segunda-feira, 10 de março de 2008

A mentira de “primeiro de abril”

(Foto no Rio das Mortes, entre Primavera do Leste e Santo Antônio do leste).
Izaias Resplandes

Introdução. O calendário profano consagra o primeiro de abril como o “dia da mentira”, caracterizado pelas “pegadinhas” enganosas e pelas mentiras feitas uns aos outros, como sendo as coisas mais naturais do mundo. Pretendemos demonstrar que não é conveniente ao crente se envolver com essas práticas. A mentira, segundo a Bíblia, não é coisa de Deus. Muito pelo contrário, é uma das características do Diabo. O verdadeiro crente deve evitar se corromper com a “graça” da mentira de primeiro de abril, sendo neste dia igualmente verdadeiro, tanto no seu pensar, como no falar e no agir. Destacamos também a existência de uma “coroa de incorruptibilidade”, a qual será entregue pelo próprio Senhor Jesus, no dia em que os crentes comparecerem diante de seu tribunal, como prêmio a todos os que vencerem as tentações e provações mundanas.

1. O crente não deve se envolver com mentiras. A verdade é um dos princípios fundamentais da vida de um cristão. Não há que se falar em “meias verdades” ou em “mentirinhas”. Ainda não faz muito tempo, ouvíamos as irmãs da escola dominical ensinando as crianças um corinho que dizia assim: “Mentirinha, não, não, não! Minha boca já tem dono. Nome feio também não, é de Deus meu coração”. Esse sempre foi um bom ensino, que deve ser repetido tantas vezes quantas forem necessárias. Devemos ser bons líderes e, desde cedo, ensinar tanto os irmãos, como também os nossos filhos a percorrerem os caminhos da verdade. Eles são os caminhos de Jesus, que conduzem à liberdade e à vida. São totalmente opostos aos caminhos da mentira que são os caminhos de Satanás, os quais conduzem o homem ao inferno.

2. A mentira é coisa do Diabo. A “pecha” é uma mancha que tenta encobrir a verdade, de modo a distorcê-la. É coisa das trevas, coisa do Diabo. E Jesus foi categórico ao dizer que o Diabo é o “pai da mentira” (Jo 8:44). E mais, não tem nada a ver com Ele, conforme deixou bem claro em uma de suas falas, quando disse: “Já não falarei muito convosco, porque se aproxima o príncipe deste mundo, e ele nada tem em mim” (Jo 14:30). As mentirinhas de primeiro de abril têm o objetivo de fazer as pessoas rirem do mal feito e do que não presta. Não é uma atitude do cristão. Pelo contrário, elas fazem parte do plano de atividades do “iníquo”, o qual atua “segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e prodígios da mentira”. E está escrito que no Dia do Juízo, lamentavelmente, essas pessoas serão condenadas “por não darem crédito à verdade; antes, pelo contrário, por se deleitarem com a injustiça”. (2 Ts 2:7-9).

3. Jesus é a verdade. Respondendo a uma pergunta de Tome, “disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (Jo 14:6). É importante saber disso. Jesus não é a mentira, mas a verdade. E nós, seus seguidores, seus discípulos, também não podemos ser mentirosos. Devemos ser verdadeiros e falar sempre a verdade. A verdade é do céu, é divina; já a mentira é do inferno, é de baixo. Salomão ensinou que “para o entendido, o caminho da vida leva para cima, para que se desvie do inferno em baixo” (Pv 15:24). Nós não somos cidadãos “de baixo”, somos “de cima”. Não mentimos “contra a verdade”, porque “essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica” (Tg 3:14-15). Por isso, queridos, sigamos a orientação de Paulo aos colossenses, pensando sempre “nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra” (Cl 3:2). Sendo crentes “de verdade”, esse princípio deve caracterizar todos os nossos atos, pensamentos e palavras, em todas as nossas relações de uns para com os outros, crentes ou não. Nós conhecemos a verdade e fomos libertados por ela (Jo 8:32). Agora devemos ser pregadores desse princípio. E nada melhor do que a prática para dar ênfase àquilo que nós falamos. “Por isso deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo; porque somos membros uns dos outros” (Ef. 4:25).

4. A graça da mentira de primeiro de abril não é para o crente. Nós não nos deleitamos com o mal. A mentira prende a pessoa. Uma mentirinha puxa outras cada vez maiores, de tal sorte que, como o tempo a pessoa se torna completamente falsa. Lembremos o que já dizia o salmista: “um abismo chama outro abismo” (Sl 42:7). Já a verdade? Ela liberta. “E conhecereis a verdade e ela vos libertará”, disse Jesus (Jo 8:32).

Vamos admitir que no passado, antes de nos convertermos, tivéssemos esse péssimo hábito de mentir. Ninguém se amofine por conta disso, pois era muito natural que isso acontecesse. Naquele tempo, “éramos filhos da ira” e fazíamos e falávamos o que queríamos (Ef. 2:3). Ou, em outras palavras, conforme disse Jesus, tínhamos por “pai ao diabo” e agíamos para “satisfazer os desejos” dele. Ele, sim, “foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira” (Jo 8:44).

Mas, como te disse, meu querido, isso foi naquele tempo em que vivíamos na ignorância, quando não nos dávamos conta de que as conseqüências dos nossos atos poderiam nos levar para o inferno. Melhor dizendo, para o “Lago de Fogo”, conforme está escrito: “Mas, quanto aos medrosos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos adúlteros, e aos feiticeiros, e aos idólatras, e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago ardente de fogo e enxofre, que é a segunda morte” (Ap 21:8).

Naquele tempo, a nossa mente e a nossa inteligência estava embotada pelo “deus deste século”, turbando-nos o entendimento (2 Co 4:4). Hoje, porém, a situação mudou. Agora somos novas criaturas; “as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Co 5:17). E nessa condição, não podemos mentir. A mentira é coisa do “velho homem” que ocupava esse corpo, mas que já morreu ali na cruz, juntamente com o Senhor Jesus. “O nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado” (Rm 6:6). Então, queridos, “não mintais [mais] uns aos outros, pois que já vos despistes do homem velho com os seus feitos” (Cl 3:9).

5. A coroa da incorruptibilidade. E aqui chegamos ao fim. Esperamos que tenha valido a pena o seu investimento de tempo nessa reflexão. Às vezes nós estamos tão acostumados com determinadas coisas, que não somos capazes de enxergar o óbvio, sendo preciso que alguém nos mostre isso. Espero ter sido capaz de te dizer que “mentira é mentira”. Corrompe a verdade, a moral e os bons costumes. Qual é a pessoa que confia no mentiroso? Nenhuma! Foi por isso que ensinei meus filhos desde pequenos, que deveriam me dizer sempre a verdade, mesmo sabendo que poderiam ser castigados.

Todavia, como prêmio por terem dito a verdade, eu nunca os castiguei por certos erros cometidos. Apenas aconselhei para que não os repetissem mais. Por outro lado, sempre fui terrível em relação à mentira. Nunca perdoei. Nesses casos, a “vara da disciplina” sempre foi usada com bastante rigor. Creio que não seria preciso dizer que o meu perdão se fundamenta na Bíblia. Mas vou dizer assim mesmo, pois ela nos ensina a confessar nossas “culpas uns aos outros” e a orar “uns pelos outros, para que sareis”, pois “a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tg 5:16). Além disso, a confissão é o princípio do perdão. “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça” (1 Jo 1:9).

De igual modo, Deus também premiará aqueles que não se deixarem corromper pela mentira e tiverem o “domínio próprio em todas as coisas”. Estes haverão de receber Dele “a coroa incorruptibilidade” (1 Co 9:25), no dia em que comparecerem “ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal” (2 Co 5:10).

Conclusão. É de ver que a vitória de Cristo sobre a mentira de primeiro de abril, com certeza depende de cada um de nós. Portanto, meus queridos, não nos envolvamos com essas práticas que tentam minar o maior de todos os fundamentos da fé cristã, que é a verdade. Se cada um de nós falar a verdade ao seu próximo, o mal será derrotado. Pense nisso e “não deis lugar ao Diabo” (Ef 4:27). Sujeitai-vos apenas à verdade de Deus. “Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4:7).


Vitória!

4 comentários:

Anônimo disse...

Querido irmão,
Parabens pelo artigo.
"Alguns acostumaram tanto a mentir que passaram acreditar nas suas mentiras..."
isa2

Anônimo disse...

A mentira consiste em rejeitar a verdade de Deus. Sobre os mentirosos está escrito: "Pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira..." (Rm 1.25). Por isso a mentira se estende por toda a história da humanidade. Ela é a culpada pela queda do homem e causa de todos os sofrimentos e de muitas lágrimas.

A mentira não tem sua origem na evolução, mas em Satanás – ele é chamado "pai da mentira". O Senhor Jesus Cristo mostrou isso de maneira inequívoca quando disse: "Vós sois do Diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira. Mas, porque eu digo a verdade, não me credes" (Jo 8.44-45). Assim, o pecado só entrou no mundo por meio da mentira, pois Satanás enganou os primeiros seres humanos através da mentira: "É certo que não morrereis... mas sereis como Deus" (Gn 3.4-5). A realidade da mentira e do pecado em si falam contra a evolução e a favor do relato da Bíblia, de que somos uma criação caída.

Com toda a certeza a mentira não é indicação de inteligência, mas um sinal característico de uma vida sem Deus, que não ama a verdade e é a identificação de uma natureza pecaminosa. Em 1 João 2.21 está escrito: "...mentira alguma jamais procede da verdade." Por isso, a crescente tendência para a mentira em nossos dias também é um sinal evidente dos tempos finais: "Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência" (1 Tm 4.1-2).

Como a mentira é o oposto exato da verdade de Deus e assim rejeita o próprio Deus da maneira mais grosseira, ela também será julgada com dureza pelo Deus santo. No último livro da Bíblia está escrito duas vezes com inequívoco rigor:

– "Nela, nunca jamais penetrará coisa alguma contaminada, nem o que pratica abominação e mentira, mas somente os inscritos no Livro da Vida do Cordeiro" (Ap 21.27).

– "Fora ficam os cães, os feiticeiros, os impuros, os assassinos, os idólatras e todo aquele que ama e pratica a mentira" (Ap 22.15).

Parece que o pouco de verdade que há no artigo citado é que uma inverdade passa pelos nossos lábios aproximadamente 200 vezes por dia. Em face desta realidade da mentira, como deveríamos tremer diante da verdade que o próprio Senhor Jesus descreve assim: "Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no Dia do Juízo" (Mt 12.36).

Somente estas poucas afirmações da Bíblia nos colocam diante da verdade de que nenhuma pessoa pode ser salva por meio dos próprios esforços. Bastaria pensar isso, para mentir a si mesmo. Mas, Jesus Cristo veio para isto: Ele, a Verdade de Deus em pessoa, a fim de tomar sobre si a nossa culpa, para que nós, exclusivamente pela graça, pudéssemos ser libertos da mentira. Por isso o Senhor Jesus diz em outra passagem: "Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" (Jo 8.31-32). Verdade é reconhecer a mentira como aquilo que ela é: um pecado que nos separa de Deus. Mas verdade também é saber que podemos confessar a Jesus a mentira e todos os nossos outros pecados e pedir perdão. Verdade também é que, então, podemos aceitar o perdão pela fé e com gratidão. Aquele que fizer isso com sinceridade e de todo o coração, receberá o perdão (1 Jo 1.7 e 9), pois Deus não pode mentir.

Gláucia Torrezan disse...

Querido irmão!
Parabéns pelo artigo! Como sempre, edificando o povo de Deus.
Que Deus continue a abençoá-lo ricamente, juntamente com sua linda família.
Em Cristo,
Gláucia Torrezan

Prof. Izaias Resplandes disse...

Caríssimos Isaías, Mário e Gláucia...
Saudades!

É interessante ver que esse meio eletrônico nos possibilita escrever e ransmitir a VERDADE por meio de muitas mãos. Certamente que as suas mãos observadoras contribuem para o enriquecimento do artigo e seu aprimoramento. É de destacar que as referências e comentários do Mário são bastante oportunas.
E acredito que, se todos nós dermos a nossa parcela de contribuição, principalmente falando e praticando a verdade, mais cedo, a VERDADE DE JESUS se consolidará como o único caminho para ir ao Pai, como Ele disse em Jo 14:6.
Obrigado pelo feed back.
Espero encontrá-los no "Aconchego" de Campo Grande, no dia primeiro de maio de 2008.
Abraços,
Izaias Resplandes