O princípio da cooperação
Prof. Izaias Resplandes
Sede perfeitos!Certamente há muitas maneiras de alcançarmos a perfeição naquilo que nós fazemos. Não pretendemos esgotar o tema com esta preleção. Tão somente esperamos oferecer algumas linhas de raciocínio que possam nos ajudar a aperfeiçoar as nossas ações, de forma que nós possamos agradar a Deus com os nossos atos.
Deus nos mostrou que a parceria é uma
excelente alternativa para se obter a perfeição. Melhor do que o "eu" e o
"você", é o "nós". A força da obra realizada por duas
pessoas não é igual à soma da força de um com a força do outro, consideradas
isoladamente. Se somarmos o que um faz, com o que o outro faz, o resultado será
menor do que aquilo que for produzido pelos dois, de forma conjunta. É por isso
que o Pregador diz no livro de Eclesiastes: 1) que o trabalho de dois terá
melhor remuneração do que o de cada um, produzido isoladamente (4:9); 2) que
um, estando sozinho, vier a cair, não terá quem o levante, ao passo que, se
estiver juntamente com outro, se cair este o levantará (4:10); 3) que, se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas
um só, como se aquentará? (4:11) e que, se alguém prevalecer contra um, os dois
lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa (4:12).
Jesus queria que os seus discípulos
fossem eficientes no cumprimento da missão que haveria de dar para eles
executarem após a sua morte. E assim,
ao prepará-los para esse empreendimento,
enviou-os em duplas, em missões preparatórias para a missão que seria a
finalidade de suas vidas. Um seria o escudo e a proteção do outro; um seria a coragem e a força de seu companheiro. E desse modo deveriam ser bem
sucedidos, como de fato foram, regressando entusiasmados com o sucesso de suas
ações, principalmente por verem que até os espíritos se encurvavam diante
deles.
A cooperação é o fundamento de uma obra
bem realizada, de uma obra de sucesso.
Trago da minha infância uma ilustração muito interessante de parceria. A
vida dos animais atrelados por uma corda e duas moitas de capim colocadas em
pontos distantes uma da outra. E aí aqueles animais tentavam comer o capim,
cada um a sua própria moita. E não conseguiam porque a distância entre o ponto
em que estavam originariamente e a moita de capim era maior do que a metade da
corda e os prendiam. E assim fracassavam, porque cada um somente pensava em si
mesmo, se é que animal pensa. Mas, ao
decidirem pela parceria, comendo os dois uma das muitas de cada vez, obtiveram sucesso. Aqui vemos a importância da parceria. E essa
lição da natureza serve também para o homem. É uma solução divina. Deus
deixou-a à disposição do homem para que a descobrisse e usasse em suas tarefas
cotidianas.
Observar... Descobrir... Fazer igual o modelo
divino impregnado em toda a criação do universo: eis aí a fórmula do
sucesso. E a principal alternativa de
solução dos problemas diários enfrentados pelo homem, está fundamentada no
princípio da cooperação de todos. É com a justa cooperação de cada um, que se
chega ao resultado desejado por todos. E
essa lição de parceria nós encontramos muito bem ilustrada na natureza, tornando verdadeira a afirmação de que tudo o que de
Deus se pode conhecer e esteja revelado na criação, porque Deus o revelou.
Todas as pessoas podem participar na
realização de uma obra. Alguns pensam que não podem ajudar porque não entendem
do assunto e exige pessoas mais especializadas para fazê-la; já outros, acham
que a obra é de pequena importância e pode ser realizada por pessoas com menos
capacitação do que a sua. Vejam que paradoxo. Uns não fazem porque se sentem
desqualificados; e outros porque se sentem qualificados demais. Na verdade o
que se vê diante de um retrato desses é uma falta de vontade política de fazer
acontecer. E quem pensa dessa forma não
está andando no espírito de Cristo; e diz a Bíblia que "se alguém não tem
o Espírito de Cristo, esse tal não é dele".
Jesus nunca foi preguiçoso. Pelo
contrário, às vezes trabalhava até fora de hora e em dias que a religião do seu
povo não recomendava trabalhar. Talvez o meu interlocutor saiba ou já tenha
ouvido alguém dizer que o Senhor Jesus era judeu e que, quando veio ao mundo,
fez muitas obras no dia de sábado, dia que os judeus consideravam sagrado, sendo
reservado exclusivamente para o descanso, nele não se podendo realizar nenhuma
obra. Por esse motivo, ele foi muito criticado pelo seu próprio povo. Todavia,
nenhuma dessas críticas recebidas mudou os seus planos. Para ele, ajudar alguém
que necessitava de sua ação era algo fundamental e não poderia sofrer a nenhuma
limitação, por mais importante que fosse. Ele dizia: “meu trabalha até essa
hora e eu trabalho também”.
É fato que todos podem colaborar em uma
obra. Cada um fará o que sabe fazer. A mão fará o trabalho da mão e o pé, o
trabalho do pé. O servente ajudará o pedreiro, o carpinteiro, o ferreiro, o
pintor e outros profissionais do ramo. Então precisaremos muito mais de
serventes, do que de profissionais especialistas. Disso ninguém duvida. Pois
esse é mais um dos princípios de sabedoria que Deus deixou arraigados em sua
criação para que o homem descobrisse e utilizasse. Aquilo que normalmente
recebe menos honra, normalmente é o de que mais se precisa.
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