O poder da palavra
Izaias Resplandes de Sousa
A palavra é um elemento de poder.
Tanto pode construir, como destruir. Através de sua Palavra, Deus criou o mundo
e praticamente tudo o que nele existe. Há registros bíblicos sobre esse poder e
sobre as possibilidades de controlá-lo em nosso benefício e até mesmo de como
utilizá-lo contra outras pessoas. É importante que conheçamos e dominemos essas
técnicas de controle para que esse poder seja utilizado positivamente em prol
do nosso desenvolvimento e progresso na longa jornada pela vida.
Dentre as diversas narrativas sobre
as atuações do profeta Eliseu, a história da sunamita é um grande exemplo de
alguém que acreditou profundamente no poder da palavra proferida.
Vejamos...
Vejamos...
Sucedeu
também um dia que, indo Eliseu a Suném, havia ali uma mulher importante, a qual
o reteve para comer pão; e sucedeu que todas as vezes que passava por ali
entrava para comer pão. E ela disse a seu marido: Eis que
tenho observado que este que sempre passa por nós é um santo homem de Deus.
Façamos-lhe, pois, um pequeno quarto junto ao
muro, e ali lhe ponhamos uma cama, uma mesa, uma cadeira e um candeeiro; e há
de ser que, vindo ele a nós, para ali se recolherá. E sucedeu que um dia ele chegou ali, e recolheu-se
àquele quarto, e se deitou. Então disse
ao seu servo Geazi: Chama esta sunamita. E chamando-a ele, ela se pôs diante
dele. Porque ele tinha falado a Geazi:
Dize-lhe: Eis que tu nos tens tratado com todo o desvelo; que se há de fazer
por ti? Haverá alguma coisa de que se fale por ti ao rei, ou ao capitão do
exército? E disse ela: Eu habito no meio do meu povo. Então disse ele: Que se há de fazer por ela? E Geazi
disse: Ora ela não tem filho, e seu marido é velho. Por isso disse ele: Chama-a. E, chamando-a ele, ela se
pôs à porta. E ele disse: A este tempo
determinado, segundo o tempo da vida, abraçarás um filho. E disse ela: Não, meu
senhor, homem de Deus, não mintas à tua serva. E concebeu a mulher, e deu à luz um filho, no tempo determinado, no ano
seguinte, segundo Eliseu lhe dissera. E,
crescendo o filho, sucedeu que um dia saiu para ter com seu pai, que estava com
os segadores, E disse a seu pai: Ai, a
minha cabeça! Ai, a minha cabeça! Então disse a um moço: Leva-o à sua mãe.
E ele o tomou, e o levou à sua mãe; e esteve
sobre os seus joelhos até ao meio-dia, e morreu. E subiu ela, e o deitou sobre a cama do homem de Deus; e fechou a porta,
e saiu. E chamou a seu marido, e disse:
Manda-me já um dos moços, e uma das jumentas, para que eu corra ao homem de
Deus, e volte. E disse ele: Por que vais
a ele hoje? Não é lua nova nem sábado. E ela disse: Tudo vai bem. Então albardou a jumenta, e disse ao seu servo: Guia e
anda, e não te detenhas no caminhar, senão quando eu to disser. Partiu ela, pois, e foi ao homem de Deus, ao monte
Carmelo; e sucedeu que, vendo-a o homem de Deus de longe, disse a Geazi, seu
servo: Eis aí a sunamita. Agora, pois,
corre-lhe ao encontro e dize-lhe: Vai bem contigo? Vai bem com teu marido? Vai
bem com teu filho? E ela disse: Vai bem. Chegando
ela, pois, ao homem de Deus, ao monte, pegou nos seus pés; mas chegou Geazi
para retirá-la; disse porém o homem de Deus: Deixa-a, porque a sua alma está
triste de amargura, e o Senhor me encobriu, e não me manifestou. E disse ela: Pedi eu a meu senhor algum filho? Não
disse eu: Não me enganes? E ele disse a
Geazi: Cinge os teus lombos, toma o meu bordão na tua mão, e vai; se
encontrares alguém não o saúdes, e se alguém te saudar, não lhe respondas; e
põe o meu bordão sobre o rosto do menino. Porém
disse a mãe do menino: Vive o Senhor, e vive a tua alma, que não te hei de
deixar. Então ele se levantou, e a seguiu. E
Geazi passou adiante deles, e pôs o bordão sobre o rosto do menino; porém não
havia nele voz nem sentido; e voltou a encontrar-se com ele, e lhe trouxe
aviso, dizendo: O menino não despertou. E,
chegando Eliseu àquela casa, eis que o menino jazia morto sobre a sua cama.
Então entrou ele, e fechou a porta sobre eles
ambos, e orou ao Senhor. E subiu à cama e
deitou-se sobre o menino, e, pondo a sua boca sobre a boca dele, e os seus
olhos sobre os olhos dele, e as suas mãos sobre as mãos dele, se estendeu sobre
ele; e a carne do menino aqueceu. Depois
desceu, e andou naquela casa de uma parte para a outra, e tornou a subir, e se
estendeu sobre ele, então o menino espirrou sete vezes, e abriu os olhos.
Então chamou a Geazi, e disse: Chama esta
sunamita. E chamou-a, e veio a ele. E disse ele: Toma o teu filho. E entrou ela, e se prostrou a seus pés, e se inclinou
à terra; e tomou o seu filho e saiu. 2 Reis 4:8-37.
A sunamita era uma mulher generosa e
de bom coração. Observadora, viu que Eliseu era um homem de Deus. Importou-se
em fazer-lhe o bem, construindo para ele um pequeno quarto. E, por conta de
suas boas obras, agradecido, o profeta entendeu que deveria fazer alguma coisa por ela. Mas
ela não manifestou interesse por nada. E então, em conversa com seu
servo Geazi, Eliseu descobriu que a sunamita não possuía filhos e profetizou
que ela abraçaria um filho após o transcurso de um tempo determinado. E em
resposta à promessa, aquela mulher creu na palavra do profeta, fazendo apenas
uma observação: “não mintas à tua serva”. E assim, tudo aconteceu conforme dito
por Eliseu. E o menino nasceu e foi crescendo, até que um dia, sentindo fortes dores de cabeça, veio a falecer no colo de sua mãe. E então a mulher manda que o
menino seja colocado no quarto do profeta e parte ao encontro do mesmo com
bastante tranquilidade e equilíbrio. Ela acreditava que as palavras que ela
dissera a Eliseu e as que ele dissera para ela eram muito fortes e que aquela
linda história não poderia se acabar daquele jeito.
A mulher sunamita que entrou na
história de vida do profeta Eliseu, não discute a inexequibilidade da morte do
filho profético que tivera. Ela discute as palavras ditas entre Eliseu e ela e
vice-versa. Ela era uma mulher satisfeita com sua vida antes de ter o filho
prometido. O profeta queria que ela fosse ainda mais feliz. E essa seria, de
certa forma, a missão daquele menino. Mas sua existência fora muito curta. Mal
chegara em sua vida e ela já o perdera para a morte. E isso, ao contrário de deixá-la
mais feliz, apenas trazia a tristeza para a sua vida que, até aquele menino
chegar, não era triste. E assim, se o menino que era para fazê-la feliz,
contrario senso, a fazia entristecer-se, ela entendia que, com isso, havia sido
enganada pelo profeta, caso o menino continuasse morto. Mas ela acreditava que,
de alguma forma, o profeta faria seu filho reviver. E por isso, em dois
momentos dessa história ela demonstra piamente a sua fé na palavra dita.
Primeiro, quando seu marido a questiona sobre sua viagem ao encontro do profeta
e ela lhe diz que “tudo vai bem”. E segundo, quando Geazi, indo ao seu encontro
por ordem de Eliseu, pergunta-lhe: Vai
bem contigo? Vai bem com teu marido? Vai bem com teu filho? E ela disse: Vai
bem.
O menino
estava morto, mas ela acredita que tudo iria acabar bem e, por isso diz: tudo
vai bem.
Eu
gostaria de acreditar na vida eterna, da mesma forma que a mulher sunamita
da história do profeta Eliseu acreditava. Às vezes eu penso que nossa fé é
muito frágil, principalmente quando nos desesperamos diante da morte e de algumas situações mais difíceis, como nas enfermidades, por exemplo. Jesus
disse certa vez: Tende fé em Deus; porque em verdade
vos digo que qualquer que disser a este monte: ergue-te e lança-te no mar, e
não duvidar em seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, tudo o que
disser lhe será feito. Por isso
vos digo que todas as coisas que pedirdes, orando, crede receber, e tê-las-eis.
Marcos 11:22-24.
É de enfatizar tais palavras. Se
acreditarmos naquilo que dissermos, então se fará conforme a nossa palavra.
Esse é o poder e a importância de refletirmos sobre o que vamos falar, porque
as nossas palavras poderão se tornar realidades.
É importante que mantenhamos o
controle de nossa mente e de nossa língua, para que não falemos o que não seja
desejado por nós, o que não seja conveniente, o que não seja justo, o que não
seja bom. Que nossa língua seja um canal de bênçãos para nós e para aqueles que
nos cercam, Vejamos o que diz Tiago a respeito desse assunto...
Todos
tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal é
perfeito, e poderoso para também refrear todo o corpo. Ora, nós pomos freio nas bocas dos cavalos, para que nos obedeçam; e
conseguimos dirigir todo o seu corpo. Vede também as naus que, sendo tão grandes, e levadas de impetuosos
ventos, se viram com um bem pequeno leme para onde quer a vontade daquele que
as governa. Assim também a língua
é um pequeno membro, e gloria-se de grandes coisas. Vede quão grande bosque um
pequeno fogo incendeia. A língua
também é um fogo; como mundo de iniquidade, a língua está posta entre os nossos
membros, e contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, e é inflamada
pelo inferno. Porque toda a
natureza, tanto de bestas feras como de aves, tanto de répteis como de animais
do mar, se amansa e foi domada pela natureza humana; Mas nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não
se pode refrear; está cheia de peçonha mortal. Com ela bendizemos a Deus e Pai, e com ela
amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. De uma mesma boca procede bênção e maldição. Meus irmãos,
não convém que isto se faça assim. Tiago 3:2-10.
É costume ouvir as pessoas
responderem à pergunta se “tudo vai bem?” dizendo que sim, que tudo vai bem,
mas acrescentando: devemos dizer que está tudo bem para ver se melhora. Ora,
meus queridos, não é isso! Não temos que mentir dizendo que está bem, quando
sentimos que não está. A verdade deve ser dita sempre. O que precisamos é de fé
na palavra que dissermos.
A sunamita cria que as palavras do
profeta Eliseu eram palavras de vida, de alegria e de felicidade e é isso que
ela cobra do profeta. Também devemos acreditar no poder das palavras que dissermos.
Devo dizer que tudo vai bem, porque eu acredito que realmente tudo está
encaminhado para acabar bem, mesmo que por um breve momento não pareça assim.
Não devo duvidar. Devo crer, crer e crer. E a palavra se cumprirá. Jesus disse
a um pai de família que tinha um filho endemoniado e que lhe pedia para
libertá-lo: Se tu podes crer, tudo é
possível ao que crê. E logo o pai do menino, clamando, com lágrimas,
disse: Eu creio, Senhor! Ajuda a minha incredulidade. Marcos 9:23-24.
É desse tipo de atitude que nós
precisamos todos os dias. Oremos ao Senhor pedindo para nos ajudar em nossa
incredulidade, para que possamos crer nas possibilidades reais de cada palavra
pronunciada por nós. E assim, quando começarmos o dia, desejemos um bom dia às
pessoas com toda a nossa fé de que
realmente será um bom dia. Abençoemos o nosso dia e o dia dos outros. Bom dia,
meu amigo. Bom dia, irmão!
Comecemos o dia com alegria, com um
sorriso e com muita fé no coração. Acreditemos que teremos um grande dia.
Pensemos positivamente. Podemos estar sentindo mal, sentindo dores, sentindo
cansaço, sentindo tristezas, nos sentindo ruins, mas, mesmo assim, devemos
acreditar que isso poderá ser invertido. Então, ao invés de ficarmos
lamentando, vamos nos esforçar para que essa inversão de prognósticos aconteça
e tudo termine bem em nosso favor. Se for esse o nosso pensamento quando
dissermos que tudo está bem, então não é mentira, mas uma possibilidade na qual
devemos nos apegar. Digamos palavras fortes do tipo: eu vou conseguir, nós vamos
conseguir. Eu vou ficar curado. Eu vou ter sucesso. Meus negócios vão
prosperar. Eu vou ser curado das minhas enfermidades. Hoje será o meu dia de
vitória. Quanto mais eu me pronunciar afirmativamente bem, mais possibilidades
eu tenho de crer que tudo acontecerá como estou dizendo.
A primeira pessoa a ser convencida da
minha fé sou eu. Se nem eu mesmo acreditar em mim, então não sirvo para
transmitir o bem a outras pessoas. Senhor!
Ajuda a minha incredulidade. Marcos
9:23-24.
Eu sei que estou conclamando os meus
queridos para uma tarefa muito grande, que é a de controlarmos as nossas
línguas... Eu sei que eu ainda não consigo controlar a minha, mas eu quero
controlar. E eu devo me esforçar nesse sentido e vou me esforçar. Eu vou
conseguir. E vocês, irmãos? Façam suas escolhas, tomem suas decisões. Três
coisas são necessárias que uma missão seja executada com sucesso: a primeira,
eu preciso ter consciência do que eu quero; a segunda, eu preciso partir para a
ação, me esforçando para tornar aquilo que eu quero, uma realidade; e, a terceira: eu devo persistir, devo ter disciplina e não esmorecer nunca.
A vitória pode ser tardia, mas ela
virá, se eu acreditar e lutar com fervor e firmeza para que ela venha. Essa é a
mensagem. E a oração é: Senhor! Ajuda
a minha incredulidade. Marcos
9:23-24.
Amém!
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