NAAMÃ
Quando Naamã, o chefe do
exército do rei da Síria foi atrás de Eliseu para receber a cura de uma lepra
que acometia a todo o seu corpo, ele tinha muita, mas muita pressa de ser
curado. Aquela viagem até Samaria, provavelmente de uns 150 a 180 km, porém
feita com carroças a cavalos; deve ter sido uma das viagens mais longas de toda
a sua vida, por que ele queria e precisava muito ser curado. Quem já passou por
uma enfermidade grave sabe que a necessidade de Naamã era realmente grande.
Principalmente pela posição de destaque que ele tinha no comando do exército do
Rei da Síria. Não conseguimos imaginar um comandante tão poderoso como Naamã,
com o corpo todo lazarento. Uma ferida apenas deixa qualquer pessoa
intranquila, imagina no corpo todo, e tendo que andar todo uniformizado, na
aridez que é aquela região. Ele tinha muita razão de ter pressa; precisava ser
restaurado; no entanto, a sua pressa não o ajudara em nada, pelo contrário,
quando ele finalmente chegou à casa do profeta Eliseu, depois de enfrentar
alguns problemas na fronteira, com o rei de Israel, que pensou que o rei da
Síria buscava uma ocasião para atacar seu país; e, só depois de uma consulta ao
profeta, finalmente liberou a entrada de Naamã; faltaria pouco para que aquela
lepra desaparecesse completamente do corpo daquele comandante; deve ter sido
esse um dos pensamentos que não saia da sua mente: eu vou ficar curado! Eu
posso finalmente ficar curado! Porém, quando ele abeirou à porta da casa de Eliseu
com todos os seus homens, a sua carruagem e com todos os presentes que levavam,
naquela imensa expectativa de uma recepção calorosa da parte do profeta Eliseu,
com todas as honrarias de que ele estava acostumado, a receber; recebeu apenas
um recado de que deveria se lavar no rio Jordão, por onde ele já havia passado!
E ainda, por sete vezes! Naamã achou
isso um grande desaforo da parte de Eliseu; esse cara é um baita de um
pirracento, deve ter imaginado Naamã; e assim, naquela indignação toda,
retornou com toda a sua comitiva ao seu país. No entanto, ao se aproximar do
Rio Jordão, os seus servos que penso eu, o acompanhavam em silêncio, resolveram
lhe falar. Disseram-lhe que talvez compensasse; já que o profeta o havia
mandado fazer aquilo, o que custava tentar; afinal, se tivesse pedido coisa
mais difícil ele iria fazer, por que ele era um homem de lutas, que não media
esforços; todas as suas conquistas eram provas disto; era um homem raçudo!
Convencido Naamã desceu da sua carruagem, se despiu e desceu o barranco do Rio
Jordão; talvez, como ele havia dito aos seus homens, as águas dos rios Albanas
e Farfar eram mais limpas; mas o profeta mandou que ele se lavasse no Jordão e
não em outro rio. Então Naamã mergulhou as sete vezes que lhe fora ordenado e,
somente na sétima vez, saiu limpo, purificado daquela lepra horrível que estava
consumindo a sua carne!
Se aquele comandante
leproso continuasse com sua pressa, ele com certeza continuaria também com sua
lepra. Salomão diz o seguinte em Eclesiastes
7:8: “Melhor é o fim das coisas do
que o princípio delas, e melhor é o paciente do que o orgulhoso”. Salomão
via o impaciente como alguém orgulhoso.
Que Deus nos dê a
paciência de que carecemos.
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