Jesus caminhava com
algumas pessoas em direção à Jerusalém, visto estar próxima a Sua assunção. Já
havia enviado uns mensageiros adiante de si para preparar um lugar para que
eles pousassem. Mas estes não foram bem recebidos pelos samaritanos, porque
perceberam que eram judeus e não ficariam ali, estavam apenas de passagem para
Jerusalém. Tiago e João, não gostaram nada daquilo e queriam dar uma de Elias,
fazendo descer fogo do céu e consumir aos samaritanos que lhes negaram pousada.
Jesus lhes repreendeu duramente mostrando a eles que o Filho do homem não veio
destruir ninguém e sim salvar. Não deu certo ali, vamos para outra aldeia, Afinal
eles estavam indo; a vida é assim.
Era basicamente isto
que Jesus queria que eles entendessem. Ao longo dessa caminhada, passando por
povoados de pequenos grupos de pessoas que era também chamado de aldeias, vendo
Jesus que muitos diziam dispostos a seguir-Lhe, porém, sem nenhuma disposição
real para isto; como por exemplo um escriba que o abordou dizendo que o
seguiria para onde quer que Jesus fosse; a outro que o próprio Jesus convocou
para segui-Lo, e ele veio com algumas desculpas de esperar por um tempo, até
que seu pai morresse, porque ele precisava sepultá-lo; outro se propôs a seguir
a Jesus, porém, queria voltar à sua casa para se despedir da família; cada um
com sua desculpa. Diante de tudo aquilo o Senhor disse: “Ninguém que põe a mão no arado e olha para
trás é apto para o reino de Deus.” Lc.
9:62.
Hoje em dia são poucas as pessoas que param
para entender o que significava “arado”. Primeiro porque não tem noção de como
era o arado na época de Jesus. As coisas do campo mudaram muitíssimo com a
tecnologia, logicamente. O arado de hoje não tem nada a ver com o arado daquela
época. Hoje, na agricultura tudo é mecanizado,
e tudo da mais alta tecnologia. Quando lembramos de arado hoje já vem em nossa
mente esses arados puxados por grandes tratores traçados, cabinado, com ar
condicionado, direção hidráulica e muito conforto. Hoje os arados não só fazem
sulcos. Eles reviram a terra muito bem, quebra os torrões, e mistura com muita
facilidade.
Na época de Jesus, a ideia que se tinha de arado era
outra. Às vezes até mesmo um galho era usado como arado, que era puxado por
cavalos ou bois, seguido por um lavrador que o sustentava em pé atrás. Às vezes
se colocava uma pedra com ponta em um galho forte, ou numa raiz, com um peso em
cima, para ser usado como arado que era puxado por um animal e empurrado por
uma pessoa. Como hoje, porém, se tinha a mesma intenção de fazer um sulco o
mais profundo possível e em linha reta, para que facilitasse na hora de tirar
as ervas daninhas que nasciam no meio das plantas. Era imprescindível que fosse
feito com o máximo de atenção possível, sem preocupação com outra coisa a não
ser o próprio trabalho de arar a terra.
Arar em linha
reta requeria primeiro, coragem para enfrentar o sol quente, muita vontade,
força, empenho, paciência, atenção, cuidado e amor para com a terra e para com
o animal. O lavrador ou agricultor que estava arando a terra estava ali atento,
pensando no dia em que fosse semear a melhor semente, pensando nas chuvas e em
fazer uma boa colheita ao final. Se olhasse para trás, com certeza iria perder
tempo tendo que consertar o sulco que, com certeza ficaria torto ou raso; a
força era necessária porque o lavrador tinha também que forçar para baixo o
arado, a fim de fazer um rego o mais fundo possível. Olhando para trás,
perderia a concentração e a força, criando assim um sulco ou um rego torto e
raso.
Jesus está falando exatamente de se estar atento na
obra de ser discípulo. Aqueles que foram chamados como vemos nos textos, tanto
de Mateus, quanto de Lucas, era para serem discípulos do Senhor. Para ser
discípulo é necessário ser apto, capaz, competente, corajoso, forte, atento e
amoroso, acima de tudo. Às vezes muitas pessoas, na qualidade de discípulos do
Senhor, vivem a olhar para trás, esquecendo-se do prejuízo que terão em ter que
consertar alguns sulcos, ou mesmo de andar sem estar exatamente arando. Quando chega
o momento de jogar a semente, não tem um sulco onde ela possa cair e ficar sob
a terra para que nasça e frutifique.
Olhar para trás é sinônimo de prejuízo, fatalmente. Isto em toda a nossa
vida e em vários aspectos dela.
Quando olhamos para trás na obra do Senhor,
corremos risco de errar naquilo que estamos fazendo. Precisamos estar com os
olhos fitos, olhando para Jesus, o
autor e consumador da fé. O fato de olharmos para trás, indica que há
algo que está chamando mais a atenção nossa do que o que estamos realmente
fazendo.
Abraão foi chamado par sair da sua terra, do meio
da sua parentela para uma terra que o Senhor mostraria, ele simplesmente o fez.
“pois ele esperava a cidade que tem
alicerces, cujo arquiteto e edificador é Deus”, Hb.
11:10. Não ficou nenhum pouco preocupado com o que iria ficar para trás. A
meta era aquela terra que Deus havia prometido. Seus objetivos, sua meta
estavam á frente.
Quando Ló e sua família foram tirados de Sodoma, eles foram ordenados pelos
dois anjos que foram libertá-los a não olharem para trás nem pararem nas
campinas. “E aconteceu que, tirando-os
fora, disse: Escapa-te por tua vida; não olhes para trás de ti, e não pares
em toda a campina; escapa lá para o monte, para que não pereças. E a mulher
de Ló olhou para trás e ficou convertida numa estátua de sal.”. Gn.
19:17,26.
A mulher de Ló, ao olhar para trás, não pensou na terrível
consequência que ela iria causar a sua família pelo resto da vida. Eu fico
imaginando, com a vontade que ela
estava de olhar para trás, com certeza ela estava olhando já para os lados,
de “rabo de olho”, a muito tempo. Até que, não resistindo, olhou para trás. O resultado desastroso
desta desobediência sobreveio sobre suas duas filhas; por se sentirem
sozinhas e sem a presença da mãe, decidiram embebedar o pai na caverna,
dando-lhe vinho para beber. Tiveram relações sexuais com ele, conceberam e
deram a luz a Amon e Moabe, sucessivamente. Cometeram um insexto, que é uma
coisa que Deus proíbe em Sua Palavra. Lv.
18.
O Apóstolo Pedro, quando estava andando sobre as águas com Jesus,
começou a se afundar porque obervou a força do vento em sua volta. Ele
desviou o olhar de Jesus e viu as dificuldades que lhe rodeavam. Viu as
ondas, provavelmente começou a imaginar o quanto teria de profundidade
naquele lugar, a distância da praia, os animais que pudessem apanhá-lo se ele
se afundasse, enfim... “Reparando, porém, na força do vento, teve
medo e começou a submergir”... Mt.
14:30. O propósito de Pedro era ir até Jesus. Foi isto que ele havia pedido. “Manda-me ir ter contigo por cima das águas”.
Quando Cristo é o objetivo principal na vida do crente, ele segue a caminhada
olhando firmemente para Ele. Paulo diz: “uma
coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que para trás ficam, e
avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo..” Fp.
3:13,14. Quando deixamos de fixar no Alvo, tendemos a lembrar das coisas em
volta e termos medo.
Todos os que têm Cristo Jesus como meta, estão com as mãos no
arado. Vamos olhar para frente e
esquecer- nos das coisas que passam ao nosso redor ou das que ficaram e estão
ficando. Quando vemos que coisas estão ficando, isso quer dizer que estamos
prosseguindo adiante. Muitas coisas vão ficar mesmo. Se alguma coisa tem que
ficar, que sejam as supérfluas e não as necessárias. Cuidemos do arado,
sustentando-o em pé; coloquemos a força que seja necessária, façamos um sulco
suficientemente bom, isto é fundo e reto o suficiente para receber a semente que
é a Palavra de Deus para que ela nasça, cresça e produza bons frutos na terra.
Grande abraço.
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Um comentário:
Amado irmão, mais um artigo onde podemos tirar ótimas lições para nossas vidas.
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