Tudo
coopera para o nosso bem
Izaias
Resplandes
“E
sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles
que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”.
Rm
8:28.
Nós
temos uma ideia de bênção generalizada quando fazemos a primeira
leitura deste versículo. Imaginamos que todas as coisas estão ao
nosso serviço, simplesmente porque somos crentes. Mas a mensagem do
texto vai um pouco além, sendo importante que nós a
captemos
para que de fato possamos receber as bençãos previstas nessa
palavra.
O
texto está amarrado em duas premissas: o amar a Deus e o ser chamado
segundo o seu propósito.
Qual
o entendimento de amar a Deus? Todas as pessoas amam a Deus? Como eu
posso ter certeza de que amo a Deus?
Jesus
disse: “Se
me amais, guardai os meus mandamentos. João 14:15.
Jesus
é o Deus unigênito. E ele nos deu mandamentos para guardar.
Vejamos:
Um
novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos
amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. João
13:34,35.
Em
outra passagem ele faz uma síntese dos
principais
mandamentos,
dizendo:
Amarás
o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de
todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o
segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti
mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.
Mateus 22:37-40.
Desse
modo, se fizermos uma reescrita de Romanos
8:28, considerando essas palavras de Jesus, o texto deveria ficar
mais ou menos assim: sabemos que todas as coisas contribuem
juntamente para o nosso bem se formos capazes de amar a Deus de todo
nosso coração de toda a nossa alma e de tudo nosso pensamento bem
como se formos capazes de amar o nosso próximo como a nós mesmos.
E
creio que todos nós sabemos que não é fácil cumprir o mandamento
de amar a Deus da maneira como é posto na Palavra. Podemos até
dizer que amamos assim. No entanto, dizer que ama é diferente de
amar.
A
Palavra diz: Se
alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois
quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a
quem não viu? 1 João 4:20.
Verificamos,
assim, que o amor a Deus está atrelado ao amor ao irmão e ao
próximo. E, com certeza, quase todos falharíamos na prova deste
amor.
A
segunda premissa é do chamado segundo o propósito de Deus. Qual
seria o propósito de Deus para nós?
Assim
diz a Palavra:
O
Senhor fez todas as coisas para atender aos seus próprios desígnios,
até o ímpio para o dia do mal. Provérbios 16:4.
Assim
será a minha palavra, que sair da minha boca; ela não voltará para
mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que
a enviei. Isaías 55:11.
Porque
eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor;
pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais.
Jeremias 29:11.
Deus
deseja a nossa salvação; deseja que vivamos em paz com Ele; deseja
que nenhuma alma pereça. Isso não é tudo, mas é uma parte
essencial do propósito de Deus.
Em
relação à salvação, a Palavra nos diz:
Porque
Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para
que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o
mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. João 3:16,17.
Em
relação à paz com Deus, é assim a Escritura:
Tendo
sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso
Senhor Jesus Cristo; Romanos 5:1.
E
em relação à salvação de todos, assim diz o apóstolo Pedro:
O
Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por
tardia; mas é longânimo para conosco, não querendo que alguns se
percam, senão que todos venham a arrepender-se. 2 Pedro 3:9.
Além
desses pontos universais, Deus também têm um propósito especial
para aqueles que ela já salvou. Assim diz o texto sagrado:
Porque
somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as
quais Deus preparou para que andássemos nelas. Efésios 2:10.
Sim,
meus queridos, o propósito de Deus ao salvar-nos foi para que
andássemos nas boas obras que Ele preparou para nós.
O
propósito de Deus para nós está associado ao fazer boas obras.
Vejamos algo sobre isso:
Quanto
aos ricos:
Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a
esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundantemente
nos dá todas as coisas para delas gozarmos; Que façam o
bem, enriqueçam em boas obras, repartam de boa mente, e sejam
comunicáveis; Que entesourem para si mesmos um bom fundamento para o
futuro, para que possam se apoderar da vida eterna. 1 Timóteo
6:17-19.
Quanto
às viúvas:
Mas,
se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua
família, negou a fé, e é pior do que o infiel. Nunca seja inscrita
viúva com menos de sessenta anos, e só a que tenha sido mulher de
um só marido; Tendo testemunho de boas obras: Se criou os filhos, se
exercitou hospitalidade, se lavou os pés aos santos, se socorreu os
aflitos, se praticou toda a boa obra. 1 Timóteo 5:8-10.
Quanto
ao dar valor:
E,
estando ele em Betânia,
assentado à mesa, em casa de Simão, o leproso, veio uma mulher, que
trazia um vaso de alabastro, com unguento
de nardo puro, de muito preço, e quebrando o vaso, lho derramou
sobre a cabeça. E alguns houve que em si mesmos se indignaram, e
disseram: Para que se fez este desperdício de unguento?
Porque podia vender-se por mais de trezentos dinheiros, e dá-lo aos
pobres. E bramavam contra ela. Jesus, porém, disse: Deixai-a, por
que a molestais? Ela fez-me boa obra. Porque sempre tendes os pobres
convosco, e podeis fazer-lhes bem, quando quiserdes; mas a mim nem
sempre me tendes. Marcos 14:3-7.
E
qual dentre vós é o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe
dará uma pedra? E, pedindo-lhe peixe, lhe dará uma serpente? Se
vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos,
quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe
pedirem? Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam,
fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas. Mateus
7:9-12.
Enfim,
nem tudo o que fazemos é boa obra para Deus; a boa obra seria apenas
a ação de fé com o propósito de agradá-lo; a boa obra consiste
no obedecer a Deus e fazer o que ele manda, sem discutir, sem
questionar, mesmo que não compreendamos.
Assim,
vemos que não é fácil cumprir os requisitos da Palavra para que
todas as coisas possam efetivamente cooperar para o nosso bem. Mas,
ainda que não seja fácil, jamais devemos desistir.
Por
outro lado, além das observações já feitas, uma leitura detalhada
e atenciosa de todo o capítulo 8 de Romanos, onde se encontro o
contexto dessa promessa ora discutida, nos ajudará a ver que muitas
coisas devem ser feitas para que essa Palavra se possa se aplicar cem
por cento em nossas vidas. Devemos analisar o todo para não
corrermos o risco de pecar, alegando que Deus não está fazendo o
que promete, quando nós é que não estamos fazendo a nossa parte.
Certamente que Ele sempre fará mais do que esperamos que ele faça.
Portanto,
agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus,
que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque a lei
do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e
da morte. Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava
enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da
carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne; Para que a
justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a
carne, mas segundo o Espírito. Porque os que são segundo a carne
inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o
Espírito para as coisas do Espírito. Porque a inclinação da carne
é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz. Porquanto a
inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita
à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser. Portanto, os que estão
na carne não podem agradar a Deus. Vós, porém, não estais na
carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós.
Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é
dele. E, se Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto
por causa do pecado, mas o espírito vive por causa da justiça. E,
se o Espírito daquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus
habita em vós, aquele que dentre os mortos ressuscitou a Cristo
também vivificará os vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que
em vós habita. De maneira que, irmãos, somos devedores, não à
carne para viver segundo a carne. Porque, se viverdes segundo a
carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do
corpo, vivereis. Porque todos os que são guiados pelo Espírito de
Deus esses são filhos de Deus. Porque não recebestes o espírito de
escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o
Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai. O
mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de
Deus. E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também,
herdeiros de Deus, e coerdeiros
de Cristo: se é certo que com ele padecemos, para que também com
ele sejamos glorificados. Porque para mim tenho por certo que as
aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória
que em nós há de ser revelada. Porque a ardente expectação da
criatura espera a manifestação dos filhos de Deus. Porque a criação
ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que
a sujeitou, na
esperança de que também a mesma criatura será libertada da
servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de
Deus. Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com
dores de parto até agora. E não só ela, mas nós mesmos, que temos
as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando
a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo. Porque em esperança
fomos salvos. Ora a esperança que se vê não é esperança; porque
o que alguém vê como o esperará? Mas, se esperamos o que não
vemos, com paciência o esperamos. E da mesma maneira também o
Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que
havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por
nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que examina os corações
sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus
intercede pelos santos. E sabemos que todas as coisas contribuem
juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são
chamados segundo o seu propósito. Porque os que dantes conheceu
também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a
fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que
predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também
justificou; e aos que justificou a estes também glorificou. Que
diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra
nós? Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o
entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as
coisas? Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É
Deus quem os justifica. Quem é que condena? Pois é Cristo quem
morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à
direita de Deus, e também intercede por nós. Quem nos separará do
amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição,
ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada como
está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia;
Somos reputados como ovelhas para o matadouro. Mas em todas estas
coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou. Porque
estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os
principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem
a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá
separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.
Romanos 8:1-39.
É
de observar
que todas as promessas de Romanos 8 estão condicionadas. Elas são
para “os que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito”;
são para aqueles em que “o Espírito de Deus habita”, aqueles
que “tem o Espírito de Cristo”. É
de ver, ainda,
que
todos
esses atributos são colocados por Paulo, após
um “se”. Isso quer dizer que somente se materializarão em nossas
vidas se o “se” condicionante,
acontecer.
Vejamos:
Vós,
porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito
de Deus habita em vós, Romanos 8:9; b)
E, se Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por
causa do pecado, Romanos 8:10; E, se o Espírito daquele que dentre
os mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, Romanos 8:11; Porque,
se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito
mortificardes as obras do corpo, vivereis, Romanos 8:13; E, se nós
somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e
coerdeiros de Cristo: se é certo que com ele padecemos, para que
também com ele sejamos glorificados, Romanos 8:17; Mas, se esperamos
o que não vemos, com paciência o esperamos, Romanos 8:25.
Portanto,
meus queridos, não culpemos a Deus quando alguma coisa não coopera
para o nosso bem. Antes, culpemos a nós mesmos, pois certamente, a
falha estará sendo nossa e não de Deus.
É
de dizer que a cooperação para o nosso bem, quando fazemos a nossa
lição de casa, é quase que automática. Se o “se” causador
acontece, a consequência acontecerá. Se fazermos o que é certo,
somente poderemos ser abençoados, mas, se fizermos algo errado, a
bênção poderá ser parcial ou negativa. Não porque Deus não quer
abençoar, mas por que a sua palavra para que a bênção aconteça
de forma plena foi dada mediante condição.
Que
possamos ler, compreender e assimilar a verdadeira mensagem bíblica
para nós na forma em que nos foi transmitida pelos homens inspirados
de Deus e não conforme nossas vãs filosofias, pensamentos e
entendimentos. Não nos esqueçamos de que, “há caminho que pode
nos parecer direito, mas ao final, não passam de caminhos de morte”.
Deus
nos abençoe!
Um comentário:
Um estudo muito importante e de uma reflexão necessária na nossa jornada na terra.
Deus te abençoe amado irmão Izaías Resplandes, para continuar nos proporcionando temas tão profundo como este o que acabei de ler.
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