sábado, 28 de novembro de 2020

Curso de Alfabetização pela Bíblia na cidade de Sorriso-MT

 

Há um ano, havíamos sido contatados pela irmã Aloma Reis de Paula Souza, da Igreja Batista Nacional de Sorriso, MT, para ministrar um treinamento do Projeto Alfabetização pela Bíblia, cujos autores são o Pr. Gilberto Stevão e sua esposa Maria José e dos quais somos parceiros há 20 anos.

Tudo estava preparado para o evento acontecer esse ano, contudo, em virtude da Pandemia do corona vírus, tivemos que cancelar ou adiar várias programações, inclusive essa.


Meu esposo e eu, após oração ao Senhor, decidimos visitar as igrejas Neotestamentárias do Mato Grosso a partir do dia 18 de novembro. 
A primeira igreja que visitaríamos seria a igreja de Sorriso, MT. Sendo assim avisei a irmã Aloma dos dias que estaríamos na cidade e ela prontamente concordou em que tivéssemos o treinamento. Em virtude de termos avisado em cima da hora, apenas três irmãs participaram. 

Entendemos que o Senhor mesmo selecionou essas irmãs e que elas serão multiplicadoras do projeto na sua igreja. É desejo do Pastor José Neto e das irmãs que foram treinadas, implantar na igreja, em 2021, um projeto piloto com pelo menos 15 alunos.




De 25 a 27 de novembro, no período da manhã, realizamos o treinamento. No dia 27, convidamos, o Pr. José Neto, presidente da IBN, para prestigiar a entrega dos certificados.

Através do Google Meet, tivemos a honra de ter conosco o Pr. Gilberto Stevão 

e sua esposa Maria José, 





os quais dirigiram algumas palavras ao Pr. José Neto e às alunas e no final oraram por eles. Foram momentos preciosos e emocionantes. Louvamos a Deus pela Sua fidelidade e Onisciência.

O Pastor José Neto  entregando  o certificado as alunas


Aloma Reis de Paula Souza 
 
Cilene Leite de Mello 

Luciane Gregorius Dalmazo

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Missão Amazonas e Pantanal











Segundo o missionário Amadeu disse que o dono da casa deixou de morar porque a noite tem muito som estranho na casa.
A orientação é que deve orar na casa e saber se algo ligado a feitiçaria esta na casa ou enterrado. Precisa tocar fogo neste objeto.   


Missão Pantanal é coordenado pelo Pastor Roque do Nascimento da Igreja de Barão de Melgaço,MT



sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Minha Vida Espiritual

 

Minha vida espiritual


Izaias Resplandes de Sousa



Meu nome é Izaias Resplandes de Sousa. Sou filho de Marcelino Argemiro de Sousa (que já está na glória de Deus) e de Maria Resplandes de Sousa, que está com 80 anos de idade e mora em Primavera do Leste, MT. Sou esposo de Maria de Lourdes Resplandes, com quem me casei em 19 de janeiro de 1985. Ela e eu somos pais de Fernando, Mariza e Ricardo Resplandes e avós de Davi, Arthur e Paulo Ricardo. Tive 13 irmãos, dos quais dois já são falecidos.

Meus pais se separaram em março de 1964, quando eu ainda tinha 6 anos incompletos. E meus três irmãos e eu ficamos com meu pai, o qual, do ponto de vista espiritual, nos criou segundo suas crenças católicas mais básicas. Não éramos pessoas de uma fé fervorosa. Participávamos das atividades da Igreja nos tempos de festas, de um modo geral e decorávamos as afirmações do Catecismo na Escola. Nossa vida com Deus era bastante superficial.

Da separação de meus pais até os meus 18 anos de idade, eu vi minha mãe apenas umas quatro vezes, mais ou menos, quando ela nos procurou. Somente aos 18 anos é que eu fui ao encontro dela. Então, passei o mês de julho de 1976 com ela, em Rondonópolis, MT, na Fazenda do Ajato, onde ela, irmão Erasmo (seu marido) e os meus irmãos Vildacy e Enivaldo viviam. Nessa época, minha mãe me presenteou com uma Bíblia. Posso dizer que esse foi o primeiro contato espiritual que tive depois do catecismo. Ali onde moravam, eles participavam de reuniões quase todos os dias com os irmãos da Igreja Assembleia de Deus. E eu ia junto. Inclusive, aprendi a cantar muitos hinos com eles e cantava também. Foi um mês em que tive intensos contatos com a Palavra de Deus e com a vida cristã evangélica. Acabaram-se as férias e eu voltei para Goiânia, GO.

Em 1977, trazendo comigo o meu irmão Antônio Resplandes de Sousa, voltei a Rondonópolis, MT, com a intenção de passar mais um tempo com mamãe. Mas fomos pegos de surpresa. Quando chegamos à Igreja Evangélica Neotestamentária de Rondonópolis, fomos informados pela irmã Mildred Paulo, que nossa mãe se mudara para o “Rio das Mortes”. Ela nos deu breves explicações de onde ficava o tal lugar, que ela, mesma, não sabia direito onde ficava. Só sabia que era para as bandas de Poxoréu, MT. Disse que, em Poxoréu, tinha um motorista de caminhão por nome João Poxoréu e que este sabia onde ficava o lugar para onde minha mãe se mudara, pois, normalmente, as pessoas que iam para lá, viajavam com ele.

Ficamos em uma situação difícil. Não tínhamos dinheiro para voltar para Goiânia, GO. Tampouco tínhamos dinheiro para ir até o “Rio das Mortes”. Mas, ao que tudo indicava, o “Rio das Mortes” estava mais perto do que Goiânia. E, então, nós decidimos partir em busca do tal lugar. 

E partimos para Poxoréu, a pé. Três dias depois, nós estávamos com nossa mãe, na localidade denominada Corgão, que hoje é a sede do município de Santo Antônio do Leste, MT.

Entre Rondonópolis e Corgão, nós andamos a pé, de carona em cima da carga de caminhões e também a cavalo. Andamos no sol quente de rachar cuca e também em noite totalmente fria e escura, em que não enxergávamos um palmo à frente do nariz. Passamos fome e sede. Dormimos no mato. Fomos atacados por formigas saúvas. Tomamos chuva. Bebemos daquela água vermelha e barrenta, empossada no meio das estradas. Uma senhora quis atirar em nós, por conta de um mal entendido. Ficamos com os pés inchados pela caminhada. Recebemos ajuda de pessoas caridosas que nos alimentaram e nos deram abrigo. Foram raros os momentos de desentendimentos entre meu irmão Antonio e eu. Fui amparado várias vezes por ele. A jornada foi penosa, mas encontramos nossa mãe. E permanecemos seis meses com ela, sem que nosso pai soubesse onde nós estávamos, porque não dissemos para ele que iríamos atrás de nossa mãe.

Naquela época, nosso saudoso irmão Manoel Francisco Paulo, Presbítero da Igreja Evangélica Neotestamentária de Rondonópolis estava no Corgão, em visita aos meus familiares. A maioria deles havia recebido a Jesus como Senhor e Salvador, desde que minha mãe e irmão Erasmo, seu marido, se mudaram para lá, fazendo a ponte entre a Igreja de Rondonópolis e a nossa família no Corgão. E assim, nasceu a Igreja Evangélica Neotestamentária do Corgão. Os irmãos se reuniam na casa de meus tio José Sabino e Dionízia Resplandes de Carvalho.

Durante todo o tempo em que estive com eles, nós saíamos da casa de minha mãe e andávamos a pé, uns dez quilômetros, mais ou menos, para chegarmos até a casa de reuniões. Durante os seis meses que estivemos com nossa mãe, nós fizemos esse percurso juntamente com ela e irmão Erasmo. 

 Já numa das primeiras reuniões que assistimos no Corgão, ainda com irmão Manoel Paulo por lá, meu irmão Antônio fez sua decisão, recebendo a Jesus como seu Senhor e Salvador, de acordo com as orientações dadas pelos irmãos. Eu entendia que tinha recebido a Jesus como Senhor e Salvador, em meu coração, e, portanto, relutava em fazer uma declaração solene sobre a mesma. 

Na medida em que o tempo foi passando, eu fui compreendendo melhor o que eles queriam dizer sobre aceitar a Jesus. E assim, em Julho de 1977, eu também declarei a minha aceitação a Jesus como Salvador, na Igreja Evangélica Neotestamentária do Corgão, atual município de Santo Antônio do Leste, MT. 

Me recordo que naquela ocasião em que tomei a decisão, eu ficava bastante incomodado com as dificuldades que os irmãos dali tinham para compreender e expor a Palavra de Deus. A maioria tinha dificuldade até para a simples leitura do texto. E eu pensei que, me tornando um deles, eu também poderia ajudar nessa parte.

Hoje eu sei que o Espírito Santo intercede por nós e nos auxilia em nossas fraquezas.  Sei que, apesar das dificuldades de leitura que os irmãos tinham naquela época, a exposição da Palavra de Deus que eles faziam era boa.  Era uma exposição simples, mas eles eram pessoas simples e a Palavra de Deus é para ser exatamente assim, simples.  Nós é que costumamos complicar a exposição, introduzindo nela as nossas “profundas explicações”, as quais nem sempre são necessárias, porque também, nem sempre, todas as pessoas a quem nos dirigimos estão preparadas para ouvi-la nesse “nível de aprofundamento”.

Paulo diz em 1 Co 9:20-22 o seguinte: “E fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os judeus; para os que estão debaixo da lei, como se estivesse debaixo da lei, para ganhar os que estão debaixo da lei. Para os que estão sem lei, como se estivesse sem lei (não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para ganhar os que estão sem lei. Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns.

A pregação deve ser adequada ao nível dos receptores. Os irmãos do Corgão eram simples, falavam para pessoas simples e com pouco conhecimento, como era o meu caso. Portanto, a mensagem estava de acordo com o que ensina a Palavra de Deus.

Por outro lado, é de ver que a maior parte das pregações que levam as pessoas a se converterem a Deus, são as pregações mais simples do Evangelho. Como a gente pode achar que pessoas que mal sabem por que e de que precisam ser salvas, possam ser capazes de compreender as nossas “profundas mensagens espirituais”? 

Em agosto de 1977, Antônio e eu voltamos para Goiânia, GO. Naquele tempo, a nossa fé em Deus ainda era muito superficial. E ainda não conseguíamos transportar os montes que atrapalhavam a nossa caminhada. Não conseguimos nos desvencilhar de nosso velho homem.

Em 1979, eu comecei a frequentar a Igreja Assembleia de Deus, em Volta Redonda, no RJ, onde eu estava trabalhando.

Em novembro de 1979, voltei para Poxoréu, MT, onde permaneci um tempo com minha mãe, nos reunindo com os irmãos da Casa de Oração.

Naqueles dias, acompanhei o irmão Reinaldo Zefeld, da Casa de Oração, nas suas incursões evangelizadoras pela zona rural de Poxoréu.

Em janeiro de 1980, fui batizado pelo irmão Manoel Francisco Paulo, na barragem da Usina Hidrelétrica José Fragelli, em Poxoréu, MT.

Em 1981, mudei para Poxoréu, ingressando no DERMAT – Departamento de Estradas de Rodagem de Mato Grosso. Nessa época, conheci o irmão Isaias da Silva Almeida e sua esposa Rosangela, quando estive em Cuiabá para fazer um exame de proficiência, para ver se continuava no cargo que ocupava no DERMAT. Estava com meu irmão Argemiro Resplandes e nos hospedamos na casa deles, no bairro CPA. No dia seguinte, Isaias nos deixou no local onde íamos fazer a prova. Ele também faria uma prova para poder continuar no INDEA, onde trabalhava.

Ainda no ano de 1981, o irmão Manoel Paulo nos desafiou para começarmos os trabalhos da Igreja Evangélica Neotestamentária em Poxoréu. Nós aceitamos. E começamos a nos reunir na Mangueira, em uma casinha de chão batido, com paredes de palha, de mais ou menos 20 metros quadrados, que ficava na Chácara de Irmão Erasmo.

De 1981 a 1983, realizamos um bom movimento de evangelização na região circunvizinha da Mangueira. Chegamos a formar um bom grupo de jovens e adolescentes. Todos bastante animados. Nos cultos que fazíamos à noite, nas casas dos vizinhos, nós saíamos em fila indiana. Ainda não tínhamos energia elétrica na região. Nós levávamos um lampião a gás. O irmão Zigomar é um dos frutos dessa época.

Em fevereiro de 1983, ajudamos a organizar o I Retiro de Famílias, em Poxoréu. Atuei como Secretário, enviando as cartas com os convites para os irmãos.

Em maio de 1983, elegemos a Mesa Administrativa da Igreja. Fui escolhido para Presidi-la. Infelizmente, pouco tempo depois, entrei em conflito com as doutrinas da Igreja e me afastei do meio dos irmãos.

Onze anos depois, em maio de 1994, após um entendimento em casa, decidimos voltar a nos reunir com os irmãos, na Igreja Neotestamentária de Poxoréu, caso eles nos recebessem. Oficialmente, fomos recebidos de volta, no mês de agosto de 1994.

Desde então, temos exercido nosso ministério na Neo de Poxoréu. Aqui, já tivemos mais de trinta membros, mas, com a decadência econômica da cidade, os irmãos foram se mudando para outras localidades. Hoje, nominalmente, somos menos de dez membros e alguns, com uma frequência muito baixa. Mesmo assim, mantemos o local, onde fazemos as reuniões básicas da igreja. Além disso, também cuidamos da administração do Acampamento Rio dos Crentes, onde fazemos Retiros, desde 1983.

Isso é o que achamos importante dizer aos irmãos.

A vontade de Deus

 

A vontade de Deus

(Nm 22)


Izaias Resplandes de Sousa

E veio Deus a Balaão, e disse: Quem são estes homens que estão contigo?
E Balaão disse a Deus: Balaque, filho de Zipor, rei dos moabitas, os enviou, dizendo:
Eis que o povo que saiu do Egito cobre a face da terra; vem agora, amaldiçoa-o; porventura poderei pelejar contra ele e expulsá-lo. Então disse Deus a Balaão: Não irás com eles, nem amaldiçoarás a este povo, porquanto é bendito.. Números 22:9-12


Observo que, entre nós, sempre ouvimos falar em fazer e respeitar a vontade de Deus. Nós dizemos que queremos que Deus faça a sua vontade em nossas vidas. Mas qual é a vontade de Deus? Como é que nós podemos saber qual é a vontade de Deus?

Certa vez eu perguntei para uma irmã como é que ela tinha certeza de que estaria fazendo a vontade de Deus em suas missões de vida. E ela me respondeu que orava pedindo para Deus abrir as portas e se não houvesse nenhum empecilho para a realização daquela missão, ela então entenderia que Deus estava aprovando a aquele plano.

Os irmãos também pnsam assim? Não precisam me dizer, fiquem cada um com sua resposta, por enquanto.

Então eu pergunto mais: se estiver certo esse pensamento, de que, se eu orar e pedir a Deus para abençoar e abrir as portas para que eu possa realizar aquilo que estou pretendendo e se não houver nenhum impedimento para que isso aconteça, então eu posso fazer o que estou pretendendo, com a certeza de que estou fazendo a vontade de Deus para minha vida?

Meus queridos... A Bíblia é a revelação da vontade de Deus para as nossas vidas. Nós devemos orar e pedir a Deus para prover os recursos e abrir as portas para que nós possamos realizar as missões estabelecidas por Ele, de acordo com o que está orientado em Sua Palavra. É de ver que, se não tivermos uma situação concreta específica, desenhada com todos os detalhes na Bíblia, isso não quer dizer que Deus silencia sobre tal assunto. A Bíblia está cheia de princípios. Devemos conhecê-los e aplicá-los em nossas ações. E um desses princípios é o seguinte: A resposta de Deus à nossa oração não pode contradizer a Sua Palavra bíblica.

Deus não muda de ideia só porque nós oramos. Há vários argumentos que sustenta esse princípio. Citaremos apenas três: 1) Deus é eterno: uma mudança no ser de Deus teria que ter um antes e um depois dela. Isso é da temporalidade e Deus não é temporal; 2) Deus é perfeito: uma mudança ou se dá para melhor, ou para pior. Deus não pode melhorar e nem piorar, porque Ele é o que é, perfeito; 3) Deus é onisciente: uma mudança pressupõe uma nova informação que não se conhecia. Deus sabe de tudo. Portanto, Deus é imutável. Ele não muda; o que mudam são as circunstâncias. Vejamos. Em 1 Samuel 15:29, Deus diz que “não é homem, para que se arrependa”; e, em Malaquias 3:6 ele diz: “Porque eu, o Senhor, não mudo”.

A Bíblia estabelece como as coisas devem ser feitas. Mas, nós costumamos passar por cima dessas orientações e levar ponderações de natureza contraditória a elas, para a oração, pedindo as bênçãos de Deus para que nossas intenções deem certas. E aí, como Deus não se pronuncia de forma contrária, explicitamente e diretamente, nós entendemos que o nosso pedido foi aprovado. Afinal, diz o ditado que “quem cala, consente”.

Essa é um inverdade dupla: primeiro, porque Deus não se cala diante de nossas orações. Nós sabemos que Deus responde as orações. Nós cantamos isso e não é da boca para fora, mas do fundo da alma; segundo, porque Deus jamais poderá aprovar uma decisão nossa que esteja orientada de forma contrária na Sua Palavra. O problema nunca foi o silêncio de Deus, mas sim, a nossa incapacidade perceptiva. A compreensão das Escrituras não é para qualquer um, mas apenas para aqueles a quem o Espírito deseja que compreenda. A revelação vai muito além da letra, mas jamais em sua contramão. Cf. Mt 13:11.

A Bíblia nos diz em Hebreus 1:1, que Deus pode falar conosco de muitas maneiras, até mesmo através de um jumento, como foi no caso de Balaão, registrado em Números 22. Balaque mandou chamar Balaão para que amaldiçoasse aos hebreus que vinham do Egito para a Terra Prometida, mas Deus lhe disse que não fizesse isso, porque aquele povo era um povo abençoado (v. 12).

Pronto! Não tem nem mais e nem menos. Acabou o assunto. Não tem mais um dia, ou mais outro para ver se Deus muda de ideia. A vontade de Deus já fora revelada. Mas Balaão, como muitos de nós fazemos, não se satisfez e foi consultar novamente ao Senhor. Então, o que o Senhor disse para Balaão, foi: se você quer ir, então vá. Deus não estava mudando de ideia. O que ocorreu aqui foi uma mudança de circunstância. Quando Balaão não sabia a posição de Deus e foi consultá-lo, Deus lhe revelou qual era a sua vontade. Essa foi a primeira circunstância. A nova circunstância ocorre quando Balaão, já sabendo a vontade de Deus, retorna ao Senhor, deixando claro que está querendo ir atender ao chamado de Balaque e que não concorda com a vontade de Deus. Então, nessa nova circunstância, Deus respeita a vontade do livre arbítrio de Balaão e deixa que ele vá e sofra as consequências de sua dcisão. No presente caso, como sua ideia era fazer algo que não agradava ao Senhor, este se irou contra ele, colocando-se em seu caminho, como adversário, em defesa de seu povo, o povo hebreu, que Ele conduzia desde o Egito (v. 22 e 32).

Balaão iria fazer algo que desagradava ao Senhor, mas não teve sentidos para perceber isso. E saiu para fazer as coisas erradas e contrárias à Palavra de Deus (v. 34). Isso é o mesmo que ocorre conosco, quando pedimos a bênção de Deus para fazermos as coisas de modo diferente de suas instruções reveladas através da Palavra.

O primeiro lugar para que nós conheçamos a vontade de Deus não é na oração, mas na sua resposta já revelada antes mesmo que nós lhe peçamos e que está registrada nas páginas da Bíblia. Mateus 6:7-8 nos diz: E quando orardes, não useis de vãs repetições, como fazem os pagãos; pois imaginam que devido ao seu muito falar serão ouvidos. Portanto, não vos assemelheis a eles; porque Deus, o vosso Pai, sabe tudo de que tendes necessidade, antes mesmo que lho peçais.

Devemos orar e pedir a Deus sabedoria para compreendermos a sua Palavra (Tiago 1:5). Mas, se queremos realmente entender a Palavra de Deus, temos que estudá-la. Ainda que seja o Espírito Santo que nos dará a compreensão da Palavra, ela não vai entrar em nossa cabeça de forma mágica, sem nenhum esforço de nossa parte. Ir direto à oração e pedir a resposta de Deus, sem ter antes demonstrado interesse em conhecer sua Palavra, é fazer pouco caso da revelação de Deus. Deus poderia nos dizer: “Vá ter com a formiga, ó preguiçoso!” (Pv 6:6). Eu já te disse o que penso sobre isso. Leia o que eu disse. Mas, ao invés disso, ele não fala nada mais. E aí nós pensamos que Ele está concordando conosco, o que pode ser a mais absoluta inverdade.

Mas, como dito em Hebreus, Deus fala de muitas maneiras. Além de nos falar pela Bíblia, ele também nos fala até pelos Jumentos Pregadores, por exemplo. Pode até ser que, neste momento, eu seja um desses jumentos que Deus esteja usando.

No entanto, da mesma maneira com que desleixamos o estudo pessol da Palavra, nós também ignoramos a revelação que Deus nos dá através de nossos pregadores. E mantemos a nossa decisão de fazer as coisas da maneira que nós desejamos, mesmo que não esteja de acordo com a vontade de Deus expressa na Bíblia. E o que é pior, fazemos isso sob a alegação de que estamos fazendo a vontade dele, quando na verdade, estamos fazendo a nossa.



II - A vontade de Deus


Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. (Rm 12:1-2)


O mundo oferece muitos prazeres para nós, mas há um prazer muito maior nos aguardando quando nós nos dispomos a fazer a vontade de Deus, de verdade, e não apenas de boca e de gogó. Devemos colocar o nosso corpo a serviço de Deus, cultuando a Deus com as nossas ações e não com os nossos blablablás. Deus não é Deus de teorias, mas de ações concretas. E, se nós queremos ser servos de Deus, igualmente, devemos ser agentes da concretude, da prática e não apenas do falatório.

A verdadeira vontade de Deus não é parceira e nem aliada dos prazeres deste mundo, das coisas que nos apetecem. Se nós nos conformarmos com o rol de prazeres terrenos, jamais poderemos desfrutar do verdadeiro prazer que se tem ao fazer a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.

É princípio bíblico que: A realização da obra de Deus tem que me custar alguma coisa, ainda que a obra seja dele e não minha.

Quando Abraão quis comprar o campo de Macpela para enterrar sua esposa Sara, os donos da terra queriam dar para ele aquela propriedade como cemitério, mas ele não aceitou. Ele insistiu em pagar o preço da mesma. Cf Gn 23.

Quando Davi também quis comprar a eira de ORNÃ, para ali oferecer sacrifício a Deus, Ornã quis dar-lhe não só a vinha, mas também os animais e tudo o mais que fosse necessário para o sacrifício, Davi não aceitou, porque não poderia oferecer um sacrifício a Deus se isso não lhe custasse nada. Cf 1 Cr 21:18-25.

Perguntemo-nos, individualmente: O que estou oferecendo para fazer a obra de Deus além de meu corpo e minha boca?

Certa vez, quando o missionário Cornélio Gomes esteve em Poxoréu, minha família o convidou para se hospedar em nossa casa. Mas ele recusou o conforto de nossa casa e preferiu se hospedar no local de reuniões. Meus familiares argumentaram com ele que lá não tinha o conforto, mas ele disse que não estava atrás de conforto. E assim, ele foi para lá. E minha família, então, levava a comida para ele, lá. E ele sempre discutia que tinha comida demais. E quando levavam guloseimas como doces, bolos e outras coisas, ele sempre questionava que não estava atrás daquilo. Ele dizia: "irmãos, meu Deus não é meu estômago!". Cf Fp 3:18-19.

A obra de Deus não consiste em buscar a nossa satisfação e prazer pessoal. A Bíblia nos diz que quando sairmos em missão não devemos levar alforge, nem mala cheia de roupas, nem esse monte de coisas que nós achamos indispensáveis. Aonde formos nós devemos compartilhar a vida que Deus oferece às pessoas com quem contactarmos. Cf Lc 10:3-9.

Jesus, em Lucas 10:3-9, nos diz: Ide! Eis que eu vos envio como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa, nem alforje, nem sandálias; e a ninguém saudeis pelo caminho. Ao entrardes numa casa, dizei antes de tudo: Paz seja nesta casa! Se houver ali um filho da paz, repousará sobre ele a vossa paz; se não houver, ela voltará sobre vós. Permanecei na mesma casa, comendo e bebendo do que eles tiverem; porque digno é o trabalhador do seu salário. Não andeis a mudar de casa em casa. Quando entrardes numa cidade e ali vos receberem, comei do que vos for oferecido. Curai os enfermos que nela houver e anunciai-lhes: A vós outros está próximo o reino de Deus.

O ato de fazer a vontade de Deus deve ter um custo para nós, mas não pode ser algo penoso, difícil, oneroso, pesado... Jesus disse que o seu fardo é leve, que o seu jugo é suave. Então, porque parece tão difícil, tão caro e tão pesado fazer a vontade de Deus com relação à sua obra na terra? A resposta é simples. A nossa ideia de vontade de Deus é diferente da vontade de Deus revelada nas páginas da Bíblia.

O plano de Deus para realização de sua obra é muito simples e barato. Todos nós somos enviados para fazer a missão de evangelização do mundo. Todos nós somos enviados para sermos testemunhas aos nossos vizinhos de Jerusalém. E quando todos esses vizinhos de Jerusalém foram alcançados, então somos enviados aos vizinhos da Judeia e depois aos vizinhos da Samaria e depois aos vizinhos dos confins da terra.

Meus queridos… Parece que é muita coisa. Parece que o fardo é pesado demais. Mas, se seguirmos as orientações da Palavra de Deus, não é. Dificilmente, cada um de nós chegará aos confins da terra. Provavelmente, não sairemos de Jerusalém. A igreja, sim, através algum de seus membros, que representa o seu todo universal, alcançará os confins da terra. Isso, se cada um de nós for fazendo aquilo que Deus manda em sua palavra. Se cada um de nós fazer a obra, em relação ao seu vizinho.

Mas, então, alguém argumenta contra essa orientação: Não! Eu quero participar da obra, mas não aqui onde eu moro. Eu quero evangelizar a África. Muito bem, lhe dirá Deus. Parabéns pelo seu propósito de se mudar para a África. Você é livre para ir para onde quiser. Não estou te mandando para a África; estou te mandando ao seu vizinho, em sua Jerusalém. Mas, a África será a sua Jerusalém quando você se mudar para lá.

Meus queridos… Jerusalém é o lugar onde nós moramos. Lá na África só será os confins da terra enquanto eu morar em Poxoréu, que é a minha Jerusalém hoje. Quando eu for para lá, lá será a minha Jerusalém e Poxoréu será os confins da terra.

Mas Deus não te manda uma vez por mês ir à África. Isso seria muito dispendioso, muito caro e muito pesado para os mantenedores da obra. Se você quer evangelizar a África, mude para lá.

É provável que Deus não vai enviar pessoas para te visitar enquanto você estiver na África, mas esse é o preço que você vai pagará porque escolheu fazer da África, a sua Jerusalém. Deus não é o culpado da sua escolha. Você é. Deus deseja que você faça a obra dele no lugar onde você se encontra, porque isso é fácil e barato. Além disso, no seu lugar todo mundo te conhece. Você pregará não apenas com a sua boca, mas principalmente com as suas ações, com seu modo de vida, com seu procedimento. Cf. 1 Pe 3:1

Às vezes, nós queremos ir para longe fazer a obra, principalmente porque lá ninguém nos conhece e nós poderemos nos identificar melhor com eles e viver como eles. Mas queremos voltar logo para nossa casa, para podermos desfrutar dos confortos e das comodidades que temos aqui e que não podemos desfrutar lá, para não dar o mau exemplo. Isso nunca foi a vontade ou obra de Deus.

Quanto à nossa aspiração por prazer, a Bíblia nos orienta para não nos conformarmos com este século, com este mundo. Os prazeres daqui são passageiros e não têm nada a ver com Deus. Aspiremos os prazeres do Reino de Deus, onde tudo é eterno e maravilhoso. Se estamos buscando alcançar prazeres nesta vida, não estamos fazendo nada de errado, mas não estamos fazendo a vontade de Deus.

A vontade de Deus não se conforma com este século e com esse mundo. A vontade de Deus é que todos tenham, pelo menos, o que comer e o que vestir. E que estejamos satisfeitos se conseguirmos isso. Cf 1 Tm 6:3-8.

É de lembrar que o Filho do Homem, Jesus, não tinha sequer onde reclinar a cabeça. E por que alguns obreiros, que às vezes já têm muito mais do que isso, ainda querem muitas coisas mais para fazerem a obra? Cf Mt 8:20.

Jesus andava a pé, porque assim ele se encontrava com as pessoas. Quando eu vou de carro fazer a obra, eu não tenho a oportunidade de conversar com as pessoas que estão pelo caminho. Como não é meu interesse falar com essas pessoas que estão perto de mim, mas sim, com pessoas que estão longe de mim, eu não páro. Eu apenas vou passando por elas. Não digo que está errado fazer assim. O que digo é que esse tipo de fazer a obra não está de acordo com o exemplo e as orientações de Jesus. Não foi assim que ele mandou fazer a obra.

A obra de Deus deve ser feita com o menor custo possível. O fardo deve ser leve, tanto para o pregador, quando para os pregandos. Vejamos o exemplo de Marta, em Lc 10:41-42.

Marta queria preparar um banquete para o Senhor Jesus, mas o Senhor deixou claro para ela, que não estava lá por causa de comida, mas para falar sobre o reino de Deus. E que ela, ao invés de estar gastando seu tempo com aquelas coisas desnecessárias para ele, deveria fazer como fazia sua irmã, sentar-se aos seus pés e ouvi-lo, porque para encher a barriga, pouca coisa seria necessária.



A vontade de Deus na enfermidade e na morte

(2 Rs 20:1-2)


Nós temos o costume de ouvir as pessoas dizendo que seja feita a vontade de Deus com relação à saúde ou à manutenção da doença de uma pessoa ou ainda, da vida ou morte dessa pessoa.

É princípio bíblico que nem sempre as coisas acontecem conforme a vontade de Deus. Às vezes, nós intervimos pedindo a cura de uma pessoa, quando a cura dela não seria a vontade de Deus.

Alguém pode questionar isso. Como a cura de uma pessoa não seria a vontade de Deus, principalmente, se temos vários mandamentos dele para curarmos os enfermos quando estivermos fazendo a obra?

É de ver, meus queridos, que a vontade de Deus é que nos aconteça o melhor. Deus sempre quer o melhor para nós e nunca o pior. Vejamos o caso de Ezequias, que ficou doente e foi avisado pelo profeta que ele iria morrer. Cf 2 Rs 20:1 e seguintes.

Ao invés de aceitar a vontade de Deus para ele, Ezequias interviu com um pedido a Deus para que se lembrasse de como ele tinha vivido e chorou profundamente. Seu pedido foi contra a vontade de Deus, expressa através do profeta Isaías. Deus sabia o que iria acontecer na sequência dos anos, se Ezequias permanecesse vivo, e quantos males aconteceria por conta desse fato. Ezequias não sabia, porque ele não podia conhecer o futuro, assim como nós também não podemos saber o que acontecerá se nós pedirmos a cura quando a nossa doença for para morte.

Mas as circunstâncias mudaram. Na primeira ocorrência, temos Deus manifestando o juízo de sua vontade antes que Ezequias soubesse que iria morrer, levando em consideração o que seria melhor para ele e todo o seu povo. Deus não mudou, mas as circunstâncias, sim. Na segunda ocorrência, quando sabe que vai morrer, Ezequias ora a Deus, fazendo-lhe um pedido e chorando muitíssimo. Então, nessa situação, vemos Deus exercendo sua misericórdia e atendendo ao pedido de Ezequias, suspendendo a sua morte por quinze anos (v. 6). Agora, já não era mais a vontade de Deus se realizando, mas a vontade de Ezequias. Deus sabia que o melhor seria Ezequias morrer, mas ele clamava por viver mais e Deus lhe ouviu e fez a sua vontade. E o que acontceu durante o seu acréscimo de vida?

Três anos depois da primeira ocorrência, Ezequias teve um filho chamado Manassés, o qual, durante 55 anos de reinado, em sucessão ao seu pai, fez coisas horrorosas em Judá. Cf 2 Cr 33:1-10.

O rei Manassés levou o povo de Judá e os moradores de Jerusalém a cometerem pecados ainda piores do que aqueles cometidos pelas nações que o Senhor Deus havia expulsado da terra conforme o seu povo ia avançando. Até os próprios filhos ele sacrificou para uma divindade pagã. E Deus falou com ele e com o povo que o seguia, mas ninguém lhe ouviu. E todos receberam o furor da ira de Deus. Milhares de pessoas pagaram o preço por seguirem ao rei Manassés em suas loucuras. É verdade que no fim da vida, ele se arrependeu e conseguiu dormir em paz. Mas quantos males ele causou! Seria justo a troca de 1 por 1000, só para citar uma proporção, porque Ezequias não fez o mal somente para ele, mas para milhares de pessoas. Aqui temos o famoso efeito dominó. No entanto, nada disso poderia ter acontecido. Manassés poderia nem ter existido, se Ezequias estivesse 100% submetido à vontade de Deus.

Meus queridos… Quantas pessoas a gente já viu pedindo a morte, porque não aguentam mais o sofrimento? Em algumas partes do mundo, as pessoas praticam a eutanásia, que é a morte de uma pessoa para que essa não sofra mais. Também é muito comum a gente sacrificar animais que estão doentes, para tirá-los do sofrimento. Viver é bom, mas, certamente, não em grande sofrimento.

É possível que, atendendo ao nosso pedido, Deus possa manter uma pessoa viva, mas nem Deus e tampouco nós, poderemos controlar os atos dessa pessoa e impedi-la de fazer o mal e causar danos a outras pessoas, ou a ela mesma, bem como impedi-la de ter sofrimentos ainda mais atrozes.

Eu creio que nós devemos realmente pedir pela cura, pela libertação e por tudo que nós entendemos que devemos pedir, mas sempre devemos condicionar os nossos pedidos à vontade de Deus. E devemos aceitar o resultado, certos de que a vontade de Deus pode não ser a cura, porque a cura não seria o melhor para a pessoa e para os demais com quem ela se relaciona.

Eu tive um sobrinho que morreu de acidente. Esse menino fez muitas coisas erradas, mas então ele teve um surto de arrependimento, procurou a igreja e disse que queria fazer a sua reconciliação. O dia que ele procurou a igreja era um dia de sábado, de reunião de oração e não foi feito um convite para que ele expressasse a sua decisão. No entanto, ao terminar a reunião, ele procurou os dirigentes da igreja e disse que queria se reconciliar com Jesus, que queria fazer sua decisão. Os irmãos falaram-lhe que ele poderia fazer sua decisão na próxima reunião, mas ele disse que não! Que ele queria fazer a decisão naquele dia. E assim foi feito. Na segunda-feira, dois dias depois, ele sofreu um acidente e veio a falecer. No domingo, um dia antes, ele saiu com a família e comemoraram a sua conversão, sua aceitação a Jesus e foi tudo muito alegre e feliz. Maravilhosa graça de Deus!

Eu já disse não uma, mas, mais de uma vez, que esse meu sobrinho morreu na hora certa porque ele era uma pessoa instável. Ele não tinha muita firmeza em suas decisões e convicções. Mas, naquele dia, ele estava plenamente convicto de que precisava estar em paz com Deus. E se ele não morresse na segunda-feira, quem garantiria que ele iria se firmar e que um mês depois ainda estivesse firme em suas convicções? Em outras ocasiões ele também já se aproximara de Deus, mas depois se afastou novamente, esfriou e se distanciou. Se ele não morresse naquele dia, será que teria sido salvo?

Nós costumamos falar em tempo de Deus.

Meus queridos… Deus não é temporal como nós. Deus é eterno e o tempo não existe para ele. O tempo é sempre para nós, que somos seres temporais, que temos começo e fim.

Uma pessoa não morre no tempo de Deus, mas morre em seu próprio tempo. Deus não mata as pessoas por qualquer coisa. Deus não tem prazer na morte de ninguém. Cf Ez 18:32.

Deus quer que todas as pessoas vivam e vivam com abundância de anos. como disse Jesus. Cf Jo 10:10.

Deus quer que o homem viva muitos anos na terra e depois viva para sempre no céu. Cf Ef 6:2-3.

O desejo de Deus é para a vida e não para a morte. A morte é uma consequência da falta de vida. Tem muitas pessoas que já morreram e ainda continuam andando entre nós. São como os zumbis, mortos-vivos. São pessoas que não trazem mais nenhum benefício, nem para eles mesmos e nem para os outros. São verdadeiros parasitas da vida. Para o bem de todos, seria melhor que essas pessoas deixassem de existir. Na maioria dos casos, essas próprias pessoas pedem a morte a Deus. Pedem que Ele tire delas o sofrimento. E então, o que Deus faz, recolhendo os espíritos dessas pessoas é apenas atender aos pedidos de alguém em estado moribundo.

É costume ouvir orações pedindo para que Deus abençoe o que se está comprando ou querendo comprar, ou ainda uma viagem que se está pretendendo fazer a algum lugar. E, às vezes, o pedido vem com a seguinte justificativa: "o coração do homem faz planos, mas a resposta certa dos lábios, vem do Senhor". Cf Tg 4:13-14; Pv 16:1

Deus sempre abençoa, meus queridos. Não porque nós sejamos bons ou merecedores. Não! Ele abençoa a todos, indistintamente, independente de serem bons ou ruins. Deus abençoa, porque é de sua essência abençoar e porque a sua misericórdia dura para sempre. Cf Mt 5:45; Sl 106:1.

Meus queridos… Nós estamos vivendo o tempo da benção de Deus. Chegará o dia em que haverá o tempo da maldição, do juízo e da condenação. Mas no momento nós estamos vivendo o tempo da Graça, o tempo da bênção, o tempo do perdão. E nós queremos ser abençoados por Deus em nosso plano de viagem. E pedimos a bênção dele. E queremos que ele nos abençoe. Não tem nada de errado com esse pedido, mas isso não tem nada a ver com a vontade de Deus para a nossa vida. A tal viagem ou qualquer que seja o pedido, pode não ser a vontade dele.

Os irmãos já perceberam que nós temos na Bíblia, o princípio da reciprocidade. O próprio Jesus disse: não julgueis, para não serdes julgados e, com a medida que medirdes, sereis medidos. Cf Mt 7:1-2.

Na oração ele também ensina nos ensina a pedir o perdão de Deus, da maneira que nós perdoarmos às demais pessoas. Cf Mt 6:12.

Na parábola do credor incompassivo Jesus ensinou a um homem, dizendo: se eu te fiz um bem tão grande, não deveria você também ter feito o mesmo, em relação ao seu conservo? Cf Mt 18:32-33.

Em Lc 6:31 Jesus nos orienta: E como vós quereis que os homens vos façam, da mesma maneira lhes fazei vós, também

Na verdade, nós queremos a benção de Deus, mas e nós, temos abençoado aos outros? Deus nos abençoa, não porque nós mereçamos, mas nós, às vezes, pedimos a bênção, como se Deus tivesse obrigação e nos abençoar. E ele disse que não tem obrigação de fazer nada. Na parábola dos trablhadores na vinha, Jesus diz que ele tem o direito de fazer o que quiser como que é seu. Cf Mt 20:15.

A Palavra diz que todas as almas são de Deus, tanto a alma do pai como a alma do filho. O que Deus quer de nós, meus queridos, é misericórdia. Jesus ensinou e disse: Ah, se vocês soubessem o que significa “misericórdia quero e não sacrifício”, vocês não condenariam os inocentes. Cf Mt 12:7.

A vontade de Deus é que nós façamos o bem aos demais e não que pensemos apenas em nossos próprios umbigos e interesses próprios. A vontade de Deus é que nós entendamos que viemos aqui para servir. Parece que ate hoje ainda não entendemos o significado da palavra servo.

Jesus disse que o filho do homem veio para servir e dar a sua vida em resgate de muitos. Cf Mt 20:28.

E ele também se fez como exemplo para nós e nos orienta: “como eu fiz a vós, que façais vós aos outros”. Cf Jo 13:15.

Queremos saber qual é a vontade de Deus? A vontade de Deus é aquela que está expressa, com toda a literalidade, em sua palavra escrita.

Jesus disse para umas pessoas de seu tempo: Vós examinais as escrituras, porque entendem que nelas vocês poderão encontrar a vida eterna. Isso é verdade, porque eu sou a vida eterna e as escrituras falam de mim. Mas vocês não querem vir a mim para terem a vida eterna. Cf 5:39-40.

O que nós queremos realmente, meus queridos? Nós examinamos a Bíblia apenas para conhecer a vontade de Deus, ou porque realmente fazer Sua vontade? Queremos mesmo que seja feita a vontade de Deus, ou nós queremos apenas fazer a nossa vontade própria vontade e satisfazer aos desejos do nosso coração, da nossa família e das pessoas mais próximas de nós? Cf Jo 8:44.

Nós gostamos de fazer festas. É muito bom fazer festas, almoços, banquetes e coisas desse tipo. No entanto, quando convidamos as pessoas para as nossas festas, normalmente nós convidamos aquelas com possibilidades retributivas. Essa não é a vontade de Deus. A vontade de Deus é que nós convidemos as pessoas excluídas, as pessoas que não podem fazer festas porque não têm recursos para isso. Mas nós fazemos as nossas festas do jeito que nós queremos e convidamos quem nós queremos e não as pessoas que Deus gostaria que nós convidássemos. E então oramos pedindo a Deus que abençoe a nossa festa. Olha, meus queridos, será que depois de tudo o que Jesus disse sobre os hipócritas, Deus ainda vai abençoar a nossa hipocrisia?

Nós pedimos a Deus para abençoar a nossa comida, a abundância de comida que nós temos na mesa e agradecemos a Deus por isso. Mas não estamos nem aí para as pessoas que não têm nada para comer. Que bom seria se, pelo menos uma vez em toda nossa vida, nós fizéssemos uma festa para os pobres e excluídos da sociedade e oferecêssemos para eles o melhor que nós poderíamos oferecer. A Palavra diz que até um copo de água fria que a gente der para alguém na condição de discípulo, não passará em vão aos olhos de Deus. Quantas vezes nós já fizemos a vontade de Deus nessa área? Cf Mt 10:42.

Partindo para o encerramento, eu creio que devemos continuar fazendo nossas orações e pedindo as bençãos de Deus para nossa vida, para os nossos planos, para tudo o que se relaciona conosco e com nossas atividades, mas, sempre devemos concluir nossas orações com um pedido sincero, como Jesus fez em sua oração, “se possível passe de mim esse cálice, mas acima de tudo, que seja feita a vossa vontade”. Cf Lc 22:42; Mt 6:10.

Antes de levarmos nossos pedidos de oração a Deus, demonstremos respeito pela Palavra dele e consultê-mo-la sobre o que ele já disse a respeito daquela situação.

Em Tg 5:15, Deus nos manda, na condição de seus discípulos e enviados, que curemos os enfermos. Ele nos manda orar pelos enfermos e diz que a oração da fé salvará o doente. E que o Senhor o levantará. Eu sei que o entendimento que todos fazem deste versículo é o da cura, mas é de ver que o texto fala da salvação da pessoa. O levantamento que nós acreditamos ser o levantamento do leito de enfermidade, para o leito de vida e saúde, poderia também ser um levantamento para o céu.

Nós sempre falamos que queremos o melhor para nós e para os nossos semelhantes. O apóstolo Paulo disse que estar com Cristo é muito melhor e que ele mesmo estava constrangido em ficar na terra ou partir para estar com o Senhor. Cf Fp 1:23.

Nós cremos ou não cremos, que o reino de Deus seja melhor, do que o reino da terra e dos homens? Ou, o que nós queremos é apenas não perder os privilégios, de gozar a vida que temos hoje na terra, quando formos morar no céu?

Irmãos, não é difícil descobrir a vontade de Deus porque ela está revelada nas Escrituras. O difícil é compreendermos que também é vontade de Deus que nós façamos exatamente aquilo que está lá e não aquilo que nós queremos fazer e que ainda queremos que Deus aprove como sendo sua vontade.

Peço a Deus que possa nos conceder a graça de absorver esse conhecimento, com a clareza necessária, para que, efetivamente, possamos ser chamados de servos do Senhor e que não sejamos vistos por ele apenas como servos de nós mesmos, como aqueles que pensavam ser dele, porque faziam isso, faziam aquilo e faziam aquilo outro, mas que, quando chegou o grande dia, ele disse que nem sequer os conhecia, porque teve fome, ficou nu, esteve preso e nada disso mereceu a atenção deles.

Que possamos continuar fazendo o bem a todos, principalmente os da nossa família da fé e aos nossos domésticos, que é a nossa missão primeira. Mas, que possamos ir além, se isso nos for possível.

Essa é a vontade de Deus para todos nós. Amém!




Izaias Resplandes de Sousa é membro da Igreja Neotestamentária de Poxoréu