domingo, 15 de julho de 2007

O homem divino


No princípio o homem era divino. Guardava semelhança com seu Criador. Era um ser perfeito, puro, “muito bom”, conhecedor apenas do bem. Convivia harmonicamente com Deus no Éden, o Paraíso terrestre, onde desfrutava as delícias da imortalidade. Cf. Sl 82:6; Jo 10:32-36; Gn 1:26, 31; 2:8, 15-17; 3:8a, 22

Então o homem conheceu o mal. Atendeu a sua voz. Rompeu-se a comunhão com Deus. O homem divino humanizou-se. Foi expulso do jardim de delícias para viver numa terra de cardos, abrolhos, suor e fadigas. Tornou-se o senhor da imperfeição. Gerou filhos à sua semelhança, cada vez mais imperfeitos e mais distantes da perfeição divina. Popularizou-se o jargão de que “errar é humano”. Cf. Gn 3:1-6, 17; 19, 22-23, 5:3.

Sem a liderança divina os homens se perderam em seus próprios raciocínios e pensamentos. Seus líderes os fizeram errar cada vez mais. Tornaram-se filhos da ira, filhos do diabo. Anularam-se. Cada um passou a seguir o que bem quis. Cf. Jr 2:5; 50:6; Cl 2:4; Rm 1:21; Ef 2:3; Jo 8:44; At 13:10.

A Terra, amaldiçoada por Deus, tornou-se o reino de Satanás. Um lugar de aperfeiçoamento para a prática do erro. Uma escola do mal, onde predominam a ignorância, o falso, a mentira e toda sorte de engano. Cf. Gn 3:17; Jó 1:7; Jo 12:31; 14:30; 16:11; Ef 6:12; 1 Tm 4:1; 2Pe 3:17; Jd 10-16.

Essa era a triste realidade em que o homem se encontrava no início do século I da nossa história, em conseqüência de sua humanização. Além de perdido, estava com a mente completamente cauterizada, o que o tornava incapaz de reconhecer a verdade por si só. Cf. Rm 3:11-12; 1 Tm 4:2; 2 Tm 3:8; Tt 1:5.

É de destacar, todavia, que, sobre tal estado de coisas ainda prevalecia o amor de Deus pela sua criação. Louvado seja o Senhor porque foi esse o sentimento que O fez idealizar e executar um plano para resgatar o homem dos domínios de Satanás e convertê-lo novamente aos padrões do homem divino. Não havendo na Terra alguém que pudesse ser utilizado como instrumento para restabelecer a ordem da divindade, consubstanciada na verdade e no conhecimento autêntico, fazia-se necessário uma intervenção direta do Criador. E foi assim que aconteceu. Encarnado em Jesus, Deus veio ao mundo em pessoa para consolidar o seu plano para a salvação de sua criação. Cf. Is 53:6; Jo 1:14; 3:16; Rm 5:8; Gl 4:4-5.

A reação humana de rejeição à presença de Jesus na Terra, embora veemente criticada, era de se esperar. O homem perdera o seu contato com Deus. Não conhecia as Escrituras, nem o poder de Deus. Embora a divindade estivesse presente em sua essência criadora, o estado de espírito do homem prejudicava a sua capacidade de percepção. Cf. Mt 22:29; Jo 1:11; At 3:15; 7:52; Ef 4:17-18; 1 Ts 2:14-15; Is 59:2.

No entanto, toda essa situação foi pesada e levada em consideração pelo Criador. Jesus não veio apenas em palavras, mas também em obras, a fim de facilitar o seu reconhecimento pelos homens. Cf. At 3:17; 17:30; Lc 7:20-22 10:23-24; Jo 7:46; 10:37-38; 20:24-29.

Muitos ouviram, muitos foram chamados para segui-Lo. No entanto, comparativamente, poucos creram e poucos o seguiram. Todavia, aqueles que o fizeram, estavam devidamente convencidos de que não havia outro Caminho por onde seguir. A sua fé de que Jesus era o Cristo, o Filho de Deus, era inabalável. Tal era a força do seu sentimento, que por ele muitos morreram, defendendo-o. A Igreja de Jesus se formou e com grande força e poder passou a atuar na Terra, continuando a obra desencadeada por Ele para a remição da humanidade. Cf. Mt 4:19; 11:28; 20:16; 22:1-14; Lc 14:25-27; Jo 6:61-69; 14:4-6; 20:30-31; At 17:1-3; 1 Jo 2:22; 5:1; At 7:54-59; Hb 13:7.

Hoje são passados mais de dois mil anos da data em que ocorreram os eventos que culminaram com o surgimento da Igreja. Já somos hoje milhares de milhares. Pelas estatísticas, os cristãos somam mais de um terço da população do mundo, mais de dois bilhões de pessoas. A cada dia que passa cresce o conhecimento a respeito das coisas sagradas. Os homens estão redescobrindo a beleza da criação e estão abandonando aquelas práticas que a deformaram e a mutilaram. Estamos vivendo o processo de divinização e aperfeiçoamento do homem. Já não está longe o dia em que a conversão plena se dará. E então voltaremos a ser semelhantes a Ele, homens divinos, filhos de Deus, como Adão era no princípio. Cf 1 Jo 3:2; 1 Co 13:12; 2 Co 3:18; Jo 1:12.

No entanto, apesar de todo esse crescimento, ainda existem os outros dois terços da população do planeta que caminham às cegas, sem Deus e sem entendimento. É por causa desses quatro bilhões de pessoas que nós ainda estamos aqui. Da mesma maneira que fomos amados por Deus e devidamente resgatados quando ainda éramos pecadores, também devemos amá-los e nos esforçarmos ao máximo para resgatá-los deste mundo de perdição. Deus não quer que nenhum deles pereça e nos têm incumbidos da tarefa de esclarecer-lhes que existe possibilidade de salvação para todo aquele que crê que Jesus é o Cristo e recebê-Lo como Senhor de sua vida. Cf. Rm 12:2. 2 Pe 3:9; Jo 1:11-12; At 4:12.

Ser um homem divino não significa que seremos “semelhantes ao Altíssimo”, como pensou Lúcifer, mas sim que nos submetemos com humildade e alegria aos parâmetros que ele estabeleceu para nós enquanto homens. Que Deus nos abençoe e nos ajude nesse propósito de vida.

sábado, 7 de julho de 2007

A dívida dos líderes


Izaias Resplandes[i]


A Terra está cada vez mais cheia. Embora se fale em controle de natalidade e em números crescentes de mortos como conseqüência das guerras, epidemias, doenças, fome e miséria, o mundo está cada vez mais cheio. Segundo as previsões, em meados do século ultrapassaremos a casa dos 9 bilhões de habitantes. Em conseqüência disso vêm surgindo problemas de toda ordem, como por exemplo, a produção de alimentos, o efeito estufa, o aquecimento global e o descongelamento das calotas polares. No entanto, poucas pessoas estão realmente preocupadas com o futuro da Terra. A grande maioria age de forma irracional, como anencéfalos. Não pensam. Não se preocupam. Não vêem nada que indague pela busca de soluções, tornando-se também em mais um dos tantos problemas que devem ser enfrentados. Aliás, é de destacar que, indubitavelmente, o maior desafio desse século será fazer com que as massas desinteressadas e sem compromisso que aumentam a densidade demográfica do planeta, possam ser transformadas em agentes multiplicadores de soluções. Cf. Gn 1:28; Lc 21:9; Ap 6:8; Rm 8:19-23; 3:10-16; 1 Co 10:24.

É certo que o mundo tem problemas que não acabam mais. Por outro lado, faltam líderes para enfrentá-los, ao invés de ir simplesmente procrastinando, como fazem aqueles que hoje estão nas frentes de comando. Precisamos de homens comprometidos com o planeta e com as gentes que o habitam. Não é possível continuar assistindo de camarote a destruição da vida, em nome de uma ganância sem sentido. A Bíblia pergunta: “De que adianta ao homem conquistar o mundo inteiro e perder a sua alma?” É sabido que até agora não encontramos outros planetas em que a vida possa se desenvolver. A Terra ainda é o planeta vida, que precisa ser cuidada e bem administrada por todos os que dela necessitam. Ela não pertence a um. É de todos nós. Mas, poderá ser de ninguém, se verdadeiros líderes não se despontarem para governá-la em substituição aos atuais. Cf. 1 Jo 5:9; Ex 3:10-11; 4:10, 13; Jr 1:4-6; Is 6:8; Lc 9:51-56; Rm 5:8; 12-2; Mc 8:36; Rm 13:1; 1 Tm 2:1-2.

O líder deve saber o melhor caminho a seguir, além de ser capaz de estimular a confiança do liderado que o segue. Este não sabe para onde está indo. O verdadeiro líder deve ter a supervisão e ser apto a conduzir. Para tal missão, não basta um par de mãos. É preciso ter idéias extraordinárias para multiplicá-las e muita vontade de vencer e de acertar para ter a coragem de materializá-las, de torná-las realidade. As mãos condutoras do líder devem estar por todo o corpo, mas principalmente na mente e no coração. A condução é resultante da aplicação de atos de inteligência e de amor junto aos liderados e em prol de todos. Somente a conjugação desses dois fatores poderá otimizar as possibilidades de sucesso de uma empresa, porque essa é a função que gera o poder real, que envolve a conquista, o respeito e a confiança. É muito superior àquela que produz o poder do dinheiro e das armas e que gira em torno da ambição, egoísmo, ganância, traição e desconfiança. Cf. Mt 22:39; Jo 13:34; 1 Jo 4:20;

Precisamos de líderes e é fato que muitos “desejam” sê-los. Todavia, poucos lograrão êxito nesse propósito, principalmente porque não estão dispostos a investir no pretenso objetivo de suas vidas. Aquele que diz querer ser alguém, mas nada faz para materializar tal desejo, na verdade está enganando a si mesmo, porque jamais poderá transformar “seu projeto” em realidade. Isso é um dos consectários da lei de causa e efeito de Newton. Se não for feita alguma coisa para algo ocorrer, salvo por milagre, a lógica é que nada acontecerá. Todavia, o norte indica que devemos agir mais por nossa conta e esperar menos pelos milagres. Hoje eles são cada vez mais escassos. Restringem-se às necessidades inatingíveis por nós e apenas àquelas situações em que são extremamente necessários (Lc 18:27). Na medida em que o homem desenvolve as potencialidades que recebeu do Criador em sua origem, diminuem-se as necessidades da intervenção divina. Não é preciso que Ele faça aquilo que nós sejamos capazes de realizar. Deus valoriza a sua criação. Ele não estimula a preguiça e a ociosidade, mas a disposição e a ação. É corrente que Ele não move um dedo sequer para realizar aquilo que o homem seja capaz de fazê-lo, embora esteja disposto a fazer o impossível quando este tiver real necessidade de Sua intervenção, for de fato incapaz de agir e tiver a humildade de reconhecer a sua impotência. “Vá ter com a formiga, ó preguiçoso”, diz o sábio Salomão. Cf. Mt 15:14; Lc 6:39; Mt 23:16-26; 2 Lc 11:46; Tg 4:3; Pe 2:1; Tg 3:1; Mt 5:16; Ef 2:10; 2 Tm 6:17-19.

Assim, há muitos líderes nominais, mas poucos de fato. E quantos menos forem estes, maiores serão suas dívidas de responsabilidade em relação aos liderados. É de destacar que, embora aos trancos e barrancos, alguns têm sido capazes de se autoconduzirem. Mas apenas isso não é suficiente para torná-los líderes. Não se olvide de que conduzir um seja muito diferente do que liderar um milhão. A massa é totalmente dependente, não tem cérebro. Por isso necessita de alguém que o tenha para evitar que caia nos abismos da vida. Essa é a grande necessidade do momento. Os líderes existentes não são capazes de atender à demanda. Parafraseando o matemático Maltus, poder-se-ia dizer que enquanto as multidões crescem em progressão geométrica, os líderes de fato crescem em progressão aritmética. Por conseguinte, a dívida social aumenta cada vez mais, ampliando a demanda por líderes que estejam dispostos a resgatá-la, pagando o preço que for necessário para serem bem sucedidos. Cf. Mt 9:37-38; Hb 5:12; Lc 14:25-27;

Esse é o nosso mundo atual. Cheio de gente e de necessidades. Deveras carente de pessoas que desejam se envolver com ele e com as soluções de seus problemas. Qualquer pessoa pode ser um desses homens. Basta desejar, estar disposto a pagar o preço e arregaçar as mangas com unhas e dentes. Esses são os líderes que haverão de resgatar a imensa dívida social que tem sido acumulada pelos “lideres” do passado e do presente. Que aconteça aqui o milagre e que eles possam surgir! Mt 4:19; 10:42; 19:29.

[i] Izaias Resplandes de Sousa é membro da Igreja Neotestamentária de Poxoréu – MT.

terça-feira, 3 de julho de 2007

Grupo da igreja de Rocamora - Argentina


Este grupo, sào irmáos da Igreja de Rocamora no estado de Missiones, na cidade de Posadas

Palestra para casais na Igreja de Rocamora, Posadas, Missiones,Argentina


Nos dias 30 de junho, 1,2 de julho de 2007, os missionarios Isaias e Rosangela Almeida ministraram estudos relacionados a vida matrimonial, sobre o tema "Autoridade do Marido e a submissáo da esposa", na igreja de Rocamora, Posadas, Missiones,Argentina.

Participaram 15 casais. No ùltimo dia houve uma linda confratenizaçào, sendo que os homens fizeram supresa para suas esposas.

domingo, 1 de julho de 2007

Retiro de Poxoréu



Izaias Resplandes

De 7 a 9 de Setembro, Deus permitindo, teremos o XXIX Retiro de Famílias na maravilhosa cidade de Poxoréu, MT. No retiro de fevereiro, as chuvas danificaram a estrada e também a ponte de chegada ao Acampamento "Rio dos Crentes". Deu muito trabalho para que todos os ônibus atravessassem o rio de volta. Mas, apesar de tudo (e as lutas também fazem parte), todos passaram.



"A Ponte Velha"

Desde então temos cobrado da Prefeitura de Poxoréu as providências. Eles vêm adiando, adiando, mas finalmente a ponte está saindo. Hoje estivemos por lá "supervisionando as obras" e ficamos animado. Creio que dentro de uns dez a quinze dias a nova ponte sai. Então, queridos, podem programar para vir sem susto de não voltar. A ponte nova vai estar lá, se Deus quiser.


"A ponte nova" ao lado da velha

domingo, 24 de junho de 2007

O terceiro Noticiário Evangélico


dia 25 de junho o 3º Noticiário Evangelico estará nos correios sendo encaminhado para assinantes e igrejas da Neotestamentária.

Lugar para passar as férias - FAZENDA PARATUDO - CORUMBÁ-MS




David de Almeida, proprietário da fazenda Paratudo, na região do Pantanal - Corumbá-MS, ele diácono da Igreja Neotestamentária. A sua fazenda é um lindo lugar, esta sempre a disposição dos missinários para darem aquele passeio a cavalo no campo e aproveitar para ver a lida do gado. Foto de ISA2




No dia 25 de junho de 2007, o irmão William Kenneth Decker e sua esposa Ruth estão indo para os Estados Unidos morar com duas filhas.
Eles entraram para a Missão Neotestamentária em 1954. Passaram um ano na Argentina e depois moraram na Bolívia, em Roboré, durante 10 anos. Em 1.965, mudaram-se para Araçatuba, São Paulo, para substituir o casal de missionários Carlos e Margery Harrys, os quais não tiravam férias há 19 anos, ou seja, não regressavam ao seu país.Preocupado com a educação dos filhos e querendo mantê-los perto de si, resolveu ficar em Araçatuba. Como filho de missionários, Kenny sabia o que era ser criado longe dos pais, pois ele mesmo passou 4 anos separado destes, sem vê-los, em razão da 2ª Guerra Mundial. Muitos missionários enviavam seus filhos para colégios internos, próprios para filhos de missionários. Os filhos lhes são muito gratos por isso.Marta, uma das filhas, reconhece que a educação que receberam aqui, naquela época, era superior à dos USA.
Kenny e Ruth tiveram 8 filhos, sendo 6 mulheres e dois homens, os quais lhes deram 23 netos e 3 bisnetos.
Marta disse ainda que muitos perguntam se seguem os ensinos dos seus pais.Ela responde: "Acham que poderíamos rejeitar esses ensinos? Pelo contrário, espero um dia chegar ao mesmo grau de maturidade de ensino que eles nos passaram. O maior legado que nossos pais nos deixaram foi a oração. Tudo eles colocavam em oração para que pudesse ser resolvido.Ensinaram-nos uma vida de completa dependência do Senhor.
Dois filhos deles trabalham com missões. Gordon trabalha com estudantes que vão estudar nos Estados Unidos, para que quando esses estudantes voltem para seus países levem o Evangelho. A filha Jury trabalha em Santa Cruz, Bolívia, com a missão Novas Tribos. Ela e seu esposo treinam missionários para trabalharem na Bolívia.
Jeany disse ainda: "Como filhos de missionários tínhamos que fazer tudo certinho, porque todos estavam nos olhando. Tudo o que aprendi da bíblia foi com meus pais, via o exemplo deles, e vi que Deus era real para eles".
Um fato curioso ocorrido com os Decker foi uma viagem que fizeram dos Estados Unidos para Brasil em uma Kombi. Gastaram 70 dias,enfrentando estradas péssimas, montanhas, deslizamentos, chuvas, carro estragado, etc. Foi uma aventura e uma loucura!
Um dos netos, Daniel, filho da Jeany, deseja ser missionário como seus avós.

Igreja do Andirá Mirim - Amazonia

Grupo dos Irmãos que assistem na Igreja do Andirá Mirim - Amazonia

Foto tiradas por ISA2/2006, na região do Andirá Mirim - afluente do Rio Amazonas.




O casal Josias Pereira Ribeiro e sua esposa Maria Clara em frente ao local de reunião, na região do Andirá Mirim.


Oliver Chandler

Nosso querido irmão Oliver Chandler, viúvo de Elizabeth, nos deixou no dia 14 de maio, para ocupar sua morada com o Senhor.
Oliver, que era argentino (e Elizabeth, canadense), foi, em seus dias, grandemente usado pelo Senhor em seu próprio país, mas ainda mais em seu país adotivo – o Paraguai. Seus últimos anos foram passados no Canadá, aos cuidados de seus filhos Richard e Martha. Martha é esposa, mãe e avó, mas Richard permaneceu solteiro, dedicando-se nesses últimos anos ao cuidado esmerado do seu pai.
Na foto, vemos os três, quando, no mês de Dezembro do ano passado, celebraram seu último aniversário – noventa e dois!- Jaime van Heiningen.

Richard comunicou-se com o irmão Jaime em inglês, mas suas palavras seguem abaixo, traduzidas para o português por Esther Yamamoto Rees. -

Amados em Cristo,
Peço perdão por minha dificuldade em expressar-me em espanhol, não tendo falado ou escrito neste idioma durante os últimos 45 anos.
Notadamente, nas últimas semanas, papai vinha se debilitando. Quando chegou a um ponto crítico, me dei conta de que daqui em diante seria impossível ajudar-lhe adequadamente, nem com uma assistência social maior do que a que ele já estava recebendo. Era hora de deixá-lo aos cuidados de mãos mais competentes.
Isso significou admiti-lo ao hospital local, como parte de um processo de transferi-lo para uma casa de idosos com cuidados especializados. Parecia estar melhorando, mas quando fui vê-lo, cedo na manhã do dia 9 de maio, era evidente que tinha havido uma mudança para pior. Ele estava incapacitado de falar e comer, nem reagia a minha presença. A partir daí, os médicos só administraram cuidados paliativos, mantendo-o confortável.
Sua saúde deteriorou-se rapidamente. Hoje à tarde (dia 14), Martha e eu deixamo-lo por pouco tempo para ir a casa e comer alguma coisa, mas o telefone tocou e uma enfermeira nos avisou que papai já tinha ido.
Quando mamãe se foi, estivemos com ela no momento em que o Senhor a levou consigo. Para papai, o Senhor havia feito outro “acerto”. Ninguém deveria causar nenhuma distração para papai no momento mais glorioso de sua vida.
A hora e o processo da morte não são assuntos prazerosos, mas papai não tinha medo da morte, nem do que estava além dela. Lembro-me de uma conversa que tivemos faz um ano – quando lhe perguntei sobre esse momento final, próximo à morte, que todos temos que enfrentar.
Nesse tempo ele já tinha uma verdadeira dificuldade em manter uma conversa, porque não conseguir entender o sentido das minhas palavras. Apesar disso, nessa ocasião, sua mente tornou-se lúcida e clara. Quando lhe perguntei, “Papai, não tens medo da morte?”, ele olhou-me com um sorriso radiante. Poucas vezes, Martha e eu sequer vimos esse olhar em seu rosto. Eu sabia que indicava regozijo puro.
Respondeu: “Oh, não, filho. É algo que tenho anelado por muito tempo já. Perguntei-lhe, “Mas papai, por que ter o desejo de morrer?”Olhou-me como se fosse a um lugar distante e disse: “Oh, filho, ali é onde começa a verdadeira existência.” E começou a contar-me algumas das coisas dessa vida, mas lá é que desfrutarão todos os que estão em Cristo por fé.
Logo, olhando-me de novo, disse: “Minha vida aqui tem sido muito abençoada. Tenho muito pelo qual estar agradecido.” Era pela graça de Deus que papai podia compreender as coisas desta maneira. Isso fez com que eu quisesse ainda mais estar a sua disposição nos dias de luta física e mental que ainda lhe faltavam.
Agradeço aos irmãos por comunicar essas notícias aos irmãos do Paraguai e aos de outros lugares – eles significavam tanto para ele. O coração de papai estava sempre “na Obra” e orava nesse sentido, até quando sua mente fraca já não lhe permitia orar por outros motivos.
Sustentado por SEU BRAÇO PODEROSO,
Richard.

sábado, 23 de junho de 2007

Esperando a morte

Izaias Resplandes[i]


De todos os seres vivos, o único que tem plena consciência de que vai morrer é o homem. Pode-se dizer até que “vivemos” esperando a morte chegar. Ela pode demorar ou não, mas, inexoravelmente, virá para todos, seja de forma direta (quando simplesmente deixamos de viver), ou indireta (quando formos transformados de carnais para espirituais). “Aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo” (Hb 9:27). “Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados” (1 Co 15:51-52).
Sabendo que vamos morrer, não é ilógico que deixemos de desfrutar com toda a intensidade daquilo que temos à nossa disposição enquanto estamos vivos? Deus fez um mundo maravilhoso, “muito bom” em sua própria avaliação. Ele também abençoou o homem dando-lhe inteligência para saber a melhor maneira de usufruir do mundo criado. Então, por que não fazermos uso dessa prerrogativa? Por que ficar simplesmente esperando a morte chegar, quando há tantas coisas boas para serem feitas, gozadas e desfrutadas? Cf. Ex 35:30-35; 1 Rs 4:29; Pv 2:6; 23:4;Dn 1:17; Lc 2:47; Ec 3:9-13.
Há quem pense que, pelo fato de sermos crentes, nós não podemos usufruir das coisas maravilhosas que Deus fez, bem como daquelas que ele tornou possíveis de existir. Com essa atitude a morte adquire mais importância do que a vida. O crente não pode beber, não pode comer, não pode festejar, não pode vestir roupa bonita, não pode se embelezar, não pode contar piadas, não pode praticar esportes, não pode tirar férias, não pode descansar, não pode passear, não pode isso, não pode aquilo... O crente deve viver em função da cultura do “não pode”. Isso, lamentavelmente o faz infeliz e, pior, um hipócrita que se diz feliz! A verdade é que isso denota apenas falta de conhecimento e nada mais. Deus deseja a nossa felicidade e que tenhamos prazer, alegria e satisfação em nossas vidas. Cf. Dt 24:5; Jó 9:25; Ec 11:9; Gn 18:12; Ec 2:26; 12:1.
Nada é proibido. O que é preciso é saber administrar a nossa vida. Deus depositou o mundo todo em nossas mãos, confiando que saberíamos usar a sabedoria que Ele nos deu para sermos felizes. Infelizmente, muitos de nós nos temos tornado escravos de nossa própria falta de entendimento. Todas as coisas são boas para aquele que sabe tirar o bom proveito delas. É o mau uso que faz com que elas se tornem ruins e prejudiciais ao homem. Então a questão principal que gira em torno do tema é o entendimento. A cultura do “não pode” é para aquele que ainda é como menino e que “não sabe” das coisas. Para o entendido há liberdade, porque saberá discernir e julgar entre o que presta e o que não presta e aproveitar o melhor. Então viverá, ao invés de, simplesmente, ficar esperando a morte chegar. Cf. Gn 1:28-30; Pv 15:24; Mt 12:35; Rm 8:28; 11:33-36; 1 Co 2:15; 6:12; 10:23; 2 Co 4:15; Cl 2:20-23.
Alguém disse certa vez que devemos viver o hoje como se fôssemos morrer amanhã e trabalharmos hoje como se fôssemos viver eternamente. É evidente que estamos nos referindo à vida terrena. O dinheiro que nós ganhamos é para ser gasto em benefício nosso e dos demais que conosco convivem, mas com certeza não é para ser entesourado. Nós não levaremos nada dessa vida além daquilo que usufruirmos e que compartilharmos com os demais. Quantos não são aqueles que se apegam em demasia aos bens materiais, sendo “mão de vaca”, “unha de fome”, avarentos e impiedosos, vivendo uma vida de miserável, quando poderia ter o mundo aos seus pés! Que adianta ter tudo e não ter alegria e não ter paz e não ter amigos e não ter Deus em seu coração e em sua vida? A verdade é que somente o estulto fica esperando a morte chegar sem tirar o devido proveito da vida maravilhosa que Deus nos deu. “Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” Devemos ser crentes fiéis a Deus, mas acima de tudo, devemos ser verdadeiros. Se ainda não encontramos um meio de vivermos felizes, alegres e contentes, então ainda não conhecemos o Senhor da felicidade e da alegria. Mc 8:36. Cf. Lc 9:25; 1 Co 7:21; Jo 6:63. Hb 13:17.
É de destacar quão grande é a importância de se descobrir a utilidade proveitosa de cada uma das coisas que existem no mundo, a fim de usá-las em benefício da vida, ao invés de ficarmos fugindo de tudo com receio de sermos alcançados pela morte. Que o Senhor da Inteligência nos ilumine e nos abra os olhos para que possamos ver e viver com segurança durante todos os dias de nossa existência. 2 Rs 6:17.
[i] Izaias Resplandes de Sousa é membro da Igreja Neotestamentária de Poxoréu, MT.

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Calçada da Fama



Homenagem aos missionários Ruth e Willian Kenny Decker feita por uma escola de inglês de Araçatuba - SP. Uma espécie de calçada da fama.

domingo, 17 de junho de 2007

Aprendendo e fazendo o certo


Izaias Resplandes[i]

Nossos sonhos. Desde que nascemos, idealizamos fazer muitas coisas. E, ao longo de nossa vida nos esforçamos ao máximo para transformar todas essas idéias e projetos em realidade. Em algumas coisas somos bem sucedidos. Em outras, não. Nesse sentido, talvez eu pudesse dizer que isso não importa, porque é assim que acontece na vida de todo mundo e o que interessa é que não ficamos omissos e não deixamos de fazer. Ou seja, certo ou errado, nós fizemos algo na tentativa de acertar e de fazer o melhor. Eu creio que essa seria uma boa palavra, principalmente se contraposta à idéia de não fazer nada. No entanto, creio também que a Palavra de Deus pode nos dar uma orientação ainda melhor a respeito de como devemos fazer as coisas e de como poderemos ser bem sucedidos em nossos projetos. Sim, queridos, Deus deseja que nós sejamos perfeitos e nos dá orientações precisas sobre como poderemos atingir a perfeição. Cf. Fp 3:12-14.

Disse certa vez que “sem planejamento, qualquer caminho é caminho para lugar nenhum. Com o planejamento se sabe para onde se vai, como se está indo e como se fará para chegar lá”. Toda atividade bem sucedida deve ser precedida de discussão, avaliação e planejamento. Seja qual for: um emprego, uma missão, um empreendimento. Nenhuma pessoa que anda às cegas possui condições de ser bem sucedida. Cf. Lc 14:28-32.

Um professor me disse certa vez que se eu pretendesse abandonar alguma coisa em minha vida, mas não tivesse outra melhor para colocar no lugar, então seria preferível que eu continuasse com o que tinha, pois corria o risco de acabar colocando algo pior em seu lugar. É isso que normalmente acontece com quem não tem o devido cuidado em cada coisa que faz ou pretende fazer. Como se diz por aí, o mundo está cheio de boas intenções, mas nem tudo o que se pode fazer é um bom projeto para qualquer pessoa. Na rua, na escola, na igreja e em tantos outros lugares nós aprendemos coisas que nos parecem muito interessantes e que às vezes nos arrastam para verdadeiras aventuras mal sucedidas, simplesmente porque não fizemos uma análise de custo e benefício. Cf. Mt 12:43-45; 1 Co 3:10.

Querer nem sempre é poder. Existe a hora certa para fazermos cada coisa. A precipitação é péssima conselheira. Devemos cuidar de estarmos preparados para a tarefa que vamos desempenhar. Nenhuma atividade bem sucedida será feita de qualquer maneira, ou seja, sem o devido preparo prévio. Se não temos domínio de nossas ações e se em tudo dependemos dos outros, então somos alvos fáceis do fracasso e da derrota. A maioria dos erros cometidos é conseqüência de falta de preparo, falta de conhecimento e de domínio das leis de causa e efeito. Em Direito, uma pessoa é considerada culpada quando faz algo com negligência, imperícia ou imprudência. E essa é uma idéia aplicável em qualquer situação. Somente nós mesmos poderemos ser culpados dos nossos erros e fracassos, principalmente se fizemos as coisas de qualquer maneira. Cf. Mt 22:29; Jr 48:10; 2 Tm 2:15.

Diz o ditado: “o que é do homem o bicho não come”. Essa é uma verdade relativa, porque muitas vezes nem o bicho e nem o homem come, porque sequer chegamos a descobrir o que realmente era nosso. Devemos encontrar qual é a nossa praia. Ninguém veio ao mundo para ser qualquer coisa. Não há duvída de que temos uma missão. Todavia, devemos saber qual é a nossa verdadeira vocação, pois é nela que devemos envidar todos os nossos esforços. Perguntada sobre o seu projeto de vida, certa pessoa disse que seu desejo era ser um advogado. E quando se lhe perguntaram sobre o que ele estava fazendo para tornar o seu projeto de vida uma realidade, não teve palavras para responder. Muitos andam de um lado para outro, fracassando por querer imitar a atividade bem sucedida de outros, deixando de lado aquilo para o qual é realmente vocacionado. Cf. 1 Co 1:26; 7:20; 2 Pe 1:10.

Essas são algumas das razões que fundamentam os nossos sucessos ou fracassos. Por isso acredito que a melhor palavra então não seria aquela que nos orienta para fazer alguma coisa, no sentido de não ficar parado. Essa seria uma boa palavra. Mas a melhor orientação seria aquela que nos encaminha para o desenvolvimento de nossa própria vocação. Esse deve ser sempre o nosso alvo: a) descobrir para que viemos a este mundo; b) preparar-nos em conhecimento e meios para exercer a nossa missão; c) e, por fim, investir em nossa vida, de corpo e alma, para alcançar nossos objetivos. Então seremos como árvores plantadas junto a ribeiro de águas, que no devido tempo dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha. Então seremos bem sucedidos em tudo o que fizermos. Cf. Sl 1:3

[i] Izaias Resplandes de Sousa é membro da Igreja Neotestamentária de Poxoréu, MT.