domingo, 23 de fevereiro de 2020

A honra aos pais


A honra aos pais

Izaias Resplandes de Sousa


I - Introdução
Eu sou Izaias Resplandes, filho de dona Maria Resplandes, pai de Fernando, Mariza e Ricardo Resplandes, avô de Davi, Arthur e Paulo Ricardo, todos em comunhão com Deus. Membro da família neotestamentária desde 1977, aproximadamente. Atualmente, congregando em Poxoréu, MT. Não buscarei outras credenciais para falar sobre a família, a temática estabelecida para esse Retiro de Famílias, Ano XXXVIII, realizado aqui neste Acampamento Rio dos Crentes, em Poxoréu, MT.
Sei que não é fácil transmitirmos uma mensagem para pessoas que são tão ou ainda mais esclarecidas do que nós a respeito de um determinado assunto,  mas nem por isso devemos ser negligentes com a missão que recebemos de Deus, através dos mandamentos em sua palavra, para que nos exortemos e nos edifiquemos mutuamente.
Por isso exortai-vos uns aos outros, e edificai-vos uns aos outros, como também o fazeis. 1 Tessalonicenses 5:11 - FIEL.
Quando nos propusemos a falar sobre a relação dos filhos com os pais, não tivemos a pretensão de querer saber mais do que os amados irmãos nesta área. Nosso desejo era o de compartilhar pensamentos e experiências de vida, que pudessem nos ajudar em nosso aperfeiçoamento cristão  como filhos, nas relações com nossos pais. Cremos que os irmãos já possuem um grande domínio sobre essa temática, mas é certo que sempre poderemos aprender algo novo com as revisões de nossas instruções bíblicas. Portanto, durante essa exposição, seguiremos o exemplo do apóstolo Pedro. Assim diz ele:
Amados, esta é, agora, a segunda epístola que vos escrevo; em ambas, procuro despertar com lembranças a vossa mente esclarecida, para que vos recordeis das palavras que, anteriormente, foram ditas pelos santos profetas, bem como do mandamento do Senhor e Salvador, ensinado pelos vossos apóstolos, tendo em conta, antes de tudo, que, nos últimos dias, virão escarnecedores com os seus escárnios, andando segundo as próprias paixões. 2 Pedro 3:1-3 - ARA.
Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém. Mateus 28:19, 20.



II - A responsabilidade pelos pais deve ser imutável
O tempo provoca alterações no relacionamento entre as pessoas. Notadamente, destacamos as mudanças nas relações entre filhos e pais. Quando pequenos, os filhos se alegram até de forma exagerada com seus pais. Mas, na medida que o tempo vai passando, esse amor  e alegria também vai se modificando. E aquela consideração dos tempos de criança vai desaparecendo. As observações de Nosso Senhor em relação ao esfriamento do amor durante a grande tribulação são completamente válidas também para os dias atuais, principalmente quando virmos que aquelas coisas que acontecerão naquele tempo, também estiverem acontecendo nos dias de hoje. Assim diz o Senhor:
Nesse tempo, muitos hão de se escandalizar, trair e odiar uns aos outros; levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos. E, por se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos. Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo. Mateus 24:10-13.
Devemos nos esforçar para não deixar que isso aconteça conosco. Que o nosso amor de filhos pelos nossos pais não se esfrie jamais! Não importa que tenhamos crescido.  Não importa que eles tenham envelhecido. Não importa se eles sejam bons ou maus. Não importa se eles fizeram ou não coisas boas e grandiosas para nós. Nós somos os filhos e eles são os nossos pais. Devemos cuidar deles, principalmente, se temos o amor de Cristo em nossos corações. Essa responsabilidade não pode sofrer mutações.
Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente. 1 Timóteo 5:8.
Nossos pais e avós (que são os pais dos pais) esperam que sejamos sempre filhos e netos responsáveis e que não estarão desamparados quando chegarem à velhice. Vejamos um exemplo dessa expectativa deles em relação ao nascimento de uma criança.
Assim tomou Boaz a Rute, e ela lhe foi por mulher; e ele a possuiu, e o Senhor lhe fez conceber, e deu à luz um filho. Então as mulheres disseram a Noemi: Bendito seja o Senhor, que não deixou hoje de te dar remidor, e seja o seu nome afamado em Israel. Ele te será por restaurador da alma, e nutrirá a tua velhice, pois tua nora, que te ama, o deu à luz, e ela te é melhor do que sete filhos. E Noemi tomou o filho, e o pôs no seu colo, e foi sua ama. E as vizinhas lhe deram um nome, dizendo: A Noemi nasceu um filho. E deram-lhe o nome de Obede. Este é o pai de Jessé, pai de Davi. Rute 4:13-17.
Essa Rute é aquela que disse para a sua sogra Noemi, quando esta quis despedi-la por não ter condições de dar-lhe outro filho por marido em lugar do que morrera sem lhe dar filhos, para cumprir o levirato: 
Não me instes para que te abandone, e deixe de seguir-te; porque aonde quer que tu fores irei eu, e onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus; onde quer que morreres morrerei eu, e ali serei sepultada. Faça-me assim o Senhor, e outro tanto, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti. Rute 1:16,17.
Que amor! Que cuidado! Que zelo! Isso é lindo demais!



III - Os exemplos bíblicos
Jesus ensinou que:
  1. o filho deve ser um com o pai. Eu e o Pai somos um. João 10:30;
  2. aquele que ver o filho vê o pai. Quem me vê a mim vê o Pai. João 14:9.
  3. nos ensinava pelo seu exemplo em que se fazia para nós. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. João 13:15.
A nossa sociedade também faz seus juízos de valor dessa forma. Filhos e pais são vistos como reflexos um do outro. E embora nem sempre seja assim, é assim que deve ser. Esse é o tutorial divino a ser seguido.
Paulo, por sua vez, disse que:
  1.  deveríamos ser seus imitadores na imitação de Cristo. Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo. 1 Coríntios 11:1;
  2. deveríamos ser imitadores de Deus, como filhos amados. Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados. Efésios 5:1.
  3. os imitadores de Cristo recebem a palavra com alegria. Com efeito, vos tornastes imitadores nossos e do Senhor, tendo recebido a palavra, posto que em meio de muita tribulação, com alegria do Espírito Santo. 1 Tessalonicenses 1:6.
  4. Cristo nos ensinou com sua vida entre nós. Mas não foi assim que aprendestes a Cristo. Efésios 4:20.
Durante muitos anos, os filhos se formavam na escola dos pais. Aprendiam com eles os segredos de suas profissões. Os filhos valorizavam o legado de experiência de seus pais. E o exemplo é Jesus, filho do carpinteiro José, segundo Mateus e, também reconhecido como carpinteiro, segundo Marcos.
Não é este o filho do carpinteiro? e não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, e José, e Simão, e Judas? Mateus 13:55.
Não é este o carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, e de José, e de Judas e de Simão? e não estão aqui conosco suas irmãs? E escandalizavam-se nele. Marcos 6:3.
Antes de se tornar um pregador do evangelho, Jesus se tornou carpinteiro como seu pai. Mas, hoje, os filhos não querem saber das profissões de seus pais e estes se veem de mãos atadas sem condições de auxiliar seus filhos nas estranhas profissões que eles escolhem para seguir. É evidente que isso não aconteceria, se antes de buscarem um crescimento em seu futuro, os filhos valorizassem e absorvessem os conhecimentos de seus pais.
Meu pai foi sitiante, professor e comerciante. Antes de avançar em minha jornada pela vida, aprendi o que pude com ele nessas áreas. Também me tornei comerciante, professor e, constantemente, ouço o grito da terra me chamando para trabalhá-la. Somente depois de ter adquirido as mesmas condições de sobrevivência que meu pai adquiriu é que avancei em minha formação profissional. Também ensinei meus três filhos as artes do comércio. Todos eles começaram a vida de trabalhadores nos balcões de nossa empresa. Hoje, os três estão no comércio. Fernando e Ricardo vendem remédios e Mariza vende produtos agropecuários. Mariza também se tornou advogada e professora como eu. Sou um pai feliz porque vejo os meus filhos valorizando ao máximo o que podem daquilo que pude lhes ensinar. Posso também vir a perder tudo, mas eu sei como recomeçar para não passar necessidades, ainda que seja como um simples vendedor de frutas. Meus irmãos também seguiram no mesmo caminho, exercendo as mesmas profissões que nosso pai nos ensinou. E quero crer que, apesar de todas as mudanças temporais que virão pela frente, certamente ainda verei meus netos caminhando pelas mesmas sendas, porque a mensagem sobre a valorização do nosso legado de família é uma das pregações mais profundas que temos recebido de Deus, através do estudo das Escrituras Sagradas. E o nosso desejo e oração é que todos os filhos aqui presentes deem o máximo de importância ao seu legado familiar. Quantas vezes eu já ouvi os pais dizerem que talvez não deixem dinheiro e bens materiais para os seus filhos, mas que, pela graça de Deus, haverão de instruí-los com os bens imateriais que ninguém poderá tirar deles, tais como o estudo, a fé e amor.



IV - O abandono afetivo
Muitos filhos acham que não precisam cuidar de seus pais porque  eles estão em melhores condições. Isso não é desculpa. Não importa se nossos pais têm melhores condições do que nós. Nem tudo na vida se resume em dinheiro e em bens materiais.
É de ver que, hoje em dia, correm na Justiça brasileira muitas ações de pais contra os filhos e de filhos contra os pais pedindo indenização por falta de atenção, presença e carinho. É o chamado abandono afetivo. O abandono afetivo ocorre quando estes não cumprem o dever, previsto na constituição, de garantir, com absoluta prioridade, o direito ao respeito, convivência familiar e cuidado.
Em 2015, um juiz de Ribeirão Preto (SP) condenou um pai a indenizar o filho por danos morais. O menino relatou ter sido tratado com frieza durante toda a vida e que a ausência da figura paterna lhe havia causado sofrimento. O pai foi obrigado a pagar R$ 100 mil de indenização.
Quando nós éramos pequenos nós nos sentávamos no colo de nossos pais para ouvi-los. Nós os beijávamos e os abraçávamos com alegria e satisfação. Nós queríamos que eles brincassem conosco, que participassem de nossas atividades. Mas, na medida em que fomos crescendo, nós fomos nos distanciando dessas práticas.
Meus queridos… Pais e filhos não precisam apenas de dinheiro. E posso dizer-lhes sem medo de errar, que um beijo e um abraço não fazem mal para ninguém. Que não falte a nenhum de nós essa bênção que está entre as maiores de todas as bênçãos.



V - A outra face a ser oferecida



Não deixemos de atender aos nossos pais porque eles foram ruins para nós, porque nos privaram de alegrias e prazeres, porque nos exploraram no trabalho ou de qualquer outra forma. Muitos filhos têm experimentado isso e terminam desejando aplicar a famosa Lei de Talião: olho por olho, dente por dente! No entanto, não devemos agir assim. Nós, por termos o espírito de Cristo, devemos ser diferentes. Senão, vejamos.
  1. Somos livres e poderemos fazer o que desejarmos, mas responderemos por tudo o que fizermos diante de Deus. Não é aconselhável que abusemos de nossa liberdade. 
Alegra-te, jovem, na tua juventude, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade; anda pelos caminhos que satisfazem ao teu coração e agradam aos teus olhos; sabe, porém, que de todas estas coisas Deus te pedirá contas”. Eclesiastes 11:9.
Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Gálatas 6:7.
  1. Devemos sempre nos perguntar se somos seres bons ou ruins? Se nosso pai tiver sido ruim para nós e também formos ruins para ele, agindo assim não estaremos também sendo ruins? Jesus diz que é capaz de receber e salvar o nosso pai ruim porque Jesus é uma pessoa boa. Mas, alguns filhos acham que isso é injusto. E perguntam: Como se pode perdoar e dar a salvação para um pai que a vida toda foi um mau pai e que só fez o mal para os seus filhos? Talvez nos achemos melhores do que Jesus, porque Ele diz que pode fazer isso. E diz que pode porque ele é bom e veio justamente para salvar os maus. E é ele que pergunta sobre isso: 
Não me é lícito fazer o que quiser do que é meu? Ou é mau o teu olho porque eu sou bom? Mateus 20:15 - FIEL.
Não nos esqueçamos de que devemos ser imitadores de Cristo.
  1. Uma outra pergunta: Que espírito está coordenando nossas ações? Os filhos de Zebedeu queriam queimar uma aldeia de samaritanos que negou pousada para Jesus e sua comitiva, mas Jesus chamou a atenção deles por causa disso. É assim a história.
E aconteceu que, completando-se os dias para a sua assunção, manifestou o firme propósito de ir a Jerusalém. E mandou mensageiros adiante de si; e, indo eles, entraram numa aldeia de samaritanos, para lhe prepararem pousada, mas não o receberam, porque o seu aspecto era como de quem ia a Jerusalém. E os seus discípulos, Tiago e João, vendo isto, disseram: Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma, como Elias também fez? Voltando-se, porém, repreendeu-os, e disse: Vós não sabeis de que espírito sois. Porque o Filho do homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las. E foram para outra aldeia”. Lucas 9:51-56.
É possível que tenham deduzido que eles eram judeus porque pareciam estar indo para Jerusalém. E judeus e samaritanos não se entendiam muito. Mas dizimá-los, incendiando-os por causa disso, certamente seria mesmo um absurdo. No entanto, há muitos filhos querendo que fogo do céu consuma seus pais ao invés de buscar a salvação deles.
Meus queridos! Se nossos pais foram ruins, se foram dominados pelo maligno e não fizeram por nós o que deveriam fazer, ao invés de nos consumirmos de uma vingança tão terrível assim, que possamos dobrar os nossos joelhos e orar pela transformação deles em novas criaturas. É nesse espírito que devemos agir, porque esse é o espírito que sempre motivou o nosso Senhor.
  1. As nossas ações devem ser realizadas no espírito de Cristo, se é que temos o espírito dele. Nisso, inclusive, poderemos ter uma prova para ver se, verdadeiramente, somos cristãos, ou não. Um de nossos mestres já nos disse que as igrejas de hoje estão cheias de pessoas não convertidas, posando de crentes e de filhos de Deus. E muitas vezes nem se dão conta de que estão enganadas, porque o deus deste século cegou-lhes o entendimento (2 Co 4:4). Que não sejamos enganados também! Que possamos abrir a porta de nosso coração para que Jesus possa entrar (Ap 3:20).
Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele. Romanos 8:9.
  1. Meus queridos, se nossos pais foram ruins para nós, nós não temos que ser igual a eles em relação à sua ruindade e maldade. Podemos aplicar aqui o ensinamento de Jesus sobre mostrar a outra face, quando nos sentirmos esbofeteados pelas atitudes deles. 
Dar a outra face é agir de forma contrária. Se nosso pai foi ruim para nós, demonstremos-lhe o que Cristo fez por nós. Mostremos um agir diferente. 
Ao que te ferir numa face, oferece-lhe também a outra; e ao que te houver tirado a capa, nem a túnica recuses”. Lucas 6:29.
  1. Sejamos um bom exemplo para os nossos filhos. Mostremos para eles, pelo exemplo, como nós gostaríamos de ser tratados por eles. 
Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele. Provérbios 22:6
  1. Façamos o bem, sempre. Apartemo-nos do mal, e façamos o bem; Busque a paz, e siga-a. 1 Pedro 3:11.
  1. E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos. Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé. Gálatas 6:9,10



VI - A honra aos pais
Nós devemos nos preocupar em atender as necessidades de nossos pais enquanto eles viverem. Jesus nos deu um exemplo positivo nessa área. Não temos informações suficientes sobre a vida de José, seu pai. Mas, provavelmente deve ter morrido antes de Jesus iniciar o seu ministério, porque a Bíblia silenciou a esse respeito, uma vez que o objetivo dela era falar de Jesus e não de José. E assim, falou dele apenas o necessário. A improbabilidade da morte de José ter ocorrido durante o ministério de Jesus se deve ao fato de que ele não é citado em sua companhia, enquanto que sua mãe e seus irmãos o são. Mas o caso é que, estando em seus últimos momentos de vida terrena, Jesus confiou sua mãe aos cuidados de João, o discípulo amado. Ele partiria para estar com Deus Pai, mas não gostaria de deixar sua mãe desamparada. 
E junto à cruz de Jesus estava sua mãe, e a irmã de sua mãe, Maria mulher de Clopas, e Maria Madalena. Ora Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa”. João 19:25-27.
É de ver que a Bíblia nos ensina que as viúvas que têm filhos e netos não devem sobrecarregar a igreja, cabendo a estes cuidarem delas, exercitando a fé. Não se discute aqui se a viúva foi boa mãe ou não. Cabe aos filhos cuidarem dela, suprindo-a, materialmente e fraternalmente. “Honra as viúvas que verdadeiramente são viúvas. Mas, se alguma viúva tiver filhos, ou netos, aprendam primeiro a exercer piedade para com a sua própria família, e a recompensar seus pais; porque isto é bom e agradável diante de Deus. 1 Timóteo 5:3,4.
É comum ouvirmos os filhos dizendo que não têm nenhum passarinho para cuidar. Cada um inventa a sua própria desculpa para reproduzir a maldade que está em seu coração. Devemos fugir do diabo e não cairmos na tentação de seguir os seus caminhos. 
E não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal [pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém]! Mateus 6:13.
Fujamos do caminho de Caim e assumamos as nossas responsabilidades como filhos em relação aos nossos pais. É assim a Palavra:  
E disse o Senhor a Caim: Onde está Abel, teu irmão? E ele disse: Não sei; sou eu guardador do meu irmão?” Gênesis 4:9.
Sim, queridos! Nossos pais é nossa responsabilidade. Devemos cuidar deles. 
Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo. Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa; para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra”. Efésios 6:1,3.
Muitos confundem o honrar com o obedecer. É certo pensar que a obediência esteja embutida no ato de honrar. Mas o honrar não é apenas o obedecer.  
A Honra é um princípio de comportamento do ser humano que age baseado em valores bondosos, como a honestidade, dignidade, valentia e outras características que são consideradas socialmente virtuosas. ... Além disso, "uma honra" pode ser ofertada para alguém em sentido de homenagem, como uma forma de demonstrar respeito”. 
Vejamos:
  1. Que pai não fica feliz com o sucesso de seus filhos e não fica orgulhoso de dizer para todo mundo que aquela pessoa de sucesso é seu filho ou filha? 
  2. Que pai não se sente realizado quando ouve as pessoas falando bem de seus filhos?
  3. Que pai não se alegra quando seus filhos são homenageados de alguma forma?
Por outro lado, já devemos ter ouvido expressões tais como:
  1.  Seu pai não te deu educação?
  2. Você não tem pai? Onde está seu pai?
  3. Filho de peixe, peixe é.
Nós honramos os nossos pais:
  1.  quando nossas atitudes e ações levam as pessoas a falarem bem deles, exaltando-os por conta disso;
  2. quando nós os exaltamos diante das demais pessoas; quando os homenageamos de alguma forma (em banquetes, festas, aniversários, bodas, formaturas, datas especiais como dia de sua profissão, dia dos pais/mães, avós,  etc); 
  3. prestigiando-os nos eventos que se realizam em homenagem a eles; 
  4. quando mantemos viva a memória deles, antes e após suas mortes.
  5. quando reconhecemos sua sabedoria, autoridade e experiência, consultando-os sempre, antes de tomar qualquer decisão;
  6. quando os ajudamos a honrar seus compromissos, tais como dívidas, empréstimos e outros que tiverem assumido, livrando-os de terem os seus nomes difamados;
  7. quando damos aos nossos filhos o nome deles;
  8. quando reverenciamos (não adorando ou cultuando) pelos seus predicados e atributos;
  9. quando não permitimos que sejam humilhados de qualquer forma.



VII - Considerações finais
Além dessas considerações, existe uma forma de honrar que não deve ser ignorada. O que a Bíblia diz sobre os bons obreiros do Senhor? Vejamos:
Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina; Porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: Digno é o obreiro do seu salário. 1 Timóteo 5:17,18.
A honra nesse contexto se refere aos suprimentos financeiros. Isso significa que, para qualquer pai que seja, os filhos devem suprir no mínimo suas necessidades materiais fundamentais: moradia, alimentação, vestuário e saúde. Mas, se seus pais forem bons pais e exercerem o ministério de pais com toda a diligência e responsabilidade, então a honra dos filhos deve ser dobrada. E aí poderíamos incluir o atendimento de necessidades mais supérfluas como viagens a passeio, viagens de férias, churrascos e outras festas e etc…
E essa é a reflexão. Não incluímos na mesma os benefícios que nós, os filhos, poderemos receber ao honrarmos os nossos pais, bons ou maus, porque entendemos que isso não é um negócio, uma toma cá, dá lá, senão que seja algo a ser realizado com o sentimento de responsabilidade. Nós faremos porque temos que fazer, porque é mandamento de Deus e porque é nosso dever de filho fazê-lo e somente fazendo nos sentiremos tranquilos diante de Deus e todos os homens. Ao encerrar esta mensagem queremos dizer-lhes juntamente com o apóstolo Paulo:
Dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra. Romanos 13:7.
Que Deus nos abençoe!

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