quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Irmã Alventina

Aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo (Hb 9:27).
Há muitas coisas que imaginamos poder acontecer conosco algum dia. Para elas, nós nos preparamos o máximo possível, torcendo para que tudo dê certo conforme sonhamos. É assim que esperamos nos casar, constituir uma família, ter filhos, arrumar um bom emprego, ganhar algum dinheiro, viver bem e em paz com os nossos visinhos e com nós mesmos. Coisas assim nós esperamos que aconteça conosco. Por outro lado, há outras coisas que não esperamos como uma possibilidade de acontecer, mas como uma certeza. Nós sabemos que querendo ou não, vai acontecer mesmo. Uma destas coisas é a morte.
A morte não é uma coisa boa. Ela surgiu no mundo como uma pena a ser cumprida pelo homem, caso desobedecesse as Palavras de orientação que Deus lhe havia dado. Diz a Bíblia que Deus plantou um jardim com toda espécie de árvores frutíferas, boas para comer e agradáveis aos olhos. Dentre estas, Deus plantou também a árvore da prova da fidelidade do homem, a qual chamou de árvore do conhecimento. Então disse ao homem que poderia comer do fruto de todas as árvores, com exceção do fruto desta árvore. E disse-lhe que se comesse daquele fruto, certamente morreria. E aconteceu. O homem não resistiu à tentação, comeu do fruto proibido e arcou com as conseqüências de seu ato. Desde então, segundo a carta aos romanos, em virtude da ofensa do homem Adão ao seu Deus, “REINOU A MORTE” (5:17), passando “A TODOS OS HOMENS” (5:12), não simplesmente como uma herança maldita, mas “PORQUE TODOS PECARAM”. Assim o homem teve que aprender a conviver com a desagradável realidade de morrer um dia. E mesmo que muitos afirmem estar prontos para morrer, a grande maioria das pessoas gosta mesmo é de viver.
Irmã Alventina, que agora já está com Deus, era uma pessoa que gostava dessa vida. Ela tinha certeza de que “ESTAR COM CRISTO era MUITO MELHOR” (Fp 1:23), mas ela gostava de estar com seu marido, seus filhos e com os irmãos. No sítio onde vivia em companhia de seu esposo, o Irmão Coracindo, ela dizia que estava ali para gozar da vida e do fruto do seu trabalho. E ela não estava errada por gostar de viver. Quantos de nós não vivemos tristes e acabrunhados, gemendo e desmaiando ante os rigores dessa vida, ao invés de tirar dela o máximo de proveito para viver bem e em paz consigo mesmo e com os demais? Quantos não são assim! É por isso que em Hb 12:1-3 somos orientados a viver com alegria, mesmo nos tempos difíceis, seguindo o exemplo de Jesus e não desmaiando de tristezas e agonias. Diz o texto: Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus. Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos fatigueis, desmaiando em vossa alma.
Irmã Alventina via o lado bom da vida. Ela compreendia que estar com Cristo era muito melhor, mas isso não significava que sua vida aqui não pudesse ser boa, alegre e frutífera enquanto ela estivesse nesse mundo. Ela soube tirar essas vantagens enquanto viveu e foi uma pessoa feliz. Agora ela também já viu o Senhor Jesus de braços abertos, convidando-a para entrar no Céu onde ele está. Um dia nós também estaremos lá com eles. Jesus disse em Jo 14:1-3 - Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estiver, estejais vós também.
Dessa forma, se olharmos a morte com essa feição, não a temeremos. Ela não vai deixar de ser uma coisa ruim, não vai ser desejada, mas quando acontecer, ela nos fará o favor de nos colocar nos braços de Jesus. É isso que Paulo chama de incomparavelmente melhor em relação à morte.
Ainda poderíamos dizer muitas coisas a esse respeito. Deixaremos para outra oportunidade. Mas hoje ainda precisamos dizer um pouco mais dessa irmã e de sua história.
Alventina Constantino da Silva Rodrigues foi uma dos oito filhos de Limiro e Bernadina Constantino. Nasceu em 30/09/1945, na Fazenda Quebradentes, no município de torixoréu, MT. Aos 17 anos enamorou-se de Coracindo Rodrigues, casando-se com ele no dia 24/06/1962. Em sua companhia viveu 45 anos de matrimônio. Tiveram 11 filhos, três dos quais deixaram esta vida antes dela. Seus filhos lhe deixaram 13 netos. Morou no município de Torixoréu por 11 anos, em Santo Antônio do Leste por 20 anos e em Poxoréu, os últimos 14 anos de sua vida. Atualmente, vivia no Sítio Olho D’Água, no Assentamento Alminhas. Crente em Jesus, educou os filhos para servi-Lo de todo o coração. Faleceu em 02/01/2008.
Ao lembrarmos dela, tenhamos em mente que foi uma pessoa que “gostava de viver” e que por isso, ainda nesta vida, não somente ensinou aos filhos, como também ela própria se apossou da vida eterna que Deus oferece a todo aquele que recebe seu filho Jesus como Senhor e Salvador. Que também nós que não optamos, possamos fazer essa mesma escolha, a escolha de Alventina, a escolha da vida. Amém.

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