quarta-feira, 30 de outubro de 2013

EXEMPLO IX DO SENHOR JESUS CRISTO. Lc. 18:1-14.

Na parábola do fariseu e o publicano; Jesus começa referindo-se primeiro ao fariseu; provavelmente porque falava exatamente a eles que “confiavam em si mesmos crendo que eram justos e desprezavam os outros”. Jesus disse que dois homens subiram ao templo para orar. Um era fariseu e o outro, publicano.
Eu quero enfocar aqui mais o publicano. Os publicanos eram como uma espécie de traidores de sua própria pátria, pois eram judeus, mas trabalhavam para o império Romano que o havia conquistado à base da força.
Em segundo lugar, temos a questão dos impostos abusivos que eram cobrados pelo império, trazendo muitas dificuldades à população judaica; sem benefício algum ao povo judeu, antes, apenas enriquecendo cada vez mais o império romano e seus governantes. Isso revoltava o povo trabalhador e, portanto, havia muitas mortes dos judeus que, através de um grupo chamado zelotes, tentava reconquistar os seus direitos através da força e da violência, mas, como eram minoria, acabavam mortos.
 Um último ponto ainda tem a ver com o fato de que na grande maioria, os publicanos, eram corruptos; cobravam além do que era taxado pelo império. Com isso, muitos deles enriqueciam explorando seu próprio povo e atraindo o ódio deles para si ainda mais. Mas, como toda regra tem suas exceções, Jesus teve como discípulos, tanto fariseus, podemos dizer que eram ex-fariseus, como por exemplo, Zaqueu.
Mas teve também Nicodemos, José de Arimatéia, Saulo de Tarso que eram fariseus, mas que se converteram ao Senhor Jesus Cristo. Assim, como Simão que era um Zelote, ou seja, um desses guerreiros que tentava reconquistar para si o direito de seu país que era a Palestina. E, Levi, mais conhecido como Mateus, que era um cobrador de impostos, portanto, um publicano; mas, quando foi chamado por Jesus, deixou a coletoria ou recebedoria, que era a banca em que cobrava os impostos, e o seguiu imediatamente de todo coração. Antes, foi para sua casa, deu um grande banquete para outros publicanos e para os discípulos Simão Pedro, André, Tiago e João que já vinham seguindo a Jesus; e depois, dedicou a sua vida para seguir e servir a Jesus e foi o autor do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.  Lc. 5:27-29.
Na parábola a que nos referimos, um publicano se achava no templo, e ele havia subido ali com o propósito de orar. Como ele não era bem vindo ao templo, não ousou a aproximar-se. A Bíblia diz que ele ficou “de longe e nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim pecador”! E a Bíblia diz que ele desceu justificado para a sua casa!
O que ele fez de tão interessante para chamar tanta à atenção? Ele reconheceu que era um pecador! Para a salvação, esse é o primeiro critério! É o passo principal. É o primeiro passo a ser dado. Sem este reconhecimento, ninguém pode chegar ao arrependimento e consequentemente a aceitação e entrega a Deus para uma verdadeira conversão.
 E, quando falamos de salvação, estamos falando de uma vida eternamente com Deus, através da Obra Redentora de Nosso Senhor Jesus Cristo; e, sem essa vida, todo homem é condenado ao lago de fogo. “quem Nele crê não será condenado, o que, porém não crê, já está condenado; porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus”. Jo. 3:18.  “Se dissermos que não temos pecados, enganamos a nós mesmos”, diz em 1 Jo. 1:8. O publicano sabia da realidade da condenação, e reconhecia a sua necessidade de ser perdoado, porque “todos pecaram e carecem da glória de Deus”. Rm. 3:23.
Em segundo lugar esse publicano foi ao templo, onde estavam tanto fariseus quanto seus compatriotas judeus, de quem ele cobrava impostos e, como já disse, muitas vezes a mais que o devido. Mas ele foi assim mesmo porque reconhecia que estava errado em seus atos; reconhecia que era pecador e que precisava das misericórdias do Senhor para uma mudança de vida.
 Em terceiro lugar, o publicano tinha plena certeza que de que só o Senhor podia salvá-lo. Quando ele clama batendo no peito ele lembra da propiciação. “Se propício a mim pecador”.
Deus propôs a Cristo como sacrifício de expiação, através de seu sangue. Rm. 3:25.  Propício quer dizer favorável. Nós somos contrários a Deus por causa dos nossos pecados, mas agora, por meio desse ato sacrificial, providenciado por Ele mesmo, através, do Seu unigênito Filho, torna-nos favoráveis a Ele.
Quando ele diz: “sê propício” ele está mostrando convicção de que somente Jesus podia tornar justo aquele que é injusto, tornar favorável aquele que é contrário, pela Sua graça, porque tudo isto só é possível por meio da REDENÇÃO de Cristo. Que reconhecimento importante de um pecador!
Redenção é o mesmo que dizer que foi libertado por meio de pagamento; houve um valor a ser pago, e o preço foi tão alto que precisou ser com sangue e, não foi sangue de animais, como no Velho Testamento, foi o sangue do próprio Filho de Deus.
Esse reconhecimento foi que levou o publicano a ir ao templo contra tudo e todos por necessitar do perdão de Deus pelo fato de ser um pecador miserável. Quem poderia defende-lo? Só Jesus Cristo. O que ele podia fazer para que fosse defendido, perdoado, justificado? Pedir a Deus em oração, mesmo sendo no templo onde todos eram contra ele. Essa era a sua necessidade e ele foi atrás da solução e encontrou, porque Jesus disse que ele desceu JUSTIFICADO para a sua casa. Isto significa dizer que ele, que era injusto, se tornou, pela graça de Jesus, abonado, dispensado de sua culpa, liberado de seus pecados.
A Justificação de pecados só pode ser feita por Jesus, Pela Sua justiça, pela remissão, pela Sua graça, sob a paciência de Deus como diz Rm. 3:25, “Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus”.  

Isto se torna realidade em nós, pela nossa fé Nele. Pela graça sois salvos mediante a fé... Ef. 2:8. Deus em Cristo já realizou toda a obra da redenção, para a justificação de todos, mas todos precisam reconhecer que carecem de Deus e, pela fé, isto é, na certeza absoluta e sincera, convicto de que essa obra é válida e suficiente, e entregar-se inteiramente a Deus.  Foi exatamente isto o que aquele publicano estava fazendo naquele momento. Deus já fez a  Sua parte, mas todos nós, na condição de pecadores que somos, precisamos fazer a nossa, mesmo que haja dificuldades. Ninguém vai ter desculpas. Assim como o publicano, todos precisam enfrentar individualmente as dificuldades, ultrapassar as barreiras para alcançar a vitória da justificação. Deus não faz o que nós podemos fazer.

Abraços.

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