quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Uma Coroa no Céu





É um domingo bem quente! Aliás, quando Cáceres não está quente? Eu sempre brincando, de um lado para o outro, subindo em árvores, correndo pelo pátio, atrás das galinhas...
-“ Menina! Pára de correr! Você já é quase uma mocinha! Assim, fica parecendo um moleque!” – gritava uma irmã bem brava que eu tenho!
Puxa! Mas é tão gostoso correr! E com o meu suor no rosto, o vento fica geladinho e eu não fico com tanto calor! Só não posso parar...
Minha mãe me chama: -“Ruth! Venha! Vai se banhar, que o leite já está na mesa! Logo sairemos para o culto!”
Já? Parece que acabamos de almoçar! Justo agora que ia dar uma lição naquele galo mandão...
Eu gosto do leite que minha mãe prepara, ela sabe colocar o açúcar na medida certa! E com esses biscoitos então! Huuuuummm...
-“Ruth, se você põe a mão no biscoito, tem de pegá-lo! É feio pegar e largar!”
Mas ela não me dá uma folga! Coitados dos filhos que ela vai ter: ‘não pode isso, não pode aquilo...!’
-“ Toma! Distribua esses folhetos perto da igreja, mas é só um por pessoa! E mostre o local e horário do culto. Seja simpática!”
‘Eu sou simpática, nem precisa me dizer!’ É claro que falei no meu pensamento, senão ela me dava um sopapo!
Saio em disparada! Gosto de distribuir folhetos! Quero ver a igreja cheia! Tá certo que tem gente que faz bico, cara feia, que pra mim é fome, mas tem muita gente que aceita com um sorriso e agradece.
-“Moço, o senhor aceita este folheto? Quero convidar o senhor para assistir ao culto naquela igreja ali ó, daqui a pouco. O senhor vai?”
Puxa, ele só me olhou e pegou firme o folheto. Eu sorri, agradeci e fui embora! Tem soldado que é bem bravo!
Tá acabando... só falta mais dois e pronto! Ei! A minha melhor amiga! Oi! Vamos lá na praça brincar?
A brincadeira estava tão boa que nem vi o momento que o culto começou! A mãe da minha amiga conversava no banco com outra senhora, enquanto pulávamos amarelinha! Quando olho pra igreja, vejo minha mãe saindo com meus irmãos.
‘Nooossa! Como passou tão rápido?’ Será que minha mãe notou minha falta? Vou pra junto dela bem rapidinho, enquanto ela está conversando...
- “ Ei! Venha já aqui!”
Oh, não! A Braveza me descobriu! Vou levar um belo puxão de orelhas! Vai doer... Fecho os olhos bem forte... mas o que é isso? Um abraço? Abro bem devagar, primeiro um, depois o outro... o que está acontecendo?
-“ Ruth, Ruth! Você ganhou uma coroa no céu!”
-“Ganhei? Puxa! Que legal! Mas por quê?”
-“ Sabe aquele soldado que você entregou o folheto? Ele estava de tocaia para matar um outro soldado, mas você entregou o folheto a ele e ele desistiu e foi para o culto. Arrependeu-se e aceitou ao Senhor Jesus! Contou que foi uma menina com a sua descrição que lhe entregou o folheto! Você salvou duas vidas!!!”
A alegria da minha irmã me contagiou! Ou será que é a alegria que vem lá do Céu por um pecador que se arrependeu?

Nota: Este é um relato imaginário da autora, a partir de algumas informações verídicas que recebeu da Sra. Ruth Alt Viveros. A história se estende. O soldado conviveu durante algum tempo na igreja, ajudando na obra e sempre estava na casa de Ruth, participando da Escola Bíblica que sua mãe fazia nos domingos à tarde. Bem que tentou ser cunhado de Ruth, mas a “Braveza” não cedeu...

Um comentário:

Rosangela Lins Almeida disse...

Parabéns pela história. Ficou linda recontada por você. A atitude da pequena Ruth nos mostra o valor de um folheto, a importância de uma criança e a necessidade de evangelizar sempre, não é?