quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Com o coração nas mãos

Com o coração nas mãos
Prof. Izaias Resplandes de Sousa


E então, meus queridos. Este ano já está quase no fim. E aí? Como foi o ano de cada um? Estamos felizes? Será que poderemos sorrir? 

Tivemos muitas adversidades neste ano. Desastres ambientais. Crimes horríveis. Mortes de muitos. Doenças na família. Como está a nossa contabilidade? Temos saldo positivo ou negativo? 

Já está chegando a hora do balanço, quando fecharemos as portas para abri-las novamente somente no próximo ano.

Perder e ganhar? Desde que o mundo é mundo, sempre foi assim: ganham-se umas e perdem-se outras. Se apenas ganhássemos, o que iríamos fazer com os resultados? Quem iria participar conosco? Seria um jogo de cartas marcadas. Se apenas perdêssemos, por que jogaríamos? 

Na verdade, tudo aquilo que existe no universo está em nossas mãos, nas minhas, nas suas ou nas nossas. E vivemos um jogo de permutações. Como professor, os meus principais produtos são aulas de conhecimento ou reconhecimento das coisas que existem. Já o meu médico, seus principais produtos são intervenções de tratamento de enfermidades. Nesse passo, quando adoeço, pratico com ele o escambo: dou-lhe algumas aulas em troca de uma consulta. Ele, por sua vez, dá algumas consultas em troca dos bens que precisa. Assim, os nossos bens, valorados em papel moeda, passam de mãos em mãos, em infinitas trocas. Até aquilo que chamamos de lixo pode ser trocado por tomates, automóveis e até viagens espaciais. 

Em suma, todos nós ganhamos e todos nós perdemos... Assim é a vida. Se nós ganhamos, ficamos felizes; se nós perdemos, nos entristecemos. Tudo, por conta da dificuldade de compreendermos as regras do jogo da vida. 

Dentre todos os bens, existem alguns que, de tão caros e preciosos não têm preço, como por exemplo, a vida, a liberdade, a salvação da alma... 

Nesse sentido, minha avaliação é positiva em relação a todos aqueles que conquistaram esses bens neste ano. E quem está chegando ao dia 31 de dezembro vivo, livre e salvo, esse ficou muito rico. 

Por outro lado, avalio negativamente todos aqueles que só conquistaram os piores bens, aqueles que não passam em nosso controle de qualidade, tais como a morte sem liberdade e sem salvação. 

No meu caso em particular, chego ao final do ano muito feliz. Ainda que esteja enfrentando com meu filho um processo de enfermidade muito resistente, estamos felizes porque acreditamos na vitória final. 

Anos atrás, numa linguagem mais simples, ele se submeteu a uma cirurgia para retirada de um angioma cavernoso instalado em sua cabeça. Na época, o médico que o operou fez o que podia ser feito, de forma a evitar sequelas indesejáveis. E, graças àquela intervenção, chegamos até aqui. Foram vários anos felizes, sem a pressão daquele corpo estranho. 

No entanto, o bendito voltou a crescer e a incomodar. Isso nos assustou um pouco no princípio, mas não alterou a nossa determinação de lutar pela vida, pela liberdade e pela salvação. 

Haverá uma nova cirurgia, mais delicada que a anterior. Será outra luta contra aquele angioma cavernoso. A pretensão do médico agora é extrair o corpo estranho de uma vez por todas, embora tenhamos que conviver com a hipótese de que isso talvez não seja possível por conta de eventuais lesões. 

Mas, seja o que for, será. Meu filho é corajoso. Ama a vida, a liberdade e a salvação. E está disposto a seguir em frente. 

É claro que ele é mais corajoso do que todos nós, mas nem por isso vamos fugir da raia. Enquanto o sol bilhar, nós estaremos lutando juntos com ele nessa batalha. Estaremos com o coração nas mãos, mas não arrefeceremos, principalmente porque “até aqui nos abençoou o Senhor” e cremos que, de igual forma, Ele nos abençoará até o fim.

É com esse espírito que estamos fechando a conta deste ano. Viva a vida! Viva a liberdade! Viva a salvação! 

Que Deus nos abençoe!

Um comentário:

umnt disse...

Neste blog no dia 10 e 30 de março 2010 tem sobre a primeira cirurgia de Ricardo Resplandes.
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