A
honra aos pais
Izaias
Resplandes de Sousa
I
- Introdução
Eu
sou Izaias Resplandes, filho de dona Maria Resplandes, pai de
Fernando, Mariza e Ricardo Resplandes, avô de Davi, Arthur e Paulo
Ricardo, todos em comunhão com Deus. Membro da família
neotestamentária desde 1977, aproximadamente. Atualmente,
congregando em Poxoréu, MT. Não buscarei outras credenciais para
falar sobre a família, a temática estabelecida para esse Retiro de
Famílias, Ano XXXVIII, realizado aqui neste Acampamento Rio dos
Crentes, em Poxoréu, MT.
Sei
que não é fácil transmitirmos uma mensagem para pessoas que são
tão ou ainda mais esclarecidas do que nós a respeito de um
determinado assunto, mas nem por isso devemos ser negligentes
com a missão que recebemos de Deus, através dos mandamentos em sua
palavra, para que nos exortemos e nos edifiquemos mutuamente.
Por
isso exortai-vos uns aos outros, e edificai-vos uns aos outros, como
também o fazeis. 1
Tessalonicenses 5:11 - FIEL.
Quando
nos propusemos a falar sobre a relação dos filhos com os pais, não
tivemos a pretensão de querer saber mais do que os amados irmãos
nesta área. Nosso desejo era o de compartilhar pensamentos e
experiências de vida, que pudessem nos ajudar em nosso
aperfeiçoamento cristão como filhos, nas relações com
nossos pais. Cremos que os irmãos já possuem um grande domínio
sobre essa temática, mas é certo que sempre poderemos aprender algo
novo com as revisões de nossas instruções bíblicas. Portanto,
durante essa exposição, seguiremos o exemplo do apóstolo Pedro.
Assim diz ele:
Amados,
esta é, agora, a segunda epístola que vos escrevo; em ambas,
procuro despertar com lembranças a vossa mente esclarecida, para que
vos recordeis das palavras que, anteriormente, foram ditas pelos
santos profetas, bem como do mandamento do Senhor e Salvador,
ensinado pelos vossos apóstolos, tendo em conta, antes de tudo, que,
nos últimos dias, virão escarnecedores com os seus escárnios,
andando segundo as próprias paixões. 2
Pedro 3:1-3 - ARA.
Portanto
ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do
Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas
as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos
os dias, até a consumação dos séculos. Amém. Mateus
28:19, 20.
II
- A responsabilidade pelos pais deve ser imutável
O
tempo provoca alterações no relacionamento entre as pessoas.
Notadamente, destacamos as mudanças nas relações entre filhos e
pais. Quando pequenos, os filhos se alegram até de forma exagerada
com seus pais. Mas, na medida que o tempo vai passando, esse amor
e alegria também vai se modificando. E aquela consideração dos
tempos de criança vai desaparecendo. As observações de Nosso
Senhor em relação ao esfriamento do amor durante a grande
tribulação são completamente válidas também para os dias atuais,
principalmente quando virmos que aquelas coisas que acontecerão
naquele tempo, também estiverem acontecendo nos dias de hoje. Assim
diz o Senhor:
Nesse
tempo, muitos hão de se escandalizar, trair e odiar uns aos outros;
levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos. E, por
se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos.
Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo. Mateus
24:10-13.
Devemos
nos esforçar para não deixar que isso aconteça conosco. Que o
nosso amor de filhos pelos nossos pais não se esfrie jamais! Não
importa que tenhamos crescido. Não importa que eles tenham
envelhecido. Não importa se eles sejam bons ou maus. Não importa se
eles fizeram ou não coisas boas e grandiosas para nós. Nós somos
os filhos e eles são os nossos pais. Devemos cuidar deles,
principalmente, se temos o amor de Cristo em nossos corações. Essa
responsabilidade não pode sofrer mutações.
Ora,
se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria
casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente. 1
Timóteo 5:8.
Nossos
pais e avós (que são os pais dos pais) esperam que sejamos sempre
filhos e netos responsáveis e que não estarão desamparados quando
chegarem à velhice. Vejamos um exemplo dessa expectativa deles em
relação ao nascimento de uma criança.
Assim
tomou Boaz a Rute, e ela lhe foi por mulher; e ele a possuiu, e o
Senhor lhe fez conceber, e deu à luz um filho. Então as mulheres
disseram a Noemi: Bendito seja o Senhor, que não deixou hoje de te
dar remidor, e seja o seu nome afamado em Israel. Ele te será por
restaurador da alma, e nutrirá a tua velhice, pois tua nora, que te
ama, o deu à luz, e ela te é melhor do que sete filhos. E Noemi
tomou o filho, e o pôs no seu colo, e foi sua ama. E as vizinhas lhe
deram um nome, dizendo: A Noemi nasceu um filho. E deram-lhe o nome
de Obede. Este é o pai de Jessé, pai de Davi. Rute
4:13-17.
Essa
Rute é aquela que disse para a sua sogra Noemi, quando esta quis
despedi-la por não ter condições de dar-lhe outro filho por marido
em lugar do que morrera sem lhe dar filhos, para cumprir o levirato:
Não
me instes para que te abandone, e deixe de seguir-te; porque aonde
quer que tu fores irei eu, e onde quer que pousares, ali pousarei eu;
o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus; onde quer que
morreres morrerei eu, e ali serei sepultada. Faça-me assim o Senhor,
e outro tanto, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti.
Rute
1:16,17.
Que
amor! Que cuidado! Que zelo! Isso é lindo demais!
III
- Os exemplos bíblicos
Jesus
ensinou que:
-
o filho deve ser um com o pai. Eu e o Pai somos um. João 10:30;
-
aquele que ver o filho vê o pai. Quem me vê a mim vê o Pai. João 14:9.
-
nos ensinava pelo seu exemplo em que se fazia para nós. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. João 13:15.
A
nossa sociedade também faz seus juízos de valor dessa forma. Filhos
e pais são vistos como reflexos um do outro. E embora nem sempre
seja assim, é assim que deve ser. Esse é o tutorial divino a ser
seguido.
Paulo,
por sua vez, disse que:
-
deveríamos ser seus imitadores na imitação de Cristo. Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo. 1 Coríntios 11:1;
-
deveríamos ser imitadores de Deus, como filhos amados. Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados. Efésios 5:1.
-
os imitadores de Cristo recebem a palavra com alegria. Com efeito, vos tornastes imitadores nossos e do Senhor, tendo recebido a palavra, posto que em meio de muita tribulação, com alegria do Espírito Santo. 1 Tessalonicenses 1:6.
-
Cristo nos ensinou com sua vida entre nós. Mas não foi assim que aprendestes a Cristo. Efésios 4:20.
Durante
muitos anos, os filhos se formavam na escola dos pais. Aprendiam com
eles os segredos de suas profissões. Os filhos valorizavam o legado
de experiência de seus pais. E o exemplo é Jesus, filho do
carpinteiro José, segundo Mateus e, também reconhecido como
carpinteiro, segundo Marcos.
Não
é este o filho do carpinteiro? e não se chama sua mãe Maria, e
seus irmãos Tiago, e José, e Simão, e Judas? Mateus
13:55.
Não
é este o carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, e de José,
e de Judas e de Simão? e não estão aqui conosco suas irmãs? E
escandalizavam-se nele. Marcos
6:3.
Antes
de se tornar um pregador do evangelho, Jesus se tornou carpinteiro
como seu pai. Mas, hoje, os filhos não querem saber das profissões
de seus pais e estes se veem de mãos atadas sem condições de
auxiliar seus filhos nas estranhas profissões que eles escolhem para
seguir. É evidente que isso não aconteceria, se antes de buscarem
um crescimento em seu futuro, os filhos valorizassem e absorvessem os
conhecimentos de seus pais.
Meu
pai foi sitiante, professor e comerciante. Antes de avançar em minha
jornada pela vida, aprendi o que pude com ele nessas áreas. Também
me tornei comerciante, professor e, constantemente, ouço o grito da
terra me chamando para trabalhá-la. Somente depois de ter adquirido
as mesmas condições de sobrevivência que meu pai adquiriu é que
avancei em minha formação profissional. Também ensinei meus três
filhos as artes do comércio. Todos eles começaram a vida de
trabalhadores nos balcões de nossa empresa. Hoje, os três estão no
comércio. Fernando e Ricardo vendem remédios e Mariza vende
produtos agropecuários. Mariza também se tornou advogada e
professora como eu. Sou um pai feliz porque vejo os meus filhos
valorizando ao máximo o que podem daquilo que pude lhes ensinar.
Posso também vir a perder tudo, mas eu sei como recomeçar para não
passar necessidades, ainda que seja como um simples vendedor de
frutas. Meus irmãos também seguiram no mesmo caminho, exercendo as
mesmas profissões que nosso pai nos ensinou. E quero crer que,
apesar de todas as mudanças temporais que virão pela frente,
certamente ainda verei meus netos caminhando pelas mesmas sendas,
porque a mensagem sobre a valorização do nosso legado de família é
uma das pregações mais profundas que temos recebido de Deus,
através do estudo das Escrituras Sagradas. E o nosso desejo e oração
é que todos os filhos aqui presentes deem o máximo de importância
ao seu legado familiar. Quantas vezes eu já ouvi os pais dizerem que
talvez não deixem dinheiro e bens materiais para os seus filhos, mas
que, pela graça de Deus, haverão de instruí-los com os bens
imateriais que ninguém poderá tirar deles, tais como o estudo, a fé
e amor.
IV
- O abandono afetivo
Muitos
filhos acham que não precisam cuidar de seus pais porque eles
estão em melhores condições. Isso não é desculpa. Não importa
se nossos pais têm melhores condições do que nós. Nem tudo na
vida se resume em dinheiro e em bens materiais.
É
de ver que, hoje em dia, correm na Justiça brasileira muitas ações
de pais contra os filhos e de filhos contra os pais pedindo
indenização por falta de atenção, presença e carinho. É o
chamado abandono
afetivo. O
abandono
afetivo ocorre
quando estes não cumprem o dever, previsto na constituição, de
garantir, com absoluta prioridade, o direito ao respeito, convivência
familiar e cuidado.
Em
2015, um juiz de Ribeirão Preto (SP) condenou um pai a indenizar o
filho por danos morais. O menino relatou ter sido tratado com frieza
durante toda a vida e que a ausência da figura paterna lhe havia
causado sofrimento. O pai foi obrigado a pagar R$ 100 mil de
indenização.
Quando
nós éramos pequenos nós nos sentávamos no colo de nossos pais
para ouvi-los. Nós os beijávamos e os abraçávamos com alegria e
satisfação. Nós queríamos que eles brincassem conosco, que
participassem de nossas atividades. Mas, na medida em que fomos
crescendo, nós fomos nos distanciando dessas práticas.
Meus
queridos… Pais e filhos não precisam apenas de dinheiro. E posso
dizer-lhes sem medo de errar, que um beijo e um abraço não fazem
mal para ninguém. Que não falte a nenhum de nós essa bênção que
está entre as maiores de todas as bênçãos.
V
- A outra face a ser oferecida
Não
deixemos de atender aos nossos pais porque eles foram ruins para nós,
porque nos privaram de alegrias e prazeres, porque nos exploraram no
trabalho ou de qualquer outra forma. Muitos filhos têm experimentado
isso e terminam desejando aplicar a famosa Lei de Talião: olho por
olho, dente por dente! No entanto, não devemos agir assim. Nós, por
termos o espírito de Cristo, devemos ser diferentes. Senão,
vejamos.
-
Somos livres e poderemos fazer o que desejarmos, mas responderemos por tudo o que fizermos diante de Deus. Não é aconselhável que abusemos de nossa liberdade.
“Alegra-te,
jovem, na tua juventude, e recreie-se o teu coração nos dias da tua
mocidade; anda pelos caminhos que satisfazem ao teu coração e
agradam aos teus olhos; sabe, porém, que de todas estas coisas Deus
te pedirá contas”. Eclesiastes
11:9.
Não
erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem
semear, isso também ceifará. Gálatas
6:7.
-
Devemos sempre nos perguntar se somos seres bons ou ruins? Se nosso pai tiver sido ruim para nós e também formos ruins para ele, agindo assim não estaremos também sendo ruins? Jesus diz que é capaz de receber e salvar o nosso pai ruim porque Jesus é uma pessoa boa. Mas, alguns filhos acham que isso é injusto. E perguntam: Como se pode perdoar e dar a salvação para um pai que a vida toda foi um mau pai e que só fez o mal para os seus filhos? Talvez nos achemos melhores do que Jesus, porque Ele diz que pode fazer isso. E diz que pode porque ele é bom e veio justamente para salvar os maus. E é ele que pergunta sobre isso:
Não
me é lícito fazer o que quiser do que é meu? Ou é mau o teu olho
porque eu sou bom? Mateus
20:15 - FIEL.
Não
nos esqueçamos de que devemos ser imitadores de Cristo.
-
Uma outra pergunta: Que espírito está coordenando nossas ações? Os filhos de Zebedeu queriam queimar uma aldeia de samaritanos que negou pousada para Jesus e sua comitiva, mas Jesus chamou a atenção deles por causa disso. É assim a história.
“E
aconteceu que, completando-se os dias para a sua assunção,
manifestou o firme propósito de ir a Jerusalém. E mandou
mensageiros adiante de si; e, indo eles, entraram numa aldeia de
samaritanos, para lhe prepararem pousada, mas não o receberam,
porque o seu aspecto era como de quem ia a Jerusalém. E os seus
discípulos, Tiago e João, vendo isto, disseram: Senhor, queres que
digamos que desça fogo do céu e os consuma, como Elias também fez?
Voltando-se, porém, repreendeu-os, e disse: Vós não sabeis de que
espírito sois. Porque o Filho do homem não veio para destruir as
almas dos homens, mas para salvá-las. E foram para outra aldeia”.
Lucas
9:51-56.
É
possível que tenham deduzido que eles eram judeus porque pareciam
estar indo para Jerusalém. E judeus e samaritanos não se entendiam
muito. Mas dizimá-los, incendiando-os por causa disso, certamente
seria mesmo um absurdo. No entanto, há muitos filhos querendo que
fogo do céu consuma seus pais ao invés de buscar a salvação
deles.
Meus
queridos! Se nossos pais foram ruins, se foram dominados pelo maligno
e não fizeram por nós o que deveriam fazer, ao invés de nos
consumirmos de uma vingança tão terrível assim, que possamos
dobrar os nossos joelhos e orar pela transformação deles em novas
criaturas. É nesse espírito que devemos agir, porque esse é o
espírito que sempre motivou o nosso Senhor.
-
As nossas ações devem ser realizadas no espírito de Cristo, se é que temos o espírito dele. Nisso, inclusive, poderemos ter uma prova para ver se, verdadeiramente, somos cristãos, ou não. Um de nossos mestres já nos disse que as igrejas de hoje estão cheias de pessoas não convertidas, posando de crentes e de filhos de Deus. E muitas vezes nem se dão conta de que estão enganadas, porque o deus deste século cegou-lhes o entendimento (2 Co 4:4). Que não sejamos enganados também! Que possamos abrir a porta de nosso coração para que Jesus possa entrar (Ap 3:20).
Vós,
porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito
de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de
Cristo, esse tal não é dele. Romanos
8:9.
-
Meus queridos, se nossos pais foram ruins para nós, nós não temos que ser igual a eles em relação à sua ruindade e maldade. Podemos aplicar aqui o ensinamento de Jesus sobre mostrar a outra face, quando nos sentirmos esbofeteados pelas atitudes deles.
Dar
a outra face é agir de forma contrária. Se nosso pai foi ruim para
nós, demonstremos-lhe o que Cristo fez por nós. Mostremos um agir
diferente.
“Ao
que te ferir numa face, oferece-lhe também a outra; e ao que te
houver tirado a capa, nem a túnica recuses”. Lucas
6:29.
-
Sejamos um bom exemplo para os nossos filhos. Mostremos para eles, pelo exemplo, como nós gostaríamos de ser tratados por eles.
Educa
a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não
se desviará dele. Provérbios
22:6
-
Façamos o bem, sempre. Apartemo-nos do mal, e façamos o bem; Busque a paz, e siga-a. 1 Pedro 3:11.
-
E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos. Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé. Gálatas 6:9,10
VI
- A honra aos pais
Nós
devemos nos preocupar em atender as necessidades de nossos pais
enquanto eles viverem. Jesus nos deu um exemplo positivo nessa área.
Não temos informações suficientes sobre a vida de José, seu pai.
Mas, provavelmente deve ter morrido antes de Jesus iniciar o seu
ministério, porque a Bíblia silenciou a esse respeito, uma vez que
o objetivo dela era falar de Jesus e não de José. E assim, falou
dele apenas o necessário. A improbabilidade da morte de José ter
ocorrido durante o ministério de Jesus se deve ao fato de que ele
não é citado em sua companhia, enquanto que sua mãe e seus irmãos
o são. Mas o caso é que, estando em seus últimos momentos de vida
terrena, Jesus confiou sua mãe aos cuidados de João, o discípulo
amado. Ele partiria para estar com Deus Pai, mas não gostaria de
deixar sua mãe desamparada.
“E
junto à cruz de Jesus estava sua mãe, e a irmã de sua mãe, Maria
mulher de Clopas, e Maria Madalena. Ora Jesus, vendo ali sua mãe, e
que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse a sua mãe:
Mulher, eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua
mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa”. João
19:25-27.
É
de ver que a Bíblia nos ensina que as viúvas que têm filhos e
netos não devem sobrecarregar a igreja, cabendo a estes cuidarem
delas, exercitando a fé. Não se discute aqui se a viúva foi boa
mãe ou não. Cabe aos filhos cuidarem dela, suprindo-a,
materialmente e fraternalmente. “Honra
as viúvas que verdadeiramente são viúvas. Mas, se alguma viúva
tiver filhos, ou netos, aprendam primeiro a exercer piedade para com
a sua própria família, e a recompensar seus pais; porque isto é
bom e agradável diante de Deus. 1
Timóteo 5:3,4.
É
comum ouvirmos os filhos dizendo que não têm nenhum passarinho para
cuidar. Cada um inventa a sua própria desculpa para reproduzir a
maldade que está em seu coração. Devemos fugir do diabo e não
cairmos na tentação de seguir os seus caminhos.
E
não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal [pois teu é
o reino, o poder e a glória para sempre. Amém]! Mateus
6:13.
Fujamos
do caminho de Caim e assumamos as nossas responsabilidades como
filhos em relação aos nossos pais. É assim a Palavra:
“E
disse o Senhor a Caim: Onde está Abel, teu irmão? E ele disse: Não
sei; sou eu guardador do meu irmão?” Gênesis
4:9.
Sim,
queridos! Nossos pais é nossa responsabilidade. Devemos cuidar
deles.
“Vós,
filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é
justo. Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com
promessa; para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra”.
Efésios
6:1,3.
Muitos
confundem o honrar com o obedecer. É certo pensar que a obediência
esteja embutida no ato de honrar. Mas o honrar não é apenas o
obedecer.
“A
Honra
é um princípio de comportamento do ser humano que age baseado em
valores bondosos, como a honestidade, dignidade, valentia e outras
características que são consideradas socialmente virtuosas. ...
Além disso, "uma honra" pode ser ofertada para alguém em
sentido de homenagem, como uma forma de demonstrar respeito”.
Vejamos:
-
Que pai não fica feliz com o sucesso de seus filhos e não fica orgulhoso de dizer para todo mundo que aquela pessoa de sucesso é seu filho ou filha?
-
Que pai não se sente realizado quando ouve as pessoas falando bem de seus filhos?
-
Que pai não se alegra quando seus filhos são homenageados de alguma forma?
Por
outro lado, já devemos ter ouvido expressões tais como:
-
Seu pai não te deu educação?
-
Você não tem pai? Onde está seu pai?
-
Filho de peixe, peixe é.
Nós
honramos os nossos pais:
-
quando nossas atitudes e ações levam as pessoas a falarem bem deles, exaltando-os por conta disso;
-
quando nós os exaltamos diante das demais pessoas; quando os homenageamos de alguma forma (em banquetes, festas, aniversários, bodas, formaturas, datas especiais como dia de sua profissão, dia dos pais/mães, avós, etc);
-
prestigiando-os nos eventos que se realizam em homenagem a eles;
-
quando mantemos viva a memória deles, antes e após suas mortes.
-
quando reconhecemos sua sabedoria, autoridade e experiência, consultando-os sempre, antes de tomar qualquer decisão;
-
quando os ajudamos a honrar seus compromissos, tais como dívidas, empréstimos e outros que tiverem assumido, livrando-os de terem os seus nomes difamados;
-
quando damos aos nossos filhos o nome deles;
-
quando reverenciamos (não adorando ou cultuando) pelos seus predicados e atributos;
-
quando não permitimos que sejam humilhados de qualquer forma.
VII
- Considerações finais
Além
dessas considerações, existe uma forma de honrar que não deve ser
ignorada. O que a Bíblia diz sobre os bons obreiros do Senhor?
Vejamos:
Os
presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada
honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina;
Porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E:
Digno é o obreiro do seu salário. 1 Timóteo 5:17,18.
A
honra nesse contexto se refere aos suprimentos financeiros. Isso
significa que, para qualquer pai que seja, os filhos devem suprir no
mínimo suas necessidades materiais fundamentais: moradia,
alimentação, vestuário e saúde. Mas, se seus pais forem bons pais
e exercerem o ministério de pais com toda a diligência e
responsabilidade, então a honra dos filhos deve ser dobrada. E aí
poderíamos incluir o atendimento de necessidades mais supérfluas
como viagens a passeio, viagens de férias, churrascos e outras
festas e etc…
E
essa é a reflexão. Não incluímos na mesma os benefícios que nós,
os filhos, poderemos receber ao honrarmos os nossos pais, bons ou
maus, porque entendemos que isso não é um negócio, uma toma cá,
dá lá, senão que seja algo a ser realizado com o sentimento de
responsabilidade. Nós faremos porque temos que fazer, porque é
mandamento de Deus e porque é nosso dever de filho fazê-lo e
somente fazendo nos sentiremos tranquilos diante de Deus e todos os
homens. Ao encerrar esta mensagem queremos dizer-lhes juntamente com
o apóstolo Paulo:
Dai
a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto,
imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra. Romanos 13:7.
Que
Deus nos abençoe!
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