segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

PRESSA VERSUS PACIÊNCIA

A PRESSA DE SARA.

Um exemplo catastrófico de pressa, ou seja, de não esperar o tempo de Deus, que continua até os dias de hoje no Oriente Médio, e que envolve de alguma forma no mundo inteiro está em Gn. 16.
Deus havia prometido a Abrão que sua mulher Sarai teria um herdeiro. Abrão creu, e isso lhe foi imputado para justiça, mas Sarai sua mulher duvidou e tomou uma iniciativa que muito lhe custou e custa ao mundo até hoje. Sarai duvidou ou achou que o processo de Deus pudesse demorar demais. Então ela mesma tomou uma iniciativa. Tendo ela uma escrava, cujo nome era Agar, uma egípcia, ofereceu-a para que Abrão coabitasse com ela e tivesse um filho que ela tomaria para si depois; uma vez que ela própria era estéril e não via a possibilidade de poder dar um filho ao seu marido. Mesmo sabendo que de Abrão sairia uma grande nação, Sarai achou que pudesse não ser dela. Sendo um filho, mesmo da escrava Agar, ela daria um jeitinho e a promessa estaria concretizada.  Agar que se virasse depois se quisesse outro filho. Abrão, aceitando os conselhos de Sarai, coabitou com a escrava como se fosse sua mulher. Agar se engravidou. Uma vez grávida, a escrava que havia possuído o marido de Sarai, Abrão, desprezava a sua senhora porque ela era estéril. Era só o começo dos conflitos. Muito triste e acusando agora a Abrão, jogando sobre ele as afrontas que ela estava sofrendo, como se toda a culpa fosse dele, Sarai não queria mais a escrava sob as suas vistas. Abrão a devolveu como escrava com o seu aval de que Sarai fizesse como lhe parecesse com a escrava grávida. Sarai começou a maltratá-la até que um dia Agar não aguentando mais a pressão, fugiu. Porém, Deus é o Senhor dos órfãos; Deus não trata com indiferença e não faz acepção de pesoas. O Anjo do Senhor encontrou Agar no deserto, provavelmente tentando retornar a sua terra natal que era muito distante dali; O anjo consolou-a, deu nome ao menino que nasceria e disse para que ela retornasse e se humilhasse perante a sua senhora, porque através daquele menino ela teria uma numerosa descendência que não daria sequer para ser contada. E mais, ele habitaria entre todos os seus irmãos, seria forte como um jumento selvagem, um animal quase indomável, que era muito admirado e valioso na época.  A sua mão seria contra todos e as mãos de todos seriam contra ele. Isto significa que os descendentes de Ismael viveriam praticamente misturados com os demais descendentes de Abrão, ou ainda que vivessem em constante desafio contra eles. Gn. 16:6-14.
Agar retornou e com isso nasceu Ismael que se tornou o primeiro descendente de Abrão; porém, não o prometido por Deus, com o qual Deus estabeleceria aliança. Gn. 16:1-3; 17:19.
Com o nascimento de Isaque, o prometido por Deus tempos depois, no entanto, sendo agora o tempo de Deus, retornaram as preocupações na família. Gn. 21.9-10,  no dia em que Isaque foi desmamado, começaram os conflitos entre ele, Isaque, e Ismael. Por que Ismael, o mais velho, caçoava de Isaque o mais novo. Talvez por ele ainda querer continuar mamando, como acontece com todas as crianças quando estão sendo desmamadas do peito da mãe. Preocupado com isso, Abrão, agora chamado de Abraão, consulta a Deus, que lhe garante a segurança do menino e da mãe e promete que dele, de Ismael, também faria uma nação. Sarai que agora também teve o nome mudado para Sara insistia, por toda a lei, que Ismael e sua mãe fossem expulsos da casa.
Isto quer dizer que as coisas não deram como ela queria. Ela agora não queria que Ismael herdasse com seu filho Isaque daquilo que era de Abraão. O filho que seria para ela, agora era uma pedra em seu caminho.  Gn. 21.11-13. Que precipitação eu tive, devia estar pensando Sara.
Após isso Abraão, penosamente, levantou-se numa madrugada, tomou pão e água num odre, e colocou um sobre os ombros de Agar e outro odre de água e pão sobre os ombros de Ismael seu filho e os despediu. Eles ficaram errantes pelo deserto de Berseba. No calor escaldante, eles logo consumiram aquela água quente e os pães que levavam. Encontrando um arbusto, deixou Agar ali o menino e se distanciou um pouco dele porque não o queria vê-lo morrer de fome e sede. A mãe e o filho choravam, um de lá e o outro de cá. Mas, o Deus das viúvas e dos Órfãos ouviu a voz do menino e O Anjo de Deus falou com Agar outra vez, consolando-a, providenciando água e reforçando a promessa de que ele seria uma grande nação. 
Ismael deu origem à nação árabe; e de Isaque originou-se a nação judaica com as doze tribos dos filhos e Jacó, filho de Isaque, que teve o nome trocado para Israel. Em Gn. 21:13 e 1 Cr. 1:28-31 fala de Ismael como descendência de Abraão. Abraão teve que abandonar a esse filho com sua mãe, a escrava no deserto de Berseba, onde ambos foram tratados por Deus que deu outro casamento a Agar e Ismael se tornou um excelente flecheiro e habitante daquela região. Milênios depois da desavença dessas duas mulheres e dessas duas crianças, os árabes e judeus, ainda não se entendem. Viu como tudo isso começou? Poderia ter sido perfeito! Deus tem o Seu tempo para tudo. Salomão entendeu isto e disse: “Tudo tem seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu: Há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de colher o que se plantou; tempo de matar e tempo de curar; tempo de derrubar e tempo de edificar; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de dançar; tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar; tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de deitar fora; tempo de rasgar e tempo de costurar; tempo de estar calado e tempo de falar; tempo de amar e tempo de odiar; tempo de guerra e tempo de paz”. Ec. 3:1-8. A pressa é inimiga da perfeição! A pressa de Sarai continua trazendo grandes consequências ao mundo todo até ao dia de hoje; concordas comigo?

Grande abraço.











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