Pr. Ivon Pereira da Silva, da Neo do Bosque da Saúde (Cuiabá, MT), o irmão David Decker, também de Cuiabá, entre outros. Dentre os temas abordados, têm sido explorados, entre outros, “A VERDADEIRA ALEGRIA DO POVO DE DEUS”, “A DIGNIDADE DA CASA DO CRISTÃO”, “A VERDADEIRO SIGNIFICADO DOS DÍZIMOS E OFERTAS”, “ALGUMAS CONSIDERAÇÕES FUNDAMENTAIS SOBRE A OBRA MISSIONÁRIA”, etc. Louvemos ao nosso Deus por mais essa vitória espiritual que Ele está proporcionando ao seu povo, em Poxoréu, MT.

sábado, 25 de agosto de 2007

O planejamento de nosso sonho de vida

Izaias Resplandes[i]

A concretização de um sonho na maioria das vezes leva uma vida inteira. Isso requer da pessoa que, após eleger aquilo que será a razão de sua existência, envide em tal objeto todos os investimentos possíveis para a sua realização. Destarte, é bom que não haja desvios. Havendo-os, ocorrerão atrasos e, em muitos casos, o projeto ficará totalmente inviabilizado. Por isso é importante pensarmos bem antes de tomar a decisão, antes de escolher o sonho especial, para que não ocorra de termos corrido em vão. O tempo que passa não se recupera. A caminhada na direção errada estará perdida para sempre. Veja-se, portanto, que antes de avançarmos um passo sequer, tenhamos o cuidado de sentar e planejar toda a seqüência dos atos que serão necessários para atingirmos os nossos objetivos. Isso será imprescindível para que tenhamos bom êxito em nosso empreendimento[ii].

Não se pode perder de vista o fato de que a realização de um sonho seja uma verdadeira guerra, composta de muitos embates. Se desejarmos ser bem sucedidos em nossa empreitada, devemos ter um projeto de vida muito bem elaborado. Há que se ter bem definido, por exemplo, o que queremos e o porquê desse querer, bem assim, o que faremos e o como faremos para alcançá-lo, ou seja, quais serão os nossos objetivos, as nossas justificativas e os caminhos que percorreremos para tornar o nosso sonho de vida uma realidade[iii].

A falta de clareza na definição dos alvos poderá implicar em afastamentos do caminho desejado. Muitos têm feito assim e se perderam. São tantos os exemplos nessa ótica, mas certamente o que denota isso com mais clareza é o caso de “Sodoma, e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se entregado à prostituição como aqueles, seguindo após outra carne, são postas para exemplo do fogo eterno, sofrendo punição”[iv].

É de observar que a falta de objetivos conduz a um caminhar vago, onde não se sabe para onde se está indo. Nesse sentido todo caminho é caminho. E é por isso que muitos preferem seguir essa jornada sem compromisso, onde cada um faz o que bem quer e como quer. Todavia, é muito perigoso caminhar às cegas. A jornada pode terminar em algum dos tantos abismos que existem pela frente. Por tal motivo, não seria prematuro dizermos que aquele que se conduz dessa forma seja, no mínimo, um insensato, haja vista que o caminho do cego está em uma trajetória de colisão com a perdição, tanto material como espiritualmente falando[v].

Além de definirmos o que queremos fazer em nossa vida, devemos também explicar para nós mesmos o porquê de nosso querer. Isso é muito importante, pois nos dará segurança para executarmos nossas ações futuras. Não seremos como meninos levados de um lado para outro por qualquer vento motivador. Estaremos caminhando com plena convicção de que não existe outra coisa melhor para nós do que aquilo que estamos fazendo. Quando formos argüidos sobre os nossos motivos, teremos uma resposta à altura. Como é ruim ver nossos filhos dizendo que não fazem isso ou aquilo porque “meu pai” ou “minha mãe” não deixa. Ou ainda pior: “não faço porque minha igreja não permite”. Essa argumentação é frágil por demais. E a vida de uma pessoa fundamentada em alicerces tais poderá ser ceifada por qualquer inimigo mais bem preparado[vi].

É de reforçar como é de fundamental importância estarmos seguros do que e do por que estaremos fazendo tais e tais ações ou do porque não estaremos fazendo outras tantas. Deveremos ter respostas prontas e seguras para dar a todos, mas, em especial, para nós mesmos. Se agirmos ou omitirmos nisso ou naquilo, não é porque nossos pais ou nossa igreja não permitiram, mas porque nós entendemos que deveria ser dessa ou daquela maneira. Ninguém deverá responder pelos nossos erros a não ser nós mesmos, ainda que outros possam tirar proveito dos nossos acertos. É de péssima educação buscar jogar em cima dos outros a culpa por nossos atos impensados. É altamente passível de crítica. Nesse sentido, é bastante didático ver o que aconteceu em conseqüência do jogo de empurra-empurra que se deu no Jardim do Éden logo após a queda de Adão e Eva[vii].

Não se deve olvidar de que cabe a cada um, com exclusividade, a responsabilidade por aquilo que praticar. Toda a recomendação é para induzir-nos de que devemos nos preparar adequadamente para enfrentar o futuro desconhecido, a fim de que ele não nos pegue desprevenido. Do ponto de vista material, aquele que possuir um bom planejamento terá muito mais possibilidades de sucesso do que qualquer outro que não tenha nada na mão. E do ponto vista espiritual, temos diversas orientações no sentido de buscarmos a devida qualificação para enfrentarmos as hostes espirituais do mal[viii].

Também é de se perguntar para onde estamos indo: se para os céus, se para Roma. O ditado popular diz que todos os caminhos levam à grande cidade, chamada por muitos de “a grande Babilônia”, no sentido de que qualquer caminho leva para lá. Por outro lado, nossas reflexões nos têm mostrado que esse “qualquer caminho” pode nos levar, na verdade, ao abismo de perdição. Portanto, há que se ter cautela. Mesmo que aos nossos olhos o caminho pareça bom, não se olvide de que às vezes as aparências enganam. Há somente um caminho que nos levará ao nosso destino. À sua seleção se oporão todas as demais possibilidades. Se um caminho é o melhor, os outros não poderão ser. Além disso, é de ver que estamos falando da vida, um dos nossos bem mais preciosos. Nesse sentido, não podemos tratar o assunto como se fosse uma questão de múltipla escolha. Temos que tão somente seguir o caminho certo e, portanto, precisamos saber qual seja ele[ix].

Assim deverá ser o planejamento com vista à realização do sonho de nossa vida, cuja importância e imprescindibilidade deverão ser reconhecidas e concretizadas por nós, a fim de que possamos ao término de nossa carreira, não somente ser considerados individualmente bem sucedidos, como também ser elogiados por termos levado outros tantos companheiros a lograrem dos nossos bons resultados. Aí, sim, poderemos dizer juntamente com Paulo: “combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé”[x].


[i] Izaias Resplandes de Sousa é membro da Igreja Neotestamentária de Poxoréu, MT.
[ii] Lc 14:28-32
[iii] 2 Tm 2:4
[iv] Jd 1:7
[v] Jó 22:15-16; Mt 7:13; 15:14
[vi] 1 Pe 5:8
[vii] Gn 3:9-19
[viii] Am 4:12; 2 Tm 2:15
[ix] Ap 14:8; Pv 14:12; 15:24; Jo 14:6
[x] 2 Tm 4:7

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Desculpa nos

Náo serà possìvel a presença dos missionàrios Josè Maria Iturriaga e Eliezer Medina neste Acampamento por motivo de força maior...

domingo, 19 de agosto de 2007

A SELEÇÃO DO SONHO DA VIDA

Izaias Resplandes[i]

É próprio do homem o desejo de ter uma vida de sucesso e plena de grandes realizações. Nós fomos criados para o propósito de “crescer”, “dominar” e “encher” a terra com nossas ações. É de entender a expressão “terra” em contraposição com “céus”, ou seja, é tudo o que não é firmamento. Nesse sentido, a compreensão é de que o homem foi criado para “encher” e “dominar” toda a porção física do universo[ii].
Imprópria e falsa é a declaração de vontade desassociada de ações que possam torná-la uma realidade. O querer traz implícito o realizar. Aquele que realmente quer deve ser alguém que está disposto a fazer. Ou se quer e faz ou de vez se não quer. As duas idéias são antagônicas. Não serve o ficar em cima do muro. O que age dessa forma, não granjeia a confiança dos demais. É de notar que, a fim de conseguir transmitir confiabilidade, algumas pessoas têm o péssimo hábito de ficar prometendo e jurando por Deus e tudo o que é santo, de que aquilo que está dizendo é a verdade. Nada soa mais falso do que esse juramento[iii].
“Ah, o meu sonho é ser um médico!” – diz alguém. “Já o meu desejo é ser um missionário” – diz outro. Para ambos eu diria: Que maravilha! E o que é que cada um de vocês tem feito para tornar esse sonho uma realidade?
Um sonho? Sim! É preciso ter sonhos, desejos, ambições. Eles serão os nossos pontos de partida. Mas não se pode ficar simplesmente sonhando o tempo todo. É preciso ter os pés no chão. Somos conquistadores e não meros sonhadores. Dentre os diversos sonhos e desejos do coração, deveremos eleger um em especial, o sonho de nossa vida, um ao qual envidaremos todos os nossos esforços para torná-lo uma realidade, um que não poderemos morrer feliz sem tê-lo realizado. Deve ser algo de que não nos envergonharemos em levar ao conhecimento das pessoas e, principalmente à presença de Deus em nossas orações, pedindo-lhe para ajudar-nos a alcançá-lo, haja vista que somente com as bênçãos dele poderemos atingir os bons objetivos, os bons desejos e os bons sonhos[iv].
Durante esse processo de consulta, não se pode olvidar de que o Senhor fala conosco de muitas maneiras. Além de sua Palavra Direta, Ele também pode se utilizar de pessoas conhecidas ou estranhas, crentes ou não e até mesmo de animais ou situações. Um bom exemplo é a história de Balaão[v].
Devemos estar atentos para a orientação feita através da Palavra, dos irmãos, dos parentes, dos amigos e até dos desconhecidos e de acontecimentos inusitados. Não há que ter pressa na decisão a ser tomada. Devemos pensar bem no que queremos e ver se o decidido é realmente a melhor escolha, para que não ocorra de ficarmos andando de um lado para outro, indo e voltando, começando tantas coisas diferentes sem concluir nenhuma[vi].
Por outro lado, o fato de escolhermos algo para realizar, não quer dizer que não possamos fazer outras escolhas. É certo que poderemos realizar muitos de nossos sonhos e fazer muitas coisas boas em nossa vida, mas cada coisa deve ser feita ao seu tempo. É preciso ter ciência de que nós não teremos condições de fazer tudo o que desejamos de uma só vez. E, se não fizermos uma seleção daquilo que é o mais importante, se não estabelecermos uma escala de valores e de prioridades, cairemos no chamado “desespero de Marta”, entraremos em depressão e conheceremos o fracasso[vii].
É preciso ter em mente que a orientação divina é clara. Não há dúvidas quando o Senhor fala[viii]. Se, mesmo ante as primeiras orientações, não conseguirmos fechar a nossa escolha é melhor não avançarmos. Não se devem correr riscos desnecessários. O bom conselho é para que voltemos à oração e aos instrumentos divinos de esclarecimento (a Palavra, os irmãos, os amigos, os filhos, etc.). Isso deve ser feito até que tenhamos plena convicção de que estamos no caminho certo. Não nos esqueçamos de que existe um tempo certo para todos os nossos propósitos[ix].
Esse deve ser o nosso primeiro norte, que culminará com a escolha decisiva do sonho que ocupará senão toda, pelo menos a maior parte de nossa vida e que será desenvolvido segundo um criterioso projeto a ser elaborado pelo conquistador do grande e maravilhoso mundo de Deus.

[i] Izaias Resplandes de Sousa é membro da Igreja Neotestamentária de Poxoréu, MT. É professor em Poxoréu, MT e acadêmico de Direito em Primavera do Leste, MT.
[ii] Gn 1:27-28
[iii] Tg 5:12; Ap 3:16
[iv] Sl 38:9; Rm 7:18; Fp 2:13
[v] Nm 21:1-34; Cf. Hb 1:1-2.
[vi] Ef 4:14
[vii] Lc 10:40
[viii] 1 Co 14:33; Tg 3:16
[ix] Ec 3:1-7

domingo, 12 de agosto de 2007

Viajando para Poxoréu

Este é o "Rio dos Crentes". É um rio maravilhoso, com águas cristalinas e refrescantes, onde o povo de Deus se delicia durante os intervalos dos estudos. A paisagem do entorno é maravilhosa, como se pode ver por essa pequena vista fotográfica. Aqui nós sentimos que Deus é de fato nosso Pai e podemos imaginar que se mesmo na Terra nós já temos um lugar como este, como será então o Paraíso Celestial?
Vários irmãos com quem nós contactamos já estão fazendo as malas e se programando para estarem aqui no período de 07 a 09 de setembro. Serão três dias fantásticos de comunhão. Estamos aguardando a sua chegada. A Comisssão Organizadora, presidida pelo nosso querido missionário Paulo César Moraes está dando o máximo de si para que você possa se sentir muito bem aqui em Poxoréu durante o XXIX Retiro Espiritual de Famílias. Temos previsão de estarem presentes cinco missionários: Isaías, Paulo, Ademar, Eliezer e José Maria Iturriaga, além de diversos presbíteros e diáconos. Todos estão se mobilizando para que tenhamos um Retiro Nota Dez. Então ore, prepare-se e venha para cá. Desde já eu peço a Deus que te dê uma boa viagem.
Grande abraço.
Izaias Resplandes (Secretário).

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

A conquista do mundo de Deus




Izaias Resplandes*



Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? (Rm 11:33-34). Mesmo os mais sábios deste mundo têm fracassado, admitindo que a plenitude do saber é praticamente inacessível. Willian Shakespeare, famoso escritor inglês atribuiu a Hamlet, um de seus personagens, uma frase que eternizou esse reconhecimento. Disse ele: “Há muito mais coisas entre o céu e a terra do que supõe a nossa vã filosofia”.
Isso, todavia, não significa que tal saber não deva ser perseguido pelo homem. Paulo de Tarso, escrevendo aos filipenses declarou: “Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus” (Fp 3:12).
É de destacar, ainda, a tristeza de Paulo em relação à falta de progresso no conhecimento por parte dos coríntios. Lamenta que eles ainda sejam crianças incapazes de digerirem um alimento mais sólido, um conhecimento mais profundo (1 Co 3:1-2). O mesmo se dá em relação aos hebreus. Segundo o autor, em face do tempo decorrido eles já deviam ser mestres. No entanto, ainda careciam de alguém para ensinar-lhes os princípios elementares dos oráculos de Deus (Hb 5:12).
Uma das condições para o crescimento é o domínio das regras do processo. É cediço que a aquisição de quase tudo nesta vida se dá de forma gradativa. Assim também ocorre em relação ao conhecimento. O saber mais, ou menos, tem uma relação direta com a aplicação que fazemos daquilo que temos aprendido (Dt 29:29; Fp 3:16; Tg 2:22). Deus não lança suas pérolas aos porcos, vez que nos orienta para agir dessa forma em sua Palavra (Mt 7:6). Ele não permitiria que soubéssemos mais do que aquilo que pudéssemos suportar, visto que daquele que mais recebe, muito mais será cobrado (Lc 12:48b). Tal permissão entraria em choque com a leveza do fardo divino, anunciada por Jesus (Mt 11:30). Ele também não permitiria que adquiríssemos o conhecimento de seus mistérios mais profundos para que apenas tivéssemos o gozo do saber ou para que deles fizéssemos uma utilização inadequada. É por isso que muitos daqueles que pensam saber, na verdade não sabem de nada. Nesse sentido estava certo Sócrates, o sábio grego, ao declarar enfaticamente: “tudo o que sei é que nada sei”. O conhecimento, como o próprio Deus, está tão perto de todos, mas ao mesmo tempo tão longe. Por isso é preciso saber a maneira certa de encontrar a um e ao outro (At 17:27).
A caminhada se dá com um passo de cada vez. A metodologia do crescimento é a utilizada pelo escriba e sacerdote Esdras: aprender, praticar e ensinar aos demais. Deus espera que sejamos multiplicadores de boas práticas e não de meras teorias (Ec 9:7; Ef 2:10; 2 Tm 3:17). O saber dissociado da prática não vale nada. “A fé sem obras é morta” (Tg 2:26). Todavia, sempre avançando, Deus espera que esquadrinhemos suas verdades e que o saber do homem se multiplique (Dn 12:4); espera que sejamos sábios e aptos para responder de forma adequada a todo aquele que O afronta (Pv 27:11; Mt 22:29; 2 Tm 2:15; 2 Pe 3:18).
É de saber que o Todo Poderoso não criou o mundo para que permanecesse incógnito, desconhecido. Pelo contrário, Ele deixou chaves para que os homens descobrissem, ao seu tempo, todos os mistérios envolvidos em sua criação e se utilizassem desse conhecimento em seu próprio benefício (Dt 29:29). Destaque-se que os primeiros verbos que Deus usa na sua comunicação com o homem são flexionados no modo imperativo. São ordens para fecundar, multiplicar, encher e sujeitar a terra, dominando sobre todos os animais que nela vivem (Gn 1:29). Está claramente evidenciado que o mundo de Adão não se limitava aos simples atos de cultivar e guardar o jardim edênico (Gn 2:15). Deus determinou claramente que o homem, palmo a palmo, conquistasse os segredos do mundo, tendo o Éden como ponto de partida. Uma descoberta levaria a outra, através de um efeito dominó, até que, de modo sempre crescente o homem completasse sua medida de saber (Gl 3:24; Fp 3:13-15; 2 Tm 4:7; 1 Jo 3:2).
Além disso, é de destacar que o conhecimento é sempre renovado. As palavras divinas são as mesmas, mas a aplicação vai se adequando aos novos tempos. Muitas das coisas que nossos pais aprenderam, hoje nós não precisamos mais. Não há um limite a ser esgotado, de forma que não se tenha mais o que aprender. Ninguém se forma completamente em conhecimento cristão. Estaremos sempre em formação. A conquista do mundo de Deus é algo processual que tem a duração de uma vida inteira. E esse mundo se renova de vida para vida (Sl 104:30), sendo o mundo de cada um diferente do mundo dos demais. Observe-se que, passados tantos séculos desde o início memorável, ainda não temos uma clara noção da amplitude dos conhecimentos guardados pelo Criador em favor do homem. Quanto mais se descobre, mais se verifica que há por descobrir. Além disso, é de ver que muitos dos segredos divinos não estão presentes no planeta Terra. Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos (Sl 19:1). O firmamento é o espaço sideral. A conquista da terra implica a conquista do espaço. O nosso planeta nada mais é do que uma das escalas do avanço humano no cumprimento do imperativo divino. É provável que tenhamos muitas outras escalas, pois é certo que Ele deseja para nós muito mais do que imaginamos. A Terra não é o nosso mundo – embora para alguns seja e talvez por isso se apeguem a ela com tanto ardor. Ela apenas faz parte dele. O nosso mundo, ainda a ser plenamente conquistado, é o mundo de Deus, os céus, se assim o desejarmos chamar (Jo 17:16; Fp 3:20). A conquista do mundo de Deus é a conquista dos céus.
Todavia, tudo começa no Éden. Há quem pense que os primeiros pais eram néscios e não sabiam de nada. Isso não é verdade. Eles eram puros, o que é bem diferente de ser ignorante. É possível que apenas não soubessem discernir entre o bem e o mal, principalmente porque não havia parâmetros para comparação. Tudo o que existia era muito bom (Gn 1:31; 2:17). Se o mundo fosse monocromático, se todas as cores fossem verdes, amarelas, azuis ou vermelhas, onde estaria o arco-íris? Somente é possível a comparação na multiplicidade, na policromia das cores e significados.
A árvore do conhecimento do bem e do mal não tem nada a ver com o conhecimento geral. Diz respeito apenas ao conhecimento específico referente ao discernimento entre o bem e o mal (Gn 2:17). Havia uma reserva divina em relação a esse nível do conhecimento. O homem, embora muito bom (em termos de criação), embora possuindo uma natureza divina naquele momento (porquanto nascido de Deus), não foi feito para ser Deus, mas para ser homem e, por conseguinte, não estava apto para a administração desse saber. Aliás, na hierarquia da criação, o homem está abaixo do Cristo (o filho do homem), o qual, por um pouco, foi feito menor que os anjos (Hb 2:7, 9). Existe uma gradação de autoridade. Paulo, escrevendo a respeito do assunto, diz: “Quero, entretanto, que saibais ser Cristo o cabeça de todo homem, e o homem, o cabeça da mulher, e Deus, o cabeça de Cristo” (1 Co 11:3). A escala é: Deus – Cristo – Homem. Quando Asafe escreve que os homens eram “deuses”, ele não queria dizer que cada um fosse Deus, mas que, sendo filhos do Deus Altíssimo, certamente seríamos deuses (Sl 82:6). É algo bem parecido com a história do “filho de peixe, peixe é” (Cf. O Homem Divino).
Por outro lado, é de destacar que certos saberes são exclusivos para o Pai (Mc 13:32; At 1:7). O conhecimento que possibilitaria o discernimento entre o bem e o mal era parte integrante dessa reserva exclusivamente divina. A falta de competência para administrar tal saber, com certeza levaria o homem à morte. Por isso o “certamente morrerás” dito por Deus. Infelizmente, o homem não acreditou nele. Pagou para ver. Desobedeceu a ordem do Criador, ultrapassou os limites e até hoje sofre as conseqüências daquele ato precipitado. Como já foi dito, o saber traz responsabilidades. Quanto mais se tem, mais se deve. Contrário senso, a ignorância é tolerada por Deus. Ele não leva em conta as coisas erradas que fazíamos pensando que estavam certas. (At 3:17; 17:30; 1 Tm 1:13; 1 Pe 1:14). Cada coisa tem o seu tempo certo (Ec 3:1). Devemos seguir o curso normal delas e ter a paciência de esperar a hora propícia para cada uma. Então, sim, devemos agir para que não sejamos considerados levianos e relaxados com a obra de Deus (Jr 48:10). É provável que até mesmo o mencionado discernimento viesse a se tornar acessível ao homem com o passar dos anos, quando adquirisse maturidade espiritual. Como se sabe, haverá um dia em que, de fato, seremos semelhantes a ele. Então, provavelmente, teremos esse domínio (1 Jo 3:2).
Enquanto isso, a Bíblia nos orienta para buscarmos crescer sempre (2 Pe 3:18). Nesse sentido, é possível que um dia todos possam se tornar mestres na Palavra e serem utilizados como tais, se Deus assim o desejar. Todavia, não passemos o carro adiante dos bois. O Senhor mesmo é o que escolhe e potencializa aquele que um dia será um mestre na Palavra (Ef 4:11). Contudo, o tornar-se efetivamente um mestre é algo que somente se dá com o tempo, através de estudos e experiências vividas. É de observar que, nos dias da criação, Adão era como um cristão novo convertido. Estava cheio de vontades. Tinha um enorme potencial para crescer. Mas, segundo a Bíblia, ele era apenas uma criança espiritual em condições de iniciar a conquista do mundo para o qual nasceu. Como tal, era ainda muito puro e inocente em relação às profundidades do conhecimento. Para crescer, necessitava de nutrimento condizente à sua condição. Veja-se que ele sequer havia aprendido a se vestir. Faltava-lhe autonomia mesmo para pequenas necessidades como essa. Ao se descobrir nu, sentiu-se envergonhado para estar diante de Deus em tal estado, mas não soube como agir, sendo necessário que o próprio Criador lhe providenciasse as vestimentas (Gn 3:21).
Quantas vezes não estivemos nós em situação semelhante, defrontando-nos com problemas aparentemente tão simples, aos quais não sabíamos dar as respostas? Quantas vezes não nos socorremos dos achismos? Quantas vezes envergonhamos o nosso Senhor ao nos passar por donos de um mundo que ainda não conquistamos? Muitas e muitas vezes! Isso, porém, é algo normal, que soe acontecer com todos os crentes no início da carreira, quando se prefere achar tudo ao invés de assumir a condição de criança espiritual que ainda não sabe quase nada. O que é anormal e muito triste é a existência dessa situação depois de anos e anos de “carreira” sem ter saído do lugar. Infelizmente, sabemos que uma pessoa nessa condição não receberá o bem-vindo de Jesus quando chegar o dia da vitória, em face de haver enterrado o seu talento potencial para a conquista de novas fronteiras para o Seu domínio (Mt 25:24-25). Segundo a Bíblia, esse alegre brado estará reservado apenas para aqueles que não medirem esforços, que não encruzarem os braços e perseverarem conquistadores, trabalhando arduamente até o fim (Pv 24:33; Mt 24:13; Gl 5:7; Ap 2:4-5).
Que esses sejam os ideais embutidos em nossos planos de batalha. Que saibamos seguir as regras que os verdadeiros heróis da fé nos legaram como exemplos de como o mundo de Deus pode ser conquistado por cada um. E assim, que possamos amar e lutar de forma ilimitada pela expansão das fronteiras de nosso mundo espiritual. Conte cada um com o seu companheiro e sempre conosco, em particular. “Para vós outros, [queridos irmãos], abrem-se os nossos lábios, e alarga-se o nosso coração. Não tendes limites em nós” (2 Co 6:11-12).
Vitória! O mundo de Deus aguarda ardentemente que nós o conquistemos.
(Crédito da Foto: Prof. Edinaldo Pereira. Descrição: Salto de Parapente do alto do Morro da Mesa em Poxoréu, MT).
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Izaias Resplandes de Sousa é membro da Igreja Neotestamentária de Poxoréu, MT.

XXIX Retiro Neotestamentário de Poxoréu


Rio dos Crentes, Poxoréu, MT, 06 de agosto de 2007.

Queridos irmãos:

É com grande prazer que nos dirigimos aos amados para comunicá-los que está sendo organizado o XXIX Retiro de Famílias, o qual, se Deus permitir, acontecerá no Acampamento “Rio dos Crentes”, em Poxoréu, MT, no período de 07 a 09 de setembro de 2007, com abertura prevista para as nove horas do dia 07/09/2007 e encerramento às doze horas do dia 09/09/2007.
Não temos dúvidas que esse Retiro será uma grande bênção para todos nós, como foram os demais, principalmente se pudermos contar com a participação dos amados irmãos dessa igreja local. Quem já esteve aqui, sabe que “Rio dos Crentes” é um lugar maravilhoso, coberto de árvores frondosas e margeado pelo rio Areia, com suas águas frescas e cristalinas, o que proporciona aos campistas, sombra aconchegante e banhos refrescantes nos momentos de calor.
Os alojamentos com beliches são coletivos, mas há espaço livre para armação de barracas e de redes. Os irmãos devem trazer colchões, lençóis, cobertores e travesseiros; também objetos de higiene pessoal. Durante o dia o clima é quente, mas de madrugada costuma esfriar. Para a alimentação é bom trazer pratos, copos e talheres. Além disso, os irmãos que constantemente necessitem de medicamentos, por favor, não se esqueçam de trazê-los. E, para os cultos, ninguém deve se esquecer das bíblias, hinários, canetas e cadernos para anotações. Para todas as atividades, requer-se de cada um a alegria, a disposição para cooperar e a vontade de estar junto com os irmãos. É possível que todos sejam escalados pelo menos uma vez para realizar alguma das atividades do acampamento.
Os irmãos não devem trazer DVDs, aparelhos de som, tristezas e contratempos para o acampamento. Pede-se também que não se usem roupas de banho no refeitório e nos cultos, mas apenas nos locais apropriados. Sabemos que “o anjo do Senhor acampa ao redor dos que o temem e os livra” (Sl 34:7), mas também sabemos que “o adversário, anda em derredor, como leão que ruge, procurando alguém para devorar” (1 Pe 5:8). Nesse sentido, devemos evitar ficar sozinhos e usar vestuário que não desperte a sensualidade (principalmente nos banhos e atividades desportivas). A simplicidade e a prudência devem ser marcas em nossos retiros. “Sede, portanto, prudentes como as serpentes e símplices como as pombas” (Mt 10:16).
Poderão participar do Retiro todos os neotestamentários em comunhão. Não se recomenda que as igrejas incluam pessoas de outras denominações em suas comitivas para evitar os conflitos. Em qualquer caso, todos os que vierem devem ser bem orientados para que se submetam aos regulamentos e orientações e não introduzam costumes diferentes dos nossos. Pessoas descrentes que estiverem freqüentando as reuniões da igreja podem participar sob a responsabilidade das lideranças locais.
Por último, conforme já avisado desde o Retiro passado, cada campista deverá contribuir com R$ 25,00 (vinte e cinco reais), sendo R$ 22,00 para alimentação e R$ 3,00 para a manutenção do Acampamento. Estarão dispensados da contribuição os missionários e as crianças abaixo de oito anos. Àqueles que necessitarem, pede-se à igreja que os assistam financeiramente para que venham.
Os demais avisos e o Regulamento Geral serão repassados aos campistas na primeira reunião do Retiro. Orem pelo evento. E que todos tenham uma boa viagem. Que Deus os guarde e os proteja até aqui. Saudações a todos.

Izaias Resplandes de Sousa
Secretário

P.S. 1: Os irmãos que não souberem como chegar ao Acampamento Rio dos Crentes, devem passar no Mercado Torixoréu, à Rodovia MT-130, Km 83,1, nº 29 para obter as informações necessárias. Também estão à disposição os telefones (66)3436-1694, (66)9205-5951 e (66)9205-5956. E-mail: respland@uol.com.br.
P.S. 2: O CD com as fotos batidas durante o acampamento será disponibilizado aos interessados por R$ 5,00. Os irmãos que tiverem máquinas e quiser gravar aqui as fotos que baterem devem trazer o cabo de conexão e o CD de instalação do software.
P.S. 3: As escalas de trabalho e de estudos serão enviadas apenas para as igrejas que tiverem membros escalados ou para aqueles que solicitarem via e-mail.

domingo, 15 de julho de 2007

O homem divino


No princípio o homem era divino. Guardava semelhança com seu Criador. Era um ser perfeito, puro, “muito bom”, conhecedor apenas do bem. Convivia harmonicamente com Deus no Éden, o Paraíso terrestre, onde desfrutava as delícias da imortalidade. Cf. Sl 82:6; Jo 10:32-36; Gn 1:26, 31; 2:8, 15-17; 3:8a, 22

Então o homem conheceu o mal. Atendeu a sua voz. Rompeu-se a comunhão com Deus. O homem divino humanizou-se. Foi expulso do jardim de delícias para viver numa terra de cardos, abrolhos, suor e fadigas. Tornou-se o senhor da imperfeição. Gerou filhos à sua semelhança, cada vez mais imperfeitos e mais distantes da perfeição divina. Popularizou-se o jargão de que “errar é humano”. Cf. Gn 3:1-6, 17; 19, 22-23, 5:3.

Sem a liderança divina os homens se perderam em seus próprios raciocínios e pensamentos. Seus líderes os fizeram errar cada vez mais. Tornaram-se filhos da ira, filhos do diabo. Anularam-se. Cada um passou a seguir o que bem quis. Cf. Jr 2:5; 50:6; Cl 2:4; Rm 1:21; Ef 2:3; Jo 8:44; At 13:10.

A Terra, amaldiçoada por Deus, tornou-se o reino de Satanás. Um lugar de aperfeiçoamento para a prática do erro. Uma escola do mal, onde predominam a ignorância, o falso, a mentira e toda sorte de engano. Cf. Gn 3:17; Jó 1:7; Jo 12:31; 14:30; 16:11; Ef 6:12; 1 Tm 4:1; 2Pe 3:17; Jd 10-16.

Essa era a triste realidade em que o homem se encontrava no início do século I da nossa história, em conseqüência de sua humanização. Além de perdido, estava com a mente completamente cauterizada, o que o tornava incapaz de reconhecer a verdade por si só. Cf. Rm 3:11-12; 1 Tm 4:2; 2 Tm 3:8; Tt 1:5.

É de destacar, todavia, que, sobre tal estado de coisas ainda prevalecia o amor de Deus pela sua criação. Louvado seja o Senhor porque foi esse o sentimento que O fez idealizar e executar um plano para resgatar o homem dos domínios de Satanás e convertê-lo novamente aos padrões do homem divino. Não havendo na Terra alguém que pudesse ser utilizado como instrumento para restabelecer a ordem da divindade, consubstanciada na verdade e no conhecimento autêntico, fazia-se necessário uma intervenção direta do Criador. E foi assim que aconteceu. Encarnado em Jesus, Deus veio ao mundo em pessoa para consolidar o seu plano para a salvação de sua criação. Cf. Is 53:6; Jo 1:14; 3:16; Rm 5:8; Gl 4:4-5.

A reação humana de rejeição à presença de Jesus na Terra, embora veemente criticada, era de se esperar. O homem perdera o seu contato com Deus. Não conhecia as Escrituras, nem o poder de Deus. Embora a divindade estivesse presente em sua essência criadora, o estado de espírito do homem prejudicava a sua capacidade de percepção. Cf. Mt 22:29; Jo 1:11; At 3:15; 7:52; Ef 4:17-18; 1 Ts 2:14-15; Is 59:2.

No entanto, toda essa situação foi pesada e levada em consideração pelo Criador. Jesus não veio apenas em palavras, mas também em obras, a fim de facilitar o seu reconhecimento pelos homens. Cf. At 3:17; 17:30; Lc 7:20-22 10:23-24; Jo 7:46; 10:37-38; 20:24-29.

Muitos ouviram, muitos foram chamados para segui-Lo. No entanto, comparativamente, poucos creram e poucos o seguiram. Todavia, aqueles que o fizeram, estavam devidamente convencidos de que não havia outro Caminho por onde seguir. A sua fé de que Jesus era o Cristo, o Filho de Deus, era inabalável. Tal era a força do seu sentimento, que por ele muitos morreram, defendendo-o. A Igreja de Jesus se formou e com grande força e poder passou a atuar na Terra, continuando a obra desencadeada por Ele para a remição da humanidade. Cf. Mt 4:19; 11:28; 20:16; 22:1-14; Lc 14:25-27; Jo 6:61-69; 14:4-6; 20:30-31; At 17:1-3; 1 Jo 2:22; 5:1; At 7:54-59; Hb 13:7.

Hoje são passados mais de dois mil anos da data em que ocorreram os eventos que culminaram com o surgimento da Igreja. Já somos hoje milhares de milhares. Pelas estatísticas, os cristãos somam mais de um terço da população do mundo, mais de dois bilhões de pessoas. A cada dia que passa cresce o conhecimento a respeito das coisas sagradas. Os homens estão redescobrindo a beleza da criação e estão abandonando aquelas práticas que a deformaram e a mutilaram. Estamos vivendo o processo de divinização e aperfeiçoamento do homem. Já não está longe o dia em que a conversão plena se dará. E então voltaremos a ser semelhantes a Ele, homens divinos, filhos de Deus, como Adão era no princípio. Cf 1 Jo 3:2; 1 Co 13:12; 2 Co 3:18; Jo 1:12.

No entanto, apesar de todo esse crescimento, ainda existem os outros dois terços da população do planeta que caminham às cegas, sem Deus e sem entendimento. É por causa desses quatro bilhões de pessoas que nós ainda estamos aqui. Da mesma maneira que fomos amados por Deus e devidamente resgatados quando ainda éramos pecadores, também devemos amá-los e nos esforçarmos ao máximo para resgatá-los deste mundo de perdição. Deus não quer que nenhum deles pereça e nos têm incumbidos da tarefa de esclarecer-lhes que existe possibilidade de salvação para todo aquele que crê que Jesus é o Cristo e recebê-Lo como Senhor de sua vida. Cf. Rm 12:2. 2 Pe 3:9; Jo 1:11-12; At 4:12.

Ser um homem divino não significa que seremos “semelhantes ao Altíssimo”, como pensou Lúcifer, mas sim que nos submetemos com humildade e alegria aos parâmetros que ele estabeleceu para nós enquanto homens. Que Deus nos abençoe e nos ajude nesse propósito de vida.

sábado, 7 de julho de 2007

A dívida dos líderes


Izaias Resplandes[i]


A Terra está cada vez mais cheia. Embora se fale em controle de natalidade e em números crescentes de mortos como conseqüência das guerras, epidemias, doenças, fome e miséria, o mundo está cada vez mais cheio. Segundo as previsões, em meados do século ultrapassaremos a casa dos 9 bilhões de habitantes. Em conseqüência disso vêm surgindo problemas de toda ordem, como por exemplo, a produção de alimentos, o efeito estufa, o aquecimento global e o descongelamento das calotas polares. No entanto, poucas pessoas estão realmente preocupadas com o futuro da Terra. A grande maioria age de forma irracional, como anencéfalos. Não pensam. Não se preocupam. Não vêem nada que indague pela busca de soluções, tornando-se também em mais um dos tantos problemas que devem ser enfrentados. Aliás, é de destacar que, indubitavelmente, o maior desafio desse século será fazer com que as massas desinteressadas e sem compromisso que aumentam a densidade demográfica do planeta, possam ser transformadas em agentes multiplicadores de soluções. Cf. Gn 1:28; Lc 21:9; Ap 6:8; Rm 8:19-23; 3:10-16; 1 Co 10:24.

É certo que o mundo tem problemas que não acabam mais. Por outro lado, faltam líderes para enfrentá-los, ao invés de ir simplesmente procrastinando, como fazem aqueles que hoje estão nas frentes de comando. Precisamos de homens comprometidos com o planeta e com as gentes que o habitam. Não é possível continuar assistindo de camarote a destruição da vida, em nome de uma ganância sem sentido. A Bíblia pergunta: “De que adianta ao homem conquistar o mundo inteiro e perder a sua alma?” É sabido que até agora não encontramos outros planetas em que a vida possa se desenvolver. A Terra ainda é o planeta vida, que precisa ser cuidada e bem administrada por todos os que dela necessitam. Ela não pertence a um. É de todos nós. Mas, poderá ser de ninguém, se verdadeiros líderes não se despontarem para governá-la em substituição aos atuais. Cf. 1 Jo 5:9; Ex 3:10-11; 4:10, 13; Jr 1:4-6; Is 6:8; Lc 9:51-56; Rm 5:8; 12-2; Mc 8:36; Rm 13:1; 1 Tm 2:1-2.

O líder deve saber o melhor caminho a seguir, além de ser capaz de estimular a confiança do liderado que o segue. Este não sabe para onde está indo. O verdadeiro líder deve ter a supervisão e ser apto a conduzir. Para tal missão, não basta um par de mãos. É preciso ter idéias extraordinárias para multiplicá-las e muita vontade de vencer e de acertar para ter a coragem de materializá-las, de torná-las realidade. As mãos condutoras do líder devem estar por todo o corpo, mas principalmente na mente e no coração. A condução é resultante da aplicação de atos de inteligência e de amor junto aos liderados e em prol de todos. Somente a conjugação desses dois fatores poderá otimizar as possibilidades de sucesso de uma empresa, porque essa é a função que gera o poder real, que envolve a conquista, o respeito e a confiança. É muito superior àquela que produz o poder do dinheiro e das armas e que gira em torno da ambição, egoísmo, ganância, traição e desconfiança. Cf. Mt 22:39; Jo 13:34; 1 Jo 4:20;

Precisamos de líderes e é fato que muitos “desejam” sê-los. Todavia, poucos lograrão êxito nesse propósito, principalmente porque não estão dispostos a investir no pretenso objetivo de suas vidas. Aquele que diz querer ser alguém, mas nada faz para materializar tal desejo, na verdade está enganando a si mesmo, porque jamais poderá transformar “seu projeto” em realidade. Isso é um dos consectários da lei de causa e efeito de Newton. Se não for feita alguma coisa para algo ocorrer, salvo por milagre, a lógica é que nada acontecerá. Todavia, o norte indica que devemos agir mais por nossa conta e esperar menos pelos milagres. Hoje eles são cada vez mais escassos. Restringem-se às necessidades inatingíveis por nós e apenas àquelas situações em que são extremamente necessários (Lc 18:27). Na medida em que o homem desenvolve as potencialidades que recebeu do Criador em sua origem, diminuem-se as necessidades da intervenção divina. Não é preciso que Ele faça aquilo que nós sejamos capazes de realizar. Deus valoriza a sua criação. Ele não estimula a preguiça e a ociosidade, mas a disposição e a ação. É corrente que Ele não move um dedo sequer para realizar aquilo que o homem seja capaz de fazê-lo, embora esteja disposto a fazer o impossível quando este tiver real necessidade de Sua intervenção, for de fato incapaz de agir e tiver a humildade de reconhecer a sua impotência. “Vá ter com a formiga, ó preguiçoso”, diz o sábio Salomão. Cf. Mt 15:14; Lc 6:39; Mt 23:16-26; 2 Lc 11:46; Tg 4:3; Pe 2:1; Tg 3:1; Mt 5:16; Ef 2:10; 2 Tm 6:17-19.

Assim, há muitos líderes nominais, mas poucos de fato. E quantos menos forem estes, maiores serão suas dívidas de responsabilidade em relação aos liderados. É de destacar que, embora aos trancos e barrancos, alguns têm sido capazes de se autoconduzirem. Mas apenas isso não é suficiente para torná-los líderes. Não se olvide de que conduzir um seja muito diferente do que liderar um milhão. A massa é totalmente dependente, não tem cérebro. Por isso necessita de alguém que o tenha para evitar que caia nos abismos da vida. Essa é a grande necessidade do momento. Os líderes existentes não são capazes de atender à demanda. Parafraseando o matemático Maltus, poder-se-ia dizer que enquanto as multidões crescem em progressão geométrica, os líderes de fato crescem em progressão aritmética. Por conseguinte, a dívida social aumenta cada vez mais, ampliando a demanda por líderes que estejam dispostos a resgatá-la, pagando o preço que for necessário para serem bem sucedidos. Cf. Mt 9:37-38; Hb 5:12; Lc 14:25-27;

Esse é o nosso mundo atual. Cheio de gente e de necessidades. Deveras carente de pessoas que desejam se envolver com ele e com as soluções de seus problemas. Qualquer pessoa pode ser um desses homens. Basta desejar, estar disposto a pagar o preço e arregaçar as mangas com unhas e dentes. Esses são os líderes que haverão de resgatar a imensa dívida social que tem sido acumulada pelos “lideres” do passado e do presente. Que aconteça aqui o milagre e que eles possam surgir! Mt 4:19; 10:42; 19:29.

[i] Izaias Resplandes de Sousa é membro da Igreja Neotestamentária de Poxoréu – MT.

terça-feira, 3 de julho de 2007

Grupo da igreja de Rocamora - Argentina


Este grupo, sào irmáos da Igreja de Rocamora no estado de Missiones, na cidade de Posadas

Palestra para casais na Igreja de Rocamora, Posadas, Missiones,Argentina


Nos dias 30 de junho, 1,2 de julho de 2007, os missionarios Isaias e Rosangela Almeida ministraram estudos relacionados a vida matrimonial, sobre o tema "Autoridade do Marido e a submissáo da esposa", na igreja de Rocamora, Posadas, Missiones,Argentina.

Participaram 15 casais. No ùltimo dia houve uma linda confratenizaçào, sendo que os homens fizeram supresa para suas esposas.

domingo, 1 de julho de 2007

Retiro de Poxoréu



Izaias Resplandes

De 7 a 9 de Setembro, Deus permitindo, teremos o XXIX Retiro de Famílias na maravilhosa cidade de Poxoréu, MT. No retiro de fevereiro, as chuvas danificaram a estrada e também a ponte de chegada ao Acampamento "Rio dos Crentes". Deu muito trabalho para que todos os ônibus atravessassem o rio de volta. Mas, apesar de tudo (e as lutas também fazem parte), todos passaram.



"A Ponte Velha"

Desde então temos cobrado da Prefeitura de Poxoréu as providências. Eles vêm adiando, adiando, mas finalmente a ponte está saindo. Hoje estivemos por lá "supervisionando as obras" e ficamos animado. Creio que dentro de uns dez a quinze dias a nova ponte sai. Então, queridos, podem programar para vir sem susto de não voltar. A ponte nova vai estar lá, se Deus quiser.


"A ponte nova" ao lado da velha