sexta-feira, 28 de novembro de 2008

SOS - Oração e Ação

Hoje, na tv, o repórter dizia: “97% da população de Itajaí foi atingida pela enchente”. Que tragédia nesta cidade, neste Estado! Não só Itajaí, mas várias outras cidades foram atingidas. Quantas famílias desabrigadas! Quantos perderam mais que bens materiais, perderam suas famílias, seus entes queridos. Ouvi, na reportagem, um pai dizer: “não consegui salvar minha filhinha e nem minha esposa. Eu mesmo quase morri”. Uma mãe disse que a filha lhe pedia: “Mãe segura a casa não deixa ela cair”. Estes são apenas alguns dos inúmeros relatos que já ouvimos. Que situação: impotência, desespero, fome, falta de água potável. A contradição: sede em meio a tanta água!
Certa vez li uma metáfora sobre um incêndio em uma floresta. Todos tentavam ajudar de alguma forma. De repente alguém percebe que um beija-flor leva uma gota de água no seu bico e joga na floresta. Faz isso repetidas vezes. Tentam desanimá-lo: “De que adianta aquilo, você não vai resolver, não vai conseguir apagar o incêndio, pois é muito grande”. Então ele responde: “Posso não resolver, mas estou fazendo a minha parte”.
Assim estamos nós também diante da situação de Santa Catarina. Podemos não resolver o problema de todos, mas podemos ajudar: Orando e contribuindo com as vítimas. Temos ali, com certeza, muitos irmãos em Cristo, mas há um que nos é especial. É o irmão Carlos Augusto e sua esposa Jaqueline. Dois jovens fiéis ao Senhor, dedicados ao ministério de evangelismo com crianças e ativos nos demais trabalhos da igreja local. Eles também sofreram o impacto da enchente e perderam tudo. Estão abrigados na Igreja Batista em Itajaí, já que a água atingiu a altura do muro da casa onde moravam.
Sobre Carlos Augusto publicamos um artigo no noticiário nº 2 deste ano, sob o título: “Ele tem 44 olhos”. Também expressamos neste Blog o nosso agradecimento ao casal por terem hospedado a mim, ao meu esposo Isaias e aos missionários Ademar e Beti, em outubro deste ano.
Carlos é um pessoa excepcional. Ele é simples, muito educado, e teve uma infância difícil, em uma família pobre e, durante a adolescência, passou dificuldades extremas inclusive, ficamos sabendo depois, até fome. Nunca reclamou. Sempre foi um estudante dedicado, um dos melhores alunos de sua turma. Sua cor e suas origens nunca foram usadas por ele como desculpa pra nada. Quando foi preciso trabalhar (e isso foi bem cedo), ele literalmente botou a mão na massa como auxiliar de pedreiro, mas seguiu estudando e até entrar para a Polícia Militar de Santa Catarina, onde sua postura incorruptível gerou ameaças contra sua vida desde o momento em que estava na academia de polícia. Ele casou há cerca de dois anos e estava começando a vida com a Jaqueline, que é um amor de menina.
E estavam os dois batalhando nesse comecinho de vida quando começaram as chuvas da semana passada. Cerca de 97% da cidade foi atingida pela enchente. Todos temos acompanhado isso por meio dos noticiários. O lar deste casal de amigos foi destruído pela água da enchente que, até anteontem, havia chegado a 1,5 metro de altura dentro de sua casa. O que ele conseguiu salvar foi pouca coisa. Algumas mudas de roupa, a cama (que havia sido colocada em cima do armário), a geladeira (que estava fechada e ficou boiando pela casa), o fogão e o carro, que estava com água até o meio do pára-brisa.
Queremos convidar os queridos irmãos em Cristo a se unirem a nós para, de forma prática e efetiva, ajudarmos nossos irmãos dali. Temos a conta do casal e estamos organizando o envio de ajuda financeira especificamente para esses irmãos. Quem se dispuser a ajudar entre em contato comigo pelo meu e-mail alfalins@hotmail.com para que eu possa passar o número da conta em que podem ser feitos os depósitos.
Lembrem-se do beija-flor. Façamos a nossa parte.

Ps.: O Carlos Augusto não pediu ajuda, não reclamou, não se queixou. Está confiante na graça do Senhor.
O Carlos ainda estava abrigado na igreja até hoje. Caso queira contatá-lo ligue no 47 3344-6406. Provavelmente quem irá atender é o pastor responsável por dar abrigo às famílias que ainda estão lá e aí você pode perguntar sobre a situação do Carlos Augusto e ter mais detalhes.

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