A
missão do crente hoje
Izaias
Resplandes de Sousa
Jesus deu a cada crente a missão de pregar o evangelho de seu reino, fazer discípulos e educá-los a respeito de seus ensinos, principalmente através do testemunho daquilo que tem acontecido em sua vida.
Todas
as etapas da missão do crente estão associadas. O pregar o
evangelho é mais do o que o simples discurso a respeito do que a
Bíblia diz sobre Jesus. A pregação deve refletir a prática do
pregador. Se a mensagem objetiva uma transformação no ouvinte,
então o pregador deve refletir essa nova situação. As pessoas
devem perceber o antes e o depois de Cristo na vida do pregador. Se a
pregação não produziu qualquer mudança naquele que prega, então
ela não será uma mensagem de autoridade.
Certo
professor disse ao aluno que ele precisava estudar bastante para se
tornar uma pessoa bem sucedida, ganhar bastante dinheiro e
viver feliz. Então o aluno perguntou ao professor se ele havia
estudado bastante e ele disse que sim. E ele perguntou se o professor
era muito rico e este não soube o que dizer. Assim é aquele que
prega uma mensagem de transformação pela qual não foi
transformado.
Ao
apresentar sua mensagem, o pregador deve dar o seu testemunho a
respeito das mudanças que essa mensagem ocasionaram em sua vida,
pois a motivação para que o ouvinte receba e incorpore a mensagem
será o desejo de ser igualmente transformado. Ninguém se interessa
por uma mensagem de transformação que não transformou nem mesmo o
próprio autor da mensagem. Se você diz “Jesus Cristo mudou meu
viver”, então diga como isso aconteceu, quais foram as mudanças e
que benefícios elas lhe trouxeram.
O
testemunho a respeito dos efeitos da mensagem de um pregador é um
complemento indispensável para o sucesso de qualquer pregação. Não
adianta apenas pregar e ensinar como por em prática a pregação. É
preciso viver aquilo que se prega e despertar nos ouvintes o desejo
de ter uma vida igual. Paulo dizia: “Sede
meus imitadores, como também eu sou de Cristo”, 1
Coríntios 11:1. Jesus disse: “eu
vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também”,
João
13:15. O segredo da pregação bem sucedida é o pregador ser um
exemplo para os ouvintes, ao ponto de poder convocá-los a imitá-lo
e ser como ele.
Tenho
ouvido muitos pregadores dizendo que estão felizes porque tem
semeado a palavra, pregando-a como Jesus mandou e que outros
estão colhendo os frutos de seu trabalho. E que o importante é
pregar. É verdade que Paulo diz: “Eu
plantei, Apolo regou”, 1
Coríntios 3:6 e ainda “o
que planta e o que rega são um”, 1
Coríntios 3:8, mas o que ele pretende dizer com isso não é que eu
deva me preocupar apenas com uma parte do serviço, senão que
devemos trabalhar em equipe, cada um fazendo o que faz melhor.
Devemos ser “cooperadores
de Deus”,1
Coríntios 3:9. E, tanto um como outro, deve testemunhar em sua
própria vida, sobre o poder transformador da Palavra pregada e
ensinada. Com as vênias de quem entenda diferente, a compreensão
que tenho alcançado sobre esse assunto é que a missão tem que ser
completa. Não basta pregar, não basta ensinar, não basta apenas
testemunhar pela vivência. A missão do crente consiste em um
completo ato educativo.
Assim
diz a Palavra: “Educa
a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não
se desviará dele”, Provérbios
22:6. A educação consiste na aplicação de todas as etapas:
pregar, ensinar, testemunhar e garantir a permanência de tudo. Os
pais não são aqueles que colocam os filhos no mundo e largam para
lá, mas aqueles que os criam e os preparam para enfrentar o que vier
pela frente ao longo da vida. Não podemos pregar a palavra para
alguém e largar para lá. Devemos regar essa palavra para que ela
germine, cresça, floresça e frutifique. Esse é o objetivo. É
evidente que o trabalho pode ser desenvolvido por uma equipe, onde
cada um faça sua parte, mas nenhuma parte pode ser negligenciada,
sob pena de apenas estarmos contribuindo para o fracasso da missão.
Quantos pregadores testemunham dizendo que pregou aqui, ali e acolá;
que pregou em Mato Grosso, em Rondônia e no Amazonas, mas não tem
os frutos de seu trabalho para apresentar. Isso não é missão de
sucesso; é missão de fracasso!
A
missão pode ser feita de forma isolada ou em equipe. O trabalho em
equipe é melhor porque pode ser executado pelos melhores de cada
área. Sabemos que é difícil alguém ser especialista em tudo. Mas,
se a missão for realizada por apenas uma pessoa, então essa pessoa
deverá estar preparada e disposta a realizar sozinha todas as
etapas, ou, pelo menos, até que se levante outros para continuar o
seu trabalho. Aquele que, pregando a palavra, ganhou uma alma, deve
se ocupar de sua educação, ou entregá-la aos cuidados de outros
que possam fazê-la. Mas, jamais deve abandoná-la até que esteja
pronta para prosseguir sozinha com segurança e maturidade. Se
abandoná-la, não estará salvando-a, mas contribuindo para sua
morte, porque quando ela vier enfrentar a adversidade, não estará
preparada para obter uma vitória.
Essa
é missão que recebemos de Cristo. Ele não chamou seus discípulos
e largou para lá. Ele chamou e andou com eles até que estivessem
prontos para prosseguirem. E só então partiu. Mas, mesmo quando
partiu, continuou se preocupando com eles, enviando outro consolador
para ajudá-los e que estaria com eles até o dia em que voltasse
para buscá-los e levar para estar com ele para sempre. E esse foi o
exemplo que ele deixou para nós seguirmos.
E
eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique
convosco para sempre; o Espírito de verdade, que o mundo não pode
receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis,
porque habita convosco, e estará em vós. Não vos deixarei órfãos;
voltarei para vós. João
14:16-18.
Essa
é a mensagem. Assim como Jesus fez com seus primeiros discípulos e
estes fizeram com os discípulos seguintes, nós também devemos
fazer com os discípulos de hoje.
Jesus
disse: “Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o
sou. Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis
também lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei o exemplo,
para que, como eu vos fiz, façais vós também”, João
13:13-15.
Um comentário:
Concordo plenamente, irmão Izaias. A obra do crente deve ser completa. Roguemos ao Senhor da Seara que levante não só semeadores, mas aqueles que discipulam, que regam, que pastoreiem os novos convertidos e deem alimento sólido a igreja. A obra é vasta, é extensa, mas, tem que ser completa.
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