domingo, 18 de julho de 2021

A praticidade da Bíblia no dia a dia

A praticidade da Bíblia no dia a dia


Izaias Resplandes de Sousa



A Bíblia é o livro mais lido e vendido do mundo. Segundo a Sociedade Bíblica do Brasil, ela foi traduzida para quase 3 mil idiomas e ocupa o primeiro lugar do ranking há mais de 50 anos. O jornal O Estadão registra que 3,9 bilhões de exemplares já foram vendidos. Isso é fantástico! Mas, o que as pessoas buscam na leitura da Bíblia?

Eu diria que no topo das respostas estaria a busca pela libertação de alguma forma de opressão. Uma pesquisa que fiz na internet nos fala um pouco sobre a opressão, dizendo:

Oprimir significa exercer pressão sobre algo ou alguém, com o intuito de reduzir. Oprimir socialmente é fazer a pessoa se sentir pequena, ou nada, que nenhuma atitude que ela tome vai mudar seu status social ou sua vida. Oprimir é uma forma de se impor através da força ou da violência, uma forma de ação autoritária.

A palavra opressão vem do latim "oppressio", que significa esmagamento e aperto. É formada por "ob", que significa contra, e "premere", que significa "apertar, comprimir e empurrar contra". Quem é oprimido tem a sensação desagradável de ser apertado contra algo, sem a possibilidade de escapar.

Um indivíduo oprimido é aquele que foi dominado de maneira violenta ou com agressividade, brutalidade e tirania. O ato de oprimir está relacionado com regimes de ditadura, onde a população que não segue as normas do governo são pressionadas, torturadas, virando alvos de tormento.

Um exemplo de opressão social é o racismo e qualquer tipo de preconceito de cor da pele, religião, sexo, e etc. A opressão social faz com que os cidadãos se sintam “esmagados”, sufocados, não conseguem ser eles mesmos, e muitas vezes se veem obrigados a agir de uma maneira que não é normal para eles.

Jesus disse:

E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. E ainda: Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres (Jo 8:32, 36). E também disse em sua oração ao Pai: a tua palavra é a verdade (Jo 17:17).

Creio que esses textos deixam claro que a finalidade da Bíblia é a libertação do homem. E isso, não apenas no plano espiritual, mas, principalmente, no plano material.

E é nessa libertação material que quero enfocar, haja vista que a libertação espiritual, que trata da libertação do pecado para se receber a vida eterna já é um ponto que está bastante claro. E, é evidente que, em última instância, a libertação espiritual é, de fato, a libertação mais importante. Se queremos a vida eterna, então, para tê-la, precisamos nos libertar do pecado. No entanto, a vida eterna seria o último ato de nossa existência. E a Bíblia não foi escrita apenas para esse momento futuro, mas para todos os momentos que vivermos desde o nosso nascimento até a nossa morte, que será a passagem para a eternidade.

Todas as fases da nossa vida são importante: o nascimento, a criancice, a adolescência, a juventude, a adultícia, a velhice e o pós-mortem. E a Bíblia foi escrita para a promoção de nossa liberdade em todas essas etapas de nossa existência, mas principalmente, das fases terrenas. E é assim, porque, quando chegarmos à eternidade, não precisaremos mais da Bíblia, porque além de já estarmos libertos de todas as coisas ruins, também já seremos perfeitos. A Bíblia não é para resolver perfeições. Pelo contrário, ela é para resolver imperfeições.

Assim diz o texto sagrado: E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas (Ap 21:4). E também: Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos (1 Jo 3:2). E mais: Os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores ao arrependimento (Mc 2:17).

As palavras do livro servem para nos ajudar a ajustar as nossas imperfeições.

A Bíblia diz que o homem é mau. Mas, mesmo sendo maus e mesmo sem nos orientarmos pelas Escrituras, podemos fazer coisas boas. No entanto, a tendência é de que, apesar de termos sido criados para fazer coisas boas, costumamos fazer coisas ruins, tanto para nós, como para os outros. E por isso Deus nos deixou a Bíblia, com o objetivo de nos preparar para a direção certa.

Assim diz a Bíblia: Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos... (Lc 11:13). Não tornarei mais a amaldiçoar a terra por causa do homem; porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice (Gn 8:21). E também: Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra (2 Tm 3:16-17).

A partir dessa constatação de que a Bíblia é um livro de orientações para fazermos boas obras, tanto para nós, quanto para os outros, costumo dizer que ela atende a todos e não somente aos predestinados para o reino de Deus. Seguindo as orientações da Bíblia nós poderemos viver e paz com todos, evitando os milhares de problemas que surgem no dia a dia. Ela é o livro que nos orienta para a paz em todas as áreas. E, como não temos tempo disponível para ver tudo, vamos ver um exemplo de sua aplicação em uma das áreas mais importantes de todas, a alimentação.

A Bíblia nos ensina sobre o que fazer para que sempre tenhamos o que comer, embora haja quem entenda que o homem não precisa se preocupar com isso, porque Deus sempre vai cuidar de nós. Entendemos que não é bem assim, embora às vezes Ele faça isso. Vejamos o que o homem deve fazer:

1) Deve trabalhar para ter o seu sustento. No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra (Gn 3:19).

2) Deve guardar uma parte do que produzir para os dias em que estiver impedido. As formigas não são um povo forte; todavia no verão preparam a sua comida (Pv 30:25).

3) Deve aprender a olhar e analisar os sinais dos tempos para não ser pego de surpresa. Aprendei, pois, esta parábola da figueira: Quando já os seus ramos se tornam tenros e brotam folhas, sabeis que está próximo o verão (Mt 24:32).

4) Deve ter paciência e esperar a chegada dos frutos. Eis que o lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência, até que receba a chuva temporã e serôdia (Tg 5:7).

5) Deve evitar o desperdício. E, quando estavam saciados, disse aos seus discípulos: Recolhei os pedaços que sobejaram, para que nada se perca (Jo 6:12).

6) Deve compartilhar uma parte do que produziu com outros. Granjeai amigos com as riquezas da injustiça; para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos (Lc 16:9).

Além desses textos, há muitos outros. Quando a Bíblia diz para não ficarmos desesperados por causa de comida, pois Deus cuidará de nós, ela define a consequência natural daqueles que seguem as orientações da Palavra e não daqueles que encruzam os braços e não fazem nada. Pois a estes, o que a Bíblia diz é que a necessidade e a pobreza lhes espera. Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário? (Mt 6:25). Ó preguiçoso, até quando ficarás deitado? Quando te levantarás do teu sono? Um pouco a dormir, um pouco a tosquenejar; um pouco a repousar de braços cruzados; Assim sobrevirá a tua pobreza como o meliante, e a tua necessidade como um homem armado (Pv 6:9-11).

Ao concluir, queremos dizer que o fato de aplicarmos com prioridade a Bíblia em nossa vida material não significa um menosprezo à vida espiritual. É de lembrar que a vida terrena é uma sombra da vida espiritual, ou seja, embora a espiritual seja muito melhor, ela guarda muita semelhança com a vida terrena. Ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, que são sombras das coisas futuras (Cl 2:16-17).

Que Deus nos abençoe!


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