sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Pecado para a morte.


O QUE SERIA PECADO PARA A MORTE? 1 Jo. 5:16, 17.
Muitos ensinadores pregam que o pecado para a morte de que fala o apóstolo João, é o pecado de blasfêmia contra o Espírito Santo, pelo fato de a Bíblia declarar que esse pecado é o único que não tem perdão. Mt. 12:31,32. Por isto vos declaro: todo pecado de blasfêmia serão perdoados aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito Santo não será perdoada. Se alguém proferir alguma palavra contra o Filho do Homem, ser-lhe-á isto perdoado; mas se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste mundo nem no porvir.
Porém, esta interpretação para o texto de 1 Jo. 5:16,17, não pode estar correta. O contexto está se referindo precisamente a segurança de salvação eterna. Vs. 11-13 e 18-20. O texto de que nos referimos está falando de crentes, de irmão cometendo pecado e não de blasfemo. Blasfemo não é crente e nunca chegará à conversão e do mesmo modo, de acordo com os ensinamentos geraias das Escrituras sobre segurança de salvação, por exemplo: Jo. 10:24-28; Rm. 5:1; Rm. 8:32-39; e outros muitos.  Um crente nunca chegará a ser um blasfemo. Estamos falando de crentes e não de pessoas que parecem crentes; não estamos falando de joio que parece trigo; estamos falando de trigo. O que diferencia um crente em Cristo para um descrente é a natureza. E a natureza faz toda a diferença, pela presença do Espírito Santo. Além do mais a Bíblia diz em Rm. 8:9b que se alguém não tem o Espírito de Deus, esse tal não é Dele. O crente é filho de Deus, porque recebeu ao Senhor como Salvador, crendo Nele. Jo. 1:12. “Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber aos que creem em Seu nome”.  
Deus não é de confusão, 1 Co. 14:33, Convém que usemos da hermenêutica para entender o que a Palavra de Deus diz exatamente, para não corrermos o risco de entrarmos em contradição e ensinarmos errado. Devemos comparar versículo com versículo, o texto com o contexto, esquadrinhando bem os ensinamentos gerais das Escrituras para não errarmos na interpretação.
A palavra morte pode ser traduzida por separação. Aliás, primeira vez que a palavra morte surgiu foi na bíblia em Gn. 2.17, no sentido de "separação". Adão e Eva foram separados de Deus espiritualmente, contudo o plano de Deus para suas vidas continuou. Quando fomos salvos, nós, ainda que vivos estávamos mortos em nossos delitos e pecados. Ef. 2:1.  Toda a terra se tornou maldita por causa do pecado do homem, Gn. 3:17, mas ao longo do tempo, foram passando dispensações, e chegamos á sexta que é a da graça, onde, se resolve qualquer pecado com confissão. 1 Jo. 1:9. Se confessarmos os nossos pecados Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça. Qualquer pecado que o crente cometer tem perdão! Claro que crente não comete o pecado de Blasfêmia contra o Espírito Santo, porque é crente e não blasfemo! Portanto, o pecado para a morte é o pecado que merece separação da comunhão. Não se pode resolvê-lo simplesmente com uma oração, mas deve ser punido com a separação. Mesmo o pecado descrito em 1 Co. 5 considerado pelo apóstolo Paulo como “grande ultraje”, e que nem mesmo entre os gentios, os descrentes, se ouvia que se houvesse cometido tal pecado,v 1, essa pessoa, que era um crente, deveria ser “entregue a satanás”, mas o propósito era: “a fim de que no dia do Senhor seu espírito fosse salvo”. Separar da comunhão é uma coisa, disciplina é outra. A igreja separa e Deus disciplina. Precisamos entender bem isto. A igreja não tem autoridade para disciplinar ninguém! “1 Co. 11:32. ...Somos disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo”.
Em Tg. 1:15b diz que “o pecado, uma vez consumado, gera a morte”. Não quer dizer necessariamente morte física, mas morte espiritual como teve Adão, como estávamos nós, quando conhecemos ao Senhor e como está o mundo sem Cristo, de onde muitos sairão para a salvação. Em Is. 59:2a está escrito: “Os vossos pecados fazem separação entre vós e o vosso Deus”...

Um comentário:

Prof. Izaias Resplandes disse...

Querido Zigo... Sua reflexão sobre o pecado da blasfêmia contra o Espírito Santo é profunda. Não tenho pensado muito a respeito dessa tema. Li atentamente suas considerações. Com certeza elas me ajudarãoa formar uma posição sobre a questão quando tiver que enfrentar uma situação dessas.
Por outro lado, seu artigo traz a chave para se descobrir os mistérios da Bíblia: o esquadrinhamento da Palavra, a comparação de Escritura com Escritura...
Abraços.