sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

A criação do universo


A criação do universo

Izaias Resplandes
No princípio criou Deus o céu e a terra. E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. Gênesis 1:1-2.
Eis uma síntese da criação do Universo. Quanto ao detalhamento dessa criação, o Gênesis não é cem por cento específico. Nós vamos encontrar no primeiro capítulo do livro alguns detalhes que poderão nos ajudar na compreensão da criação, mas não um detalhamento completo.
Primeiro, é de destacar a pessoa do Criador. No Evangelho de João se apresenta o Deus Filho Unigênito Jesus como sendo o Verbo Criador. E no versículo 2 de Gênesis 1 temos destacada a participação do Espírito de Deus sobre a face das águas. Além disso, temos também outros textos da Escritura como Sl 104:30, Jo 3:5 demonstrando a participação criadora do Espírito.
Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder; porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas. Apocalipse 4:11.
No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. João 1:1-3.
Envias o teu Espírito, e são criados, e assim renovas a face da terra. Salmos 104:30.
Assim, nosso entendimento é que a criação é obra da Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo, o nosso Deus triúno.
Por segundo, queremos destacar a forma como se deu a criação.
É de observar que Deus não criou diretamente todas as coisas, embora todas as coisas criadas resultaram da palavra do Criador. Temos, portanto, a criação direta e a criação indireta. Ao observarmos o livro de Gênesis, podemos ver essa forma de agir do nosso Criador. Destacaremos alguns pontos.
E disse Deus: Haja luz; e houve luz. E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas. Gênesis 1:3,4.
Esse texto mostra uma ação direta de Deus criando a luz e também fazendo a separação entre a luz e as trevas. É uma ação direta de Deus.
E disse Deus: Haja uma expansão no meio das águas, e haja separação entre águas e águas. E fez Deus a expansão, e fez separação entre as águas que estavam debaixo da expansão e as águas que estavam sobre a expansão; e assim foi. E chamou Deus à expansão Céus. Gênesis 1:6-8.
Nesse texto vemos Deus criando os Céus. Ação direta do Criador.
E disse Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num lugar; e apareça a porção seca; e assim foi. E chamou Deus à porção seca Terra; e ao ajuntamento das águas chamou Mares; e viu Deus que era bom. Gênesis 1:9,10.
Já aqui temos a ação direta de Deus criando a Terra e os Mares.
E disse Deus: Produza a terra erva verde, erva que dê semente, árvore frutífera que dê fruto segundo a sua espécie, cuja semente está nela sobre a terra; e assim foi. E a terra produziu erva, erva dando semente conforme a sua espécie, e a árvore frutífera, cuja semente está nela conforme a sua espécie; e viu Deus que era bom. Gênesis 1:11,12.
Nesse texto começamos a ter contato com a ação criadora indireta de Deus. O Criador concede poder à terra para produzir a vegetação de um modo geral com capacidade reprodutiva, ou seja, cada espécie produzida pela terra trazia em si a semente que lhe daria a capacidade de se reproduzir. Deus não criou as árvores. Determinou que a terra criassem as primeiras, as quais viriam com sementes para assegurar a continuidade, mas sobre essa continuidade não foi estabelecido nesse momento nenhuma diretriz.
E disse Deus: Haja luminares na expansão dos céus, para haver separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais e para tempos determinados e para dias e anos. E sejam para luminares na expansão dos céus, para iluminar a terra; e assim foi. E fez Deus os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; e fez as estrelas. E Deus os pôs na expansão dos céus para iluminar a terra, e para governar o dia e a noite, e para fazer separação entre a luz e as trevas; e viu Deus que era bom. Gênesis 1:14-18.
Aqui nós temos a criação dos astros luminosos nos Céus, para iluminar a terra. Ação direta de Deus.
E disse Deus: Produzam as águas abundantemente répteis de alma vivente; e voem as aves sobre a face da expansão dos céus. E Deus criou as grandes baleias, e todo o réptil de alma vivente que as águas  abundantemente produziram conforme as suas espécies; e toda a ave de asas conforme a sua espécie; e viu Deus que era bom. E Deus os abençoou, dizendo: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei as águas nos mares; e as aves se multipliquem na terra. Gênesis 1:20-22.
Já aqui vemos a ação indireta do Criador. Ele determina que as águas produzam répteis em abundância. E no verso 22 vemos a concessão do poder para os seres  criados pelas águas e também para as aves do céu se frutificarem e multiplicarem.
E disse Deus: Produza a terra alma vivente conforme a sua espécie; gado, e répteis e feras da terra conforme a sua espécie; e assim foi. E fez Deus as feras da terra conforme a sua espécie, e o gado conforme a sua espécie, e todo o réptil da terra conforme a sua espécie; e viu Deus que era bom. Gênesis 1:24,25.
Esse texto revela outra ação criadora indireta de Deus. Ele não produziu esses animais. Ele delegou essa competência para a terra. Ele criou, mas não diretamente. Ele os criou através da ação criadora da terra.
E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra. Gênesis 1:26-28.
E aqui temos mais uma ação direta do Criador, criando os primeiros seres humanos. E vemos também a delegação para que se frutifiquem e se multipliquem, encham a terra, sujeitando-a e dominando sobre os animais criados.
É de observar que os seres vivos criados receberam de Deus a bênção da frutificação e multiplicação. Deus continuaria renovando a face da terra, mas quase sempre de forma indireta. Os seres criados seriam os seus instrumentos de renovação. Eles usariam o poder de Deus que estaria presente neles para realizar o trabalho.
É de ver que sem o poder de Deus, nenhum ser vivo é mesmo muita coisa. A Bíblia fala de seres que não tem o espírito de Deus e destaca a sua nulidade existencial.
Não me lances fora da tua presença, e não retires de mim o teu Espírito Santo. Salmos 51:11.
Sai-lhe o espírito, volta para a terra; naquele mesmo dia perecem os seus pensamentos. Salmos 146:4.
Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele. Romanos 8:9.
A recriação é contínua porque Deus simplesmente determinou que fosse assim. Ele não disse como deveria ser, mas que seria da natureza do ser vivo o ato de crescer, multiplicar e encher a terra. Essa é a Palavra de Deus, uma palavra que não muda e que deverá se cumprir sempre.
Porque eu, o Senhor, não mudo.  Malaquias 3:6.
Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação. Tiago 1:17.
É muito importante que entendamos como as coisas existem e o que deve ser feito para que elas continuem existindo e cumprindo as finalidades de sua criação.
Deus nos abençoe!

Nenhum comentário: